sábado, 13 de junho de 2020

Nós e a Síndrome de Elsa



Autora:Siomara Campolina(*)


"Aliar literatura ao momento atual se faz necessário e importante, para que tudo se torne mais leve. Para que o ressignificar em nossas vidas seja meta e fim...Recomeço e mudança...sem medo e ansiedade."

   
Como o tempo passou para vocês? Muitas mudanças aconteceram e nos acometeram depois do último encontro...Vocês mudaram...eu mudei...a sociedade mudou, o mundo não será o mesmo...

Para nosso momento encontrei um filme que foi “levemente” baseado em uma história do dinamarquês Hans Christian Andersen que nasceu em 2 de abril de 1805 numa família pobre na cidade de Odense, Reino Unido da Dinamarca e Noruega, atual Dinamarca. Mesmo sendo de origem humilde, seu pai sempre o incentivou a estudar e explorar sua criatividade, chegou a fazer um teatro de marionetes que Hans usava para encenar peças clássicas. O conto "A Rainha da Neve", passa a construir nossa conversa entre fábulas e contos. 

FROZEN- 2013, este é o filme que se tornou comum em temas de festas infantis e nem tão infantis assim, se tornou shows em que me acompanharam pessoinhas muito especiais.

Um filme com personagens que encantaram as crianças de todo o mundo. Um filme tecnologicamente planejado, colorido e vibrante.

Dentro deste filme busquei uma personagem – ELSA – essa personagem se tornou um bum entre as meninas...e encontrou um lugar entre as princesas da Disney, mesmo sendo rainha, o comércio não ficou atrás, com coroas, tranças, fantasias, enfeites, com cores suaves e um toque de surpresas que permanecem fazendo sucesso.

Qual o motivo de ter escolhido essa personagem? Do lado de fora, Elsa parece pronta, mas na realidade, ela vive com medo, enquanto ela luta com um poderoso segredo. Algo de diferente do que estamos vivendo?

SÍNDROME DE ELSA, como denomino o momento presente, é vivido por várias "‘Elsas" e suas versões masculinas também, vivemos com medo e reclusos em nossa casa, assim como Elsa não podemos nos permitir em sair de nossa casca e muitas vezes por medo do desconhecido. Um presente entristecido.

Já Gerda, a rainha do conto de Hans Christian Andersen, durante o decorrer da história diz que não poderia mais beijar Kay ( personagem do segundo conto) , pois poderia matá-lo com seus beijos. Algo incomum em nossos dias? Onde o carinho foi substituído por pequenos gestos e toque sutis.

Verifiquei o significado de Síndrome - encontrei conjunto de sinais e sintomas observáveis em vários processos patológicos diferentes e sem causa específica.

Busco essa palavra usada em nossa literatura e brinco com seu significado percebendo quantos sinais o desconhecido nos apresenta. Desconhecido esse que se torna conhecido em nossa sociedade.

Juntando a atualidade dos personagens do filme e do conto, percebo que muito se formou nesta construção. Tanto um quanto o outro conheceram os tortuosos e gélidos, quanto os calorosos e belos caminhos da vida, ou seja, adquirem sabedoria e discernimento nesta jornada.

Aos poucos vemos raios de sol mais perto de nosso desejo...barreiras se abrem, o medo muda o foco, a ansiedade é substituída pela esperança. 

Esperança essa que nos deixa certos em poder cantar como a personagem...

Livre estou, livre estou
Não posso mais segura
Livre estou, livre estou

Espero que muitas coisas permaneçam e muitas se tornem mais humanas, repletas de novos caminhos de certezas perante as incertezas que sempre estarão presentes em nossas vidas... 

Pense nisso... 

Bibliografia 




BETTELHEM, Bruno. A Psicanálise dos contos de fadas. Editora Paz e terra, 1980. 



RUDNICK, Elizabeth. Frozen: Um coração gelado. Editora Universo dos livros, 2016.

*SIOMARA SIDNEY CAMPOLINA


-Graduada em Pedagogia pela FAFI-BH;atual Uni - BH (1996);
-Especialização em Supervisão e Coordenação Pedagógica pela PUC-MG (2004);
-Atuação em consultorias;
-Experiência com capacitação de professores do Ensino Infantil, Fundamental e Formação de Professores de escola pública e privada;
- Experiência de mais de 30 anos  em escolas públicas e particulares e
- Atualmente é professora do Colégio Alumnus de BH.

Nota do Editor:

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