sábado, 1 de julho de 2017

Avaliar, Mediar e Formar. A Quem?




Vivemos hoje, em um mundo com quebra de paradigmas e com turbilhão de informações, e mudanças na educação. Sabemos que a educação é a base fundamental para o crescimento e desenvolvimento humano. 

Escolas cada vez mais buscam diferenciais, novas tecnologias, novos espaços, uma grade curricular diferenciada, um PPP (Projeto Político Pedagógico) envolvente e moderno, buscam incansavelmente adesão dos pais junto ao processo ensino/aprendizagem e professores que deem conta de tudo isso. Percebemos também que cada vez mais a educação está repleta de buscas e conflitos. O sistema educacional do país que busca se reestruturar, inovando e estabelecendo novas leis, diretrizes e conceitos em busca de respostas para dúvidas constantes sobre o futuro da nossa educação.

Em meio a tudo isso, a família cada vez mais dividida entre inversão de valores, descréditos, falta de tempo, de estrutura social, familiar e, uma parte dos alunos nesse embate chega à escola sem limites, sem interesse pelo estudo, com falta de tolerância, voltados para um mundo vazio e triste, já outros extremamente antenados e ativos para a aprendizagem. E esta demanda chega ao universo escolar e se forma com vários estilos de aprendência dentro de uma sala de aula. 

Apaixonada por este segmento da educação infantil, parto sempre dessa pérola dita pelo autor Celso Antunes (2009) para assessorar meus professores, que diz:

"São mestres atentos à curiosidade infantil, por isso, organizam aulas e projetos que envolvem temas associados à natureza e à cultura, à beleza, à bondade e a verdade. Sabem que sua forma de agir jamais se encontra pronta, mas simboliza busca permanente. Caminho que a todo o momento se refaz. E por que existem professores assim, existe a esperança de que o amanhã será melhor e de que não deverá demorar os tempos em que todos os pais saibam que a educação infantil é tudo, o resto é quase nada". 
E como trabalhar com esses alunos na educação infantil?

Como avaliá-los e formá-los para este século cheio de exigências e mudanças contínuas? A reflexão sobre avaliação deve ser considerada altamente importante. Que olhar o professor deve ter sobre seus alunos e quais serão as habilidades e competências que serão desenvolvidas nesse processo? Quais são esses estilos de aprendizagem? Como trabalhar o socioemocional? Teoria e ludicidade! Como aprender e brincar, juntos?

Na década de 1930 a avaliação tinha a função de medir erros e acertos. E hoje? Com tanta tecnologia, conceitos inovadores, tablets, lousa digital e tantos outros subsídios para esse universo escolar, o que se tem realizado com esses alunos?

Jussara Hoffmann afirma que ( 1998) : "antes de fazer diferente, é preciso pensar diferente sobre o que se faz".

Então vamos lá. Saber que a avaliação na educação infantil é contínua e processual e que deve fazer parte da proposta pedagógica da escola é de suma importância para nortear o trabalho do professor em sala de aula e que este muitas vezes ensina seu aluno se importando somente com o conteúdo dado, como forma de finalização de semanário e meramente por dever cumprido. Inacreditável, mas ainda temos professores assim, que desconhecem a postura investigativa que devem ter com seus alunos como arma para avaliação/ação transformadora. 

O que se tem visto são algumas escolas de educação infantil perdidas em suas metodologias x sistemas de ensino, atropelando conteúdos e anulando a sua identidade escolar, que só é formada quando se tem a clareza e a certeza da visão de homem que se pretende formar. Professores necessitando de acolhimento e auxílio diretamente na ação: como dar aula? Preocupante! Muitos com o olhar cheio de dúvidas e de amor pela profissão e missão que escolheu. Aí me pergunto: PORQUÊ TANTAS MUDANÇAS E NÃO SE MUDA A FORMA DE SE FORMAR PROFESSORES? 

Não há dúvidas de que introduzir tecnologias novas nas escolas é inovar metodologias e práticas pedagógicas que ajudam professores e alunos no processo de ensino. Mas é preciso urgente de uma reformulação na formação dos docentes para que respondam com maior propriedade à formação de nossos pequenos alunos para o século chamado de inovação! 

Finalizo com o pensamento das autoras Tânia Queiroz e Célia Godoy (2006) que diz: 
"A plena conscientização de que queremos um aluno que pense, cidadão, critico, ativo, empreendedor, dinâmico, criativo, amoroso e feliz, não garante nem sustenta mudanças! É preciso primeiro avaliar a própria instituição e seu compromisso com a verdadeira função social que ora exerce".
POR MARIA CRISTINA TÓFOLI






















- 23 anos na área da Educação;
-Formada em Magistério/Especialização em Educação Infantil/Pedagogia;
-Coordenadora pedagógica em escolas particulares no segmento da educação infantil ao ensino médio;
-Assessora autônoma – Implantação do Programa "Avaliando" com diferenciais visando crescimento nas escolas; 
-Nos últimos anos atuou como assessora pedagógica em editoras atendendo professores, coordenadores e diretores em SP e interior e
-Diretora Social – Lions Clube Tatuapé – serviços solidários.

Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

5 comentários:

  1. Gostei Muito, tudo o que gostaríamos de dizer e não o fazemos por achar perda de tempo, num país muito pobre de ideias e vontade de mudar!!!

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    1. Olá! Grata pelo comentário. Concordo que algumas situações desanimam. Mas vamos acreditar e mudar pelo fato de sermos responsáveis pela missão de educar. Vamos lá?! Um abraço!
      Cris Tofoli

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  2. Falou com conhecimento e competência coisa escassa no magistério.Hoje a inversão de valores predomina na sociedade e nas escolas.Sem mudar a visão dos professores não haverá mudança pedagógica capaz de dar conta de melhorar o ensino no Brasil. Parabéns!

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    1. Oi, Neide! Obrigada pelo comentário.
      O mundo gira rápido e a forma de dar aula precisa acompanhar essas mudanças. Infelizmente, neste segmento citado, vejo o quanto a escola e o professor necessitam de ajuda. Falha no sistema de ensino? Professores mal formados ou informados? Vamos continuar acreditando e auxiliando nessa linda missão do educar. Abraços!
      Cris Tofoli

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  3. Nesse tema educação, sempre volto ao passado para tentar entender qual a metodologia foi usada nos séculos VIII por Carlos Magno para sua reforma na educação, que vemos a olhos nus seus efeitos duradouros séculos à frente.

    Qual a estrutura física além de caminhar ao ar livre e dar preleções sob os portais cobertos do Liceu,hábito de Aristóteles isso 336 anos antes de Cristo?

    Isto posto, penso que educação no Brasil se tornou tema político, e, onde há política não haverão soluções viáveis e plausíveis.

    O Professor, ensina. Os Pais, educam, os alunos, aprendem, e, os políticos, atrapalham...

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