Autora: Águida Barbosa (*)
Gratidão gera gratidão é a máxima que norteia a Igreja Messiânica Mundial – IMM -, pois este pensamento-sentimento constitui a essência humana.
Mokiti Okada (1.882-1955), cujo nome religioso é Meishu-Sama – Senhor da Luz - fundou a IMM em 01 de janeiro de 1.935, no Japão, visando à construção de uma ultra religião, de natureza universal, capaz de unir todos os povos para a paz mundial.
Em decorrência da universalidade dos fundamentos da IMM, estes podem ser definidos como uma filosofia e estão insertos nos ensinamentos deixados pelo fundador, dentre os quais o ensinamento O Homem Depende de seu Pensamento[1], no qual exalta o valor da gratidão.
Um recorte do ensinamento em comento comporta uma extensa reflexão: "É realmente verdade que gratidão gera gratidão e lamúria gera lamúria [...]".
Gratidão e lamúria são dois pensamentos-sentimentos antagônicos, que denotam uma atitude positiva ou negativa, perante a vida.
Gratidão é uma atitude humana alinhada à lei da ordem do universo - DEUS - sem desvios ou atalhos, produzindo seratonina e outros hormônios responsáveis pela sensação de alegria e bem-estar.
A lamúria é uma atitude humana decorrente do desvio da lei da ordem do universo, tendo em vista o padrão vibratório acionado pelo pensamento pessimista, de natureza egoísta. Esta atitude produz os hormônios do estresse – cortisol e adrenalina.
Tanto a gratidão como a lamúria contagiam, afinal, há um encontro de ondas magnéticas que se entrelaçam, ou se rejeitam. Há um impulso natural em repetir o comportamento do outro, de acordo com a faixa vibratória da pessoa influenciada.
Portanto, enquanto gratidão gera gratidão, seguramente, pode-se afirmar que lamúria gera lamúria.
A prática da gratidão faz parte de muitas religiões, a exemplo daquelas oriundas do xintoísmo, como a IMM, constituídas de materialização financeira, ou atividades que visam levar conforto a pessoas em sofrimento, como o voluntariado, capelania, assistência religiosa em hospitais, prisões, clínicas, orfanatos e asilos.
A oração sincera, também constitui prática de gratidão, mesmo à distância, produzindo efeitos imediatos, como frequentes relatos de médicos e enfermeiros, que testemunham melhoras inesperadas em doentes que recebem preces.
No judaísmo há a tradição do tsedacá, palavra do hebraico que se traduz como integridade, justiça. Enfim, se há alguém que precisa de recursos materiais para viver, para ter a vida salva, reserva-se a décima parte dos ganhos para esta atividade de integrar, completar.
O dízimo é uma atitude altruísta, símbolo da gratidão por ter trabalho e saúde que garantiram o ganho capaz de prover a família e, ainda, destacar a décima parte para esta ação de completude, de justiça e de desapego.
Portanto, tsedacá não pode ser traduzido por esmola, pois seu fundamento está no fato de que somos meros depositários dos bens, não somos donos de nada. Trata-se de ato de harmonia, de completude do todo, do integral.
A festa da colheita, descrita nas estórias antigas, como sagradas, constitui a narrativa da gratidão. Os súditos ofereciam ao rei a primeira colheita, aquela que vem com o esplendor da vida, com a força vital capaz de produzir muitas outras colheitas. E o rei agradecia oferendo do seu vinho a todos os súditos, que tinham a permissão de bebê-lo somente naquela festa.
A gratidão é um pensamento-sentimento que contém reciprocidade, pois aquele que oferece seu dízimo sente a alegria do alinhamento à lei da ordem, e aquele que recebe a décima parte emite o mesmo sentimento, porque passa a se sentir pertencente ao todo, à completude.
A IMM, no Brasil, recolhe experiências de fé de seus membros e, em relação à prática da gratidão, há inúmeros relatos de mudanças, demonstrando o pragmatismo possível a ser alcançado.
Na experiência de fé apresentada no Culto Mensal de Agradecimento de agosto de 2019[2], uma mãe relata a difícil trajetória de cuidar de um filho autista, marcada pela lamúria e a desesperança.
Merece um recorte a emocionante declaração constante da experiência: "Conforme Meishu-Sama orienta "Gratidão gera Gratidão", quando aprendi a agradecer pela permissão de ser mãe e a entender que a purificação do meu filho não deveria nunca ser maior do que minha fé, tudo mudou".
Um bom exercício para avaliar a prática da gratidão:ao sair de casa observar se consegue receber, ao menos,dez "obrigado".Porém, é preciso ter o sentimento correspondente, conscientemente, afinal, sua atitude lhe permite o alinhamento à lei da ordem, despido de apego, e de modo altruísta, permitindo que o outro desperte sua capacidade de ativar o pensamento-sentimento de gratidão.
E, com certeza, vai constatar que gratidão gera gratidão.
REFERÊNCIAS
[1] Meishu-Sama. O homem depende de seu pensamento. Alicerce do Paraíso, volume 4, pág. 41, edição revisada.;
Teóloga Messiânica
-Professora da Faculdade Messiânica de Teologia
Nota do Editor:
Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.
Excelente texto, muito esclarecedor! Parabéns!Grandioso é o seu sentimento em servir com tanto amor e esmero por tudo que faz.
ResponderExcluirMinha eterna gratidão!! Te amo...te admiro. Bjs
Linda mensagem de esperança e fé.
ResponderExcluir