Autora: Maria Elizabeth Candio(*)
Em face desta pandemia e suas terríveis consequências, as escolas permanecem fechadas e os professores continuam preparando as atividades à distância. Todavia, claro está que não consiste exatamente nesta a situação ideal para as necessidades de ensino e aprendizagem. Ainda assim, porém, o otimismo não pode esmorecer, a esperança não pode falhar e a vontade de aprender não deve acabar. E é também para situações como essa que existe a poesia.
Porque os corações, mais do que nunca, precisam ser abertos para a retirada do mofo da tristeza e da dor da perda, seja de empregos, de sonhos ou vidas. Sendo assim, a poesia se faz, mais do que nunca, absolutamente necessária:
Se a educação requer doce presença
de um giz, um verbo e a voz de um professor,
(Que o aprendizado sempre recompensa
um mundo de dedicação e amor)
Se a pandemia impede a permanência
de alunos, sala e aglomeração;
Se os mestres são agora grande ausência
e as aulas são distância e gravação
Que a paciência cresça e o peito aceite
a educação em forma de pesquisa,
que o aprendizado, mesmo sem deleite,
ainda assim também se concretiza (**)
Sabe-se que a pandemia, em se tratando de Educação, reforçou e potencializou a questão das diferenças sociais, uma vez que os alunos com bom poder aquisitivo têm maiores oportunidades de usufruir das avançadas tecnologias, enquanto os menos favorecidos muitas vezes ficam sem poder acompanhar as aulas através de um simples celular. E pela única razão de não terem sequer condições de comprá-lo.
Por conseguinte, ainda há que se dedicarem em dobro, porque somente a Educação é capaz de modificar as condições sociais e financeiras de um ser humano. Além disso, o conhecimento consiste no único patrimônio infinito e que jamais se perde. Desta feita:
impedem mentes férteis de alcançar
as mesmas ricas oportunidades
de mais poder saber e assimilar
Se a grana ofende a gana de saberes
e se os sabores forem desiguais,
se forem tão fatais os tais poderes
que tornam seres menos fraternais
Que a alma alcance então supremacia
e a febre do saber seja tão forte,
que abrace os véus da tal sabedoria,
unindo os desiguais na mesma sorte!(**)
MARIA ELIZABETH CANDIO
-Graduação em Letras e Tradutor-e-Intérprete pela Faculdade Ibero-Americana (1982);
-Pós-graduação Lato Sensu em Literatura Brasileira-Fase Modernista (1985);
-Mestre em Letras pela USP, Universidade de São Paulo (2007), com dissertação de mestrado em Estudos Comparados de Literaturas em Língua Portuguesa;
- Professora com experiência em Ensino Fundamental II, Médio, Superior e Pós-graduação, tendo sido aposentada em 2013, mas ainda em plena atividade;
- Poeta com um livro publicado - "Canção Necessária" (1986) - e outro pronto para ser lançado após a pandemia, o "Ávida Vida".
-Diversas premiações em concursos de poesia, entre as quais se destacam o primeiro e o segundo lugares no Concurso Escriba de Poesia de Piracicaba, em 2004 e 1994,respectivamente;
-Leciona há 39 anos na área de Letras,com ênfase em: -Língua Portuguesa;
-Língua Inglesa;
-Técnicas de Redação;
- Português Instrumental;
-Inglês Instrumental;
- Literatura Brasileira e
-Literatura Portuguesa;
- Revisora de textos em Língua Portuguesa há 30 anos.
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