segunda-feira, 25 de maio de 2015

Momento Cultural

Bom dia amigos!! Excelente semana a todos!!
Mais uma semana que começa e com ela minha seção Momento Cultural.



 E, para esta selecionei as seguintes subseções:


a) Crônicas & Contos;
b) Música & Letra e
c) Poemas & Poesias 

Mas, vamos deixar de "papo furado" e vamos a elas.

Crônicas&Contos

O carro e o catador de recicláveis


Foto do perfil de Marilene Ferreira Marques



Marilene Ferreira Marques - aposentada que  trabalha com voluntariado social.

Um BMW passa devagar, desfilando toda sua beleza e conforto. Para, estaciona.

Em meio a este cenário, vejo catadores de lixo reciclável trabalhando. Não pode parar de catar, catar e catar, e, depois selecionar cada objeto encontrado.

Um deles se aproxima do veículo. Seria um homem ou uma mulher? Não dá para ter certeza, o boné esconde as suas feições. Discretamente aproxima do carro. Parece ler a marca, interrogando o que seriam essas letras? Receio. Medo de ouvir alguém mandando ‘dar o fora’. 

Continuo observando os movimentos desta anônima pessoa apenas um catador de lixo reciclável, que olha atentamente todos os detalhes do carro. Olhar de admiração, de pensamento longo, distante, como se sonhasse estar em outro mundo. Chega mais perto do veículo, vai perdendo o medo toca aquele material lisinho, limpo, sem nada que corte, espete suas mãos. Olha em derredor. Pelo retrovisor observa seu rosto, dando a entender que já não lembra mais de como era e é.

Cabelos descuidados, visíveis marcas do tempo no rosto. Abre a boca examina seus dentes, os poucos que estão inteiros.

Olha para suas mãos, unhas, pés, volta a olhar para o carro. Abre novamente a boca diante do espelhinho, passando o dedo nos lábios, cantos dos olhos.

Muita concentração, um descanso do enfadonho trabalho, da canseira do sol, da chuva, do dia, da noite, do calor escaldante e do frio batendo em seu corpo, sem agasalho apropriado. A necessidade não dá descanso.

As mãos sujas, com marcas profundas são intimidadas pela beleza, pela lisura daquele belo carro. Não machuca suas mãos ao tocá-lo, não corta, não tem bactéria e nem traz a tal virose.

Não consegue visualizar as bactérias debaixo de suas unhas maltratadas, sujas, com toda sorte de cores. Mãos calejadas, que sem temor invadem as latas, sacos de lixo pelas ruas, que dobram as caixas de papelão, amassam as latinhas de alumínio. Vasculham tudo à procura de algo precioso. Mãos, corpo que se move pelas ruas, sem medo da bravura dos olhares desconfiados, da disputa entre os carros, pessoas limpas, cheirosas, da concentração no depósito, onde o lixo é separado, pesado, vendido, enfim, o troco do café da manhã, do aluguel do carrinho, do banho sem sabão.

Que dinheiro bom, cheiroso, gostoso. Dinheiro valioso que leva o pão à mesa da sobrevivência. 

Sobreviver do bem que fazem ao meio ambiente, a famosa ecologia.

Parece-me continuar a sonhar: - “Bem que este carro poderia ser reciclável. Tiraria um bom dinheiro”.

Lá dentro, o conforto, o frescor e bate aquela vontade louca de morar ali dentro, de descansar, de poder dormir um sono reparador. Sim, também poderia ser uma casa. 

Não escuta o ríspido grito de “licença”. Não percebe que o carro está sendo ligado, que vai sair.

Não vê nada mais que seus sonhos.

Comenta alto com os colegas, que disputam juntos as latinhas, as caixas de papelão: - “Pedi uma casa à assistente social e ela saiu para chorar. Vai ver que ela não tem as bactérias que não sei o que é para dar-me uma casa. Verdade! Bactéria e virose são não ter onde morar, onde tomar um banho direito com sabonete cheiroso. É não ter uma mesa para colocar os alimentos para os filhos. É conviver com os olhares preconceituosos e autoritários. Olhares que não entendem o quanto trabalhamos, que o ganho é pouco e que deixamos o meio ambiente limpo para que possam passar andando, desfilando com seus carros limpinhos. Sempre ouvi este negócio de preconceito. É um assunto antigo. Não sei o significado, mas é algo muito antigo. Sim, o preconceito é muito velho”.

Penso comigo: “Preconceito que gera desastrosas consequências. Nem todo mendigo nasceu mendigo, Quem sabe esta pessoa já teve tudo e perdeu, ou nunca teve a oportunidade de ter? Quem sabe já teve um carro, será ela motorista? O que sei é que ela vai continuar a separar os recicláveis do lixo comum, assim como milhares de brasileiros que sobrevivem disso”.


Música&Letra

Música

Só danço samba de Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Morais


Intérprete: Fernando Werneck
Formado em Comunicação e Multimeios pela PUC. Trabalha como produtor de áudio na Maximal Studio.


Letra


Só danço samba

Só danço samba
Vai, vai, vai, vai, vai
Só danço samba
Só danço samba
Vai!...(2x)

Já dancei o twist
Até demais
Mas não sei
Me cansei
Do calypso
Ao tchá-tchá-tchá...

Só danço samba
Só danço samba
Vai, vai, vai, vai, vai
Só danço samba
Só danço samba
Vai!...(2x)

Só danço samba
Só danço samba
Vai!...(6x)


Poemas&Poesias


Sonhos meus
Taís Morais

Taís Morais
Jornalista Premiada com o Jabuti de melhor livro-reportagem
Blog://www.taismorais.blogspot.com.br/


Na noite fria do meu quarto,

Me invade o desejo do que foi perfeito com você. 

Persigo em mim o cheiro do seu corpo.
Busco na minha pele as tuas digitais.

Revivo os momentos de nós dois e
Revejo cenas que estão presas na minha saudade.

Sussurro as tuas palavras.
Ouço as nossas musicas.
Relembro nossas gargalhadas.
Nossas brincadeiras e
Me perco no tempo que dura o teu beijo quente.

Dos meus sonhos vertem umidade.
Minhas veias pulsam loucas e delirantes.
Não há paradas,
Não há silêncios, 
Apenas os nossos devaneios.

Minha boca estremece num gemido calado.
Minha voz se cala com os espasmos do teu Amor,
Louco, sóbrio, perfeito, verdadeiro...

Então a noite se vai,
Levando meus sonhos,
Os teus encantos,
O meu suor,
A minha alegria e
O meu prazer.

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