segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Perspectivas Econômicas para 2019






No meio da campanha eleitoral para o segundo turno, muito se especula e o Mercado fica em estado de expectativa até que o pleito tenha o resultado definitivo. Mas há sempre tanto especulação quanto análises sérias.


O que podemos dizer já de antemão é que independente de quem em 28 de outubro alcançar a vitória nas urnas, vai encontrar um país dividido ideologicamente. Se esse presidente for pragmático e unir o país num discurso de – vamos arregaçar as mangas e trabalhar, emprego e renda já – minimizará e muito os movimentos do "quanto pior melhor". Digo isso porque tem certos partidos políticos e movimentos sociais que pregam tanto a "democracia"mas na prática instaura o caos. Venezuela é o nosso exemplo a fugir bem longe, e quem é de bem vai lutar com todas as forças para sairmos desse marasmo econômico e caos ideológico.

Dito isso, vamos aos números (sim, estes é que na prática nos mostram se vamos, e para onde vamos):






PIB – Produto Interno Bruto (soma de produção geral de bens e serviços do país) em 2018 a projeção com todo o otimismo possível, depois de PIBs negativos e entre 0 e 1 ficamos em 1,5%, oscilando para baixo alguns décimos, isso devido a essa incerteza, polarização e guerra ideológica, que atrapalha demais contratos futuros internacionais. Porém, os mais otimistas acreditam que a projeção para 2019 ficará em 2,5%. Com essa perspectiva a taxa de desemprego declina levemente 1 ponto percentual, pois a criação de empregos + Reforma Trabalhista veremos os desdobramentos aqui, se os efeitos serão positivos;

Taxa SELIC – para os investidores a notícia pode ser interessante, porque se em 2018 alcançou um dos menores patamares dos últimos anos – ficando em média 6,5% - em 2019 estima-se que (digo aqui por causa da Dívida Pública que é financiada por títulos) ficará em 8%, e o CDI que é o benchmarking vai ficar mais interessante para esses investimentos. Para os produtores 2019 ainda assinala um ano ruim, onde melhor segurar as compras de máquinas e equipamentos até que a SELIC novamente se estabilize, isso depende diretamente de como o próximo presidente conduzirá a política econômica;

Inflação – aqui temos vantagens e desvantagens: quando a atividade econômica está desacelerada, a inflação perde força. Por isso em 2018 o IPCA ficou dentro da meta de 4,5% com baixas oscilações, e 2019 segue no mesmo ritmo; e

Câmbio – O Banco Central tem interferido como pode para reduzir a volatilidade da moeda estrangeira. Em 2018 o dólar ficou em média de R$ 3,80 a 3,90, e em 2019, dependendo da boa política econômica, pode ficar nesse mesmo patamar ou um pouco menos, o menor valor previsto é de R$ 3,70. Para quem exporta é interessante, pois torna na Balança Comercial nossos produtos e serviços atrativos em preço no exterior. Já para a indústria brasileira que importa insumos é oneroso.

A única vantagem é que esse patamar segura um pouco os produtos importados a concorrerem com o mercado interno.

Dito isso, o maior problema não são esses índices, mas como o futuro governo vai conduzir a política fiscal, ou seja, vai cortar gastos (cortar na própria carne) ou vai querer aumentar impostos e continuar inchando o Estado? Economistas temem que em 2019 a União não cumprirá a “regra de ouro” (A regra de ouro é um princípio estabelecido no artigo 167 da Constituição Federal Brasileira e regulamentada pela Lei de Responsabilidade Fiscal, de 1999. Significa que é preciso haver controle sobre os limites de endividamento do governo e, supostamente, pressupõe uma proteção aos investimentos.). Fora isso, ainda há em 2019 a discussão sobre a Reforma Previdenciária que continuará na pauta do Legislativo. 

O Brasil é muito maior que esses números. #vamosemfrente 

*ANA PAULA STUCCHI


-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana
Nota do Editor:

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Um comentário:

  1. Gostei do artigo, acho que estamos divididos a mais a quase 20 anos, com Bolsonaro se montar uma boa equipe, sair com as reformas, desaparelhar diminuir o Estado, privatizar, vamos para cima.
    Com Temer todo sabotado tivemos avanços, com sua equipe economica vamos aguardar.

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