Autora : Samira Daleck(*)
"Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a" Johann Goethe
É muito comum quando pais vão procurar escolas para os seus filhos a principal preocupação ser o que aquela escola oferece de aprendizado sólido como línguas, habilidades com construção de robores, alfabetização precoce, cálculos matemáticos, raciocínio lógico, entre outros e o mais cedo possível, desde a educação infantil. Desta forma fica fácil esquecer de que "Primeira infância é o nome dado aos primeiros anos de vida, em particular, os cinco primeiros, de um ser humano, que são marcados por intensos processos de desenvolvimento. É uma fase determinante para a capacidade cognitiva e sociabilidade do indivíduo, pois o cérebro absorve todas as informações, as respostas são rápidas e duradouras. Segundo especialistas, as crianças nesta fase precisam de oportunidades e estímulos, para que possam desenvolver cada uma de suas aptidões. Estudos demonstram que é durante a primeira infância que o cérebro humano desenvolve a maioria das ligações entre os neurônios. Até os 3 anos de idade, as cerca de 100 bilhões de células cerebrais com as quais uma criança nasce desenvolvem 1 quatrilhão de ligações. O número é o dobro de conexões que um adulto possui. Aos 4 anos, estima-se que a criança tenha atingido metade do seu potencial intelectual."
Desta forma a principal preocupação em procurar uma escola na primeira infância deve ser em o quanto esta escola oportuniza o desenvolvimento das relações sociais, das experiencias, do convívio com diferentes pessoas, do cuidado de si, do outro e do nosso planeta.
"Felicidade e educação com excelência estão intimamente interligados. Para alcançar uma educação com excelência deve-se construir ambientes educativos felizes que sejam apreciativos e que promovam a convivência" Anna Forés Miravalles e Jardi Grané Ortega.
No calendário escolar do seu filho quantas vezes ele vai ao parque? Brinca ao ar livre? Tem oportunidade de escolher e criar brincadeiras? Tem experiencias sensoriais com terra, areia, argila, tintas, massinha? Consegue conversar com os colegas e contar como foi o final de semana, o que fez de legal no feriado? Desabafar sobre as frustrações? Encontrar carinho, respeito e acolhimento nos professores e funcionários?
"O que seria mais recompensador do que ser capaz de criar filhos seguros de si mesmos, positivos, pacientes, amorosos, compreensivos, determinados, generosos, verdadeiros, justos, respeitosos e amigáveis?" Doroteu Lai Nolte e Rachel Harris.
Será que é realmente uma boa ideia criarmos nossas crianças para saberem ler e escrever com quatro anos, mas não conseguirem brincar no parque e fazer novas amizades?
Até que ponto é valido que dominem outro idioma antes dos seis anos e não consigam imaginar uma brincadeira e criar cenários fantásticos com brinquedos simples como uma caixa de papelão que vira um foguete? Precisamos revisitar nossos conceitos e nos permitir criar seres humanos capazes de literalmente mudar o mundo, pensar no coletivo, na natureza, ter empatia e amor ao próximo.
É claro que a formação acadêmica é importantíssima e necessária para que nossas crianças tenham sucesso em suas vidas adultas, mas não precisamos sacrificar suas infâncias e nem sofrer com ansiedade para que eles aprendam o quanto antes aquilo que eles terão a vida inteira para desenvolver. As crianças precisam de menos atividades extracurriculares e mais tempo com seus pais e amigos, tempo de brincar, imaginar, criar e ser feliz! Tempo de registrar lembranças inesquecíveis em seus corações que possam ajudá-las a se tornarem adultos coerentes, gentis, felizes, e com convicção para defender sem medo aquilo em que acreditam. A primeira infância é o período mais importante na vida de um ser humano temos por obrigação valorizá-la.
Referencias Bibliográficas
A educação emotivo-afetiva na escola de educação infantil – São Paulo: Paulinas, 2013;
As crianças aprendem o que vivenciam / Dorothy Law Nolte, Rachel Harris Tradução de Maria Luiza Newlands da Silveira – Rio de Janeiro: Sextante, 2009; e
A Resiliência em ambientes educativos: sentido, propostas e experiências/ Anna Forés Miravalles, Jordi Grané Ortega Tradução de Nanci Adela Kirinus – São Paulo: Paulinas, 2015.
*SAMIRA DALECK
-Graduada em:
-Educação Física pela Universidade Cidade de São Paulo -Unicid (2006);
-Pedagogia pela Universidade Brasil - Unicastelo(2008;
-Pós graduação em:
-Arte Educação pela Faculdade Campos Elísios (2013)e
-História da Arte pela Faculdade Campos Elísios(2013);
- Instrutora de Yoga certificada para adultos e crianças;
- Estudiosa da Primeira infância, busca incansavelmente conhecimento sobre criação com apego, disciplina positiva e todo tipo de educação não violenta.
- Estudiosa da Primeira infância, busca incansavelmente conhecimento sobre criação com apego, disciplina positiva e todo tipo de educação não violenta.
Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.
Parabéns! Seu artigo ficou ótimo!
ResponderExcluirParabéns! Seu artigo ficou ótimo! Bj
ResponderExcluirParabéns, ótimo texto! O emocional é também uma inteligência. Precisamos evidenciar mais esta dimensão.
ResponderExcluirParabéns, ótimo texto! O emocional é também uma inteligência. Precisamos evidenciar mais esta dimensão.
ResponderExcluirParabéns, ótimo texto! O emocional é também uma inteligência. Precisamos evidenciar mais esta dimensão.
ResponderExcluirParabéns, ótimo texto! O emocional é também uma inteligência. Precisamos evidenciar mais esta dimensão.
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