Creio que todo estudante da área de humanas em algum momento se deparou
com uma indicação de um livro chamado Os Dois Brasil de Jacques Lambert, com
sua primeira edição em 1957, e posteriores 8 edições pelo menos. O livro trata
do contraste, na época, de uma parcela do país desenvolvida, com todos os
acessos necessários ao desenvolvimento humano em todas as áreas e o
desenvolvimento econômico, enquanto outra parcela nem saneamento básico,
educação básica, trabalho, renda, cultura...
Hoje, 65 anos depois, ainda percebemos que temos muito ainda a aprender
sobre sermos mais homogêneos como país e inclusivos. Porém, da maneira que as
políticas públicas caminharam, ao invés de dar condições e "varas para
pescar", estamos constatando uma grande parcela da população ainda
considerando o Estado como um pai que dá tudo na boca.
Veja a imagem abaixo:
Assim é a impressão que se tem quando, na administração anterior do
Brasil, 40 milhões de famílias eram beneficiadas com o Bolsa Família... fazendo
uma conta grosseira, 4 pessoas por família, 160 milhões... e o Brasil hoje tem
220 milhões de habitantes! Ou seja: 60 milhões (aproximadamente 30% da
população) sustentando os outros 70%!!!!!!!!!!!!!! (e por conta da pandemia a
situação se manteve).
Isso é simplesmente impensável, irracional, revoltante. Por outro lado,
o Brasil "desenvolvido" é tão eficiente que consegue sustentar ele e
mais 2,3 encostos (merece o termo, não acham? Comente aqui em baixo).
Por outro lado, esse ano a galera do coitadismo e do "quanto pior
melhor/nasceu é culpado" teve que engolir que, mesmo na pandemia, o Brasil
se recuperou em termos de PIB porque sabe se reinventar. Quem já tinha embriões
de e-commerce teve a lavoura salva e o setor exportador está dando risada
sozinho até hoje (vide molusco júnior como cresceu o patrimônio porque o setor
que deram pra ele de bandeja é exportador).
Por outro lado, nobreza não é de posses, classe social. Nobreza é de
caráter. O fato de termos fechado com um dígito na taxa de desemprego significa
que estamos começando a criar uma cultura que valorize quem trabalha, quem
produz, quem tem visão de coletivo, que pensa em deixar um país melhor pros
filhos, netos...
Concluo que, mesmo tendo dois Brasis, além da questão cultural,
econômica, social, polarizada politicamente há esperança. Muito melhor ter
emprego e salário que proporcione a escolha do que comprar e usufruir do que
ser dependente como um encosto que só tira, não tendo nada para oferecer,
espero sinceramente que a cultura do coitadismo acabe e tenhamos um povo forte
que não tem medo dos desafios e que tenha visão de país, visão de futuro.
*ANA PAULA STUCCHI
Twitter:@stucchiana
Nota do Editor:
O Brasil parece que incentiva a cultura do coitadismo, aí se uma pessoa quer empreender ela tem sua vida dificultada ao máximo, com várias taxas e burocracias
ResponderExcluirUm terço não paga água, luz e ainda recebe vale gás. Outro terço não paga condução. Outros quase dois milhões comem, bebem e têm DIREITO a visita íntima. Ah! Direito a auxílio reclusão. E todos esses pseudos coitados são exatamente os responsáveis por eleger e reeleger tiriricas e bandidos em família para elaborarem leis!
ResponderExcluirTenho dito!