Autor: Ubiratan Machado de Oliveira(*)
O identitarismo se consolidou como uma política pública parida no seio do mundo político contemporâneo, especialmente nas democracias ocidentais. Essa mobilização forçada de grupos sociais em torno de identidades específicas – como raça, gênero, etnia ou orientação sexual – com o objetivo de promover supostos direitos e visibilidade. Essa abordagem possui algum mérito, e deu voz a umas poucas minorias relativamente marginalizadas. Porém, sua relação com a eficiência institucional, tanto pública quanto privada, levanta questões decepcionantes.
Por um lado, ao ampliar a representatividade em Instituições públicas e privadas, reconhecendo possíveis demandas de grupos específicos, acarretou um ajuste visando atender a uma sociedade mais diversa. Cotas raciais ou de gênero foram implementadas para corrigir desigualdades estruturais, mas estes mecanismos, ao buscar garantir que vozes antes silenciadas participassem da tomada de decisões, que de facto tornaram as instituições mais legítimas e inclusivas, excluíram a meritocracia como elemento de seleção dos melhores profissionais, gerando resultados negativos nas práticas profissionais.
Há críticas bem fundamentadas de que a ênfase excessiva na identidade pode fragmentar o tecido social e comprometer a eficiência institucional. Quando políticas públicas são desenhadas para atender a grupos específicos em detrimento de um bem comum mais amplo, o risco é criar uma competição entre identidades, em vez de promover coesão. Isso pode levar a uma paralisia decisória, especialmente em sistemas políticos já marcados por polarização. Instituições sobrecarregadas por demandas conflitantes podem perder agilidade e capacidade de responder a desafios coletivos, como crises econômicas ou emergências climáticas. Se o despreparo, a inabilidade e a baixa capacidade intelectual podem ser relativizados em nome de um objetivo social inadequado, as sociedades ocidentais caminham para o fracasso.
A política identitária é acusada de priorizar narrativas simbólicas sobre resultados práticos, ignorando prejuízos financeiros e serviços mal elaborados. A pressão por representatividade em cargos de liderança não se traduziu em melhorias materiais para as populações representadas. Enquanto o foco estiver em quem ocupa o poder, questões administrativas nos setores de educação, saúde pública e da grande infraestrutura continuarão a ser negligenciadas, reduzindo a eficácia das instituições em cumprir suas funções essenciais.
A luta por direitos indígenas é totalmente obliterada pelas organizações estrangeiras. São tratados como criaturas dotadas de pouca inteligência e condenados a estagnação evolutiva, um contraste enorme causado por um sistema que historicamente os excluiu. Sobram recursos para solucionar o problema definitivamente, mas eles são usados para impedir qualquer resultado em benefício do país.
Por fim, o identitarismo pode ser tanto um motor de transformação quanto um obstáculo à eficiência institucional. Sua integração às prioridades coletivas e de capacidade das instituições de mediar interesses conflitantes, construindo pontes entre ias partes interessadas, é a solução possível.
*UBIRATAN MACHADO DE OLIVEIRA
- Graduação em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira;
-Especialização em Administração de Empresas pela PUC-GO;
- Graduando em Logística pela Faculdade Alfredo Nasser
- Atualmente é:
-Gerente na transportadora Expresso Mineiro Ltda;
- Professor de Inglês no Manhattan English Course e na Sociedade Educacional Pré-Médico Ltda; e
- Engenheiro Assistente com acervo técnico de execução pela Construtora Mendes Júnior S/A, do Sistema Meia Ponte da SANEAGO;
-Orçamentista no IPPUA – Prefeitura de Aparecida de Goiânia;
- Analista de Correios nos Correios e
-Auditor de Controle Externo no TCM-GO.
Nota do Editor:
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