sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Fora todos!

Na esteira da descoberta de que as delações que resultaram nas acusações contra Temer estariam comprometidas, novas denúncias e delações contra aqueles que até ontem tinham aliança com o atual presidente e hoje o chamam de golpista, mostram o quanto os políticos brasileiros abriram mão das bandeiras ideológicas para abrir os bolsos e encher com o dinheiro roubado dos brasileiros.

Muitos céticos avisavam que somente a delação dos irmãos Friboi, parceiros e grandes doadores para campanhas petistas, por si só poderia não se sustentar. A primeira acusação contra Temer foi muito custosa para o capital político e para as verbas das emendas parlamentares que o presidente dispunha e atrasou diversas pautas do congresso, como a reforma da previdência, tributário e política. Esses fatos novos que comprometem a delação podem trazer certo alívio para o governo e destravar alguns temas na câmara dos deputados, mas e o custo para o país?

O emaranhado de conexões criminosas entre os políticos e certos agentes econômicos cobra um alto preço da população, que se vê obrigada a colocar nas mãos da nossa combalida e muitas vezes conivente justiça o papel de punir os agentes que criaram as leis que hoje a eles se aplicam. Além, é claro, de pagar o preço com o aprofundamento da crise econômica causada pela já mencionada apatia e incapacidade dos deputados de levarem o Brasil pra frente. Isso significa que independe do partido político ou do espectro ideológico, o Brasil está cercado e sendo comandado por quadrilhas criminosas disfarçadas de legendas com slogans bonitos e boas intenções, porém que pouco se importam com o agravamento da miséria e desesperança da população.

E essa desesperança só poderá ser convertida em esperança de dias melhores uma vez que tenhamos exemplos de que a lei está sendo cumprida, de que os agentes públicos que sela fazem parte estão trabalhando em prol dos seus verdadeiros patrões, que é o povo. Também passa por uma renovação na política brasileira. Essa renovação está em curso e tende a se intensificar nos próximos anos. E os políticos sabem muito nem disso, por isso mesmo estão tramando através da reforma política, cláusulas que perpetuam seus poderes, que enfraquecem os partidos pequenos e sem crimes para serem cobrados nas urnas, e busca isolar aqueles candidatos fora do quadro de roubalheira no qual virou a política brasileira.

O surgimento dos políticos ou figuras públicas de fora da política pode ser visto como um alento, mas também acende um alerta vermelho. Um alento, pois mostra que a roda da política gira, que o povo não tem mais memória curta e que a internet veio para amplificar as vozes que baterão de frente com o esquadrão da velha política de compadres e puxadinhos políticos. E acende um alerta, pois também pode abrir caminho para aventureiros políticos que comprarão a confiança do povo com promessas populistas que parecerão doces no momento, mas que poderão custar caro se não forem formatadas sobre bases sólidas e bons fundamentos de planejamento e gestão pública com responsabilidade fiscal.

Essas transformações políticas, econômicas e sociais pelas quais o Brasil está passando poderá trazer muitos bons frutos se a gente for capaz de separar o joio do trigo, se pudermos fazer marcação corpo a corpo com a classe polícia, se formos às ruas e ocuparmos os espaços que são nossos por direito. Os políticos tentarão de tudo, de lutar a correr para todos os lados e se agarrando nas falsas promessas e no discurso sedutor, mas isso não será suficiente, pois os brasileiros já estão vacinados contras promessas de ocasião, frases de efeito lançadas por marqueteiros muito bem comprados com nosso dinheiro. O brasileiro não cai mais na conversa fiada dos políticos de antigamente. A renovação e dias melhores será uma questão de tempo, muita cobrança e voto consciente.

POR GERALDO FRANCA











-Graduado em Comunicação Social pelo Unicuritiba;
-Analista de informações gerenciais, qualidade e processos no setor de Telecomunicações;e
-Durante sua trajetória, trabalhou nas áreas de Comunicação e Marketing.
Twitter: @Geraldofranca

Nota do Editor:

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