Autor: Aluisio Nogueira(*)
A economia é uma ciência humana e
não exata como é percebida por muitos. Ninguém em sã consciência desprezaria a
importância da economia na vida das pessoas, de todos nós, sua abrangência e o
quanto implica na sociedade. Presente em quase tudo, implica na qualidade de
vida de tal forma que a saúde financeira é um tema presente no dia a dia, mas
ainda assim negligenciado nas escolas e na formação básica do brasileiro.
A economia opera em várias áreas,
na macro economia que trabalha com expectativas futuras decorrentes das ações
de mercado, de governos e do comportamento da economia mundial, mas também no
micro, a chamada economia das pessoas, o consumo e comportamentos que indicam
as mudanças sociais provocadas por evolução tecnológica ou variações de mercado
se refletem direta ou indiretamente na produção, no consumo, no emprego, na
geração de riquezas, impostos e que move o desenvolvimento.
A complexidade das matérias
econômicas e suas implicações precisam ser enfrentadas, exatamente por sua
importância na vida das pessoas. Entendo como primordial ao desenvolvimento de
um país que sua população aprenda a lidar com dinheiro, com endividamento e com
rentabilidade.
O brasileiro é conhecido por sua
criatividade e "jogo de cintura", capacidade de buscar soluções e tomar
decisões diante de crises, mas também é conhecido pela desorganização na
administração das finanças, pelo alto grau de endividamento e mais recente,
pelos índices de inadimplência que cresceram de forma assustadora. Nos anos 90
os índices de inadimplência no Brasil eram muito baixos em comparação com países
ricos, europeus sempre tiveram altos índices de inadimplência, mas no Brasil o
crescimento desses índices está muito elevado hoje em dia.
Defendo que matérias sobre
economia e administração de finanças faça parte do currículo escolar básico, se
ensine a desenvolver um orçamento familiar e também se desenvolva matérias de
administração de pequenos negócios e noções sobre mercado, investimentos e
funcionamento da economia.Assim como a Justiça e o funcionamento do Direito
está cada vez mais presente na vida das pessoas, o conhecimento das Leis e da técnica
jurídica!
As pessoas hoje sabem o nome dos
ministros do STF, o time de 11 ministros se tornou mais famoso que os nomes da
seleção brasileira. Esse fenômeno, muito positivo diga-se de passagem, decorre
dos problemas vividos pelo brasileiro com os recentes crimes de corrupção e que
atingiu os poderosos da nação. A Justiça tornou-se uma matéria que apesar de
complexa passou a fazer parte da vida das pessoas, próxima mesmo dos mais
simples que hoje têm informações de como ela funciona, um legado da operação
LavaJato e das ações penais hoje largamente difundidas pela imprensa e pelas
redes Sociais.
Nos anos 80 vivemos na economia o
que o Direito vive hoje na sociedade brasileira. Os brasileiros viveram uma
época de hiperinflação, correção monetária, indexação da economia, congelamento
de preços, mudança de moeda e vários e vários planos econômicos subsequentes.
Essa experiência difícil e traumática na economia, trouxe um grande debate
sobre a matéria e o tema se tornou popular na sociedade brasileira, assim como
hoje o Direito e as questões da Justiça, das Leis, da política e ações contra a
corrupção são comuns hoje e estão inseridas nas conversas não só entre
especialistas, mas em todas as comunidades e até no churrasco de final de
semana.
As experiências dos anos 80 não
se perpetuaram, as gerações mais novas não dispõe das informações vastas sobre
economia como vivemos nós de gerações passadas, que vivenciamos essas
experiências traumáticas que foram, como o plano Collor, mas nos deram uma experiência
importante sobre a economia e sua influência na vida das pessoas, do país e do
mundo.
Por isso defendo que essas
experiência devem se perpetuar através do ensino básico, até para que não
voltemos aos mesmos erros que nos levaram às experiencias traumáticas dos anos
80.No Direito idem! As experiências vividas agora contra a corrupção e o
funcionamento das Instituições do Direito devem ser perpetuadas através de
matérias no ensino básico, capazes de instruir todo cidadão sobre o funcionamento
do Sistema de Justiça, jamais deixar se perder essa cultura jurídica, tão
fundamental para uma população, basta ver a participação atual dos brasileiros
no campo político e como isso tem cooperado para que o Brasil se reorganize e reencontre
seu caminho com o desenvolvimento.
O conhecimento é a base para o
desenvolvimento de uma pessoa, uma organização e um país. Economia e Direito
são tão fundamentais na nossa vida que devem ser ensinados desde cedo, através
de uma didática simples, mas capaz de formar uma população preparada para
transformar o Brasil e suas próprias vidas.
Essa excelência pode parecer um sonho
distante, mas como todo sonho precisa ser mais que sonhado, precisa ser pensado
e implementado, ainda que aos poucos. O interesse existe e é óbvio, basta olhar
para as transformações na sociedade brasileira nesses últimos 6 anos, sobretudo
no cenário político, jurídico e econômico, esse último com abertura recente ao
liberalismo, algo impensável à 10 anos quando nossa sociedade estava mergulhada
numa política socialista e aprofundava o gigantismo do Estado brasileiro com
Guido Mantega e suas viagens ideológicas pela economia que trouxeram o país a
sua maior crise econômica em toda a sua história.
Fico feliz em ver jovens interessados
em conhecer mais sobre o liberalismo econômico, ver essa prática que
transformou nações miseráveis em nações ricas em poucas décadas, agora ser
debatida intensamente nos meios acadêmicos e ser tema de palestras e grande
profusão no Brasil, não mais de forma embrionária, mas de forma objetiva e
ostensiva. É maravilhoso para mim que assistia encantado a entrevistas de
Roberto Campos nos anos 80 e 90, quando ele próprio admitia ser uma espécie de
João Batista que pregava no deserto, falava de leis do mercado, de riqueza e de
desenvolvimento para cegos socialistas que sonhavam com um Estado cada vez
maior, mais ineficiente, corrupto e insustentável.
Roberto Campos sabia que a bolha
do socialismo sempre estoura do lado mais fraco, ou seja, os pobres! No Brasil
não seria diferente, não é em lugar nenhum do mundo! A prosperidade do
socialismo sempre dura muito pouco, alguns anos, a miséria é o resultado final
dessa política econômica falida que congrega inúmeros políticos fanáticos pelo
Poder, pela riqueza e por pobres, esses últimos, desde que não sejam eles
próprios ou seus amigos.
Não há outra forma de desenvolver
o Brasil e perpetuar esse desenvolvimento que não seja pela educação e
conhecimento, mas esses precisam ser bem realizados. Essa deve ser a nossa
principal luta, para cada brasileiro que ama o seu país.
*ALUISIO NOGUEIRA
É Escritor, Romancista, Terapeuta, Consultor de Empresas e de Economia
Nota do Editor:
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