Muitas vezes ouvimos ideias prontas sobre nossas emoções e acatamos como uma verdade absoluta, sem nos darmos a oportunidade de refletirmos sobre as mesmas. Por que é feio ter raiva? Por que homens não podem chorar? Por que a tristeza é tóxica e contamina o ambiente? Por que quem ama tem que perdoar?
Você já parou para pensar nestas (in)verdades que dizem por aí a respeito das emoções? Afinal, o que são e para que servem as emoções?
Vários estudiosos se debruçaram sobre esse assunto e hoje sabemos que quem regula as emoções é o sistema límbico, situado no interior do encéfalo (cérebro), indicando que “sentir” faz parte de nossa constituição fisiológica. Não são somente os fracos que sentem. A manifestação das emoções básicas é vivenciada por TODOS. Entretanto, a interpretação do que sentimos envolve também aspectos cognitivos, psicológicos e o contexto sociocultural.
Levando em consideração o aspecto evolucionista, de acordo com Charles Darwin, as emoções são a base para viver e se manter em um grupo. Elas são alertas para indicar que algo está desajustado e merece atenção. As emoções básicas são inatas e possuem o mesmo padrão de resposta para todas as pessoas. São elas a raiva, o medo, a tristeza, a alegria, o nojo e o amor. Sendo assim, quando uma delas é acionada, a sensação corporal apresenta as mesmas características, independente de quem seja. Por exemplo, a raiva provoca tensão muscular, aceleração cardíaca, alteração no ritmo da respiração, entre outros sintomas, e sua função primordial é disparar o alerta de que você precisa se impor para defender seus interesses. É a emoção acionada quando nos sentimos injustiçados. Já o medo serve de alerta para um risco iminente e prepara seu corpo para atuar diante da situação. Você pode sentir vontade de correr, de fugir, de lutar e até paralisar diante de um estimulo ou situação que lhe desperte o medo, pode sentir um frio na barriga, tremores, sudorese e até dor de barriga. Esses pontos são comuns em todos os seres vivos e as demais emoções básicas citadas também expressam suas características próprias, que não citarei todas a fim de não estender demais o artigo.
O comportamento decorrente das emoções sob a influência dos demais aspectos: psicológico, cognitivo e sociocultural, resultará em um significado, de acordo com a interpretação pessoal, dando o sentido para o que sentimos, a maneira como entendemos e expressamos esse sentimento. Todavia como aprendemos sobre esse tema com muitos vieses e confusões, acabamos por nos equivocar na maneira como lidamos com isso em nosso dia a dia. Ou negamos ou exageramos na reação. E nenhum extremo é saudável!
Na natureza regulada e adaptada não há desperdícios, então o que sentimos tem razão de ser e devemos dar a devida atenção a isso. Convido você a um rápido exercício: Sente-se de uma maneira confortável, se puder feche os olhos, respire profundamente e volte sua atenção para como você percebe seu corpo agora: a maneira de se sentar, a temperatura do seu corpo, os pensamentos que teimam em dominar a sua atenção, volte a atenção para você. Há algo que lhe incomoda? Consegue descrever e nomear o que se passa com você neste instante? Respire profundamente mais uma vez e finalize o exercício.
Que tal reservar uns minutinhos diariamente para fazer esse treino, deixar seu corpo falar e aprender a interpretá-lo, fazendo as pazes com ele e desfrutando do bem estar que pode resultar dessa conexão? Experimente, sentir faz parte da vida, e o aprendizado nos leva ao autoconhecimento e à regulação das emoções.
POR SUELI DONISETI DOS SANTOS
-Psicóloga e Neuropsicóloga;-
-Graduada pela Universidade Cruzeiro do Sul;
-Especialização em Neuropsicologia pela USP;
Atua na Psicologia Clínica sob a abordagem Cognitivo-Comportamental, com atendimentos a crianças, adolescentes e adultos.
-Graduada pela Universidade Cruzeiro do Sul;
-Especialização em Neuropsicologia pela USP;
Atua na Psicologia Clínica sob a abordagem Cognitivo-Comportamental, com atendimentos a crianças, adolescentes e adultos.
Contato:11 95319-0439
Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.
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Muito instrutivo seu artigo, como dominar nossos sentimentos? Acredito que este exercício possa me ajudar no auto controle, vou aplicá-lo principalmente no horário do expediente. Parabéns pelo artigo
ResponderExcluirParabéns. Texto fantastico.
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