sexta-feira, 8 de junho de 2018

2018 muda ou mais do mesmo?



A greve dos caminhoneiros em maio deste ano demonstrou-se que não é necessário muita organização para se chamar a atenção de um país. É só estrategicamente estancar as "veias" (estradas), ainda mais no caso do Brasil onde 80% da produção aproximadamente é transportada por meio rodoviário.

Daí vem a pergunta: como mudar esse quadro? Em 200 anos a malha ferroviária no Brasil praticamente é a mesma. Como que um país baseia o transporte de bens e serviços por meio rodoviário sendo que nosso país tem dimensões continentais? É no mínimo absurdo. 

Veja a comparação vendo os mapas abaixo:



A malha ferroviária no Brasil é de apenas 30.129 quilômetros de extensão (1121 eletrificados), espalhados por 22 estados brasileiros mais o Distrito Federal. Dos 30.129 Km, 27,782 km são utilizados para transporte de minérios, mais pesados e volumosos, esses não tendo realmente condição alguma de serem transportados via rodoviária. 

Segundo especialistas, no Brasil o ideal seria 52 mil quilômetros de linha férrea interligando portos, rodovias e hidrovias. Atualmente a logística empregada é multimodal (vários modais para entrega ou recebimento de uma carga) com predominância rodoviária. 

Agora pense comigo: onde já se viu usar combustível pra transportar combustível? Contrassenso total. Pelo menos alguns lugares minimamente mais racionais como o Aeroporto de Guarulhos demonstraram que o correto foi feito, o transporte de combustível em dutos, o que otimiza custos em termos de tempo e é até antipoluente. 

Se nosso país possuísse uma linha férrea extensa, otimizaríamos custos e tempo: por exemplo, cargas que saem de suas regiões até os portos seguem de caminhão, são descarregados nos portos e vão pela costa brasileira por cabotagem (transporte por navios pela costa brasileira em contêineres), são descarregados novamente e são transportados até seus destinos por caminhões e até por barcos pelo transporte aquaviário, dependendo da região, ou seja, usa-se vários modais para um destino específico, gasta-se tempo e dinheiro para carga e descarga entre os modais. 

Como sair desse impasse/imbróglio/gargalo de crescimento? 

Investimento em ferrovias é custoso e demorado, mas a longo prazo o país ganha muito. O que precisamos é agora analisar o candidato ao Executivo Nacional, Estadual, e quem vai ajudar a aprovar os projetos futuros no Legislativo. Hoje, é mais que necessário eleger pessoas com visão a longo prazo, e não alguém que se mostre "magicamente" como o "salvador da pátria". A Pátria só será salva com muito trabalho e empenho com os pés no presente, mas com os olhos e objetivos claros no futuro. 

#vamosemfrente 

POR ANA PAULA STUCCHI




















-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana


Nota do Editor:

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