Autora: Keity Teixeira Fonseca Valim(*)
Nos dias de hoje é muito comum falarmos sobre ansiedade.
Mas, esse transtorno também está presente na infância. São poucos os países que
possuem práticas de saúde mental para atender as necessidades da infância e
adolescência. [1]
A ansiedade é uma reação defensiva comum diante de um perigo
ou situação ameaçadora. Todos nós já passamos por situações estressantes até
mesmo as crianças.
A ansiedade passa a ser uma questão psiquiátrica quando o
evento (estressante) impede o indivíduo de realizar suas tarefas cotidianas. Em crianças, os transtornos de ansiedade
impedem que elas possam se desenvolver cognitiva e emocionalmente. Tarefas
simples, como ir à escola necessitam de muito esforço da criança.
As crianças necessitam de operações metais para lidar com
adversidades ou com momentos estressores, como por exemplo regular e avaliar
ações de proteção que são mais adequadas diante da situação em que se encontra.
As crianças com idade pré-escolar têm como mecanismo o
referencial das figuras parentais ou aquelas que possuem vínculo, por isso a
importância da formação de vínculos na primeira infância.
Na idade escolar as crianças já desenvolvem habilidades para
se manter protegidas e já sabem reconhecer a ineficácia de algum mecanismo de
ação protetora, o que possibilita que busquem novas estratégias.
É importante dizer que existem vários transtornos de
ansiedade, como: transtorno de ansiedade de separação, transtorno de ansiedade
generalizada, transtorno de estresse pós traumático, mutismo seletivo, fobia
específica, ansiedade social entre outros.
A origem do transtorno tem como componentes fatores
biológicos e familiares, alguns autores ainda incluem a transmissão genética,
em torno de 50%. O diagnóstico na infância é uma tarefa complexa, pois as
crianças apresentam sintomas singulares.
A melhor forma para ajudar as crianças com esse transtorno
requer um esforço conjunto entre pediatras, psicólogos, psiquiatras[2]
e demais profissionais de saúde. Além da presença e orientação familiar diante
do quadro.
Referências:
DSM – V
Ansiedade em crianças
– um olhar sobre transtornos de ansiedade e violência na infância
[1] Um
estudo que avaliou a presença de políticas públicas de saúde mental para
crianças e adolescentes em 191 países pertencentes à Organização das Nações
Unidas constatou que nenhum país tinha uma política específica para crianças e
adolescentes. Apenas 7 deles tinham políticas de saúde mental claramente
articuladas para atender as necessidades da infância e adolescência (Shatkin;
Belfer, 2004);
[2] Levantamento
tomando por base o número de psiquiatras da infância e adolescência habilitados
pela Associação Brasileira de Psiquiatria indica haver um psiquiatra
especializado para cada 35 mil adolescentes brasileiros. Nos Estados Unidos,
onde a relação jovem/psiquiatra é considerada pequena, existe uma relação de um
psiquiatra infantil para cada 15 mil adolescentes (Pinzon, 2004).
-Especialista em Neuropsicologia pelo CEPSIC-ICHC/FMUSP;
Especialista clínica na abordagem analítica – Unicamp;
Experiência como coordenadora pedagógica, formação de professores e assessoria educacional;
contato: keityteixeirafonseca@yahoo.com.br
Nota do Editor:
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