A Economia como ela é

 Autor: João Luiz Corbett(*)

A cada ano novos termos são cunhados para um novo sistema em que se pretende dirigir os interesses políticos e econômicos. Porém entra século e sai século a economia continua baseada em oferta e demanda. Os meios de produção continuam os mesmos, a captação para investimento segue a mesma regra milenar (lucratividade), e tudo o mais são fogos de artifício.

Tenho certeza que todos já ouviram falar em planos econômicos governamentais, sociais e porque não dizer ideológicos. A grande verdade por mais que ouçamos teses macro ou microeconômicas, é que o mercado em todos os segmentos sempre procura e irá procurar produto com qualidade e baixo custo.

Vejam a situação criada com a guerra Ucrânia e Rússia. O gás importado por países europeus foi cortado pela Rússia devido ao bloqueio nas transações econômicas. A europa voltou a necessitar de carvão e madeira na produção de energia elétrica e aquecimento. Velhas minas de carvão foram reativadas e florestas estão sendo derrubadas. A bandeira de energia limpa foi esquecida.

Na mesma toada as queimadas da Amazônia só estão sendo lembradas quando de fala de propaganda política, visto que o mundo está vivendo outra realidade.

A mesma guerra provocou o corte ou extrema redução no fornecimento de petróleo e de óleo diesel. Crise no abastecimento de combustível leva a aumento dos preços para o consumidor seja no combustível quanto nos produtos de consumo imediato. Carro elétrico sendo carregado por gerador que usa óleo diesel é a nova realidade É o cachorro correndo atrás do rabo.

A introdução do conceito de agricultura baseada na não utilização de agrotóxicos e a criminalização do agronegócio provocou a redução na oferta de alimentos e a derrubada de um governo do extremo oriente.

Uma coisa é a ideia e outra a sua aplicação. Todo o mencionado acima deve ser aplicado para a sobrevivência do planeta, porém sem destruir o que se tem. O Brasil é responsável por quase 20% dos alimentos ofertados no mercado internacional, e quem fornece esses alimentos se utiliza de agrotóxico e está baseado no agronegócio.

Caso se venha a aplicar esta regra no Brasil e for reduzida a oferta de alimentos quem terá sua demanda de alimentos cortada? Quem vai determinar quem come e quem não come?

Seguindo a linha de raciocínio de oferta e demanda, a politica econômica brasileira trabalhou os anos de pandemia desburocratizando o sistema, privatizando empresas e abrindo mercados, proporcionando investimentos de lucratividade e retorno garantido. Em qual país do planeta há investimento em ferrovias? Produção de energia limpa e renovável? Produção de alimentos? Administração portuária? Estamos falando de itens macro econômicos que os países do chamado mundo desenvolvido deixaram de investir em novos projetos desde o século passado, ou estão presos a conceitos "modernos" que impedem a sua efetiva implementação e/ou reduzem sua produção.

O que assistimos em toda américa latina é a derrocada do sistema produtivo em todos os setores. Para citar alguns indicadores o Brasil é o único país com crescimento do PIB, redução no índice de desemprego de 13% para algo em torno de 9%, redução das taxas de inflação e taxas de juros. Conseguimos nos posicionar economicamente frente aos principais indicadores da economia mundial.

Por mais que se negue a economia esta baseada em fatos reais não ideológicos.

*JOÃO LUIZ CORBETT

-Economista com carreira construída em empresas dos segmentos de açúcar, álcool, biocombustíveis, frigorífico, exportação, energia elétrica e serviços, com plantas em diversas regiões do país;

-Atuação em planejamento estratégico empresarial, reorganização de empresas, aprimoramento de competências, elaboração de planos de negócios com definição de estratégias, estrutura societária e empresarial, com desenvolvimento e recuperação de negócios; e

Atuação em empresas de grande e médio porte nas áreas de planejamento estratégico, orçamento, planejamento e gestão financeira, tesouraria, controladoria, fiscal e tributária. 

Nota do Editor:

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