RESUMO
A ideia de realizar um estudo sobre a Pedagogia Hospitalar e a importância de ser ter um Pedagogo no âmbito hospitalar, nasceu da experiência vivenciada pelas acadêmicas, que tiveram seus filhos/as internados/as em um hospital da rede pública. Partindo desse pressuposto, este Trabalho de Conclusão de Curso tem como objetivo geral buscar conhecer o entendimento de alguns profissionais da saúde de Santana do Ipanema que atuam em diferentes funções, sobre a importância e atuação do profissional em pedagogia no âmbito hospitalar, para a continuação da escolaridade e o desenvolvimento cognitivo de crianças em situação de internamento. A metodologia utilizada partiu da revisão de literatura e questionário, realizado com pessoas que trabalham na área hospitalar. Concluem-se este TCC, que após conhecer o saber de alguns profissionais da saúde nesta pesquisa, atribui-se avanços, na divulgação da Pedagogia em campos não escolares.
Introdução:
A Pedagogia no Brasil é um curso no âmbito educacional que abrange diversas áreas escolares e não escolares. O curso de Pedagogia possui uma grade curricular diversificada que, dentre outras ações, habilita o Pedagogo em Licenciatura para a docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas conforme destacado na Resolução (CNE/CP nº 5/2005, p.4).
Apresenta, hoje, notória diversificação curricular, com uma gama ampla de habilitações para além da docência no Magistério das Matérias Pedagógicas do então 2º Grau, e para as funções designadas como especialistas. Por conseguinte, ampliam-se disciplinas e atividades curriculares dirigidas à docência para crianças de 0 a 5 e de 6 a 10 anos e oferecem-se diversas ênfases nos percursos de formação dos graduandos em Pedagogia, para contemplar, entre muitos outros temas: educação de jovens e adultos; a educação infantil; a educação na cidade e no campo; a educação dos povos indígenas; a educação nos remanescentes de quilombos; a educação das relações étnico-raciais; a inclusão escolar e social das pessoas com necessidades especiais, dos meninos e meninas de rua; a educação à distância e as novas tecnologias de informação e comunicação aplicadas à educação; atividades educativas em instituições não-escolares, comunitárias e populares. É nesta realidade que se pretende intervir com estas Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Pedagogia.
Tomando isto como referência à problemática central que nos impulsiona a esta pesquisa, este trabalho de conclusão de curso tem como objetivo geral buscar conhecer o entendimento de alguns profissionais da saúde de Santana do Ipanema que atuam em diferentes funções, sobre a importância e atuação da Pedagogia no âmbito hospitalar, para a continuação da escolaridade e o desenvolvimento cognitivo de crianças em situação de internamento. Especificamente pretende-se com este artigo conscientizar os profissionais da saúde de Santana do Ipanema sobre a Pedagogia Hospitalar, mostrando a importância do trabalho do Pedagogo no ambiente hospitalar e sensibilizar os gestores sobre a importância da brinquedoteca;
A ideia de realizar um estudo sobre a Pedagogia Hospitalar e a importância de ser ter um Pedagogo no âmbito hospitalar, nasceu da experiência vivenciada pelas acadêmicas, que tiveram seus filhos/as internados/as em um hospital da rede pública. Ao passarem alguns dias no hospital público, observaram-se diversas situações de conflitos entre o mundo que a criança se encontrava antes da internação, com o novo mundo que a as crianças estavam inseridas. O mundo que a cercavam era hospitalar composto entre médicos, enfermeiros, técnicos e outros pacientes também hospitalizados, proporcionando o aumento negativo no quadro clínico da criança, que entre uma agulhada e outra estava à dor e o sofrimento. O ambiente hospitalar não escolarizado afasta a criança da essência da infância, como retratada no Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil Introdução (RECNEI 1998, p. 21) “a criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada Cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca.”
A abordagem do presente trabalho discute algumas questões relacionadas à criança e o adolescente em situação de internamento, com a finalidade descobrir se as pessoas que trabalham em hospital sabem o que é para quê serve e quem deve trabalhar com a Pedagogia Hospitalar. Esta descoberta foi colhida através de entrevista semiestruturada, numa abordagem qualitativa abordando as concepções dos profissionais da saúde no que diz respeito ao entendimento e opiniões acerca de assuntos fundamentais como: a formação do pedagogo, Pedagogia hospitalar, o trabalho do pedagogo em ambiente hospitalar, a importância da continuação da escola no âmbito escolar.
Partindo desse pressuposto é válido ressaltar nossa preocupação em esclarecer genericamente, neste, acerca do vem a ser a Pedagogia, destacando a função de o pedagogo no ambiente hospitalar, pontuando a especificidade da atuação do pedagogo em uma brinquedoteca hospitalar.
O pedagogo e a Pedagogia
A atuação no pedagogo no Brasil é marcada pela sua história e transformações durante décadas, que passou de ser um mero professor que atuava apenas em ambientes escolares, ou seja, em sala de aula com crianças da educação infantil para a um profissional que atua em ambientes escolares e não escolares.
Diante disso, é possível ressaltar que no Brasil, a Pedagogia ainda sofre com a falta de divulgação da atuação do Pedagogo em ambientes não escolares, o que retrata uma falta de clareza das pessoas sobre o assunto, uma vez que este parece não ser divulgado, em jornais, e revistas em larga escala considerando-se a amplitude da profissionalização do Pedagogo para o mercado de trabalho. O que se sabe é que historicamente a atuação do pedagogo está associada à tarefa docente de crianças e adolescentes, parecendo ser o único campo de atuação profissional do pedagogo empiricamente conhecido pela sociedade de modo geral.
O Pedagogo não trabalha somente a escolaridade em si, mas também, uma série de tarefas pedagógicas que envolvem o paciente em corpo e mente. Nesse sentido, algumas ações são apresentadas por Matos e Mugiatti (2009, p.156-157).
Desenvolver metodologias, linguagens e materiais apropriados para o atendimento lúdico-pedagógico em ambiente hospitalar;
Favorecer a continuidade dos estudos para as crianças e adolescentes que, em função das enfermidades, não conseguem manter sua escolarização em razão de sua permanência prolongada em tratamento hospitalar, com vistas, em ultima instância, também, à minimização das desigualdades sociais;
Propiciar novas práticas educativas favorecendo a construção do conhecimento, inclusive utilizando-se da informática e internet como fonte de troca de informações;
Contribuir para o exercício da cidadania e inclusão social e digital;
Atuar sempre de acordo com as condutas éticas necessárias ao respeito e dignidade ao ser humano, independente das condições do momento;
Participar de eventos para divulgar estas pesquisas e promover a socialização dessas;
Fomentar a necessidade da utilização de propostas deste porte para hospitais, escolas e entidades governamentais;
Atuar sempre de acordo com as condutas éticas necessárias ao respeito e dignidade ao ser humano, independente das condições do momento;
Participar de eventos para divulgar estas pesquisas e promover a socialização destas;
Contribuir, de diversas formas, para o processo de humanização hospitalar;
Fomentar a necessidade da utilização de propostas desde porte para hospitais, escolas e entidades governamentais.
Conforme Matos e Mugiatti (2009), o pedagogo pode atuar em ambientes não escolares tais o quanto sua formação acadêmica curricular de pedagogo por possuir habilitação própria de sua formação acadêmica intelectual, inclui-se saberes cognitivos para trabalhar em diversas ações com crianças e adolescentes em idade escolar que necessitam da continuação da educação especial no período de internamento. Assim sendo, o Pedagogo pode atuar em instituições escolares e não escolares como empresas, hospitais, clínicas, programas assistenciais, tais, como Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), entre outros não citados. Matos e Mugiatti (2009, p.69) ressaltam que:
Sob tal ponto de vista, o objetivo é claro e definido, isto é, manter e potencializar os hábitos próprios da educação intelectual e da aprendizagem de que necessitam as crianças/adolescentes em idade escolar, mediante atividades desenvolvidas por Pedagogos em função docente.
O trabalho do Pedagogo, no ambiente hospitalar, é estimular e cuidar das crianças/adolescentes, fazê-las sentirem-se alegres e felizes, promover distração, jogos, brincadeiras e coragem para superar todos os estágios da doença. Dando ênfase ao cuidar durante todo período de tratamento que deve ser com atenção e carinho de forma prazerosa, ou seja, lúdica, por isso é fundamental o conhecimento prévio sobre o cuidar e as doenças acometidas por cada paciente e seu quadro físico e psicológico. Mas, por mais que a criança esteja impossibilitada de andar ou sentar, a mesma receberá atendimento no leito. Para Matos e Mugiatti (2009, p.84).
O dever do Pedagogo é, por conseguinte, substituir compromissos induzidos pela ideologia dominante por uma visão crítica, que capte a realidade como uma totalidade em permanente movimento e faça de sua práxis sua filosofia de vida e projeto de trabalho. Se o compromisso só é imbuído de humanismo, este, por sua vez, só é consequentemente quando está fundamentado cientificamente.
A Pedagogia Hospitalar
A Pedagogia Hospitalar tem como objetivo proporcionar as crianças e adolescentes internados em hospitais a manter contato com o meio exterior, aprendendo, adquirindo e construindo novos conhecimentos através da continuação da escola no âmbito hospitalar.
A Pedagogia Hospitalar é considerada nova em Santana do Ipanema, tema que chega surpreender a uma maioria grande de médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais ligados à saúde e ao atendimento no hospital. Isto pode ser facilmente evidenciado, quando realizadas algumas visitas no hospital. Ocasião de umas visitas, um médico relatou nunca ter ouvido falar sobre o assunto. Isto é por parte do retrato que compõe o quadro real do conhecimento que se tem sobre a temática aqui abordada. Tomando como base a necessidade de conhecermos: que conhecimentos têm os profissionais de saúde de um hospital, localizado no município de Santana do Ipanema, sobre a importância e atuação do pedagogo no ambiente hospitalar?
Baseado nessa carência de conhecimento, sobre a perspectiva da continuação da escolaridade no ambiente hospitalar surgiu à necessidade de levantar dados sobre conhecimentos a categoria da saúde sobre “Pedagogia Hospitalar”.
A pesquisa buscou levar aos profissionais do serviço hospitalar a importância e a finalidade de inserir o paciente no contexto de rotina de um hospital, entendendo este, também como locus de ensino e aprendizagem, mantendo os fluxos de desejos e desenvolvimento cognitivos dos doentes, privilegiando contatos e relações, além de reforçar laços familiares, pois, o mesmo oferece suporte às crianças e aos adolescentes.
O internamento eventualmente causa algumas sequelas, seja na vida escolar, como na vida social e familiar da criança/adolescente. A distância de seus irmãos e ou parentes queridos, amigos, da escola da vida que deixou fora do hospital, passando sentir uma saudade imensa, que o machuca deixando seu corpo mais frágil, facilitando para doença, ao invés da melhora.
Este trabalho deve ser organizado e orientado pelo Pedagogo, inserido numa equipe multidisciplinar, pois, o mesmo possui formação acadêmica teórica e prática na área das Ciências Humanas, onde poderá desenvolver técnicas interdisciplinares por meio de projetos e integração com os profissionais da área hospitalar.
Por isso é tão importante a formação específica do profissional e interdisciplinaridade e a união das funções e profissionais, pois, este trabalho não é individual, e sim um trabalho em conjunto. É fundamental a preparação e primordialmente o desejo de querer fazer com humanização e saber fazer com compromisso, para cuidar da criança/adolescente e contribuir com a melhoria do quadro emocional/psicológico dessas crianças/adolescentes na construção de seus conhecimentos.
Este é, num entanto, um trabalho extremamente importante e sério, para o desenvolvimento físico e social dos enfermos durante a internação dando continuidade a vida escolar sem prejuízos no ano letivo e sentirão que estão interagindo com meio social exterior. Segundo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RECNEI 1998, p. 21).
A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma determinada Cultura, em um determinado momento histórico. É profundamente marcada pelo meio social em que se desenvolve, mas também o marca.
A pedagogia hospitalar traz dois motivos para um trabalho de qualidade: primeiro é de garantir um direito do cidadão segundo a Constituição Federal que diz que a “educação é um direito de todos e dever do Estado”, dessa forma levando a continuação dos estudos mesmo num ambiente hospitalar, a segunda é para um atendimento lúdico/pedagógico promovendo um trabalho de terapia ajudando na cura do paciente internado.
Esta terapia inovadora proporciona a autoestima do paciente, com descontração e ludicidade, entre outros aspectos. Esse trabalho deve ser realizado preferencialmente em uma brinquedoteca, mas, não tira o direito do paciente acamado receber atendimento pedagógico no leito.
Seguindo o pensamento de Matos e Mugiatti (2009), a terapia no leito envolve o paciente, o pedagogo e a família, de forma conjunta elevando a confiança do paciente para com o pedagogo. O paciente internado está passando por vários momentos durante o dia, o sofrimento com a dor, no momento das medicações, neste sentido, esse tipo terapia aliviará o medo e aumentará a confiança no tratamento. Passar para o paciente que ele é capaz de resolver situações é uma exigência para que este se reconheça como sujeito no processo de cura, elevando sua auto-estima e confiança no tratamento. Portanto, ensinar ao paciente sobre a doença, o tipo de tratamento, sua evolução, fará com que o paciente se ajude, faça progresso, pois, seu estado psíquico é fundamental para um tratamento eficaz, trabalhar a mente ajuda o corpo a reagir junto com as medicações. Neste sentido, as ações do pedagogo entram em confluência com as ações de psicólogos, enfermeiros, médicos e assistentes sociais que atuam no serviço hospitalar.
Assim, diminuindo a tristeza que as crianças adolescentes sentem por estarem distantes de suas casas, está num ambiente que proporciona o afeto, que possa diminuir sua dor, sua impaciência com o tratamento e a ansiedade. A escola hospitalar passa a ser uma terapia ocupacional para o enfermo, está longe de sua rotina, significa viver outra vida, está em outro mundo, é se sentir-se perdido, sem rumo. Para o adulto não é fácil a internação e para uma criança/adolescente o hospital é uma prisão. A criança vive da liberdade e movimento, está doente já a deixa fragilizada e viver longe de seu cantinho, seus brinquedos, amiguinhos, a deixa vulnerável mais ainda a doença, o estado psicológico precisa ser trabalhado junto da doença. Como diz o ditado popular de autor desconhecido “cabeça sã, corpo são”, corpo e mente anda em sincronia, portanto, devem ser tratados juntos.
A atuação do pedagogo na brinquedoteca: uma vertente da Pedagogia Hospitalar
A brinquedoteca hospitalar é uma opção de atendimento dentro da Pedagogia Hospitalar para crianças e adolescentes em tratamento sob regime de internação. No Art. 1o “os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão, obrigatoriamente, com brinquedotecas nas suas dependências.” Uma Lei de 2005 e ainda nos dias hoje não possível perceber este atendimento na grande maioria dos hospitais visitados, ainda no parágrafo único da Lei 11.104/2005 diz “O disposto no caput deste artigo aplica-se a qualquer unidade de saúde que ofereça atendimento pediátrico em regime de internação.”
Percebe-se na atualidade, há uma exigência do Estado para implantação de brinquedotecas para os hospitais, onde está evidenciado na a Lei 11.104 de 2005 no Art. 2o “Considera-se brinquedoteca, para os efeitos desta Lei, o espaço provido de brinquedos e jogos educativos, destinado a estimular as crianças e seus acompanhantes a brincar.”
O presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva quão fez saber o Congresso Nacional decretou e sancionou a seguinte Lei 11.104 de 2005 segundo é obrigatório que todo hospital com internação pediátrica ter brinquedoteca. Também é importante que seja conduzida por um Pedagogo, é um profissional altamente capacitado para realizar atividades escolares, lúdicas, terapêuticas, relaxantes e prazerosas para as crianças adolescentes acometidos pela doença e o distanciou da escola e de suas casas de acordo com sua formação acadêmica descrita nas Diretrizes do curso de Pedagogia.
Esse espaço passa a ser o lugar onde criança/adolescente internado vai sonhar, pois, proporciona a criança sentir-se criança, a vivenciar sua infância. Promovendo momentos de distração, afastando o olhar da criança/adolescente lugar que submete medo, dor, estresse, ansiedade, e fazer com que mergulhe num mundo de paz, conforte e bem estar de forma lúdica.
O lúdico faz parte da vida criança em seu cotidiano especialmente quando está doente, o seu desenvolvimento e aprendizagem acontecem através da brincadeira e movimento para tanto é necessário o carinho. Para (PINHO, 2009).
A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, o jogo, a brincadeira e o brinquedo são a essência da infância, e utilizá-los permite um trabalho pedagógico que possibilite a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento.
As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica.
A brincadeira é valorizada e é forma de aprendizagem seja qual for o ambiente. A criança/adolescente no leito também receberá atenção especial, como leitura de contos infantis, fábulas, jornais, revistas, música, jogos, entre diversas metodologias de ensino. Para Santos (2000 pág. 166):
Educadores e pais necessitam ter clareza quanto aos brinquedos, brincadeiras e/ou jogos que são necessários para as crianças, sabendo que eles trazem enormes contribuições ao desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar. No jogo, ela está livre para explorar, brincar e/ou jogar com seus próprios ritmos, para auto controlar suas atividades, muitas vezes é reforçada com respostas imediatas de sucesso ou encorajada tentar novamente, se da primeira alternativa não obteve o resultado esperado.
Nesse ambiente é possível a realização de atividades com várias manifestações pessoais em diversas linguagens: desenho, escrita, música, linguagem, expressão corporal e artística, histórias e contos, símbolos, sonhos, internet e outros conteúdos inconscientes. Para manter o estudante atualizando e deixando-o em contato como mundo exterior do hospital.
Na brinquedoteca serão atendidas todas as crianças/adolescentes com um quadro clínico adequado para as atividades, pois as sem condições de sair do leito receberão atendimento neste, não deixando de usufruir das contribuições benéficas da Pedagogia para sua vida educacional e psicológica, na compreensão e desenvolvimento de novos desafios na construção de um saber crítico que os beneficie em seu processo de cura.
A realização deste trabalho, acima descrito, pode ser composta de uma sala ampla, pois, quanto mais espaço existir, melhor serão desenvolvidas as atividades e maior será o número de crianças atendidas durante o dia para atividades que envolvam brincadeiras e jogos.
A sala para brinquedoteca pode conter estante com diversos livros, TV, aparelho de DVD, filmes infantis, documentários, antena para receber canais gratuitos para os pacientes e seus familiares assistam as reportagem e fiquem atualizadas do mundo fora do hospital. Brinquedos pedagógicos diversos entre quebra-cabeças, bola para fisioterapia, tapete, jogos, mesa, poltronas confortáveis, cadeira, espelho grande na parede para se autoconhecer, computador com internet, material didático, lápis de cor, tesoura sem ponta, canetas coloridas, papel A4, cartolina, quadro branco, lápis para quadro branco, dentre outros objetos. É recomendável que a brinquedoteca seja extremamente colorida, simbolizando a infância da criança.
Consideramos que os resultados da pesquisa apontaram que, os profissionais entrevistados não tinham conhecimento sobre o significado da Pedagogia Hospitalar, porém ressaltaram a importância da criança e do adolescente, dessa forma, dá continuidade à escolaridade no âmbito hospitalar. Destacando que na fala dos profissionais, o relato ficou voltado para visita das acadêmicas e que as mesmas se sentem conhecedoras do valor, bem como da necessidade de um professor com formação Pedagógica no hospital, para atuar, junto à equipe com objetivo de contribuir para promover à criança/adolescente a possibilidade e a acessibilidade que é de direito, a continuação da escolaridade.
Dessa maneira com esta pesquisa estaremos contribuindo para o conhecimento, ao mesmo tempo estimulando pai, mãe e filhos a lutarem por seus direitos com assistência humanizada no âmbito hospitalar.
As ações da atuação do pedagogo no âmbito hospitalar, não são comuns em hospitais públicos ou privados. É necessário boa vontade dos gerentes dos hospitais e o apoio das secretarias de saúde e educação para, em conjunto, promoverem ao povo o direito que precisa ser garantido ao cidadão. Evitando assim prejuízos à vida escolar, psicossocial e cultural da criança e do adolescente hospitalizados.
Conclusão
Diante do que foi exposto compreendemos que a Pedagogia Hospitalar e o trabalho do pedagogo em ambientes não escolares, ainda é um assunto desconhecido pelos profissionais da saúde.
Nesse contexto é necessária que se tenha políticas públicas voltadas para divulgação do trabalho do pedagogo fora do ambiente escolar, tornando a Pedagogia Hospitalar uma prática da rotina de hospitais, com apoio das secretarias municipais de saúde e educação, para que dessa forma seja possível modificar o paradigma de que pedagogo é só para sala de aula.
Contudo também é indispensável que aja interesse da comunidade em lutar para garantir o direito da criança e do adolescente em situação de internamento. Portanto, a Pedagogia hospitalar é direito da criança e do adolescente, é dever do Estado e da Família segundo o (ECA), garantirem o cumprimento a Lei, para promover ao paciente internado o direito à vida e a liberdade de forma digna, proporcionando o bem estar físico e psicológico durante seu processo de doença até a cura.
Durante a pesquisa foi possível despertar nas equipes de saúde o interesse em saber o que é Pedagogia Hospitalar e sobre a importância do trabalho do Pedagogo no ambiente hospitalar. E também mostrar a importância e a possibilidade de unir um trabalho que o hospital já desenvolve em seu cotidiano as ações do projeto Doutores da Alegria[1], que ajudam as crianças/adolescentes sentirem alegria e descontração durante o período de tratamento da doença.
Os profissionais entrevistados agora são conhecedores do valor e a necessidade de um professor com formação Pedagógica no hospital, para atuar, junto à equipe contribuindo à criança/adolescente a possibilidade e acessibilidade que é de direito, a continuação da escolaridade.
Concluem-se este artigo, que após conhecer o saber de alguns profissionais da saúde nesta pesquisa, atribui-se avanços, na divulgação da Pedagogia em campos não escolares. Pretende-se com esse estudo, confirmar a importância da escola no ambiente hospitalar para a continuidade à vida escolar da criança e do adolescente hospitalizado e tendo a oportunidade de apresentar um ambiente familiar e aconchegante, facilitando a melhora de seu quadro clínico e ao mesmo tempo desenvolvendo conhecimentos e tornando-se um ser humano, mais social e crítico sobre os saberes da vida em seu cotidiano.
Nota
O projeto Doutores da alegria é um trabalho diferenciado da Pedagogia Hospitalar, onde o mesmo realiza um trabalho com brincadeiras, transformando o ambiente em momentos curtos em alguns dias da semana. A Pedagogia Hospitalar leva a escola para o hospital em conjunto com o trabalho que envolve aula, jogos e brincadeiras preservando sempre o ambiente de aprendizagem lúdico.
REFERÊNCIAS
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EDUCATIVA, Paraná. Estudantes em tratamento de saúde têm aulas em hospitais. http://www.youtube.com/watch?v=qIDt6_reYDg&feature=related acesso em 11/11/2012.
FONSECA, S. E. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: memmon, 2003.
FONTINATE, Maria Cristina Fidêncio. Inclusão digital. http://www.planetaeducacao.com.br/portal/impressao.asp?artigo=2036 acesso em 21/11/2012.
MACHADO, Repórter: Lívia. Classe Hospitalar Hospital Regional http://www.youtube.com/watch?v=E7GchrM1w64&feature=related acesso em 11/11/2012.
MATOS, Elizete Lúcia Moreira. Pedagogia Hospitalar: A humanização integrando educação e saúde / Elizete Lúcia Moreira Matos; Margarida Teixeira de Freitas Mugiatti. 4. Ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
MEC, Ministério da Educação - Ministério Da Saúde – MS. A Obrigatoriedade de Instalação de Brinquedotecas Nas Unidades de Saúde Que Ofereçam Atendimento Pediátrico em Regime de Internação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2005/Lei/L11104.htm acesso em 21/11/2012.
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PEDAGOGIA Hospitalar: Reflexão sobre a atividade dos profissionais da educação no âmbito da pedagogia hospitalar. Disponível em: http://www.ulsm.pt/fotos/gca/1151491099pedagogia_hospitalar.pdf
PINHO, Raquel. O Lúdico no Processo de Aprendizagem. Leia mais em: 10 jul. 2009 – WebArtigos.com - Publicar Artigos | Divulgar Textos | Artigos Disponível em: http://www.cdof.com.br/recrea22.htm.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedoteca: a criança, o adulto, e o lúdico. Petrópolis: Vozes, 2000.
Por FLAVIANA CORDEIRO WANDERLEY
-Pedagoga pela UFAL
-Especialista em Psicopedagogia - São Luiz/SE;
-Especialista em Gestão Escolar - UFAL
-Especialista em Psicopedagogia - São Luiz/SE;
-Especialista em Gestão Escolar - UFAL
-Pedagoga na Secretaria Municipal de Educação;
-Magistério -EE Mileno Ferreira;
- Pedagoga
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