domingo, 19 de julho de 2020

A Vida Memento Mori: Uma Viagem Imersa em Fragilidades e Anti-Fragilidades


Autora: Marlene Galdino(*)

                
O texto a seguir é um convite a auto essência, aquela que meio a caracteres genéticos e meios sócio ambientais o constitui. Se nos empoderarmos de pensamentos, como aqueles de filósofos negativistas, como exemplo, Schopenhauer, teríamos, por ora, que a ideia da dor é inerente ao ser-humano e que faz parte de nós, se assim, for um Ser Humano. Como aquele que sofre para ter como privilégio, a Vida, em outras palavras diretas, a desgraça é a regra.

Até aqui, podemos questionar tais 'desgraças'? Palavra forte, mas reflexiva. Podemos ir até as guerras medievais robustas a eras tecnológicas e biológicas. Podemos ir também as guerras internas a persistentes egos feridos brigando entre si. Daí, entramos no contraponto crucial de sentimentos recorrentes como egoísmo, piedade e a maldade. Estas três vertentes precisam ser compreendidas para entender sentidos da vida e relacionamentos. Se parar para pensar, as ações do homem podem permear pelos tais, mas não é o intuito aqui descreve-las. Mas, ir além, e mesclar um olhar as fragilidades da vida.

Daí, o título inusitado 'Memento Mori', nada mais é que uma brevidade da vida. E apesar de relacionar-se a Morte, depende muito de cada olhar. Tudo acaba um dia, mas nem todos conseguem compreender isso, diria que é como aqueles que sabe que a luz tem a sua própria velocidade, mas não sabe sequer discorrer sobre isso (exceto os físicos, por exemplo e algumas exceções). Eis assim, segue o homem. Talvez, entender de brevidade possa também ser uma dor. E não ver a ‘dor’, conforta mais, porém cega-se mais também. Tenho certeza que aquele que leu até aqui notou que o tempo está voando e, por incrível que parece, cada ano ele passa e passará mais rápido. E aí, as dores cada vez mais latentes e existentes, como parte da vida humana, é o aumento disso vai depender de cada olhar ou vivência. Aí, nada mais resta senão encontrarmos a sabedoria de vida e seus sentidos.

O homem em si tem lá suas fragilidades, medos, inseguranças, decepções, egoísmo, perdas e inúmeros sentimentos que não caberia em palavras. O bom disso, é entendermos que diante de nossas fragilidades há nossa 'anti fragilidade'. E isso, vai além de sermos resilientes, pois aprende-se a ser resiliente aquele que se adapta em meio a um desconforto. Mas, torna-se anti-frágil aquele que vai além, aquele que diante de dores, vai além e cada vez mais e mais. O que é melhor ser frágil ou anti frágil neste mundo?

A ideia é que estamos em uma brevidade cada vez maior e cada vez mais insana, competições, um cérebro agitado, corrido no dia a dia, construções egoicas competitivas e punitivas e, até autopunitivas. Se então, entendermos, a brevidade e suas dores, entenderíamos o ser -humano e eis a construção de um ser-humano cada dia melhor entre si e seus relacionamentos. O homem em si é relacional, e como se dá isso é a chave para lidar e vivenciar conflitos desde existenciais a aqueles que vemos recorrentemente em noticiários deprimentes. A vida é única e ser sábio é o segredo para construir um alicerce seguro, enquanto cada um vivencia o seu próprio Momento Mori.

*MARLENE GALDINO

-Psicóloga graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas- PUCC(2010);
-Aprimoramento em Avaliação Psicológica- UNICAMP 2013;
-Aprimoramento Avançado em Avaliação Psicológica- UNICAMP 2015;
-Mestre em Ciências Médicas Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP 2016;
-Doutoranda em Ciências Médicas, Universidade Estadual de Campinas- UNICAMP 2017; e
-Especialização em Neuropsicologia e Reabilitação Cognitiva Instituto de Psiquiatria - IPq HCFM USP 2017.

Nota do Editor:


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