sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Chile: Iremos lá novamente?


 Autor:Eli dos Reis(*)

Não, não sou um articulista que discorre sobre turismo e viagens. Meus comentários são sempre sobre o cotidiano e peculiaridades do dia-a-dia, mas, como não quero falar sobre pandemia, porque estamos no meio de uma, e nem quero comentar sobre política porque, em plena época eleitoral, já me cansei de ler e ver artigos sobre corrupção, ladroagem, falta de escrúpulos, de caráter e de sinceridade, que é do que está cheia nossa política, resolvi falar de viagens e o que as ideologias políticas socialistas estão fazendo com o turismo, especialmente na América Latina. 

Quem estiver pensando em viajar pelo nosso continente sul-americano, ao fazer seu planejamento e roteiros, constatará que com o crescimento da ideologia esquerdopata nos países da América do Sul estão muito difíceis um período de férias e descanso com viagens tranquilas e prazerosas. Cuidaram de espalhar o caos, o medo, as manifestações e depredações, o desrespeito às pessoas e a insatisfação cresce a cada dia em relação aos governos. 

Assim, no nosso continente poucos são os países onde se poderá viajar e curtir com tranquilidade e segurança. Vejam a seguir o que ocorreu conosco, numa que deveria ter sido, excelente viagem. 

Quando eu e minha esposa estivemos no Chile, há um ano, no final de 2019, mais precisamente em novembro daquele ano, presenciamos a primeira grande manifestação nacional, com manifestações espalhadas por quase todas as cidades por onde andamos.

Na época era comum nas conversas com os moradores locais, eu me referir aos eventos de depredação das cidades dizendo: 

- Os chilenos podem e devem buscar seus direitos e fazê-lo de forma firme, mas, não precisam destruir o país. 

Com relação a essa "grande necessidade de acabar com o país", para a maioria daqueles a quem me dirigi eram enfáticos em dizer que concordavam com meu argumento, e alguns até diziam-se revoltados com tudo o que estavam fazendo naquela onda de manifestações, violentas, destruidoras, e aparentemente muito acima da necessidade de se manifestar, parecia que o objetivo era mesmo o de destruir. 

A um funcionário da filial do centro de Santiago de uma grande rede local de supermercados, com quem conversei sobre o precoce fechamento daquela loja, naquele dia, muito cedo, já que ainda estávamos no horário de almoço, recebi como resposta: 

- Vamos fechar agora porque depois do almoço, reiniciam os protestos e destruições, pois, os meninos que não trabalham (estudantes) acordam e saem às ruas quebrando tudo. 

Era muito claro para os chilenos, mesmo os trabalhadores mais humildes, e a todas as pessoas nas ruas com quem conversávamos, que os protestos eram insuflados por agentes estrangeiros de outros países de ideologia esquerdista da América Latina, já que eram muitos e minuciosamente organizados e espalhados na metrópole de Santiago, e, ocorrendo no mesmo momento em vários locais, colocava a cidade de joelhos. Num determinado dia, no mesmo horário, mais de uma dezena de estações de Metrô de Santiago foram vítimas de explosões e depredações. Depois de alguns dias, as operações do maior meio de transporte dos cidadãos operava precariamente, aumentando o caos a cada dia. 

Para um turista e sua mulher, que estavam querendo conhecer várias localidades além da capital, devo confessar que não era agradável assistir a tudo aquilo. Nossas pretensões de viagens a outros locais foi, aos poucos, se ajustando ao que a cidade, e o país, conseguiam nos fornecer. 

Mesmo assim conseguimos ter uma boa permanência no país. Visitamos os locais e cidades que conseguimos, visitamos vinícolas, locais de efetivo interesse e passeamos muito. Na capital, Santiago, andamos muito, mas muito mesmo, a pé, de ônibus e de metrô, o que foi maravilhoso, já que conhecemos quase toda cidade. É bem verdade que, em algumas ocasiões nos vimos em meio aos manifestantes que, ao nosso lado, iam protestando e destruindo a coisa pública pelas cidades. Em algumas ocasiões a apreensão tomou conta de nós. Numa rua, uma vês; numa praça, em outra ocasião; e, numa outra vês dentro de um carro de aplicativo, quando regressávamos de nosso passeio à área rural de Pirque, onde fomos conhecer vinhedos e uma Vinícola. Nossa viagem a Viña Del Mar teve que ter a data alterada, pois, os manifestantes colocaram fogo em uma área rural de floresta natural próximo a Valparaíso e a fumaça era tanta que a polícia rodoviária local fechou as duas rodovias pelas quais poderíamos chegar àquelas cidades. 

A nós, pela nossa idade e por estarmos sós, fazendo roteiros por nós elaborados e por conta própria, devo dizer que, devido ao rebuliço, não era totalmente prazeroso nosso passeio ao Chile nestas condições. Apesar disso, o que mais nos deixava chateados era a destruição dos locais e o caos espalhado pelas cidades. 

O Chile é muito bonito, acolhedor e nos oferece muito. Merece muito ser visitado, por isso retornamos já fazendo planos de nova visita em outra ocasião mais tranquila. O tempo foi passando e, hoje, um ano após, novamente o Chile está fervilhando. 

Acabamos de ver novas manifestações nas ruas de Santiago, e algumas outras cidades. Não sabemos o volume de destruição, pois, desta vês assistimos a tudo aqui do Brasil e daqui a gente só consegue ver versões e não fatos e notícias. Tudo que ouvimos nas rádios e o que vemos nas televisões são versões que variam conforme a ideologia do repórter ou jornalista que está apresentando o informativo. Na maioria das vezes vemos uma amostra pastosa, sem gosto e sabor, na versão da emissora, daquilo tudo que acontece no mundo. No ano em que lá estávamos, 2019, vimos tudo de pertinho e quando aqui chegamos vimos que muitos não tinham a visão exata do que acontecera lá.

Não é apenas o Chile que, nos dias de hoje, ficou difícil visitar. Outros países engrossaram a lista de lugares que, embora sendo convidativos ao turismo por serem bons e bonitos, alinharam-se com mais profundidade no socialismo de esquerda mais radical e deixaram de ser procurados pelos turistas nas mesmas proporções de pouco tempo atrás. 

São eles, a Argentina; a Bolívia; o comentado neste artigo, o Chile; Cuba, naturalmente; o México e, logicamente a Venezuela, local onde nem os militantes da brasileira "esquerda caviar" ou "esquerda rolex" se aventuram a visitar. Os Estados Unidos, EUA, dependendo das votações deste novembro corrente, poderão se afastar, inicialmente, um pouco da direita e mais tarde poderá sofrer um desestímulo de ser visitado causado pelo crescimento da esquerda destruidora, caso Joe Biden ganhe. Neste caso, o tempo dirá. 

Voltando à nossa predileção pelo Chile, constatamos vários testemunhos e várias demonstrações de simpatia àquele país que passaram a ficar em compasso de espera para ver se volta a ser interessante visitá-lo. Entretanto, no momento é difícil se optar por ele, justamente pelo que vem ocorrendo por lá. 

Era comum verem-se pessoas indo visitá-lo, motivadas e entusiasmadas com a situação econômica e social do Chile, em decorrência do status que ele atingira em tempos não muito distantes. Ocorre que com a nova Constituição que deve ser elaborada no próximo ano, um aprofundamento na situação esquerdista mais radical poderá vir a ocorrer. Já vimos pelas redes sociais, em Santiago em dias recém-passados a referência ao país, pelos próprios chilenos, como "Chilezuela" que deixa tristes todos os que eram entusiastas com aquele país sul-americano. A Argentina também está acabando com o interesse dos turistas devido ao seu novo sistema político, que parece querer que ela venha a ser em curtíssimo espaço de tempo, uma Argenzuela. 

Hoje outro país da América Latina que nos desperta o interesse em visitar, em decorrência de sua situação estável, é a Colômbia, com cidades que parecem encantadoras. San Andrés é uma delas, e é bastante procurada; outra é Bogotá que é a capital e, por isso, passagem quase que obrigatória para todos os turistas, e outra de bastante destaque é Cartagena das Índias que é muitas vezes chamada de "joia do Caribe colombiano". Temos ainda muito mais cidades, como Medellín, Cali, Barranquilla, Santa Marta e Guatapé, que merecem ser visitadas. 

Um país onde se pode viajar e visitar as cidades, em todos os Estados, é o nosso Brasil. Aqui podemos conhecer o que não conhecemos com inteira tranquilidade e com conforto. Podemos fazer isso de carro, ônibus e de avião, pois, os preços não são muito elevados. 

Atualmente, nosso retorno ao Chile foi colocado na prateleira para aguardarmos o andamento da situação econômica e social do país, e podermos decidir nova data para aprofundar nosso conhecimento daquele país, visto que, embora tenhamos visitado várias localidades, muito mais tem a ser visto e visitado. 

Enfim, Chile, iremos lá novamente? 

Grande abraço a todos, 

(*)ELI DOS REIS



















-Graduado em Economia pela Faculdade de Ciências Econômicas e Administrativas da Universidade de Mogi das Cruzes UMC – SP;
-Especialista em :
   -Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense UFF – RJ; e
-Gestão Empresarial pela Universidade Paulista UNIP – SP; e
-Realiza cursos e seminários, e é Consultor Empresarial e de Vendas.
Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

3 comentários:

  1. No penúltimo parágrafo constou "pecos" quando na realidade deveria ser "preços". Desculpem-me.

    ResponderExcluir
  2. Prezado Eli,
    Com ideologia ou sem ideologia, da doreita ou esquerda, não importa. Há classes dominantes e oprimidos. Isto é coisa de seres humanos desde que conhecemos como homo sapiens. De sábio não temos nada!
    Sakamori

    ResponderExcluir