segunda-feira, 24 de janeiro de 2022

Perspectivas "pé no chão" para nossa economia em 2022


 

Autora: Ana Paula Stucchi(*)



Quando hoje, a imprensa, a mídia iMunda em geral está massificada e você, um simples cidadão querendo saber opiniões divergentes para saber o que pensam os cientistas, só encontra formadores de opinião "chapa branca". Explico:

Recomeçando a ativar o Blog do Werneck, resolvi pesquisar as projeções pra 2022, depois da primeira e segunda onda do vírus (não gosto de dar ibope por razões óbvias) e pasmem: a maioria absoluta desprezível projetando números bem pessimistas para a Economia do Brasil.

Porém, sempre tem alguém que tenta falar a real. Não que esteja tudo bem, mas o setor exportador vai muito bem obrigado, afinal com o dólar a R$ 5 os exportadores estão rindo à toa. Pense: por que será que o óleo de soja anda tão caro e não abaixa o preço? Estão exportando o que podem! Aí aqui faço uma crítica ao brasileiro em geral; nossa política econômica sempre foi e é equivocada em relação a um mínimo equilíbrio de abastecimento de mercado interno. Qualquer país protegeria sua população de gastar mais que o necessário com alimentação, que gera saúde, que gera saúde preventiva, economiza-se em saúde e investe-se em educação... porém o que se vê é ao contrário, para tristeza nossa e mão de obra mal qualificada e com saúde comprometida o que encarece os produtos e gera inflação... é o econossistema. Infelizmente o nosso não anda como se deve, mas enfim, vamos ter esperança de dias melhores afinal.

Isto posto pra reflexão, vamos a alguns números:

O FMI (Fundo Monetário Internacional) projetou crescimento do nosso PIB em 1,5%. . A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) 1,4%; já o nosso Banco Central projetou apenas 0,5%... ou seja, o Mercado Internacional está mais otimista que nós (!!!!!!??????!!!!).

Claro que o cenário não é dos mais favoráveis. Inflação fechando o ano em 4,71% segundo Boletim Focus do Banco Central, enquanto que o IPCA está em 10,2%. Isso é reflexo de alguns setores que produziram menos, sendo que o consumo foi relativamente estável por conta do e-commerce.

Porém, a Balança Comercial como já disse vai muito bem, obrigado: o Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta sexta-feira (14) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), aponta que a balança comercial brasileira registrou, no ano passado, o maior superávit da série histórica, no valor de US$ 61,2 bilhões, US$ 10,8 bilhões a mais em relação ao saldo de 2020. Nosso setor industrial exportador cresceu de 23% para 28% na composição do índice; ou seja, estamos melhorando, mesmo que aos poucos, de ser um país exportador de comodities. Isso é extremamente positivo.

Vejam alguns setores que também foram muito bem obrigado em 2021:

1 – Ecommerce
O Comércio eletrônico não é novidade para os brasileiros, porém, com o longo período de isolamento social, notou-se um aumento expressivo no consumo pela internet. Segundo a plataforma Ebit, o mercado de Ecommerce deve crescer 26% em 2021.

2 – Cursos Online
Muitos profissionais não tiveram outra escolha a não ser o reposicionamento no mercado de trabalho. Os cursos online são uma ótima oportunidade de capacitação para 2021. Pesquisa do Google apontou um crescimento de 130% na procura por cursos online, ainda em março de 2020.

3 – Mercado Pet
O Brasil tem a terceira maior população PET do mundo. A pandemia intensificou o relacionamento dos donos com seus animais de estimação, consequentemente os cuidados e gastos também aumentaram nesse período. Empresas do setor se adequam ao mercado online para aumentar as vendas em 2021.

4 – Delivery
O Delivery é um serviço que cresceu exponencialmente em 2020 e promete mais crescimento para 2021. As restrições de consumo nos próprios estabelecimentos, devido às regras de isolamento social, levaram alguns gestores a mudarem suas estratégias, optando pelo delivery.

5 – Beleza e Cosméticos
Atualmente, o Brasil ocupa a quarta posição do ranking mundial de Beleza, liderado por Estados Unidos, Japão e China. Estima-se que em 2021 haverá um crescimento de 4,5% no número de novos salões no país.

Os problemas que temos são: diminuição de renda em 11%, setor de serviços (os que mais empregam) ainda sem condições de retomada e a reforma trabalhista que acabou, numa situação de pandemia, prejudicando os assalariados.  elevará a taxa de desemprego que, atualmente está em 12,6%.  o consumo só se reduz no nível de endividamento do brasileiro que já está em 76% (nisso o brasileiro se reinventa).

Alguns (a maioria) dos economistas aponta a elevação da taxa básica de juros, SELIC, para valores superiores a 10% ao ano. Vale lembrar que, em dezembro de 2021, está em 9,25% ao ano sendo que janeiro de 2021 estava em 2% ao ano. Os resultados desta política monetária podem até ser negativos, no sentido que reduz o investimento e pouco contribuirão para reduzir o impacto inflacionário.

 André Perfeito, economista-chefe da Necton reflete: “Uma taxa de juros muito baixa não necessariamente gera incentivo. Eu brinco que ‘foi a menor Selic que nunca existiu’ porque não adiantou de nada. Taxa de juro é que nem corda: serve para puxar, mas é inútil para empurrar... estava disfuncional. É barato para alguém pegar dinheiro emprestado, mas 2% ninguém quer emprestar também. Por mais paradoxal que seja, elevar a taxa de juros pode encontrar um equilíbrio melhor para o mercado. Então, pode ajudar também um pouco a economia brasileira para 2022”.

Medidas fiscais como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos precatórios, do teto de gastos e da Lei de Responsabilidade Fiscal, que além de constitucionalizar o “calote” em dívidas reconhecidas pela última instância do judiciário, propõe a revogação da Lei de Responsabilidade Fiscal e do Teto de Gastos. Por um lado é temerário; por outro dá um fôlego para os Estados investirem em infraestrutura e outras ações que induzem crescimento econômico.

 Ou seja: Tudo tem vantagens e desvantagens. É trabalhar, ser forte e não perturbar, se pode contribuir, contribua. e #vamosemfrente e feliz 2022 que o tempo não pára!

ANA PAULA STUCCHI

 

-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana





Nota do Editor:

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