Autora: Cintia Vasconcelos(*)
Em tempos em que tanto de fala de saúde mental e prevenção ao suicídio, não podemos nos esquecer dos motivos que causam tais problemas, e buscar soluções que diminuam o número de vítimas de algo que tem paralisado a vida de muitas pessoas.
Transtornos psicológicos têm vários fatores que podem desencadear a doença, mas em muitos casos o fator causador das doenças estão diretamente ligados ao ambiente de trabalho. E escola, independente de ser particular ou pública, é um dos ambientes mais estressantes que existem.
Professores não conseguem fazer um bom trabalho porque perdem boa parte do tempo de aula tentando resolver problemas comportamentais de alunos que não foram educados pelos seus pais e trazem consigo uma bagagem enorme de falta de educação, desrespeito ao professor e aos colegas de sala, não querem aprender e prejudicam quem quer aprender, levam drogas e bebidas alcoólicas para dentro da sala de aula, entre outros problemas.
E por mais que conversemos com o aluno na coordenação, ou chamemos os pais para uma conversa, acabamos por descobrir que é justamente a falta de atitude educativa por parte dos pais que acaba gerando problemas nos filhos. E a escola não tem muito o que fazer a não ser um encaminhamento para tratamento com psicólogo e até mesmo terapia familiar (que algumas famílias acabam reagindo com resistência à terapia mesmo que seja apenas para a criança; e passa a mão na cabeça do filho, defendendo seus erros e culpando a escola ou as outras pessoas envolvidas pelo comportamento inadequado do filho).
Além dos problemas dos alunos, muitos professores precisam trabalhar muito, nos três turnos, para melhoras seus rendimentos, pois o valor da hora/ aula é muito baixo.
Números de 2018 referente à cidade de São Paulo mostram que, em todas as profissões, a que tem o maior número de funcionários afastados é justamente os profissionais da educação, com uma média de afastamento de 62 professores por dia, e a maior causa são os transtornos psiquiátricos.
E na maioria dos casos, o afastamento é por um longo período de tempo, e alguns professores perderam a vontade de continuar exercendo a profissão, por mais que tenham sido apaixonados pelo que faziam. Perdeu-se totalmente o encanto!
E fica a preocupação: quem ensinará as próximas gerações? Haverá alguém que ainda se arrisque a enfrentar uma sala de aula apenas pela paixão pela profissão, sabendo dos riscos de ficarem doentes psicologicamente?
Faz-se necessário um trabalho conjunto de toda a sociedade, que dê o devido valor e reconhecimento a todos os profissionais da educação, para que mude esse quadro de professores doentes e desmotivados! Que não esqueçamos que a educação é a maior arma para mudarmos a vida das pessoas, tirá-las de uma vida medíocre, e levá-las a uma vida de qualidade!
*CINTIA VASCONCELOS
-Pedagoga;
-Graduada pela Universidade Anhanguera(2011);
Atua na coordenação pedagógica em escolas de níveis médio e superior.
Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.
Está na hora de renovar os a grade curricular para trazer disciplinas como controle emocional, empreendedorismo noções básicas de direitos individiais e coletivos, etc.
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