Autora: Samira Daleck(*)
"Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não
amo os homens, não me é possível o diálogo." Paulo Freire
Aquele que se colocar para observar crianças pequenas entre zero e cinco anos pode perceber que elas estão muito diferentes do período pré-pandêmico, as crianças em sua grande maioria estão demonstrando muita agitação, dificuldade em compreender regras simples de convivência, intolerância a frustação, oposição as brincadeiras em grupo, objeção em compartilhar brinquedos. Fatos estes que eram bem mais facilmente resolvidos na era pré-covid.
Isto nos leva a refletir sobre o que está levando nossas crianças e ter este tipo de comportamento tão alterado. Não somente as crianças, mas todos os educadores e trabalhadores da educação, de certa forma e em diferentes graus todos fomos afetados pela COVID-19.
De acordo com pesquisa recente da Secretaria da Educação do Estado de
São Paulo e o Instituto Ayrton Senna, um em cada três estudantes do ensino
fundamental e médio sente dificuldade de se concentrar nas aulas. 70% dos
entrevistados relataram sentir ansiedade e angústia.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirma que crianças,
adolescentes e jovens poderão sentir o impacto da Covid em sua saúde mental e
bem-estar por muitos anos.
Estamos enfrentando uma desorganização generalizada
na sociedade em sua totalidade, uma readequação a nova realidade, um cotidiano
que não estávamos acostumados a vivenciar.
Todos tem medo de um novo vírus, de um novo
isolamento, do desemprego e da fome. Os sentimentos dos adultos influenciam
diretamente as crianças que precisam do suporte emocional em tempo integral
nesta nova etapa, muitos com medo de dormir sozinhos, com regressos no
desfralde, na alimentação e no convívio com irmãos.
A paciência e o amor nunca foram tão necessários!
Precisamos passar segurança para as nossas crianças, estipular regras e
limites, a família, seja ela como for constituída é a primeira micro sociedade
na qual a criança é inserida e é preciso que existam regras de convivência para
que isso reflita em nossa comunidade.
Não podemos ser permissivos o tempo todo, afinal a
falta de limites torna as crianças adultos que não colaboram para a construção
de uma sociedade justa e consciente e gera frustação e falta de interesse em
realizar as tarefas necessárias.
Quando perceber que o comportamento está além do
que é possível resolver em casa é preciso buscar ajuda profissional como os
professores, psicólogos, pediatras que poderão indicar o melhor acompanhamento
que a criança necessita. Ajudar a criança é uma tarefa de todos nós.
- Professora Humanista;
-Graduação em Pedagogia pela UNICASTELO (2007);
-Pós- graduação em Neuropsicopedagogia pela FATAC 06/2022); e
Terapeuta Holística pelo Instituto Eliana Lovieni (2021)
Nota do Editor:
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Grande e acertada análise desse problema!
ResponderExcluirMuito obrigada!
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