Autora: Gabriela Guedes(*)
Olá caros leitores,
Hoje trago um tema importante
quando falamos de envelhecimento.
Sabemos que o envelhecimento é um
processo de mudanças fisiológicas que levam a uma série de alterações clínicas,
funcionais e sociais. Sabemos que mesmo no envelhecimento dito comum, as
alterações influenciam a forma que o idoso lida com a maioria das situações,
precisando ter mais cuidado e atenção em situações em que antes tinha domínio. Quando
o envelhecimento é patológico, ou seja, quando ocorrem doenças que repercutem e
limitam as habilidades do idoso, a situação pode ser mais grave.
Não é comum escutarmos ou
falarmos frases como: "seu João voltou a ser criança", ou até "eu cuido dele,
fulano é meu nenê", além de usarmos adjetivos no diminutivo, de forma
infantilizada. Acontece que muitos idosos são acometidos por condições que
limitam sua capacidade de comunicação, compreensão, expressão, de forma que
este fica inapto a nos responder da forma que esperamos, nos fazendo pensar que
estão ausentes e incapazes e regrediram à infância.
O fato é que ainda que este
aparente estar inapto e que de fato exista alguma condição que o limite,
devemos nos manter atentos quanto à forma de nos dirigirmos, nos referimos e
nos comunicamos com este. Não devemos nos distanciar da referência que o idoso
teve na maior parte de sua vida. É importante nos dirigirmos com o respeito que
temos por uma pessoa que viveu a maior parte de sua vida, teve e tem seu papel
social, familiar, e tem uma boa bagagem de memória e aprendizados, ainda que
não pareça no momento.
Devemos demonstrar consideração pelas
referencias
e histórias do idoso, ainda que esta referência aparente estar ausente no
momento. O
processo de envelhecimento traz inúmeras fragilidades: doenças do corpo,
enfermidades da mente, limitações das mais diversas com as quais o indivíduo
não estava acostumado. Junto dessas fragilidades vem uma provável perda de
referência de si mesmo, pois costuma ocorrer um distanciamento das atividades
que antes se fazia, distanciando-se da imagem que o idoso e seus entes tinham
dele anteriormente.
O idoso é um adulto consciente, independente e que deve ter
seus interesses respeitados. Infantilizar a pessoa idosa é desrespeitar a sua
autonomia e biografia.
É recomendável, ainda que o idoso
não pareça compreender e estar consciente da situação, tentar manter a forma de
se referir, bem como a rotina e as atividades de interesse. Manter conversas
ainda que este não responda. Estimular que ele visite lugares e pessoas, ainda
que este não pareça compreender. O tratamento humanizado pode melhorar
significativamente questões clínicas e emocionais, trazendo uma das coisas que
mais importa nesta fase: Qualidade de vida.
* GABRIELA COSTA GUEDES
-Terapeuta Ocupacional Graduada pela UFPE;
-Especialista em Neuropsicologia pela Faculdade Pernambucana de Saúde (FPS-IMIP); e
Atualmente atende em clinica e domicílios localizados na cidade de Recife - PE.
Nota do Editor:
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Gostei do artigo! Parabéns!
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