Autora: Juliana Alencar Fuzinohara
"Filho, o que foi?"
"Não sei mãe, não sei explicar o que estou sentindo, mas é algo estranho."
"Dói?"
"Não, mãe. Só é estranho porque nunca senti"
Essa foi uma conversa que tive com meu filho de 4 anos ontem, quando busquei ele na porta da escola. Ele vinha caminhando até meu carro, com o rosto aparentemente triste, como se não estivesse entendido algo que aconteceu. Imediatamente fiquei preocupada com o que pudesse ter acontecido, mas depois da nossa conversa, entendi que não havia com o que me preocupar, e sim entender que ele está vivendo emoções novas na sua nova fase da vida: a escola.
Essa situação me fez pensar muito sobre como sempre esperamos as pessoas estarem felizes, sempre contentes diante das nossas expectativas de ter sempre um "bom dia".
Esperar que as pessoas estejam bem a todo momento, tem muito a ver com a nossa grande dificuldade de lidar com emoções desagradáveis.
"Não sei mãe, não sei explicar o que estou sentindo, mas é algo estranho."
"Dói?"
"Não, mãe. Só é estranho porque nunca senti"
Essa foi uma conversa que tive com meu filho de 4 anos ontem, quando busquei ele na porta da escola. Ele vinha caminhando até meu carro, com o rosto aparentemente triste, como se não estivesse entendido algo que aconteceu. Imediatamente fiquei preocupada com o que pudesse ter acontecido, mas depois da nossa conversa, entendi que não havia com o que me preocupar, e sim entender que ele está vivendo emoções novas na sua nova fase da vida: a escola.
Essa situação me fez pensar muito sobre como sempre esperamos as pessoas estarem felizes, sempre contentes diante das nossas expectativas de ter sempre um "bom dia".
Esperar que as pessoas estejam bem a todo momento, tem muito a ver com a nossa grande dificuldade de lidar com emoções desagradáveis.
Ao longo de nossa vida, vamos selecionando em quais situações as emoções são consideradas negativas e quais são positivas, e isso também pela aprovação e entendimento das pessoas ao nosso redor.
Quem nunca ouviu: "Para com isso, não precisa chorar!"?
Esse é um tipo de invalidação sobre o comportamento de chorar, por se sentir triste.
E com o tempo a pessoa vai registrando que chorar não é legal e quando se está triste acaba por registrar aquela como emoção negativa ou desagradável. Tentando ao longo da vida sempre evitá-la!
O perfeccionismo emocional é o nome dado a expectativa que temos em sempre estar bem ou em não aceitar muito bem as emoções negativas. Muitas vezes negamos estar mal. Não queremos entender os motivos que nos deixam assim, apenas evitar o desconforto para que aquilo passe logo ...
Todos pensam em evitar os ciúmes, medo, traição, dúvida, ansiedade, vingança, perda, tristeza, morte, raiva, desesperança, vergonha, entre muitos outros …
Um caminho para se chegar até a quebra dessa expectativa é entender que a realidade de todos os seres humanos, inclui emoções, experiências positivas e negativas. Todos passamos por problemas e limitações; todos sentimos emoções negativas e desagradáveis para criarmos experiências.
Aceitar é um caminho muito importante para o reconhecimento de quais as emoções se está sentindo.
As emoções têm a função de nos alertarem sobre nossas necessidades e que acabam por nos conectar ao significado que damos a elas. Se aprendermos a entender a emoção, podemos nos orientar com elas e estas podem nos mostrar que temos receio de perder alguém importante, que amamos, que temos medo de altura, podemos até prevenir uma catástrofe, claro que em proporções "saudáveis".
As emoções podem sempre nos dar sinais diferentes conforme nossa existência e, durante a vida, podemos entender as emoções e ressignificá-las da maneira que consideramos mais saudáveis. Sendo elas positivas e/ou negativas.
Então depois disso tudo, voltando a minha história inicial, não interferi na maneira como meu filho iria registrar aquela emoção e situação vivida na escola. Nem como negativa, nem como positiva, seja o que for …
Expliquei a ele que precisamos analisar o ocorrido e entender que sentimentos novos são sempre bem-vindos, por mais que sejam "estranhos" e, visto que o novo é estranho, precisamos validá-lo!!
E para quem saber qual foi o acontecimento: ele havia feito um amigo novo aquele dia e não conseguiu se despedir quando fui buscá-lo. Não sei exatamente qual emoção ele realmente sentiu, mas acredito que um misto de saudade, medo de perder, tristeza. Algo que provavelmente ele não havia sentido ainda … ficou tudo resolvido!!!
*JULIANA ALECAR FUZINOHARA
-Psicóloga formada pela Universidade Paulista (2013);
-Palestrante sobre Terapia Cognitiva Comportamental;
-Psicóloga ambulatorial no Hospital São Paulo (NEUROSONO/UNIFESP);
-Trabalha com TCC para tratamentos em distúrbios de sono e com Terapia Cognitivo Comportamental;
-Atende adultos e idosos em consultório em São Paulo; e
-Realiza atendimentos online
-Contato (11) 94769-9898
Nota do Editor:
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