sexta-feira, 22 de março de 2019

Nova Era no Front

Autora: Marilsa Prescinoti(*)

Após 4 eleições vencidas pelo partido dos trabalhadores, dominado pelo Lulo-petismo, que promoveu um grande estrago nas contas públicas, onde a corrupção como forma de Governar foi seu maior legado, finalmente chega ao poder o Governo do Presidente Bolsonaro, eleito em 2018, juntamente com uma legião de deputados e senadores colados ao discurso do candidato da direita, eleitos contra ”tudo isso que está ai”. Chega ao poder uma Nova Era na política. Chega ao poder o Presidente anti-sistema, o Presidente salvador, que iria resgatar os valores de família (como se esta fosse função do Estado), mas vamos lá, o Presidente que resgataria o País das mãos dos comunistas, que nos livraria de virar uma Venezuela etc. e tal. 

No mundo prático, o Presidente deveria liderar o caminho para resgatar a tranquilidade, a confiança dos investidores, a esperança de emprego, o respeito ao dinheiro público, o fim da farra dos privilégios e, sobretudo, união da sociedade. 

Lamento informar até aos mais convictos que até o momento este caminho não foi encontrado pelo Presidente. Isso ainda não aconteceu. Apesar da competência da equipe econômica, de toda credibilidade do aclamado Super-Ministro Sergio Moro e de toda credibilidade do Ministério Militar e da natural esperança da sociedade. 

O que vemos no Front? 

Um Presidente destemperado, despreparado, dominado pelos filhos; um homem que não descobriu a importância do cargo que ocupa. 

Vemos um Presidente sem postura, sem nenhum discernimento pertinente ao cargo; o Presidente se destaca por criar polemicas desnecessárias, se ocupa em desmoralizar a imprensa que não lhe serve, se ocupa em perseguir e responder jornalistas, celebridades, sub-celebridades, ou qualquer outro que o desagrade; se ocupa em atiçar a militância contra tudo e todos que não rezam na cartilha Bolsonarista, se ocupa em patrulhar comportamento da sociedade e criar animosidades.

Lacrar nas redes sociais é o que há. Não está sozinho nesta empreitada. O Presidente e seu filho o Vereador twitteiro lideram uma verdadeira milícia virtual, custeada a preço de ouro e sem nenhum escrúpulo em assassinar reputações de qualquer um que não agrade a malta ideológica. 

Destes não escapou nem membros do próprio governo, como por exemplo o vice-presidente Mourão, o próprio Sergio Moro, que teve que recuar diante dos ideológicos. Engrossando a fileira de desatinos, ali está o Guru da direita Bolsonarista. Um autoproclamado filósofo que mora na Virginia, o escritor Olavo de Carvalho, um ser abjeto que vive de ofender, atacar desafetos e falar palavrões nas redes sociais, mas que já emplacou dois ministros. 

Dito isto, só posso lamentar os efeitos nocivos paralisante que estão causando ao País. 

Pergunto: onde foi que nos perdemos? 

Estávamos indo tão bem! Tiramos o PT. Temer fez um ótimo Governo de transição, juntamente com a parte responsável e racional do Congresso, neutralizou o último suspiro petista com o Golpe Janot X Joesley. 

A princípio, poucos na sociedade perceberam a manobra, mas felizmente ainda tem gente atenta, racional, olhando além das ideologias e que foram decisivos no momento. Vencemos mais uma batalha. O Governo Temer restabeleceu a economia, começou a resgatar a credibilidade do mercado, evitou que chegássemos ao fundo do poço. 

Já despontava as novas eleições, novas oportunidade, novas lideranças seriam possíveis, esperança deveria nos mover, nos unir. O que assistimos nos meses de campanha? Divisão, ofensas, mentiras, jogo bruto, covarde tentativa de assassinato do então candidato, hoje presidente. Encerrado um ciclo? 

2019, com o Presidente o e Congresso definidos e empossados, nosso olhar deveria ser em direção ao caminho a frente, aprendendo com os erros do passado, exercendo a cidadania, começaríamos uma Nova Era. 

Eis a Nova Era no Front: 

O Presidente até aqui estabeleceu como método de governança o "nós contra eles"e a distração, visto que desde o começo ficou claro que o discurso moralista antissistema de campanha já se contradiz com a realidade. 

O nós e as Elites dominantes do "Lula lá" deu lugar ao nós da direita x eles da esquerda. Limitou o "reino" político em Bolsonarismo X Petismo (este já neutralizado) Resultado? O debate empobreceu, a ponderação perdeu para a paixão e irracionalidade; a incoerência; a indignação seletiva virou regra: não é mais o que vamos discutir, e sim de que lado você está na discussão. 

A cegueira ideológica é incapaz de reconhecer vida lá fora. Ou você é favor do Bolsonaro ou você é petista, esquerdista, isentão (como são pejorativamente chamados os que não rezam nem na cartilha bolsonarista nem petista), viúva etc... etc... etc... vivencio esta realidade diariamente nas redes sociais. E pessoalmente. 

O que estamos fazendo enquanto sociedade? As redes sociais voltaram ao cenário de guerra da campanha; mais uma vez a discussão está reduzido aos extremistas, e a outros nem tão extremistas, mas que acabam por levantar as bandeiras a sua frente. 

Nada contra se identificar com direita, centro, liberal, esquerda. Democracia abriga a todos. A triste realidade é que agora que se descobriu o estrago petista, por responsabilidade da sociedade que deixou o País a própria sorte por longos 12 anos, começamos a ver a mesma coisa em outro formato. Hoje, continuamos não discutindo os interesses do País. Estamos, mais uma vez, abandonando o País nas mãos de políticos para discutirmos as pessoas que não apoiam o Governo; para discutir direita e esquerda. Não se iludam, isso é método. Se não o fosse, o Presidente já teria abandonado a prática. 

As críticas ao Governo são rechaçadas com agressividade. Assisto diariamente pessoas defendendo neste o que criticavam no outro. 

O Governo está livre, sem oposição. Com Lula preso, a tão discutida esquerda comunista perigosa, está reduzida a nomes sem liderança e figuras caricatas, mas, a estupidez de plantão insiste em dar importância diariamente. Continuam discutindo, medindo, apontando, comparando tudo com a "esquerda" socialista, comunista, etc. 

Já deram carta branca para o Governo em nome do "resgate". Enquanto o Presidente e suas milícias virtuais promovem a distração, sem ilusões, isto é método (lembrem-se que o Presidente outrora foi da base de sustentação da "esquerda" no poder), a Nova Era, alinhada no modus operandi com as velhas raposas, continuam defendendo seus interesses e torrando o dinheiro público na manutenção de privilégios, bobagens, estupidez e velhas malandragens. Enquanto isso gente séria na política é rechaçada e neutralizada pelo domínio da máquina de moer reputação. Velha conhecida de quem não se distraiu. 

Por favor, vamos olhar além do fanatismo e das preferências ideológicas: 12 milhões de desempregados, reformas a serem discutidas, privatizações, concessões, segurança, educação; tem um cenário de privilégios de classes que precisamos combater, corrupção generalizada; temos que nos unir em torno do Brasil. Vamos parar de discutir pessoas, para discutir a atuação da classe política. Vamos parar de nos atacar nas redes sociais e cobrar nossos representantes. 

Vamos respeitar as divergências e as opiniões. 

Vamos buscar informações, vamos apurar o senso crítico para não sermos manobrados com a facilidade que o somos.

Não vamos servir de massa de manobra do autoritarismo disfarçado, dos que tem rabo preso e muito o que esconder e embarcar na demonização da imprensa. Não estou falando de críticas. A desmoralização da imprensa não interessa a democracia: imprensa livre é a única forma aceitável e nós somos livres para escolher o que consumir. Somos livres para desligar a TV, mudar de canal, ligar o rádio, alterar a estação. Somos livres para ler o que quisermos. Não sejamos "xucros". Só continuaremos assim se a imprensa for livre.

Chega do nós contra eles, seja de que quem for o discurso. Vamos aprender a escolher, fiscalizar, cobrar, participar do debate. Temos um Brasil gigante para tocar. 

O Sr. Jair Messias Bolsonaro precisa entender, de uma vez por todas, que o discurso, comportamento, a liderança ou falta dela, do Presidente da República, influência mercados, direciona o País, o Congresso Nacional, provoca esperança ou desalento. 

O País precisa de um Presidente de fato. Não de Twitter. 

O Presidente precisa assumir.

*MARILSA PRESCINOTI










DE ACORDO C/SUAS PRÓPRIAS PALAVRAS:

- ADMINISTRADORA DE EMPRESA, COLUNISTA DO RADARNEWS, BLOGUEIRA, TWITTEIRA, POLITICAMENTE ENGAJADA, ESPOSA, MÃE, CIDADÃ COMUM E ANTI-PETISTA.

http://linkis.com/www.radarnews.us/201/ZPItG


Nota do Editor:

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