É hora de muitos experimentarem àquela estranha
sensação do uso do raciocínio em nosso país.
Fernando
Pinho
Autor: Rafael Moia Filho(*)
O Brasil possuí aproximadamente 11,3 milhões de brasileiros com mais de 15 anos que são analfabetos. Some-se a eles os analfabetos funcionais, que são aqueles com incapacidade de compreender textos simples. Tais pessoas, mesmo capacitadas a decodificar minimamente as letras, geralmente frases, textos curtos e os números, não desenvolvem habilidade de interpretação de textos e de fazer operações matemáticas.
O Indicador Nacional de Analfabetismo Funcional - Inaf em 2018, apontou que cerca de 30% dos brasileiros entre 15 e 64 anos são analfabetos funcionais.
Esses dados alarmantes indicam que aproximadamente 49 milhões de brasileiros do total de 210 milhões de habitantes do país são analfabetos completos ou funcionais. Enquanto isso assistimos à preocupação única do atual Ministro da Educação com ideologia. Nenhuma ação prática, nenhuma estratégia, nada que possa reduzir esses dados alarmantes.
Se num exercício ainda maior incluirmos a essa população os brasileiros que concluíram o segundo grau (ensino médio), num ambiente sem a qualidade necessária para fornecer uma base sólida de ensino e conhecimento ao aluno, teremos a razão para tantos problemas enfrentados em diversos setores do país.
Percebemos problemas graves em vários setores da sociedade, onde é nítida a falta de educação, como no trânsito por exemplo, onde as pessoas desconhecem as regras do trânsito, o teor das placas de sinalização.
Os alunos não aprendem o esperado e o sistema não garante sequer que todos cheguem até o final do ensino médio. O que parece ficar nas sombras são os efeitos dessa situação. Indivíduos sem educação de qualidade tendem a sofrer mais com o desemprego, e os que estão empregados recebem salários menores.
A educação é também um escudo contra a violência. Há diminuição de 2% dos homicídios a cada 1% a mais de jovens entre 15 e 17 anos na escola, apontam estudos e pesquisas do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
A baixa qualidade educacional prejudica ainda a economia. São necessários quatro trabalhadores brasileiros para produzir o que um americano produz, de acordo com a consultoria The Conference Board, organização norte-americana que reúne empresas e pesquisadores.
A dura realidade é que sem uma educação de qualidade, com professores bem remunerados e plenamente capacitados, que prepare para a vida, cidadania e mercado de trabalho o Brasil está condenando suas crianças e jovens à exclusão social. Mais emprego e renda, qualidade de vida e aprendizado para conviver em sociedade são avanços que começam nas salas de aula. E a virada de jogo nas crises política e econômica do país, também. Precisamos mudar e mudar já.
Entretanto, não percebemos no atual governo, assim como nos anteriores, vontade política de realizar uma revolução na Educação do nosso país. Para fazê-lo seria preciso uma completa reestruturação do MEC, em seguida o esforço de transformar o currículo escolar numa agenda que priorize a formação do jovem para o mundo moderno, para o futuro.
A transformação começa nas salas de aulas, porém, deve ser apoiada por um pensamento único em todo país – Só a Educação de qualidade salva o futuro do nosso imenso país.
* RAFAEL MOIA FILHO
-Escritor,
Blogger e Graduado em Gestão Pública.
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