Autora: Mariana Guatura (*)
A sociedade atualmente passa por transformações tão rápidas que o nosso grande desafio é o de acompanhá-las e implementá-las em nosso cotidiano. Uma prova disso são as inovações tecnológicas, as quais se modificam em períodos tão curtos que é praticamente impossível se manter atualizado com os aparelhos ou recursos mais recentes produzidos.
As inovações tecnológicas são apenas um dos diversos exemplos capazes de demonstrar as mudanças pelas quais passamos em nosso dia a dia. Ao se considerar o aspecto social, é impossível não se pensar na educação e, mais especificamente, na inserção das escolas em um ambiente que passa por rápidas transformações. Deste modo, questiona-se: enquanto ambiente transformador da sociedade, como deve ser a educação do século XXI?
Inicialmente, a escola precisa ser um ambiente em que os estudantes sejam capazes de, mais do que ser ensinados, ser capazes de desenvolver as suas habilidades e as suas competências. A escola deve ser o local em que serão formados líderes, é onde se deverá aprender a trabalhar em equipe, é o local em que os alunos aprenderão a falar em público e poderão desenvolver outras competências. Tais competências serão utilizadas não somente no momento das aulas, mas em toda a trajetória de vida do aluno.
Além das competências, é fundamental que a escola do século XXI propicie aos seus educandos o desenvolvimento e o aprimoramento das habilidades, o saber fazer. Neste sentido, é importante destacar também a mudança do papel da escola com o passar dos anos. Se antes os professores atuavam como transmissores do conhecimento (na era em que não existia o Google), hoje em dia é preciso que os docentes atuem como mediadores do conhecimento uma vez que a informação e o conhecimento estão disponíveis ao alcance de todos. Se há algumas décadas os alunos obtinham todo o conhecimento na escola, atualmente eles chegam às escolas repletos de conhecimentos e o novo papel do professor é o de conduzir o aluno para que este construa o conhecimento a partir das suas vivências.
É preciso que, na escola do século XXI, o conhecimento construído pelo aluno verdadeiramente faça sentido para a sua vida. Deste modo, a partir do momento em que o aluno perceber que o conhecimento construído na escola pode (e deve) ser aplicado em seu dia a dia, acredita-se que o aluno terá vontade em aprender. Faz-se necessário que o conhecimento não fique restrito apenas ao ambiente escolar, mas sim seja efetivamente aplicado para solucionar as demandas do cotidiano e impactar positivamente a sociedade em que se vive.
É importante destacar que algumas das premissas aqui discutidas fazem referência a Teoria da Aprendizagem Significativa, de David Ausubel, teoria cognitivista proposta na década de 60 que vem ao encontro das necessidades apresentadas pela escola do século XXI.
A receita parece ser fácil de seguir, mas todos os que lecionam ou desempenham outra função nas escolas sabem bem o quão desafiador é colocar todas essas premissas em prática. São várias as escolas que não possuem estrutura física, não dispõem de material ou equipamentos, as salas de aulas são lotadas, as famílias não participam, os professores estão desmotivados por possuírem uma carga horária imensa de trabalho, dentre inúmeros outros problemas sociais que interferem diretamente no aprendizado dos alunos. Diante de tantas mazelas, como colocar em prática os pressupostos discutidos anteriormente?
É no mínimo inquietante pensar em como deve ser a educação do século XXI enfrentando as situações supracitadas. Acredito que, mesmo diante das dificuldades, devemos oferecer o nosso melhor aos alunos, mostrando a eles a importância que o conhecimento tem para as suas vidas e o quanto eles são importantes para buscar as transformações sociais que todos queremos. Que tal formarmos uma corrente para colocar isso em prática?
Referência:
BRASIL. Aprendizagem significativa – breve discussão acerca do conceito.
Disponível: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/implementacao/praticas/caderno-de-praticas/aprofundamentos/191-aprendizagem-significativa-breve-discussao-acerca-do-conceito> Acesso em 26 mar. 2023.
*MARIANA DOS SANTOS SIQUEIRA GUATURA
-Graduação em Biologia pelo UNIFATEA (2009);
-Especialização em Gestão Escolar pelo UNIFATEA (2012);
- Mestre em Ciências pela Escola De Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo (2016);
- Professora preceptora do Programa Residência Pedagógica (UNIFATEA/CAPES) na EE Gabriel Prestes (Lorena/SP);
-Coordenadora de Gestão Pedagógica da EE Gabriel Prestes e
-Professora de Ciências na EM Prof. Climério Galvão César (Lorena/SP).
Currículo Lates: http://lattes.cnpq.br/0653319436604048
Contatos:
Linkedin : Mariana dos Santos Siqueira Guatura;
E-mail: mariana.guatura@educacao.sp.gov.br
Nota do Editor:
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Ótima reflexão!
ResponderExcluirExcelente texto, baseado em nossa realidade. O verdadeiro educador não desiste nunca de superar desafios. Vamos fortalecer essa corrente.
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