domingo, 4 de fevereiro de 2024

Como evitar a Síndrome de Burnout?

Autora: Caroline Bezerra Morais(*)


A Síndrome de Burnout é um diagnóstico controverso na Psicologia, pois alguns autores consideram que seria semelhante a depressão com sintomas ansiosos, de modo que não se justificaria a criação de um novo diagnóstico. Porém, neste artigo, vamos utilizar o termo por ele ser amplamente difundido na sociedade atualmente, sendo muito veiculado nas redes sociais e em outras mídias de divulgação.

O termo Burnout apareceu pela primeira vez no campo da Psicologia quando, em 1974, Herbert Freudenberger, que era um médico americano, abordou acerca de um fenômeno psicológico que passou a ser compreendido como um intenso esgotamento sofrido por profissionais em determinados contextos de trabalho.

A palavra Burnout advém do inglês, significando "combustão". A síndrome de Burnout pode ter como sintomas: despersonalização, dor de cabeça frequente., alterações no apetite, Insônia, dificuldades de concentração, perda de memória, fadiga, dores musculares, problemas gastrointestinais, sentimentos de fracasso, insegurança, negatividade constante, Sentimentos de derrota, desesperança, sentimentos de incompetência, alterações repentinas de humor e isolamento.

Podemos entender a Síndrome de Burnout como um quadro de esgotamento relacionado a situações de trabalho. Portanto, existem diferenças consideráveis entre o estresse e a Síndrome de Burnout à medida que o estresse pode ser compreendido como uma reação fisiológica e comportamental a situações que nos tiram do nosso equilíbrio, geralmente ocasionado por situações que mudam nossa rotina e que demandam certo nível de adaptação. Podemos dizer que o estresse sempre vai existir em algum nível e ele tem um papel importante para nos tirar da inércia.

Alguns sintomas associados ao estresse são: Tensão muscular, dificuldade em relaxar, fadiga, dificuldade de concentração, perda de memória, sentimento de sobrecarga, entre outros. Tais reações não necessariamente indicam um problema de saúde mental, desde que seja algo pontual e que não te gere grandes prejuízos em sua vida.

Por outro lado, o estresse torna-se problemático quando ele é excessivo e crônico. Em parte, o problema da sociedade contemporânea é que nós passamos a ter um estilo de vida estressante. Logo, o estresse que deveria ser pontual tornou-se parte constante de nossas vidas.

O estresse excessivo está associado a diversos problemas de saúde mental, como depressão, ansiedade e também a Síndrome de Burnout, que pode evoluir a partir de um quadro de estresse crônico no contexto do trabalho levando ao completo esgotamento. Portanto, o estresse pode anteceder a Síndrome de Burnout, mas nem toda situação estressante levará a Sindrome de Burnout.

A Síndrome de Burnout é multifatorial, sendo resultado de fatores biológicos e sociais. No entanto, é possível observar padrões marcantes entre as pessoas que desenvolvem esse quadro de saúde mental. Elas vivem um desequilíbrio entre vida pessoal e profissional, dedicam-se em excesso à carreira, não estabelecem projetos pessoais, trabalham em ambientes com cobrança elevada ou com competitividade e também cobram-se excessivamente. Essas pessoas costumam estar em ambiente estressante no trabalho por um tempo prolongado e o que começa como um estresse leve vai intensificando, o que pode ficar tão grave ao ponto de algumas pessoas começarem a ter pensamentos sobre morte.

Ainda bem que existe tratamento e ele deve ser conduzido por uma equipe multiprofissional, mas principalmente pelo psicólogo e pelo psiquiatra, dois profissionais que poderão auxiliar na redução dos sintomas e melhoria na qualidade de vida. O ideal é que o tratamento adequado seja buscado o quanto antes desde a identificação dos primeiros sintomas.

A síndrome de Burnout pode tornar-se tão intensa ao ponto de exigir também um afastamento do trabalho pelo menos por um tempo determinado. Esse pode ser o primeiro passo, mas não o único. Torna-se necessário adotar outras estratégias para controlar o estresse, que podem incluir o uso de medicamentos, como antidepressivos ou ansiolíticos. Além de ajustes de rotina e, principalmente, fazer psicoterapia.

A psicoterapia recomendada para Síndrome de Burnout é a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC). Por meio da TCC, é possível modificar comportamentos e reformular crenças que podem estar contribuindo para o acúmulo de estresse em sua vida. A TCC é um modelo de terapia mais focado na solução de problemas e em trazer mudanças concretas para a sua vida.

Para o tratamento da Síndrome de Burnout em Psicoterapia, é necessário pensar em estratégias de prevenção e de intervenção. A prevenção é recomendada para aquelas pessoas que convivem com ambientes estressantes, mas ainda não desenvolveram o diagnóstico. Já a intervenção é recomendada para aquelas pessoas que já apresentam o diagnóstico em questão.

Algumas ideias para prevenir e tratar a Síndrome de Burnout são:

     Regule seu sono, com no mínimo 7 horas por noite

     Organize sua rotina e seus compromissos em uma agenda

 Divida o seu tempo entre as diferentes áreas da vida: trabalho, família, lazer, amigos, espiritualidade, saúde e etc.

     Estabeleça pausas durante o seu dia

     Estabeleça um horário para começar e terminar o trabalho

     Faça exercícios físicos regularmente

     Tire tempo para a socialização

     Tenha hobbies e lazeres

     Busque objetivos na sua vida pessoal

     Permita-se descansar

     Pratique atenção plena

     Use técnicas de relaxamento progressivo

     Identifique seus padrões de pensamentos e de comportamento diante de situações estressantes no trabalho

     Reduza autocrítica e perfeccionismo

     Conheça seus valores e estabeleça objetivos de vida além do trabalho

     Use técnicas de controle da ansiedade


Em psicoterapia, as ideias citadas acima podem ser abordadas de forma mais profunda e individualizada. A psicoterapia conta com um plano de tratamento para que você atinja seus objetivos e diminua o seu sofrimento. A cada sessão são desenvolvidos planos de ação para que você alcance mudanças significativas e gradativas em sua vida. Não deixe de buscar apoio especializado, quando for necessário.

* CAROLINE BEZERRA MORAIS












-Graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (2017);

- Atuação como Psicóloga Clínica (2018-2024);

-Formação em Neurociência e Comportamento - Eslen Delagonare(2022); 

- Formação em Terapia Cognitivo Comportamental para obesidade e emagrecimento - Fernanda Landeiro (2022);

- Formação em Terapia Cognitivo Comportamental - Fernanda Landeiro(2022- 2023);

- Formação em Psicopatologia - Fernanda Landeiro (2023-2024); e

-Pós-graduação em Terapia Cognitiva Comportamental(2023-2024 )

INSTAGRAM: @psicologacarolmorais

CONTATO: 85 997896588

Nota do Editor:

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