sábado, 24 de setembro de 2022

O recuo da pandemia e a saúde Socioemocional das crianças


 Autora: Samira Daleck(*)

"Se não amo o mundo, se não amo a vida, se não amo os homens, não me é possível o diálogo." Paulo Freire

Aquele que se colocar para observar crianças pequenas entre zero e cinco anos pode perceber que elas estão muito diferentes do período pré-pandêmico, as crianças em sua grande maioria estão demonstrando muita agitação, dificuldade em compreender regras simples de convivência, intolerância a frustação, oposição as brincadeiras em grupo, objeção em compartilhar brinquedos. Fatos estes que eram bem mais facilmente resolvidos na era pré-covid.

Isto nos leva a refletir sobre o que está levando nossas crianças e ter este tipo de comportamento tão alterado. Não somente as crianças, mas todos os educadores e trabalhadores da educação, de certa forma e em diferentes graus todos fomos afetados pela COVID-19.

De acordo com pesquisa recente da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo e o Instituto Ayrton Senna, um em cada três estudantes do ensino fundamental e médio sente dificuldade de se concentrar nas aulas. 70% dos entrevistados relataram sentir ansiedade e angústia.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) afirma que crianças, adolescentes e jovens poderão sentir o impacto da Covid em sua saúde mental e bem-estar por muitos anos.

Estamos enfrentando uma desorganização generalizada na sociedade em sua totalidade, uma readequação a nova realidade, um cotidiano que não estávamos acostumados a vivenciar.

Todos tem medo de um novo vírus, de um novo isolamento, do desemprego e da fome. Os sentimentos dos adultos influenciam diretamente as crianças que precisam do suporte emocional em tempo integral nesta nova etapa, muitos com medo de dormir sozinhos, com regressos no desfralde, na alimentação e no convívio com irmãos.

A paciência e o amor nunca foram tão necessários! Precisamos passar segurança para as nossas crianças, estipular regras e limites, a família, seja ela como for constituída é a primeira micro sociedade na qual a criança é inserida e é preciso que existam regras de convivência para que isso reflita em nossa comunidade.

Não podemos ser permissivos o tempo todo, afinal a falta de limites torna as crianças adultos que não colaboram para a construção de uma sociedade justa e consciente e gera frustação e falta de interesse em realizar as tarefas necessárias.

Quando perceber que o comportamento está além do que é possível resolver em casa é preciso buscar ajuda profissional como os professores, psicólogos, pediatras que poderão indicar o melhor acompanhamento que a criança necessita. Ajudar a criança é uma tarefa de todos nós.












- Professora Humanista;

-Graduação em Pedagogia pela UNICASTELO (2007);

-Pós- graduação em Neuropsicopedagogia pela FATAC 06/2022); e

Terapeuta Holística pelo Instituto Eliana Lovieni (2021)

Nota do Editor:

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