segunda-feira, 25 de julho de 2022

Descobrindo-me


 Autor: Edson Alves Domingues (*)

Desde jovem somos instados a ser bem sucedidos, fazer fortuna, fazendo parte de um time, que geralmente tem as características predominantemente de extroversão. E lutamos, buscamos e sonhamos em ser uma pessoa popular, conhecida, bem posta e admirada, pois essas eram as condições que deveríamos obedecer.

Nunca questionamos, pois desde que éramos pequeninos, nossos pais nos animavam a responder com alegria e educação aos adultos que mexiam conosco, ainda que de maneira simpática, e mesmo que não quiséssemos, éramos solicitados a responder de maneira mais efusiva.

Ser simpático e sociável era o correto. Nunca questionamos, por falta de argumentos, ou mesmo por acreditar piamente que nossos pais sempre desejavam o melhor para nós. E desde a adolescência, na escola, nos bailes, nas rodas de amigos, o ideal, o certo e o esperado era ser simpático e sociável, pois isso seria indicativo de um futuro mais bem sucedido.

E toda a nossa vida foi pautada por essa crença, e lá fomos nós em direção ao futuro, aos nossos sonhos, muitas vezes sem mesmo ter a certeza deles.

Acontece que crescemos, vivemos, trabalhamos e conseguimos ser ou ter algo na vida de que nos puséssemos orgulhar. Até foi possível, não importa com que tipo de esforço, ou sacrifício, mas fomos o mais longe que pudemos.

E quando ficamos maduros, já aposentados, com mais tempo de olhar para nós mesmos, vamos descobrindo coisas inimagináveis, que fugiam da nossa crença comum.

Descobrimos que fizemos muitos esforços para conseguir a casa dos sonhos, o carro do ano, e tantas outras coisas, que tem um valor absoluto, mas muitas delas não teriam sido tão importantes, não precisava tanto.

A vida é muito mais simples do que nos fizeram acreditar, e o que nos dá prazer, muitas vezes não se compra, se conquista, se encontra, estão à nossa volta, sempre estiveram incorporadas aos que amamos, aos que nos acompanharam, aos que nos fizeram felizes, seja pela mão amiga, seja pelos sorrisos, pelos compartilhamentos, pela companhia, ou mesmo só pela silenciosa e respeitosa presença.

Precisamos expressar mais a nossa gratidão, a nossa amizade, nossas paixões, e materializar menos, para curtir e viver as melhores coisas e acontecimentos da vida.

Me peguei dando pouca importância ao gerente do banco que me ligara, dizendo que tal ou qual aplicação estava dando pouco lucro, ou abaixo do esperado, afinal eu estava com meus entes queridos, e saciado de amor e paixão por cada um deles, e o resto, bem, o resto depois eu vejo...ou não!

 *EDSON ALVES DOMINGUES

-Psicólogo formado pela Universidade de Guarulhos – 1977;

-Especializado em Psicodrama, com titulação em Terapeuta, Terapeuta de Alunos, Professor e Supervisor pela Federação Brasileira de Psicodrama; 
-Especializado em Terapia de Casais e Família pelo Instituto Bauruense de Psicodrama e
-Psicólogo Clínico, por 20 anos. 

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores. 

Um comentário:

  1. Eu também! O gerente do banco me ligou eu nem dei importância. Hoje; chegou a cobrança 😂😂😂😂😂🤭🤭🤗🤗🤗

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