Quantos de nós estamos vivenciando na sua totalidade o momento presente? Acredito que são raros aqueles que conseguem estarem com a mente e o corpo no mesmo lugar. Ora estamos no passado, ora estamos no futuro. Focar a mente no passado, ruminando problemas, culpas e desilusões poderá levar a depressão, e o contrário, se voltar para o futuro, prevendo catástrofes, doenças e acidentes, entre outras tantas mazelas que o cérebro estimulado tem a capacidade de criar, causa ansiedade, que poderá se transformar em pânico, agorafobias e outras patologias ansiogênicas.
A preocupação nos mantém distante do momento presente, imobilizando as realizações do agora em função de coisas que poderão ou não acontecer, consequentemente desperdiçamos tempo e energia obcecados com o futuro.
Comumente gastamos tempo considerável planejando ansiosamente algum evento e quando finalmente chega o grande dia, não estamos lá, não aproveitamos, nossa mente está ocupada, planejando outro evento ou nos preocupando.
A atenção plena ou mindfulness auxilia na autorregulação da atenção para a experiência presente, nos ensinando a ter atitude aberta, de curiosidade, ampla e tolerante, dirigida a todos os fenômenos que se manifestam na mente consciente. Sensações, emoções, pensamentos, fantasias e recordações são percebidas no campo de atenção e aceitas como elas são. Sentir, ver, cheirar, ouvir, tocar e intuir o agora, vivenciando os momentos quando eles acontecem, afinal como disse o Dalai Lama:
Essa pratica é simples e podemos pratica-la em todos os lugares, agora mesmo lendo esse texto, quantas vezes a sua mente te levou a outros lugares e situações? Não questione e nem se culpe, apenas perceba, aceite e volte a sua atenção gentilmente ao texto. A atenção plena, nada mais é que ter a intenção de estar no presente, o treino pode levar a estados de calma e serenidade, aceitando os acontecimentos como eles são, uma vez que não podemos mudar o mundo e nem ninguém, mas podemos nos transformar, vamos viver cada dia, cada momento, sustentando a atenção intencionalmente no momento presente, sem julgar o que apareça na nossa consciência.
Convido a experimentar o presente, deixando o passado pra trás e o futuro para o amanhã, como disse o apostolo Mateus: “... não estejais inquietos pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A cada dia basta o seu mal”.
REFERÊNCIAS
Bishop, S.R., Lau, M., Shapiro, S., Carlson, L., et al. (2004). "Mindfulness: A Proposed Operational Definition", Clin Psychol Sci Prac 11:230–241
Por EUNICE ANTUNES SANTOS
-Graduada em Psicologia pela Universidade Cruzeiro do Sul
-Especialização em Terapia Cognitiva Comportamental – Centro de Terapia Cognitiva Veda
-Certificação Internacional DGERT em Terapia Cognitiva.
-Especialização em Terapia Cognitiva Comportamental – Centro de Terapia Cognitiva Veda
-Certificação Internacional DGERT em Terapia Cognitiva.
Texto claro e totalmente dentro do contexto atual em que vivemos .Um mundo em que quase sempre somos obrigados a engolir informação que não buscamos. Focar no agora hoje se tornou mais um desafio da humanidade e o pior é que geralmente não nos damos conta disso.
ResponderExcluirNisse, de fato não é fácil sairmos do redemoinhos de informações e estímulos, mas temos que nos voltar pra nós mesmos e sentir o presente.
ResponderExcluirObrigada pelo comentário.
Abraços