domingo, 31 de julho de 2016

Cadê eu mesmo?


Quando me sentei para escrever esse texto, veio um desejo de escrever algo que fosse mais do que um simples artigo de uma psicóloga para um blog legal.

Queria escrever algo que talvez desse um pouco mais de consciência a quem lesse, deixando de ser apenas uma leitura por distração.

Daí fiquei pensando no que tenho encontrado no meu percurso, no meu trabalho e no mundo lá fora e me deu vontade de chamar a atenção das pessoas para o lugar onde elas têm se colocado na vida.

É que eu vejo as pessoas vivendo por viver, existindo por existir.

Elas estão tão cansadas, cheias por dentro, mas cheias de conflitos, memórias duras do passado, carregam malas tão pesadas!

Vejo-as vivendo voltadas para fora, e quando se voltam para si é porque alguma coisa séria já “estourou”, então pedem socorro para quem puder ajudar, mesmo que seja para os velhos remédios receitados pelo psiquiatra. E logo constatam que, no fundo, nada muda.

Vejo-as como se fossem robozinhos ligados no automático, correndo como doidas, sem perceberem seus filhos crescendo, seus pais envelhecendo, seus amigos mudando, seu corpo e mente adoecendo.

Vejo-as pirando!

Mas, e então? O que é que está faltando para essas pessoas hoje?

Talvez seja amor próprio, cuidado próprio, preocupação verdadeira consigo mesmas.

Talvez devessem dar para si, a mesma a importância que dão para cada problema, e gastar consigo próprias a mesma energia que gastam para resolvê-los.

Então as observo tomando o sentido errado, perdidas, se distanciando cada vez mais de dentro, indo para fora, onde nada encontrarão. Ou melhor, encontrarão cada vez mais desequilíbrio.

As pessoas estão verdadeiramente acostumadas ao sofrimento!

Em algum momento do caminho se perdeu a lembrança de como é bom encontrar paz, tempo para si, prazer na vida, prazer numa pausa, num vinho, num livro... E essas coisas nem dão tanto trabalho assim para serem conseguidas!

Uma coisa que me deixa sinceramente muito feliz é receber um paciente novo que chega dizendo: “Vim para cuidar de mim, porque chegou a hora de ter um espaço para mim, fazer algo por mim, até agora só vivi para o trabalho, ou para a família...”.

Porque a verdade é que o tempo está passando rápido demais, e com ele as oportunidades de usufruir da vida, de estar mais saudável e harmonizado, já que a real felicidade se encontra na tranquilidade trazida pelo estado equilibrado.

E equilíbrio não é abandonar as obrigações, mas encontrar o meio termo para tudo.

Então eu te convido a se perguntar: “Onde estou? Como estou? Cadê eu? ”.

Não deixe para se encontrar quando já estiver perdido energia tão essencial que não possa mais retornar.

Não se permita querer acordar quando já estiver na tentativa de reduzir os remédios aos quais já se sinta viciado.

Não se deixe despertar com dinheiro no banco coincidindo com poucos anos de vida para o usar.

Talvez este artigo te incomode. Talvez você não queira pensar nisso tudo.

E tudo bem, todo mundo é livre e pode escolher.

E se for assim, então deixa pra lá...

Mas, posso ser chata só mais uma vez?

Não deixa pra lá não, não deixe a sua vida passar assim.

Vamos pensar juntos: cadê você? Vamos achar você?

(E aqui eu deixo uma carinha com sorriso, na esperança de que você leve sim esse texto a sério).

Se localize.

Se conscientize.

Se resgate.

Viva você.

Por ROSANGELA TAVARES












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