sábado, 31 de outubro de 2015

Educação no lixo



A maior avaliação sobre Educação feita até hoje no mundo, elaborada pela OCDE ( Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), coloca o Brasil no lugar 60 entre 76 nações pesquisadas. Jovens de 15 anos de países ricos, pobres e emergentes foram avaliados em Matemática e Ciências com base em um único conjunto comum de referenciais, o que permite comparações efetivas dos seus desempenhos.

E o nosso papel é, mais uma vez, um papelão. Ficamos ali, junto com nações africanas com índice de desenvolvimento humano péssimo, além da Argentina ( 62 lugar), Colômbia ( 67) e Peru (71) com índices de desenvolvimento político e sociais críticos. Aliás, fica claro o quanto a fórmula pouco investimento mais corrupção mais incompetência em produzir qualidade mais falta de planejamento e metas claras é fatal para as pretensões de qualquer país em querer alguma coisa para sua população no futuro. Fica claro que, na divisão mundial de chances para ser mais do que nada, africanos e sul americanos ainda patinam e patinam e patinam. O problema é que somos a sétima economia do mundo. Aquela história de “explorados pelos ianques norte-americanos” parece que não faz mais sentido. Aquela outra história de “a culpa é da ditadura”, há 30 anos também parece não ter lugar. E aquela outra de “vamos avançando, mas devagar”, além de irritante é falsa: não saímos do lugar. E o lugar onde estamos é crítico.

Nos primeiros lugares, três países que assumiram a Educação como projeto de futuro: Cingapura(1) Coreia do Sul (3) e Vietnã (12). Nos anos 60, os dois primeiros eram países pobres, com índices de analfabetismo próximos ao do Brasil no mesmo período. O Vietnã, até os anos 70, era um pais devastado pela guerra. Em pouco mais de 30 anos, tem resultados superiores a grandes potências , como a França, Itália, Inglaterra e EUA.

E o que os governos desses países ( e de outros como a Estônia, sétimo e a Polônia, décimo primeiro) fizeram de diferente? Simples: levaram a Educação a sério. Formaram professores com qualidade, pagaram bons salários, criaram metas claras, escolas com estrutura. E insistiram. Duas gerações depois e estão no topo do ranking, oferecendo excelência à sua população e tecnologia para o mundo.

Mas há algo mais: o estudo da OCDE afirma que o PIB do Brasil poderia ser sete vezes maior se os jovens tivessem educação de excelência. 7 vezes!

Ou seja: a incapacidade dos gestores – principalmente os governadores de Estado, responsáveis pelos últimos anos do Ensino Fundamental e pelo Ensino Médio – não é só perversa para os jovens diretamente atingidos, mas é ruim para o país como um todo.

Nossa Educação precisa, urgentemente, sair do lixo onde se encontra e voltar para o centro da mesa de decisões do país. E não com planos genéricos nem com recursos sem rubricas claras. Para que a próxima geração não se torne irrelevante. E para que não sejamos todos culpabilizados, por não fazermos nada e por deixarmos os governantes não fazerem nada.


Artigo postado em 13.05.2015 em 

http://www.gazetadopovo.com.br/blogs/educacao-no-dia-a-dia/educacao-no-lixo/

Por DANIEL HORTÊNCIO DE MEDEIROS



-Mestre e Doutor em Educação pela UFPR Universidade Federal do Paraná

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Retrocesso armado


Como se o Legislativo já não merecesse críticas suficientes pelo envolvimento de parlamentares em escândalos de corrupção e pela estultice diante da crise econômica, alguns deputados deram nesta semana mais uma lamentável demonstração de irresponsabilidade.

Dando de ombros para os avanços conquistados desde 2004, uma comissão especial da Câmara aprovou um projeto de lei que revoga o Estatuto do Desarmamento.

O texto reduz de 25 para 21 anos a idade mínima para a compra de armas, amplia a validade do porte de três para dez anos e, para espanto geral, autoriza que pessoas respondendo a inquérito policial ou processo criminal também possam ter e carregar esses artefatos.

Há mais: o projeto em tramitação concede o porte de arma –hoje em geral restrito aos responsáveis pela defesa e pela segurança pública– a parlamentares, advogados da União, oficiais de Justiça e agentes de trânsito, entre outros.

Se existisse alguma dúvida sobre a orientação da medida, o deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB-SC) tratou de eliminá-la. "Hoje a regra é praticamente a proibição da posse e do porte de armas; pelo meu projeto de lei, a regra passa a ser a permissão."

A linha de pensamento é conhecida: o "cidadão de bem" precisa se proteger da "bandidagem". De resto, segue o raciocínio, o elevado número de assassinatos prova que o estatuto se mostrou infrutífero.

Os dados sobre violência, contudo, embasam conclusão bem distinta. De 1980 até 2003, a taxa de homicídios por 100 mil habitantes cresceu de 11,7 para 28,9. Após a adoção do estatuto, em 2004, essa escalada foi interrompida.

Flexibilizar a lei fará aumentar as cifras dessa tragédia –e em parte por culpa de "cidadãos de bem". Um estudo revelou que 83% dos assassinatos no Estado de São Paulo em 2011-2012 com motivação esclarecida foram cometidos por razões fúteis, como rixas e brigas de casal. Tais leviandades tendem a crescer com a maior circulação de armas.

A "bandidagem", por seu turno, terminará se beneficiando. Pesquisas já indicaram que cerca de 80% das armas apreendidas em São Paulo, sobretudo as vinculadas a crimes, eram de fabricação nacional –vale dizer, um dia foram vendidas legalmente. Impedir o comércio, portanto, diminui a oferta de artefatos para criminosos.

Críticos do desarmamento, todavia, não se deixam convencer. Na falta de melhor argumento, reclamam que a lei fez cair o número de estabelecimentos que comercializam armas, de 2.400 para 200. Ruim? Talvez para fabricantes e vendedores desses artefatos, bem como para parlamentares que receberam doações do setor –11 deles integravam a comissão da Câmara.

Talvez isso explique por que o colegiado avaliza o porte para quem responde a inquéritos policiais ou processos criminais. Afinal, o cliente sempre tem razão.

POSTADO NO DIA 29.10.2015  EM


http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/10/1699837-retrocesso-armado.shtml

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Déficit de atenção dos Governadores e dos Estudantes



Hoje trago a tona o Artigo "Déficit de atenção dos Governadores e dos Estudantes" de autoria de Cristovam Buarque, senador pelo PDT-DF, publicado no "Diário do Poder"
(http://www.diariodopoder.com.br/noticia.phpi=43187068430)

Cristovam Buarque

A pedagogia brasileira considera doença o déficit de atenção dos alunos, sem perceber o déficit de atenção dos governantes com a escola e seus alunos.

É impossível uma criança não sofrer déficit de atenção em aula para turmas diferentes na mesma sala, dividida por meia parede, às vezes por um simples móvel entre duas ou mais turmas; ou numa sala de aula deficiente, com bancos desconfortáveis, onde os alunos se sentam. 

Os baixos salários dos professores e suas constantes greves são déficit de atenção dos governos com a educação e provocam obviamente déficits de atenção das crianças nos seus estudos. Difícil não haver déficit de atenção do aluno quando o professor usa quadro-negro no lugar de lousas inteligentes e outros equipamentos de tecnologia da informação para crianças da era da informática e dos celulares, nascidas no século XXI.

Injustificável jogar sobre as crianças a razão do déficit de atenção que elas têm. Apesar disso, tratamos o problema como biológico, de hormônios; psiquiátrico, de desajustes; ou mesmo neurológico, de disfunções. O déficit de atenção é do Brasil para com elas, ao não lhes oferecer as condições ideais em boas salas de aulas, climatizadas, bem-equipadas, com professores muito bem-remunerados, preparados e motivados.

A escola é um exemplo, mas não é apenas em relação a ela que o Brasil padece de déficit de atenção. O país tem déficit de atenção para com suas florestas, seus rios, suas cidades, seus pobres. As doenças endêmicas que molestam milhões de brasileiros por ano, o descuido com os sistemas preventivos e o abandono dos hospitais são o resultado do déficit de atenção com a saúde pública. As mortes no trânsito ou por violência também seriam evitadas se o Brasil não tivesse déficit de atenção; a cada ano, acidentes com deslizamentos de encostas seriam evitados com um pouco de atenção.

Há déficit de atenção quando fazemos projetos de infraestrutura sem reservar os recursos necessários e sem cuidar da qualidade da obra e, especialmente, quando não impedimos corrupção de sobrepreços e propinas.

O próprio déficit fiscal, além de crime de responsabilidade, é um déficit de atenção dos governos com o valor da moeda.

Nossa preferência pelo consumo no presente, sem preocupação com poupança para o futuro; a opção pelo ensino superior, deixando de lado a educação de base; e o desprezo à ciência, à tecnologia e à inovação são decisões tomadas com déficit de atenção ao país. As políticas dos governos brasileiros e o comportamento de nossa população se caracterizam por déficits de atenção.

O país padece de déficit de atenção, e a culpa não é das crianças. Como cada criança não aprende por déficit de atenção no estudo e compromete seu futuro pessoal, o Brasil compromete nosso futuro nacional por déficit de atenção com seus problemas.

Opinião Fernando Bervian: ao ler pela primeira vez a este artigo me deparei que nós, eu e Cristovam Buarque temos o mesmo ponto de vista do atual cenário brasileiro, e confirmo que realmente estamos sofrendo com vários déficits, tanto na educação como na segurança pública e na saúde. Eu como brasileiro, não me orgulho nem um pouco da atual situação em que todos nós temos que enfrentar diariamente, há muitas coisas erradas que estão acontecendo e se não forem corrigidas, teremos um futuro ainda pior e mais cruel.

Por FERNANDO  BERVIAN
- Administrador do Blog do Bervian;
- Gaúcho de Ivoti/RS;
- Ensino Médio Completo; e

- Futuro Jornalista ou Professor de Geografia. 

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Aliança de alto risco




A oposição protocolou nesta quarta um novo pedido de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O documento é uma versão recauchutada do anterior, apresentado no início de setembro.


"Estamos fazendo recorta e cola", resumiu um dos signatários, o advogado Miguel Reale Junior. Ele foi ministro da Justiça no governo Fernando Henrique Cardoso. É filiado ao PSDB, partido que perdeu as últimas quatro eleições presidenciais.

O texto também recebeu o jamegão do advogado Hélio Bicudo, um ex-petista que se dedica há pelo menos dez anos a combater o PT. Em 2010, ele afirmou que a eleição de José Serra era "a maneira de se salvar a democracia no Brasil". O tucano foi derrotado nas urnas. Felizmente, o regime político do país não mudou.

A petição de Reale Junior e Bicudo tem a estridência dos antigos tribunos. Abusa das maiúsculas, em afirmações como a de que o ex-presidente Lula "NUNCA SAIU DO PODER". Também exagera nos pontos de exclamação. Reúne nada menos que 28, salpicados em expressões como "Um acinte!"e "O caso é grave!".

O documento cita 16 vezes a palavra corrupção. Apesar disso, os líderes da oposição aceitaram entregá-lo ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, acusado de embolsar dinheiro desviado da Petrobras.

Depois do ato, o líder do PSDB, Carlos Sampaio, disse que o peemedebista ainda tem condições de permanecer no cargo. "Enquanto o presidente dessa Casa não renunciar, ele tem a legitimidade e a prerrogativa de tomar as decisões", declarou.

Politicamente, o pedido "recorta e cola" foi uma ajuda e tanto para Cunha. Ele ganhou um instrumento para continuar na cadeira, intimidando governo e oposição.

Para os tucanos, a aliança com o correntista suíço é uma estratégia de alto risco. Nos últimos anos, o PSDB pediu votos pregando a ética na política. Ao abraçar Cunha, pode acabar sem impeachment e sem discurso para as próximas eleições.

Postado no dia 23.10.2015 em
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/bernardomellofranco/2015/10/1697459-alianca-de-alto-risco.shtml

Por BERNARDO MELLO FRANCO




Comentário

Oposição nada de ACORDOS com o Presidente da Câmara. Joguem limpo!!
Queremos que façam POLÍTICA e Não POLITICAGEM.
#Impeachmentja

As divergências entre Lula e Dilma



A harmonia que transparece nos encontros públicos e amplamente registrada ao longo das duas campanhas eleitorais não é mais a mesma entre a presidente Dilma Rousseff e seu padrinho político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

Os dois têm divergido claramente sobre a condução da economia e sobre a atuação dos órgãos de investigação do governo . Discussões ásperas já aconteceram tanto em reuniões no Palácio da Alvorada como também recentemente num telefonema. 

Os dois estão enxergando claramente o desgaste do governo, a baixa popularidade da presidente atestada em pesquisas e o reflexo disso no PT e na imagem do ex-presidente, que já foi o líder com maior reconhecimento no país. 

Mas eles divergem sobre qual a principal razão para isso. E daí vem o motivo para os embates entre os dois.

Para o ex-presidente Lula, o maior problema do Brasil é o desempenho da economia. Ele entende que o país chegou a esta situação por pura teimosia da presidente Dilma, que, quando recebeu a sugestão, não quis substituir o então ministro da Fazenda, Guido Mantega, e também manteve no cargo por todo o primeiro mandato o secretário do Tesouro, Arno Augustin; e, agora, insiste em deixar o comando da economia nas mãos de Joaquim Levy. 

Nas conversas com Dilma, Lula já tentou várias vezes convencê-la a substituir Levy por Henrique Meirelles. Sob Meirelles, acredita Lula, o governo retomaria a confiança e, com medidas de estímulo ao crédito, o Brasil voltaria a crescer. Dilma, no entanto, sequer admite a possibilidade de levar Meirelles para o governo. Pelo menos, até aqui.

Para a presidente, a raiz dos problemas do governo está nos casos de corrupção agora descobertos pela Operação Lava Jato. É por isso que ela insiste em dizer que não há nada contra ela nem contra o governo dela. 

“Não é contra o meu governo que há denúncias, atualmente”, disse na semana passada. 

“Lula vestiu a carapuça. Era para o Cunha”, tentou interpretar um assessor. Mas Lula se zangou, e os dois tiveram uma ácida conversa por telefone.

Nas conversas, Dilma tenta explicar que não há como barrar investigações em curso e que “tudo corria muito solto” nos governos passados. 

“Agora, as instituições funcionam”, teria dito a presidente, ao argumentar em defesa de seu ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, alvo das críticas de Lula. 

O ambiente entre eles azedou ainda mais depois que a Polícia Federal esteve em escritório em São Paulo onde funcionam três empresas ligadas a Luis Cláudio Lula da Silva, o caçula de Lula e Marisa.

Postado no dia 26.10.2015 em 
http://g1.globo.com/politica/blog/cristiana-lobo/post/divergencias-entre-lula-e-dilma.html

Por CRISTIANA LÔBO




Comentário

Criador e Criatura estão "num pega pra capa" Esperamos nós os brasileiros do bem que essa briga os derrube e os faça chorar na rampa, digo na Papuda!!
#DilmaeLulanaPapuda

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Direitos e deveres nos bares, boates e restaurantes



Muitos questionam, principalmente os mais jovens e os frequentadores de bares e boates, sobre os direitos e deveres dos estabelecimentos comerciais e de seus clientes, considerando a ausência de informação adequada que cerca o tema.

Neste sentido, o presente artigo busca tecer esclarecimentos breves e básicos acerca de alguns dos questionamentos supramencionados, a fim de que mais pessoas conheçam seus direitos e deveres, seja na posição de cliente ou de gestor de estabelecimentos comerciais.

Pagamento de 10% na conta

É praxe nos estabelecimentos comerciais, principalmente em bares e restaurantes, o acréscimo de 10% ao valor final da conta, popularmente conhecido com "10% do garçom".

De plano, destaca-se que o pagamento do referido acréscimo não é obrigatório. Este valor cobrado nada mais é que gorjeta, que pode ser paga ou não, de acordo com a qualidade do atendimento e a satisfação do cliente. É mera liberalidade do cliente, que deve pagar apenas se entender que o atendimento do estabelecimento comercial justifica o pagamento de tal título.

Outro ponto que merece destaque consiste no fato de que, pelo dever de informação, uma das bases do Código de Defesa do Consumidor, os estabelecimentos comerciais deveriam informar a todos os clientes, seja verbalmente, no cardápio ou de qualquer outro modo, a facultatividade do pagamento do adicional de 10%. Contudo, a maioria dos estabelecimentos não o faz, contando com a falta de conhecimento por parte da maior fração da população para que sejam pagos os valores em questão.

Neste sentido, o art. 5º, II, da Constituição Federal [1] prevê que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Assim sendo, por não haver lei que determine a cobrança deste percentual, seu pagamento torna-se facultativo.

Frise-se que as Convenções Coletivas de Trabalho que preveem este adicional são válidas apenas no âmbito do Direito do Trabalho, na relação entre Empregador e Empregado, não possuindo qualquer aplicação com relação a terceiros alheios à negociação, no caso representados pelos consumidores que frequentam tais estabelecimentos comerciais.

Consumação Mínima

Outro hábito dos estabelecimentos comerciais é a cobrança de consumação mínima para ingresso dos consumidores em suas dependências, principalmente em dias de eventos festivos.

Neste ponto, duas questões merecem maior enfoque. Primeiramente, caso seja cobrado um valor para entrada no estabelecimento e seja ainda estabelecido um valor mínimo de consumação, verifica-se ser caso de venda casada, em que o fornecedor de produtos ou serviços condiciona a permanência do consumidor no estabelecimento ao consumo do valor determinado, embora tenha sido cobrado valor a título de entrada. Tal prática é vedada pelo Código de Defesa do Consumidor [2].

Em segundo lugar, a cobrança de consumação mínima, por si só, ainda que não tenha sido cobrado qualquer valor a título de entrada, é ilegal, visto que o mesmo diploma legal veda a possibilidade de se condicionar o fornecimento de produto ou serviço a limites quantitativos

Assim sendo, a nosso ver, a cobrança de consumação mínima é ilegal, seja ela cumulada com o pagamento de entrada ou cobrada individualmente, razão pela qual o consumidor tem direito à devolução do valor remanescente caso não venha a consumir todo o valor estabelecido como consumação mínima.

De se ver que alguns Estados brasileiros, como o Estado de São Paulo, possuem legislação específica que veda tal prática, além da previsão legal supramencionada.

Couvert Artístico

A cobrança de valores a título de couvert artístico gera muita polêmica e discussão nos bares e casas noturnas. Sem adentrar na seara do direito, consumidores não se cansam de discutir acerca da obrigatoriedade ou não do pagamento de valores a este título.

De início, importante destacar que o couvert artístico só pode ser cobrado em caso de apresentações ao vivo. Show exibidos em telões e afins não são considerados apresentações que permitem a cobrança de couvert artístico. Dito isto, no que tange à obrigatoriedade do pagamento, esta existe, porém com uma condição. O valor do couvert deve ser informado aos clientes no momento da entrada no estabelecimento ou estar afixado em local visível, conforme prevê o Código de Defesa do Consumidor [3]. Caso contrário, seu pagamento se torna facultativo, por violação por parte do estabelecimento comercial ao direito de informação do consumidor.

Importante frisar que o valor do couvert artístico não deve integrar o valor total da conta para fins de cálculo do valor dos 10% a serem pagos aos garçons a título de gorjeta, que devem ser calculados apenas em cima do valor dos itens consumidos.

Multa por perda de comanda

Diversos estabelecimentos comerciais preveem multas para casos de perda de comanda, muitas vezes em valores absurdamente altos, se comparados aos valores dos itens consumíveis, o que acaba por intimidar/coagir o consumidor.

De se ver que a cobrança de multa por perda de comanda é abusiva. Isso porque o estabelecimento comercial não pode responsabilizar o consumidor por não ter outros meios de controle de suas vendas. O ônus de controlar as vendas e o consumo é exclusivo do estabelecimento comercial, não podendo ser transferido ao consumidor em nenhuma hipótese.

Caso eventualmente haja perda de comanda e ausência de outra forma de controle por parte do estabelecimento, deve prevalecer o princípio da boa-fé, das duas partes, com o consumidor pagando apenas o valor que consumiu.

Frise-se que a maioria dos estabelecimentos tem controle eletrônico do consumo de cada comanda, vinculada ao nome dos clientes ou ao número da mesa, de forma que mesmo com a perda da comanda há como identificar o que fora consumido por determinada pessoa ou grupo, sendo mais um fator que justifica a impossibilidade cobrança de eventual multa.

Importante mencionar que caso o cliente seja impedido de deixar o estabelecimento pelo não pagamento da multa, deve entrar em contato com a polícia, visto que a referida prática é criminosa.

"Entradas" ou couvert

Outra prática comum de estabelecimentos comerciais, principalmente bares e restaurantes, é disponibilizar nas mesas algumas "entradas" (couvert), sem que tenham sido solicitadas pelos clientes, como por exemplo pães e torradas.

Como mencionado anteriormente, é dever do estabelecimento comercial manter o consumidor sempre informado sobre valores e serviços a serem cobrados, razão pela qual, ainda que o cliente consuma a "entrada" fornecida, não pode ser obrigado a pagar por ela, caso não tenha solicitado ou sido previamente informado de que seria cobrada.

No entanto, caso o cliente tenha sido informado da cobrança da “entrada” e não queira efetuar o pagamento, deve dispensá-la assim que seja entregue à mesa ou simplesmente não a consumir.
Síntese

Em suma, o pagamento dos 10% na conta é facultativo; a cobrança de consumação mínima é ilegal; o pagamento de couvert artístico é obrigatório, desde que o cliente seja previamente informado de seu valor; a multa por perda de comanda é abusiva; e “entradas” fornecidas sem que tenham sido solicitadas e/ou não tenha sido informada previamente sua cobrança não podem ser cobradas ao final. Este é o nosso entendimento.

NOTAS

[1] Art. 5º, II, da Constituição Federal: Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: II - Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

[2] Art. 39, I, do Código de Defesa do Consumidor: Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas: I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites quantitativos;

[3] Art. 6º, III, do Código de Defesa do Consumidor. Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.

Postado no dia 22.10.2015 em http://jus.com.br/artigos/43894/direitos-e-deveres-nos-bares-boates-e-restaurantes
Por DIOGO BECACICI



-Graduado pela Faculdade de Direito de Vitória - FDV; 
-Pós-Graduando em Direito Tributário pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC e
-Advogado Sócio do Escritório Dall'Orto, Becacici, Botelho & Miguel Advogados Associados.

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

A importância da leitura


As tecnologias do mundo moderno fizeram com que as pessoas deixassem a leitura de livros de lado, o que resultou em jovens cada vez mais desinteressados pelos livros, possuindo vocabulários cada vez mais pobres.


A leitura é algo crucial para a aprendizagem do ser humano, pois é através dela que podemos enriquecer nosso vocabulário, obter conhecimento, dinamizar o raciocínio e a interpretação. Muitas pessoas dizem não ter paciência para ler um livro, no entanto isso acontece por falta de hábito, pois se a leitura fosse um hábito as pessoas saberiam apreciar uma boa obra literária, por exemplo.

Muitas coisas que aprendemos na escola são esquecidas com o tempo, pois não as praticamos. Através da leitura rotineira, tais conhecimentos se fixariam de forma a não serem esquecidos posteriormente. Dúvidas que temos ao escrever poderiam ser sanadas pelo hábito de ler; e talvez nem as teríamos, pois a leitura torna nosso conhecimento mais amplo e diversificado.

Durante a leitura descobrimos um mundo novo, cheio de coisas desconhecidas.
O hábito de ler deve ser estimulado na infância, para que o indivíduo aprenda desde pequeno que ler é algo importante e prazeroso, assim ele será um adulto culto, dinâmico e perspicaz. Saber ler e compreender o que os outros dizem nos difere dos animais irracionais, pois comer, beber e dormir até eles sabem; é a leitura, no entanto, que proporciona a capacidade de interpretação.
Toda escola, particular ou pública, deve fornecer uma educação de qualidade incentivando a leitura, pois dessa forma a população se torna mais informada e crítica.


Postado em htpp://www.brasilescola.com

Por ELIENE PERCILIA 

domingo, 25 de outubro de 2015

Os 7 Benefícios Da Gratidão Que Podem Mudar Sua Vida – Comprovados Cientificamente!



 



Tempo estimado de leitura: 7 minutos
Você é uma pessoa que tem o hábito de agradecer? ou é daquelas pessoas que está sempre reclamando do trabalho, das pessoas, da vida, do mundo, de tudo!? Talvez você não saiba, mas é comprovado cientificamente que o ato e o sentimento de gratidão podem trazer benefícios significativos para sua vida e para o seu bem estar físico e mental, para saber mais sobre os benefícios da gratidão continue lendo este artigo!

O que é gratidão?        


Gratidão é um sentimento, uma atitude de reconhecimento, de avaliação de algo que lhe trouxe benefícios. O ato de agradecer é positivo, pois descarta as coisas negativas e os sentimentos ruins e foca sua emoção e sua atenção nas coisas boas que a vida já lhe deu. A gratidão é uma atitude simples, não exige de você muito tempo, não exige riqueza, não exige ajuda de outras pessoas, é algo que pode ser praticado sozinho, em seu interior, onde só você tem acesso! 

“A gratidão é o único tesouro dos humildes”
William Shakespeare

O sentimento de gratidão é um ato nobre, que poucas pessoas utilizam eu seu dia-a-dia, e se você é uma pessoa que não tem o hábito de agradecer, fique tranquilo, estou certo que este artigo vai fazer você pensar sobre suas atitudes e sua forma de ver o Mundo, com o simples ato de agradecer, vamos lá?
Os 7 Benefícios da Gratidão Comprovados Cientificamente



Ser grato traz benefícios!

O site Psycology Today escreveu uma matéria mostrando os 7 benefícios em ser uma pessoa grata! Segundo o site está comprovado cientificamente que a gratidão traz benefícios e é uma das maneiras mais simples e poderosas de mudar sua vida!

Talvez em algum momento você já deve ter se perguntado como aquele amigo, ou colega de trabalho consegue ser tão feliz? Mesmo com a vida tão difícil como ela é? E você não consegue fazer o mesmo e acaba se culpando, se sentindo menor. 

Uma das primeiras coisas que as pessoas que tem um bom equilíbrio emocional fazem é não sentir pena de si mesmas. As vezes pode ser difícil não sentir pena de si mesmo, mas esse sentimento pode ser facilmente trocado pelo sentimento de gratidão, por mais ruim que seja o momento que você esteja passando.

Mas o que eu posso fazer? Você pode manter um diário, com anotações e frases que expressem sua gratidão, ou simplesmente ter alguns minutinhos do seu dia, em que você pare para pensar sobre você e tudo de bom que já lhe foi dado pela vida e pelo universo!

Segue abaixo os 7 benefícios da gratidão comprovados cientificamente:

#1 – A gratidão abre as portas para novos relacionamentos
Ser grato ajuda a manter relacionamentos mais profundos

Você costuma fazer novas amizades com frequência? Sim? Não?… Além de ser sinal de uma boa educação, agradecer as pessoas mostra seu apreço por elas e ajuda você a conquistar novas amizades, segundo um estudo de 2014 publicado na Emotion. O estudo mostrou que agradecer pessoas que você acabou de conhecer pode levar a um relacionamento mais profundo e duradouro. Então agradecer a garçonete que lhe serviu o café, agradecer a pessoa que segurou a porta do elevador, ou agradecer seu colega de trabalho ou de faculdade por ter te dado uma força naquele projeto tão difícil pode trazer novas oportunidades para você!

#2 – A Gratidão melhora a saúde física
A saúde física melhora sendo grato!

Você costuma sentir dores? Pessoas gratas tendem a sentir menos dores e a sentirem-se mais saudáveis que pessoas que não tem o hábito de agradecer, segundo uma pesquisa de 2012 publicado no Personality and Individual Differences. Isso deve estar ligado ao fato de que pessoas gratas são mais propensas a cuidar melhor da saúde. São mais propensas a praticar exercícios físicos e a fazer check up regularmente com seus médicos, o que contribui também para uma maior longevidade.

#3 – A Gratidão melhora a saúde mental
Ser grato melhora a saúde mental!

Como anda sua saúde mental? Que tipo de pensamentos passam pela sua cabeça? A Gratidão reduz uma infinidade de pensamentos e sentimentos negativos como inveja, ressentimento, frustração, arrependimento, etc. Robert A. Emmons, Ph.D. e um dos principais pesquisadores sobre o sentimento de gratidão, realizou diversos estudos sobre a gratidão e o bem estar. Sua pesquisa confirma efetivamente que a gratidão aumenta a felicidade e reduz a depressão.

Outra forma de pensar melhor sobre si mesmo e sobre sua saúde mental é por meio da Psicoterapia! Você sabe o que é a psicoterapia? Escrevi um artigo recentemente falando sobre os benefícios da psicoterapia, confira clicando aqui!

#4 – A Gratidão aumenta a empatia e reduz a agressividade
Ser grato faz você ter empatia!

Que tipo de atitude você tem quando vê um colega em um mal dia? ou passando por um momento difícil na vida? Pessoas gratas são mais propensas a serem mais amáveis e compreensivas mesmo quando os outros não são tão amáveis assim, aponta um estudo de 2012 da universidade de Kentucky. Os participantes do estudo que ficaram melhor posicionados em uma escala de gratidão, eram menos propensos a se revoltar contra os outros mesmo quando recebiam alguma crítica ou ofensa. Pessoas gratas tem mais sensibilidade e empatia por outras pessoas e apresentam grande diminuição no desejo de buscar vingança. 

Se você não tem ideia de como apoiar alguém que está passando por um momento difícil, escrevi um artigo com algumas dicas, clique aqui e saiba como!

#5 – Pessoas gratas dormem melhor
Ser grato faz você ter uma boa noite de sono

Você tem dificuldades em pegar no sono? O que você costuma fazer ou pensar antes de dormir? Fazer um caderno de anotações ou um diário agradecendo pelo dia melhora o sono, de acordo com um estudo de 2011 publicado na Applied Psychology: health and Well-Being. Dedique pelo menos 15 minutos anotando alguns sentimentos de gratidão antes de dormir e poderá dormir melhor e por mais tempo.

#6 – A Gratidão melhora a autoestima
Ser grato melhora a auto estima!

O Journal of Applied Sport Psychology em um estudo publicado em 2014 mostra que a gratidão aumenta a autoestima e o desempenho de atletas. Outros estudos apontam que pessoas gratas, ao se comparar com outras pessoas, não sentem inveja ou ressentimento por quem tem mais dinheiro ou um emprego melhor (o que é importante para manter a autoestima). Pessoas gratas são mais capazes de apreciar e reconhecer as realizações de outras pessoas.

“Expresse gratidão com palavras e atitudes. Sua vida mudará muito de modo positivo”Masaharu Taniguchi
#7 – A Gratidão aumenta o equilíbrio mental
A gratidão melhora o equilíbrio mental!

Estudos de anos tem mostrado que ser grato não apenas reduz o stress como também pode desempenhar um papel importante na superação de traumas. Um estudo de 2006 publicado no Behavior Research and Therapy descobriu que veteranos de guerra do Vietnam que expressavam sentimentos de gratidão apresentavam taxas menores de Estresse Pós Traumático. Outro estudo de 2003 publicado no Journal of Personality and Social Psychology apontou que a gratidão foi um dos principais responsáveis pela resiliência de pessoas que passaram pelo atentado de 11 de setembro.

Agradecer tudo o que tem, mesmo nos momentos mais difíceis, promove a resiliência (capacidade do indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas – choque, estresse etc).

Então vamos recapitular, neste artigo aprendemos que:
  • #1 – A gratidão abre as portas para novos relacionamentos
  • #2 – A gratidão melhora a saúde física
  • #3 – A gratidão melhora a saúde mental
  • #4 – A gratidão aumenta a empatia e reduz a agressividade
  • #5 – Pessoas gratas dormem melhor
  • #6 – A gratidão melhora a autoestima
  • #7 –A gratidão aumenta o equilíbrio mental

Os grandes pensadores e mestres sempre nos mostraram o caminho da gratidão como um de seus principais ensinamentos, como nos mostra Osho:

“Sinta-se tão grato à existência quanto possível – pelas pequenas coisas, e não somente pelas grandes… simplesmente por estar respirando. Nada temos a reivindicar à existência; assim, tudo o que é dado é uma dádiva.Cresça cada vez mais em gratidão e reconhecimento, deixe que isso se torne seu estilo. Seja grato a todos. Se as pessoas compreenderem a gratidão, ficarão gratas por coisas que foram feitas positivamente e até por coisas que poderiam ter sido, mas que não foram feitas. Você fica grato porque alguém o ajudou- esse é apenas o começo. Depois começa a se sentir grato por alguém não ter prejudicado você – ele poderia… e foi bondade da parte dele não ter prejudicado você.Uma vez entendido o sentimento da gratidão e permitido que ele se aprofunde em você, começará a se sentir grato por tudo. E, quanto mais grato você ficar, haverá menos queixas e menos resmungos. Uma vez desaparecidas as queixas, a infelicidade desaparecerá. Ela existe com as queixas, está enganchada nas queixas e na mente queixosa. A infelicidade é impossível com a gratidão. Esse é um dos segredos mais importantes a serem aprendidos.” Osho
Todos tem a capacidade e a oportunidade de cultivar o sentimento de gratidão. Basta usar uns minutinhos do dia para pensar em tudo o que você tem, mesmo que você julgue pouco o que tem e não tenha ainda conquistado tudo o que almeja. Ao invés de viver a vida reclamando de tudo e de todos, desenvolver uma “atitude de gratidão” é uma das maneiras mais simples para melhorar a sua autoestima, a sua saúde física e mental e consequentemente a sua satisfação com a vida, o que irá produzir a tão almejada felicidade!


POSTADO ORIGINALMENTE EM 06.04.2015 EM
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Por CARLOS COSTA


-Psicólogo Clínico CRP– 06/122657)
- Abordagem Humanista