Autora: Marlene Galdino(*)
O
texto a seguir é um convite a auto essência, aquela que meio a caracteres
genéticos e meios sócio ambientais o constitui. Se nos empoderarmos de
pensamentos, como aqueles de filósofos negativistas, como exemplo,
Schopenhauer, teríamos, por ora, que a ideia da dor é inerente ao ser-humano e
que faz parte de nós, se assim, for um Ser Humano. Como aquele que sofre para
ter como privilégio, a Vida, em outras palavras diretas, a desgraça é a regra.
Até
aqui, podemos questionar tais 'desgraças'? Palavra forte, mas reflexiva.
Podemos ir até as guerras medievais robustas a eras tecnológicas e biológicas.
Podemos ir também as guerras internas a persistentes egos feridos brigando
entre si. Daí, entramos no contraponto crucial de sentimentos recorrentes como
egoísmo, piedade e a maldade. Estas três vertentes precisam ser compreendidas
para entender sentidos da vida e relacionamentos. Se parar para pensar, as
ações do homem podem permear pelos tais, mas não é o intuito aqui descreve-las.
Mas, ir além, e mesclar um olhar as fragilidades da vida.
Daí,
o título inusitado 'Memento Mori', nada mais é que uma brevidade da vida. E
apesar de relacionar-se a Morte, depende muito de cada olhar. Tudo acaba um
dia, mas nem todos conseguem compreender isso, diria que é como aqueles que
sabe que a luz tem a sua própria velocidade, mas não sabe sequer discorrer
sobre isso (exceto os físicos, por exemplo e algumas exceções). Eis assim,
segue o homem. Talvez, entender de brevidade possa também ser uma dor. E não
ver a ‘dor’, conforta mais, porém cega-se mais também. Tenho certeza que aquele
que leu até aqui notou que o tempo está voando e, por incrível que parece, cada
ano ele passa e passará mais rápido. E aí, as dores cada vez mais latentes e
existentes, como parte da vida humana, é o aumento disso vai depender de cada
olhar ou vivência. Aí, nada mais resta senão encontrarmos a sabedoria de vida e
seus sentidos.
O
homem em si tem lá suas fragilidades, medos, inseguranças, decepções, egoísmo,
perdas e inúmeros sentimentos que não caberia em palavras. O bom disso, é
entendermos que diante de nossas fragilidades há nossa 'anti fragilidade'. E
isso, vai além de sermos resilientes, pois aprende-se a ser resiliente aquele
que se adapta em meio a um desconforto. Mas, torna-se anti-frágil aquele que
vai além, aquele que diante de dores, vai além e cada vez mais e mais. O que é
melhor ser frágil ou anti frágil neste mundo?
A
ideia é que estamos em uma brevidade cada vez maior e cada vez mais insana,
competições, um cérebro agitado, corrido no dia a dia, construções egoicas
competitivas e punitivas e, até autopunitivas. Se então, entendermos, a
brevidade e suas dores, entenderíamos o ser -humano e eis a construção de um
ser-humano cada dia melhor entre si e seus relacionamentos. O homem em si é
relacional, e como se dá isso é a chave para lidar e vivenciar conflitos desde
existenciais a aqueles que vemos recorrentemente em noticiários deprimentes. A
vida é única e ser sábio é o segredo para construir um alicerce seguro,
enquanto cada um vivencia o seu próprio Momento Mori.
*MARLENE GALDINO
-Psicóloga graduada pela Pontifícia
Universidade Católica de Campinas- PUCC(2010);
-Aprimoramento em Avaliação Psicológica-
UNICAMP 2013;
-Aprimoramento Avançado em Avaliação
Psicológica- UNICAMP 2015;
-Mestre em Ciências Médicas Universidade
Estadual de Campinas- UNICAMP 2016;
-Doutoranda em Ciências Médicas,
Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP 2017; e
-Especialização
em Neuropsicologia e Reabilitação Cognitiva Instituto de Psiquiatria - IPq HCFM
USP 2017.
Nota do Editor:
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