sábado, 11 de janeiro de 2020

O Triste Balanço do Governo Bolsonaro no tocante à Educação no Brasil





AutoraMaria Elizabeth  Cândio(*)


Desde que o presidente Jair Bolsonaro tomou posse e, notadamente, desde que Abraham Weintraub assumiu, em nove de abril de 2019, a pasta da Educação, o país vem sofrendo sucessivos abalos na alma deste que é um dos mais importantes ministérios não só do Brasil, mas de qualquer país do mundo: o da Educação.

É importante destacar o fato de que as principais polêmicas geradas pelas desastradas ideias e medidas do ministro em questão referem-se ao Ensino Superior, principalmente às universidades federais.  

Ainda em abril, Weintraub declarou que iria reduzir  investimentos nos cursos universitários públicos de ciências humanas, particularmente os cursos de Sociologia e Filosofia – os quais poderiam ser até abolidos das grades curriculares vigentes. Tendo tido todo apoio do presidente através do twitter, o ministro argumentou que seriam priorizados os cursos de Medicina, Enfermagem, Veterinária e Engenharia, uma vez que os mesmos garantem retorno de fato. Afirmou também o ministro que  o MEC cortaria verbas de universidades que não apresentassem um rendimento acadêmico satisfatório, começando pela Universidade Federal Fluminense (UFF) , a Universivdade de Brasília (UnB) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA).


Agravando-se sobremaneira o retrocesso na Educação, Weintraub ordenou que fossem cortados trinta por cento dos valores totais destinados às universidades federais, totalizando cerca de R$ 1,6 bilhão , tendo havido bloqueios bilionários igualmente em outras áreas fundamentais da educação, como a básica e a infantil.


Além disso tudo, foram operados cortes significativos de bolsas da Capes, impedindo que mestrandos e doutorandos pudessem concluir suas pesquisas acadêmicas, o que gerou grandes manifestações de protesto, após as quais os benefícios bloqueados cairiam para 3,5 mil.


Não satisfeitos com essas significativas perdas, o ministro e o presidente orquestraram a criação de uma comissão para efetuar "avaliação ideológica" das questões propostas pelo ENEM. Diante desta nova polêmica, o Ministério Público Federal ordenou esclarecimento do INEP (órgão do MEC responsável pelo ENEM), o que não significou qualquer abrandamento dos ânimos da população estudantil.

Talvez de todos os "absurdos"engendrados pelo ministro da Educação, por conseguinte, os maiores tenham sido os três aqui enumerados: 
1) A obrigatoriedade de filmar os alunos entoando o Hino Nacional nas escolas; 
2) A mudança dos livros didáticos de História, uma vez que os mesmos estariam "passando uma ideia irreal acerca do golpe militar de 1964 e a consequente ditadura", a qual, para muitos seguidores de Bolsonaro, nem sequer teria existido (o que é uma aberração sem precedentes!);e
3) Os sucessivos erros ortográficos nas mensagens do ministro Weintraub, postados essencialmente no twitter e proliferados – virilizados, em verdade – em todas as redes sociais, ridicularizando, com razão, aquele que deveria ser um exemplo para o Brasil, e que só consegue, cada vez mais, ser uma grande vergonha nacional.


Diante do exposto, espera-se que haja algum tipo de "suspenção" das ações vexatórias e descabidas do atual "ministro", ainda que por meio de uma já tardia "paralização"do povo pelas ruas das principais capitais.

Em suma, é de todo "imprecionante"o fato de pessoas tão despreparadas estarem no topo do poder, apresentando ideias e ações que são verdadeiras atrocidades, fazendo com que a Educação venha a parecer brincadeira de criança, o que é uma lástima geral e irrestrita para o nosso maltratado país.

*MARIA  ELIZABETH CÂNDIO
                                                                                                                                  

 

-Graduação em Letras e Tradutor-e-Intérprete pela Faculdade Ibero-Americana (1982);
-Pós-graduação Lato Sensu em Literatura Brasileira-Fase Modernista (1985);
-Mestre em Letras pela USP(2007),com dissertação de mestrado em Estudos Comparados de Literaturas em Língua Portuguesa;
-Leciona há 36 anos na área de Letras,com ênfase em Língua Portuguesa,Língua Inglesa,Técnicas de Redação,Português Instrumental,Inglês Instrumental,Literatura Brasileira e Literatura Portuguesa e
-Tem experiência em Ensino Fundamental,Médio e Superior e um livro de poemas publicado,Canção Necessária (1986).


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Um comentário:

  1. Vamos comparar os cortes na Educação ocorridos na última década. https://aosfatos.org/noticias/tabela-que-compara-cortes-na-educacao-subestima-valor-bloqueado-por-bolsonaro/

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