Autor: Adriano da Silva (*)
Ao falarmos sobre escola, é possível relacionar esse espaço enquanto um lócus privilegiado. Tendo em vista que o acesso à educação formal no Brasil ainda é uma realidade com muitos desafios e contradições.
Refletir sobre as funcionalidades da escola pública é poder compreender quais são os contextos de vida dos indivíduos que acessam a essas instituições, chamando atenção, principalmente, para as questões de classe, de raça e de gênero, e a partir daí, compreender os motivos que são postos para aqueles que não conseguiram alcançá-las ou que foram colocados para fora desses espaços.
A educação faz parte dos direitos sociais mencionados no artigo 6º da Constituição Federal de 1988. O acesso a ela é um direito de cada cidadão e dever do Estado, que é instituído a todos os brasileiros nascidos ou estrangeiros, conforme a Lei 9.394 de 1996 que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
Ao compreender que o acesso à educação e o ingresso à escola é algo relacional, percebe-se a existência de uma gama de possibilidades que os indivíduos em idade escolar (crianças de 4 a 17 anos), podem ter de trabalhar suas potencialidades, de aumentar o acesso à cultura letrada, evitar as carências nutricionais, ampliar o contato entre pares e socialização, etc, no ambiente institucional, dentro de suas dependências e fora dela.
Nos últimos anos, é notório que houve uma queda da qualidade dos serviços públicos educacionais, com isso uma defasagem nos benefícios oferecidos dentro da instituição, para além de um significativo afastamento dos estudantes à escola, principalmente no período de pandemia da Covid-19 por meio do estudo remoto, degradando mais o processo de ensino e aprendizagem sobretudo nas populações mais vulneráveis.
O retorno das atividades presenciais, é importante que as instituições escolares considerem a pluralidade do público que volta ao espaço físico escolar. Refletir sobre as relações escolares é considerar que houve um aumento das interações virtuais e que a desigualdade entre os grupos sociais aumentou, fazendo com que os serviços básicos sejam essenciais e urgentes.
O trabalho nas instituições escolares deve ser pensado, desde o fornecimento de uma alimentação saudável, seguidos de uma reformulação cultural no desenvolvimento potencial de habilidades essenciais para a comunicação mais acessível - a escrita e a leitura, das palavras e do mundo.
A educação deve considerar trabalhar utilizando novas possibilidades de atuação. Considerar a abertura de entrecruzar a outros serviços básicos ampliando repertório de ação com o grupo de alunos e suas famílias.
As parcerias locais, como as unidades de saúde e atendimento dos serviços socioassistenciais, são grandes aliados estratégicos para que se identifique as vulnerabilidades e possa desenvolver um trabalho com maior amplitude e qualidade para todos.
Os desafios da educação para o desenvolvimento da população brasileira não se restringe a produção acadêmica do “saber fazer algo”, mas de oferecer cidadania a todos os componentes das relações educacionais. As gerações que foram e que são afetadas pela falta de acesso a esses serviços devem ter oportunidade de se desenvolverem amplamente e é responsabilidade dos setores públicos oferecerem estratégias diferenciadas para que os direitos humanos essenciais sejam supridos.
*ADRIANO SILVA
-Graduado em Pedagogia pela Universidade de São Paulo - FEUSP (2020);
- Pós graduando em Gestão de Projetos pela Universidade de São Paulo - ESALQ- USP;
- Atua como pedagogo no serviço social no Distrito do Jabaquara, desenvolvendo propostas com público de baic=xa renda e alta vulnerabilidade.
Nota do Editor:
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Boa tarde! Psor😂
ResponderExcluirÉs generoso na temporalidade ! Há décadas o ensino público no Brasil vem caindo pelas tabelas. Com certeza a PANDEMIA afetou sobremaneira o tema, mas; o que aconteceu? Meu pai, com segundo ano primário se tornou um Mestre de obras daqueles de primeira.
Até o início dos anos 80 o professor era a autoridade dentro da sala de aula. Tenho dito:
"Educação se tornou um tema político! E onde há política não haverão soluções. Ainda mais com os terrivelmente evangélicos de plantão 😂🇧🇷
Obrigado pela atenta leitura, Álvaro! O tempo para Educação é algo polêmico! Falando desse momento da pandemia com o fechamento da escola pública, o que temos é uma baixa no processo de ensino e aprendizagem, fato! Levando para o contexto social temos muitas hipóteses, o acesso a tecnologias digitais dos alunos, a formação tecnológica dos alunos/composição familiar/ professores/as, a rotina familiar, falta de emprego dos provedores e com isso um planejamento familiar com maior complexidade, a falta de alimento, enfim. Podemos citar muitas coisas que afetaram esses processos institucionais escolares, mas pensando nesse curto tempo da mudança de comportamento do alunado, pesquisas já citam a relação da mudança social pelo aumento da tecnologia na sociedade e na escola não seria diferente. A Educação hoje tem uma característica de ser muito mais pensada nos processos relacionais em uma relação "professor x aluno" não violenta e subjetiva. A ideia seria proporcionar o protagonismo e autonomia dos estudantes nesses processos de aprendizagem, mas ainda enfrentamos desafios sociais importantes que não proporcionam esses desenvolvimento com a qualidade necessária.
ExcluirArrasou 🤩🤩🤩
ResponderExcluirObrigado!
ExcluirMuito sensato!
ResponderExcluirObrigado!
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