Atribuir aos supostos brancos tupiniquins uma suposta dívida social a ser ressarcida aos afrodescendentes, em razão de estimados 400 anos de escravidão, é uma grande falácia, ou uma enorme mentira. O preconceito reverso pode ser constatado nas letras das músicas disponíveis no Spotify, nos filmes da Netflix, e no maior buscador da internet, Google Search. Essa condição é tão hegemônica, que dificulta até a pesquisa do tema.
Nos países em que ocorreu o fim da escravidão, os trabalhadores foram transformados em escravos por meio da cobrança de impostos, visando solidificar o poder estatal. Nesse contexto foi incluída a narrativa do conflito entre brancos e negros, para enfraquecer a resistência da população contra a opressão do Estado.
As Cavalhadas de Pirenópolis(GO), entre outras, são uma encenação que retrata a luta para expulsar os muçulmanos da Península Ibérica. Além dela, o Império Mouro tinha grande abrangência: Norte da África e Oriente Médio. Essa área é quase a mesma desejada atualmente pelo grupo terrorista Estado Islâmico. As batalhas aconteceram entre 711 D.C. e 1492 D.C.
Ingleses, Holandeses e Ibéricos traficaram escravos negros de 1415 a 1975, mas os vendedores eram sempre nações africanas que haviam derrotado outras em guerras. As organizações racistas promotoras de conflitos desconhecem que a escravidão sempre existiu e sempre foi com o intuito de gerar lucro, e não condicionada à cor da pele. Brancos escravizaram brancos, negros escravizaram negros, desde o Império Grego em 2.500 A.C.
Vale registrar que França e Espanha também conquistaram e colonizaram áreas do Norte de África, onde haviam sido anteriormente escravizados pelos muçulmanos da Costa Berbere, entre 1530 e 1780. Neste período, estima-se que em torno de um milhão de europeus, brancos e cristãos, foram escravizados.
Fugindo dessa exploração, quase 22 milhões de europeus emigraram para as Américas entre 1820 e 1930. Desse total, em torno de 4 milhões vieram para o Brasil, que tinha em torno de 10 milhões de habitantes naquele período, ou seja, escravos africanos eram mão de obra acessível apenas para a elite. A grande maioria era obrigada a contrair matrimônio ainda adolescente, visando ter até 20 filhos, que eram utilizados desde os 7 anos de idade, no trabalho pesado nas fazendas, em face da impossibilidade operacional e financeira de aquisição de escravos. Essa foi o fundamento primário da construção da riqueza nacional.
Diante do exposto, conclui-se que a possibilidade de existir algum pagador de impostos no Brasil, que possa ser enquadrado geneticamente como um dos herdeiros de patrimônio oriundo dessa exploração de mão de obra escrava, é quase nula. O fundamento reside no fato que foram exatamente europeus brancos e cristãos que, por vários modos, deram um fim parcial na escravatura, pois ela ainda resiste no continente africano, onde é uma ocorrência comum há mais de quatro mil anos.
- Advogado, engenheiro civil e professor de inglês
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