sexta-feira, 7 de junho de 2019

Sem Lenço Nem Documento

Autora: Genha Auga(*)


O Sol desponta cedo, seu calor e brilho chega ao auge e quando parece que sua força não tem fim, cai a noite...

Comparado a isso, está nossa trajetória política que quando parece ganhar força vem a queda e cada vez mais viramos escoras petrificadas num passado sujo num futuro onde o relógio parece girar seus ponteiros para trás. 

A intenção de todos é sempre boa, mas o sentido na prática difere. Enquanto o objetivo do homem na sociedade é de constituir família, ganhar dinheiro para suprir a prole e alcançar posição social para garantir cultura e educação, na realidade conta com pouco e hoje quase nenhum retorno do seu próprio país ao qual se doou com suor e dedicação carregando uma falsa ilusão de que haveria um futuro melhor. 

Os pais que colocaram nos filhos o maior sentido de suas vidas veem-se num abismo acompanhado da realidade de que não há receitas antigas e nem exemplos para mostrar. 

Repudiados pelas novas gerações, ironicamente, sentem-se atingidos pela mesma enganação sentindo na pele quase que a mesma imposição de uma ditadura que apenas ouviram falar.

Mesmo assim, a sociedade procura afastar os obstáculos incentivando os jovens não abandonarem a luta para não terem que assistir, ainda mais, essa "descida".

Convencidos disso, brasileiros agarraram-se à ideia de encontrar a cada sucessor de um governo a esperança.

A enganação tem feito carreira em nosso país e num jogo dissimulado, a cada dia, revelam-se delatores que apontam recebimento de propinas em todos os meios que cerceiam nossa segurança e nossos direitos, cada vez mais tolhidos por políticos, responsáveis pela justiça, imprensa que ao longo da história vem nos presenteando com doses fortes de imposições, fazendo os cidadãos rodopiarem impregnados por essa falta de ordem moral que abala a sociedade com poderosos que nos fazem ajoelhar a essa falta de caráter para atender às conveniências deles.

 A falta de confiança impera juntamente com a indignação. 

Mesmo os que ainda se salvam com sólida formação moral, acabam por verbalizar sentimentos de repúdio à classe dirigente cristalizando boa parcela da população aflita que, cada vez mais, "aperta o cinto".

Nesse contexto onde prevalece o bem material acima do valor moral desenhado pela miséria que afeta aceleradamente a maioria que acreditou em quem votou e que se revelam numa terrível corrosão de caráter que se propaga como uma metástase em função das mazelas que se desvelam a cada dia. 

Isso nos torna descrentes das instituições e agentes públicos, pois num país onde leis não são obedecidas, justiça que quase sempre age em favor da impunidade, violência extrema, improbidade na cobrança dos impostos. 

Pelo que nos devem moralmente, por um futuro que nos foi roubado e pela falta de zelo a tudo que nos pertence, o ânimo nacional amorteceu e estamos cada vez mais inertes e doentes moralmente. 

Quando se poderia imaginar que na pátria idolatrada o eleitor seria representado por engôdos e mistificados pela propaganda mentirosa de tantos políticos que manifestaram o mau-caratismo com tantas falcatruas como às do sigilo de provas, desvio de verbas da merenda escolar, o desvirtuamento do esporte, obras superfaturadas, líderes de sindicatos financiados por partidos políticos, "mensalão", implicados na "lava jato" "petrolão", sucateamento da saúde, educação, cultura. Por aí vai e muito ainda deve estar por vir. 

Uma nação que sempre foi unida por festas, futebol, samba e carnaval, dividiu-se politicamente iludida em prol de grandes mentirosos. Conta-se nos dedos os poucos idôneos e éticos. 

É... Assim a vida do brasileiro virou um tormento, sem lenço nem documento.

*GENHA AUGA



                                
-Bacharel em Comunicação Social, com Habilitação em Jornalismo Impresso -(MTB: 15.320);
-Cronista do Jornal online “Gazeta Valeparaibana” - desde fevereiro de 2012;e
-Direção Geral da Trupe de Teatro “Seminovos” – Sede de ensaios no Teatro João Caetano de São Paulo (Secretaria Municipal de Cultura-Prefeitura de São Paulo) – autora de textos e roteiro - desde 2015 com apresentações em Teatros, CEUs, Saraus, Hospitais, Escolas, Residenciais para Idosos, Centros de Convivências, Eventos, Instituições de Apoio às Crianças Especiais





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