sábado, 22 de fevereiro de 2025

Acolhimento e adaptação no início do ano letivo


 Autora: Manuela Dias Arello(*)

O início de um novo ano letivo é um momento repleto de expectativas e desafios, tanto para alunos quanto para professores. A implantação de uma nova rotina, a familiarização com o ambiente escolar e a construção de relações interpessoais são fatores importantes nesse processo. No entanto, esse acolhimento e adaptação apresentam um paradoxo: enquanto a escola busca integrar todos os alunos, sejam eles típicos ou atípicos, a diversidade de necessidades e experiências podem criar barreiras à inclusão. Alunos típicos, que geralmente se encaixam nas expectativas do sistema educacional, podem ter uma adaptação mais tranquila. Eles estão acostumados com as rotinas escolares e, muitas vezes, possuem habilidades sociais que facilitam a formação de laços com seus colegas. Contudo, mesmo esses alunos podem sentir a pressão de se adaptar a um novo grupo, enfrentando ansiedades e inseguranças. O acolhimento, nesse caso, precisa ser sensível e atencioso, reconhecendo que cada criança, independentemente de suas características, anseia por pertencimento.

Por outro lado, os alunos atípicos, que apresentam necessidades educacionais e diferentes formas de aprendizado, enfrentam um desafio ainda maior. A adaptação de materiais e rotinas para esses alunos é fundamental, mas muitas vezes esbarra na resistência da comunidade escolar a diferentes processos avaliativos ou na falta de recursos tecnológicos para contemplar a aprendizagem. O acolhimento deve ser profundo e empático, promovendo um ambiente onde todos se sintam valorizados e respeitados. Essa inclusão não apenas beneficia os alunos atípicos, mas enriquece todo o grupo, estimulando a empatia, a compreensão e a diversidade de perspectivas.

Para os professores, o desafio é igualmente complexo. Eles precisam equilibrar a assertividade de seus métodos de ensino para atender a um grupo diverso, ao mesmo tempo em que cultivam um ambiente acolhedor. A pressão para atender a todos os alunos pode gerar estresse, ansiedade e insegurança, levando os educadores a questionarem sua competência e excelência.

O acolhimento dos professores por parte da instituição e da comunidade escolar é essencial, proporcionando suporte emocional e recursos que lhes permitam enfrentar esse desafio com confiança.

Assim, o paradoxo entre adaptação e acolhimento emerge: enquanto todos buscam integrar-se e pertencer, às individualidades podem dificultar esse processo. O verdadeiro acolhimento requer uma abordagem que reconheça e valorize as histórias de cada um, promovendo um ambiente inclusivo onde todos, alunos e professores, possam florescer em suas singularidades.

A construção de uma comunidade escolar coesa e solidária é, portanto, um desafio coletivo que demanda esforço, compreensão, união, respeito e, acima de tudo, amor ao próximo.

* MANUELA DIAS ARELLO















-Pedagoga pela UNIP (2000);

- Especialista em Docência pela UNIFMU e Gestão de pessoas pela FGV (2003);

- Bacharel em direito pela UNIFMU (2006);

- Graduada em Psicologia pela UNIFMU(2024);

-Atua na rede particular de São Paulo como professora do Ensino Fundamental I.

- Escritora

-Autora do livro: Beijos de Luz , contos do cotidiano e

da Antologia poética : Uma poesia para cada noite,lançada este ano  na Bienal de São Paulo.

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E-mail: manudiasarello@gmail.com

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