domingo, 8 de outubro de 2017

Porque Uns se Tornam Dependentes Químicos e Outros Não




Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 1981), define droga sendo toda e qualquer substância, natural ou sintética que, introduzida no organismo modifica suas funções. Drogas ou SPAs quando entram em contato com o organismo atuam no sistema nervoso central produzindo alteração de comportamento, humor e cognição.

As drogas naturais são obtidas através de determinadas plantas, de animais e de alguns minerais. Exemplo a cafeína (do café), a nicotina (presente no tabaco), o ópio (na papoula) e o THC tetraidrocanabinol (da maconha). As drogas sintéticas são fabricadas em laboratório, exigindo para isso técnicas especiais.

Drogas ou SPAs abrangem álcool, tabaco (cigarros), vários remédios, assim como, maconha, cocaína, ecstasy, crack, LSD, cola de sapateiro, etc.

As pesquisas apontam a dependência química como uma síndrome biopsicossocial e espiritual ativada por uma predisposição de a pessoa desenvolver dependência a substâncias psicoativas que provocam alterações no estado de humor. 

Sendo ela, uma doença primária, progressiva, crônica e potencialmente fatal. Sua causa é consequência de deficiências orgânicas e genéticas que alteram o metabolismo, a química cerebral e o funcionamento dos neurotransmissores.

Dessa forma, a doença é deflagrada pela experimentação das drogas por um organismo suscetível num ambiente favorável ao abuso de drogas, pois, a pessoa suscetível experimenta compulsão, perda de controle e continuidade do uso a despeito das consequências negativas físicas, emocionais, sociais e espirituais.

Portanto as drogas são todas substancias alteradoras do humor que produzem modificações no cérebro que alteram o seu funcionamento, uma vez alterada a função do cérebro, a pessoa experimenta mudanças físicas, emocionais e comportamentais. As substâncias psicoativas têm o poder de alterar o pensamento, danificar a mente e o corpo e afetar o comportamento e os relacionamentos.

É uma síndrome que pode ser reconhecida através de sinais e sintomas específicos. Um profissional especializado pode reconhecer de modo rápido e seguro a presença ou não da doença, através de uma terapia bem estruturada.

Fique atenta aos sinais, a dependência química deve ser diagnosticada e é tratada como um problema de saúde mental, embora não se possa cura-la. Seus sintomas podem ser detidos através da abstinência total do uso de toda e qualquer substância química que altere o humor. Além da abstinência, a vulnerabilidade do dependente químico à recaída pode ser controlada através de mudanças permanentes no estilo de vida, atitudes e comportamento.

Umas das técnicas usadas são os cinco estágios da aceitação de mudanças que são barreiras invisíveis pelo qual o dependente químico passa de uma fase para outra sem perceber, o tempo que levará para passar por todas as fases varia de acordo com a pessoa e com a situação, assim como o tempo e energia gasta em cada um delas, as cinco fases são:

1ª Fase NEGAÇÃO: O uso das drogas começa para todos os usuários como gratificação, prazer, onde o uso faz com que a pessoa veja ‘’a vida cor de rosa’’. A negação é uma ação consciente ou inconsciente de se recusar a aceitar os fatos, informação ou realidade. É um mecanismo de defesa que nos faz não acreditar que certa situação é realmente verdade;

2ª Fase BARGANHA: A fase de negociação é quase que um implorar e barganhar para que a tragédia ou mudança não seja tão drástica. Novamente, é uma tentativa de fuga do acontecimento, de buscar alguma forma de ele ser menos doloroso. O estado psicológico tem por característica a negociação, onde o dependente busca solução para o sofrimento gerado pelo adoecer;

3ª Fase REVOLTA: É decorrente de um senso de justiça, como se a pessoa não se sentisse merecedora daquela doença ou tivesse raiva dela mesmo por ter atraído aquilo para sua vida É o estado psicológico com predominância da pulsão agressiva como raiva, sadismo, inconformismo, ressentimento;

4ª Fase DEPRESSÃO: O estágio de depressão tende a acontecer quando a pessoa realmente percebe que a doença é real, não sendo uma ilusão ou algo negociável, e reage com um “choque” emocional. A forma de reagir depende muito de cada caso, mas é comum sentir tristeza, angústia, medo e até um vazio. É uma etapa dura, mas ao menos simboliza que a pessoa caiu em si e que está começando a aceitar a realidade, mesmo que ainda de forma não saudável; e

5ª fase ACEITAÇÃO: Por fim, tem-se o estágio de aceitação em que passado o “choque” emocional, a pessoa começa a perceber que de uma forma ou de outra, as coisas vão ficar bem, que a vida tem de continuar, que a doença faz parte, ou até mesmo, começam a ver o lado positivo daquele acontecimento. É só a partir da aceitação que a pessoa consegue ter o impulso para reagir e trazer mudanças positivas para a sua vida. É um estado psicológico de compreensão real de seus limites e possibilidades impostas pela doença, ela adquire flexibilidade e a ansiedade fica em nível suportável. É a fase onde a pessoa inicia sua recuperação, pois, a dependência química é uma doença progressiva e incurável, porem tratável.

Estamos falando de um ser humano com dimensões biopsicossocial, por isso temos que tratar cada um como um ser único, é possível sim que o Dependente Químico, tenha uma qualidade de vida saudável, avanços terapêuticos na área asseguram bons índices de recuperação.

Então porque uns se tornam dependentes químicos e outros não?

Existem pessoas que tem algo em si que podemos chamar de fator Y, o que isso significa?

Experimente olhar para o fator-Y da seguinte maneira: há pessoas que desenvolvem problemas de coração e diabetes. Como desenvolveram? São muitas as variáveis como, por exemplo, a pré-disposição genética, cada pessoa tem uma constituição química, uma genética particular, o fator ambiental, o psicológico e o espiritual também influenciam.

Aqueles que têm diabetes ou problemas do coração os seus organismos são apenas diferentes. Do mesmo modo, alguns de nós temos o fator-Y. Os seus organismos são apenas diferentes. Os nossos organismos apenas reagem às drogas e ao álcool de maneira diferente. 

Isto significa que não podemos controlar a forma como os nossos organismos reagem a determinadas substancias psicoativas, sejam elas licitas ou ilícitas.

Portanto o fator Y é um dos componentes principais para definir o quanto uma pessoa tem a tendência de desenvolver a Dependência Química e outros não.

"Conheça todas as teorias, domine todasas técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana..."
Carl Jung 

POR IVETE GEA MESSIAS












- Graduada em psicologia pela Universidade Nove de Julho; 
- Pós-graduada com Especialização em Dependência Química, pela Faculdade de Medicina de São Paulo – FMUSP; 
- Atende adolescentes e adultos em consultório particular, localizado próximo ao metro Santana zona norte de São Paulo. 
Cursos de extensão
-Learder Training; 
-V Encontro de Escolas e Educadores: Educação, Complexidade e Filosofia; e
-XXXV Jornada de Psicossomática e Psicologia Hospitalar “Neurociência em Psicossomática” 
-Aconselhamento em Dependência Química e Coordenação de Comunidade Terapêutica 
-Ciência e Espiritualidade nos Tratamentos Comportamentais Compulsivos na Dependência Química 
-Trajetória profissional: 
 -Trabalhou como professora de biologia na E.E. Padre Antônio Vieira; 
 -Atendimento individual na Casa da Mulher que sofre violência domestica; 
-Atendimento individual e em grupo, participando de reuniões da equipe multidisciplinar, estudo de casos dos pacientes Dependentes químicos no ambulatório da ECIM do hospital das clinicas (Psiquiatria); 
-Palestrante, mediadora do grupo de apoio aos dependentes químicos na Casa Espirita Nosso Lar André Luiz. 
Ivete Gea Messias 
CRP – 06/115450 
Cel: 95143-27-68 whatsapp 
Atendimentos online e presenciais. 
Skype: Ivete Gea
  
Nota do Editor:
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