Para
Carl Rogers, na relação de ajuda, o que deveria se fazer na prática é facilitar
o outro para que ele possa encontrar em seu mundo interior, seus próprios
recursos e para que isso aconteça é necessário oferecer uma relação acolhedora,
compreensiva e honesta. Isto é o que acontece nas sessões de terapia. É nesse
momento terapêutico, que se constrói uma relação entre estas duas pessoas
paciente-terapeuta. É neste instante, no aqui e agora, afetando e sendo
afetado, que a liberdade com amorosidade é possível e permite um campo de
possibilidades imprevistas para a mudança e transformação da pessoa no sentido
de construir autenticidade. É neste vínculo saudável onde um está aberto e
disposto a ajudar e o outro pode mostrar-se disposto a ser ajudado, que dá a
oportunidade de criar um relacionamento modelo, que talvez nunca tenha sido
experimentado antes. Um verdadeiro agente de troca, a relação genuína da
experiência da intimidade. Se esse tipo de encontro é possível, o paciente poderá
utilizar-se desta experiência e levá-la para outros campos do seu
relacionamento.
Para Jacob Levy Moreno, além do vínculo, também é importante o que ele denominou de fator tele, que garante no encontro que há uma correta percepção recíproca, uma relação de espontaneidade, criatividade, percepção e sensibilidade. Ou seja, sozinha ela não tem existência própria pois a percepção de intimidade é mútua dos indivíduos. É na relação existencial, em que a confiança está em primeiro lugar, que será possível realizar a intervenção. Intervenção essa, que só terá eficácia se o paciente confiar no seu terapeuta, e que só ocorre se houver uma comunicação verdadeira entre dois seres que existem. Apenas assim, quando esta condição indispensável acontece, se faz possível atuar com a psicoterapia de forma curativa no sentido mais profundo da palavra.
O encontro genuíno com a outra pessoa movimenta sempre a relação com nosso próprio mundo, nosso conforto e permite questionar, nos aventurar e nos enriquecer diante desta nova relação, isto é, quando o psicólogo pode olhar para seu paciente não como um objeto que deve ser reparado, mas sim, como uma pessoa que pode se utilizar da sua atenção e confiança humana.
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