É possível encontrar no dicionário Michaelis a seguinte definição de empatia: “Projeção imaginária ou mental de um estado subjetivo, quer afetivo, quer conato ou cognitivo, nos elementos de uma obra de arte ou de um objeto natural, de modo que estes parecem imbuídos dele. Na psicanálise, estado de espírito no qual uma pessoa se identifica com outra, presumindo sentir o que esta está sentindo. ”
Ser empático envolve escutar, compreender, aceitar, validar e se conectar com a experiência de sofrimento do outro, independentemente de valores, julgamentos e crenças particulares. Essa habilidade é indispensável no contexto terapêutico e importantíssima no social.
No que diz respeito ao contexto terapêutico, segundo Del Prette & Del Prette (2001), a empatia engloba três níveis: o cognitivo – que permite a compreensão da perspectiva e das emoções do outro; o afetivo – que se relaciona à capacidade de vivenciar a emoção do outro controladamente; e o comportamental – que é a ação do terapeuta de transmitir e dar visibilidade à própria empatia de modo que o cliente perceba que é compreendido. Zamignani (2007), defende que a classe de comportamentos do terapeuta categorizados como “empatia” contempla ações ou verbalizações que indicam cuidado, acolhimento, aceitação, validação da experiência ou comportamento do cliente. A empatia tem um caráter inespecífico e informa ao cliente que ele é bem aceito sem julgamentos e avaliação. Essa categoria está associada à criação de um ambiente amistoso, seguro e não punitivo de modo que o cliente se sinta livre para verbalizar eventos que seriam possivelmente punidos em outro contexto. No contexto social, a empatia apresenta caráter fundamental no estabelecimento de relações interpessoais saudáveis. Em ambos os contextos, o não julgamento é um pressuposto básico para ser empático.
A empatia, como já venho dizendo ao longo de todo o texto, é um tipo de habilidade social. De acordo com Del Prette e Del Prette (2009), habilidade social é a capacidade do indivíduo se comportar de maneira adequada com diferentes pessoas e em diferentes contextos. Um número grande de problemas de relacionamento surge por falta de habilidade social. A boa notícia é que existe um treinamento específico para o desenvolvimento de habilidades sociais, possibilitando que haja menos sofrimento nas interações pessoais.
Colocando em termos bem simples: a empatia demanda (e ao mesmo tempo gera) conexão entre as pessoas. Quando eu sou capaz de entender o ponto de vista do outro, eu diminuo o julgamento sobre ele e sou capaz de me conectar com o mesmo.
Deste modo, entende-se a importância da empatia em um mundo cada vez mais necessitado de conexões reais e não apenas virtuais.
REFERÊNCIAS
Del Prette, A., & Del Prette Z. A. P. (2001). Psicologia das relações interpessoais: Vivências para o trabalho em grupo. Petrópolis, RJ: Vozes;
Del Prette, A., & Del Prette Z. A. P. (2009). Base conceitual da área das habilidades sociais na infância. Teoria e Prática. Petrópolis, RJ: Vozes;
Zamignani, D. R. (2007). O desenvolvimento de um sistema multidimensional para a categorização de comportamentos na interação terapêutica. Tese de Doutorado. Instituto de Psicologia. Universidade de São Paulo. São Paulo.
POR ERIKA LINARD
POR ERIKA LINARD
-Psicóloga;
-Especialista em Terapia Comportamental pela USP;
-Experiência como profissional de RH e que agora trabalha exclusivamente como Psicóloga Clínica;e
-Estudiosa de Mindfulness e encantada pelas relações humanas.
-Especialista em Terapia Comportamental pela USP;
-Experiência como profissional de RH e que agora trabalha exclusivamente como Psicóloga Clínica;e
-Estudiosa de Mindfulness e encantada pelas relações humanas.
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