Fico com essa pergunta para começar nossa conversa caro eleitor/leitor.
Porque quando escolhemos um candidato a um caro eletivo, principalmente
executivo, deve-se pensar em premissas básicas: uma delas é: como ele pensa em
melhorar a política econômica do país? E essa pergunta deve ser feita não a
curto prazo, mas a médio e longo também. Fracasso recente mostra o quanto é
perigoso um "salvador da pátria" ser eleito, faz-se necessário
observar o preparo da pessoa e da futura equipe. Falo isso nessa introdução
porque a economia não é desatrelada da política, há legislação e programas de
governo que incentivam ou desincentivam certos setores produtivos.
Brasil basicamente coloca quase todos os ovos na cesta da política
econômica baseada na indústria automobilística. Não tenho nada contra, apenas
uns pontos a esclarecer:
1 - Ok, produzir carros envolve uma ampla cadeia de grandes, médias e
pequenas indústrias, exportação, importação e prestação de serviços. O produto
final é carros na rua. Mas... temos ruas pra por tanto carro? temos motoristas
habilitados/com destreza suficiente para que acidentes sejam mínimos? As leis
de trânsito são feitas para reduzir velocidade/minimizar danos nos
acidentes/pessoas menos hábeis para dirigir/mais carros nas ruas. Mas fica a
pergunta: cada ano por mais que todos esses fatores os acidentes diminuem?
2 - Ao incentivar só um setor da economia majoritariamente, dá-se
incentivos fiscais, mas como os recursos são escassos, aumenta-se
impostos/diminui subsídios de áreas que todos os outros países que se preocupam
com seus patrícios a longo prazo defendem a todo custo: Agronegócio. Grandes
produtores versus nenhuma ajuda, fazem com que os alimentos sejam caros e as
pessoas mais pobres tenham uma alimentação sem nutrientes suficientes para ter
uma boa saúde, daí incentivando um malefício ainda maior;
3 - Nos países desenvolvidos a comida é relativamente bem mais barata
que a nossa. Obviamente que um povo saudável, numa hora de necessidade, tenha
mais chances de sobreviver (ex: guerras, esportes onde a classificação é bem
melhor, entre outros). Só que isso gera um "prejuízo" no caso
brasileiro. Sim, porque uma das indústrias mais prósperas no nosso país é a
farmacêutica. Ou seja: alimenta-se mal, isso gera problemas de saúde, que vão
ser tratados em sua maioria com medicamentos. Daí temos uma média de
valorização de em média 20% ao ano, mas tem empresas que extrapolam como a
imagem abaixo:
Vocês acham mesmo que com esse rendimento a indústria alimentícia
realmente se preocupa em parar de colocar os aditivos químicos? Olha como mesmo
na crise essas empresas faturam. Estão rindo à toa...
Agora, existem os lobistas que conseguem ter esse rendimento a custa de acordos políticos... Lembram do Wesley/Joesley Batista? Abaixo, esse índice foi conseguido, hoje notoriamente sabido, em "ajudar amigos":
Pense em pontos que "melhoram" de repente em época de eleição:
1 - empresas que prestam serviços diretos e indiretos a milhares de
candidatos no país todo nos meses que antecedem a eleição fazem com que o
índice de desemprego "diminua". Já observou que depois das
eleições/festas de fim de ano é um primeiro bimestre difícil?
2 - O candidato do governo sempre tem mais pra mostrar, porque no ano de
eleição recursos são liberados, obras "inauguram em profusão"?
3 - Índices econômicos são afetados, Bolsa e dólar oscilam conforme as
pesquisas eleitorais, porque o Mercado tem viés especulativo.
O único que pode ser "pior" é que em termos de investimento
privado, há um compasso de espera. Se o candidato da "Friboi da vida"
perder... mas se ganhar... salva a lavoura, então é menos investimento e quem
perde são os jovens que não tem chance de novos empregos.
Concluindo:
Você eleitor, pode e deve sim pensar bem antes de votar na próxima
eleição. A maioria das ações sofre para valorizar, e se valoriza na média não
atinge esses patamares facilmente. Se me perguntar em quem votar hoje, tirando
o "menos ruim" sinceramente ainda não sei. Aceito sugestões e
críticas para que mesmo que como formigas, possamos fazer a nossa parte,
alertando que "milagre econômico" é só com o chapéu do outro.
Normalmente o seu.
#vamosemfrente
POR ANA PAULA STUCCHI
-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana
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