-França proíbe que alunos usem seus celulares em sala de aula, no lazer ou em atividades extracurriculares.
A discussão polêmica começou porque a França instituiu uma nova lei que proíbe o uso de telefones celulares em pré-escolas, primárias e secundárias. Nos institutos de nível Médio/Técnico e Superior, a decisão está nas mãos de cada centro. Desde 2010, o uso de telefones celulares em sala de aula era proibido, mas agora é estendido ao lazer e a atividades extracurriculares. A medida foi aprovada na Assembleia Nacional em meio a forte controvérsia.
Aqui no Brasil, A Assembleia Legislativa do estado de São Paulo aprovou, em outubro de 2017, a proposta que permite o uso de celulares em sala de aula. O maior desafio das escolas brasileiras é aprender a inserir esses aparelhos de forma eficiente e adequada para o melhor desenvolvimento e aproveitamento dos estudantes. O projeto de lei nº 860/2016 altera a lei 12.730/2007, que proibia o uso de celulares em escolas estaduais. Segundo o governo do estado de São Paulo, até outubro de 2018, sistema Wi-Fi e banda larga serão instalados em todas as 5 mil escolas da rede.
Na Alemanha a Associação Alemã de Professores, defendeu nesta sexta-feira (07/09) que crianças com menos de 14 anos de idade sejam proibidas de usar telefones celulares na escola, citando preocupações com bullying.
Na Espanha, não há regra geral, mas muitos centros educacionais proíbem o uso de telefones celulares em sala de aula. Já nos EUA, desistiram da proibição.
A decisão levanta a questão do quanto podemos e devemos regular o uso de novas tecnologias. E no caso específico da educação, em que medida ou de que forma essas tecnologias podem se transformar em uma ajuda ou em um problema. Tanto o presidente, Emmanuel Macron, que tinha a essa proibição no seu manifesto eleitoral, como o próprio ministro da Educação, Jean Michel Blanquer, apresentaram regras muito claras: celulares, tablets ou smartwatches (relógios inteligentes) são elementos considerados problemáticos pois interferem no processo de aprendizagem e, por essa razão, devem ser separados do aluno durante esse período.
Na sala de aula, fica claro que ter a tentação em seu bolso é irresistível para as crianças que fizeram da conectividade sua principal ferramenta de relacionamento e diversão. O que o celular tem para exercer essa influência poderosa em nossa atenção? Se em nós adultos, que supostamente temos mais autocontrole, as pessoas acabam se viciando, imagina em crianças?
Nós apenas temos que controlar o uso do aparelho, como por exemplo, parar e pensar quantas vezes abrimos e consultamos algo em nosso celular, em torno de uma hora.
Segundo dados levantados pela Hootsuite e We Are Social, o Brasil é o país que mais usa redes sociais na América Latina e o terceiro que passa mais tempo online, tendo uma média de 9h e 14min. A Tailândia está em primeiro lugar com 9h38 e logo em seguida vem Filipinas, com 9h24.
A maior preocupação com o celular na escola, é que ele representa uma porta aberta para as redes sociais. Essa porta aberta, tem a capacidade de estimular e satisfazer a curiosidade inata, a mesma curiosidade que nos fazem olhar através dela. Ter uma porta aberta nos atraindo e chamando, pode ser bastante incompatível com a atenção que requer, por exemplo, um problema de matemática. Mas não é somente na sala de aula que se deve ter cautela com o comportamento do aluno com o aparelho. As crianças que têm um telefone celular tendem a se comunicar através deles, ou seja, o contato com celulares em excesso, pode fazer com que o aluno prefira relacionamentos virtuais do que contatos pessoais.
No entanto, aprender requer esforço, mas é sabido que novas tecnologias podem ajudar, desde que seu uso seja dirigido pelo professor e para determinadas tarefas. Telefones celulares e tablets podem ser muito úteis, obviamente, na busca por materiais e informações. O problema surge quando os dispositivos induzem ao aluno a usá-los de modo que interfira no processo de aprendizado. Novas tecnologias podem e devem ser incorporadas em tarefas educacionais, mas estar aberto a novas tecnologias não significa ser prisioneiro delas, nem muito menos sucumbir ao poder viciante que eles têm como ferramenta de entretenimento. Mas será que isso significaria que a melhor coisa a ser feita é aprovar a proibição? Veremos o que acontecerá na França.
POR ADRIANA RAMIREZ
-Paraense, filha de venezuelano e mãe brasileira;
-Graduada em Letras-Português/Espanhol e Literatura;
-Pós-graduada em Cultura Afro-Brasileira;
-Pós-graduada em Cultura Afro-Brasileira;
-Tradutora Juramentada e Intérprete Comercial pela Meritíssima Junta Comercial do Pará (JUCEPA);e
-Autora de 2 livros:
-“A Influência Africana na Formação Cultural do Pará: Análise das Principais Manifestações Folclóricas Paraenses” e
-“La Femme - O Feminino Em Sade”.;
- Concluiu em 2015 Mestrado Profissional de Enseñanza de Español como Lengua Extranjera e está cursando Mestrado em Educação.
-Autora de 2 livros:
-“A Influência Africana na Formação Cultural do Pará: Análise das Principais Manifestações Folclóricas Paraenses” e
-“La Femme - O Feminino Em Sade”.;
- Concluiu em 2015 Mestrado Profissional de Enseñanza de Español como Lengua Extranjera e está cursando Mestrado em Educação.
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