sábado, 16 de março de 2019

A importância da Educação Emocional na Formação Acadêmica das Crianças


Autora : Samira Daleck(*)


"Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a" Johann Goethe

          
É muito comum quando pais vão procurar escolas para os seus filhos a principal preocupação ser o que aquela escola oferece de aprendizado sólido como línguas, habilidades com construção de robores, alfabetização precoce, cálculos matemáticos, raciocínio lógico, entre outros e o mais cedo possível, desde a educação infantil. Desta forma fica fácil esquecer de que "Primeira infância é o nome dado aos primeiros anos de vida, em particular, os cinco primeiros, de um ser humano, que são marcados por intensos processos de desenvolvimento. É uma fase determinante para a capacidade cognitiva e sociabilidade do indivíduo, pois o cérebro absorve todas as informações, as respostas são rápidas e duradouras. Segundo especialistas, as crianças nesta fase precisam de oportunidades e estímulos, para que possam desenvolver cada uma de suas aptidões. Estudos demonstram que é durante a primeira infância que o cérebro humano desenvolve a maioria das ligações entre os neurônios. Até os 3 anos de idade, as cerca de 100 bilhões de células cerebrais com as quais uma criança nasce desenvolvem 1 quatrilhão de ligações. O número é o dobro de conexões que um adulto possui. Aos 4 anos, estima-se que a criança tenha atingido metade do seu potencial intelectual."

Desta forma a principal preocupação em procurar uma escola na primeira infância deve ser em o quanto esta escola oportuniza o desenvolvimento das relações sociais, das experiencias, do convívio com diferentes pessoas, do cuidado de si, do outro e do nosso planeta.

"Felicidade e educação com excelência estão intimamente interligados. Para alcançar uma educação com excelência deve-se construir ambientes educativos felizes que sejam apreciativos e que promovam a convivência" Anna Forés Miravalles e Jardi Grané Ortega.

No calendário escolar do seu filho quantas vezes ele vai ao parque? Brinca ao ar livre? Tem oportunidade de escolher e criar brincadeiras? Tem experiencias sensoriais com terra, areia, argila, tintas, massinha? Consegue conversar com os colegas e contar como foi o final de semana, o que fez de legal no feriado? Desabafar sobre as frustrações? Encontrar carinho, respeito e acolhimento nos professores e funcionários?

"O que seria mais recompensador do que ser capaz de criar filhos seguros de si mesmos, positivos, pacientes, amorosos, compreensivos, determinados, generosos, verdadeiros, justos, respeitosos e amigáveis?" Doroteu Lai Nolte e Rachel Harris.

Será que é realmente uma boa ideia criarmos nossas crianças para saberem ler e escrever com quatro anos, mas não conseguirem brincar no parque e fazer novas amizades?

Até que ponto é valido que dominem outro idioma antes dos seis anos e não consigam imaginar uma brincadeira e criar cenários fantásticos com brinquedos simples como uma caixa de papelão que vira um foguete? Precisamos revisitar nossos conceitos e nos permitir criar seres humanos capazes de literalmente mudar o mundo, pensar no coletivo, na natureza, ter empatia e amor ao próximo.

É claro que a formação acadêmica é importantíssima e necessária para que nossas crianças tenham sucesso em suas vidas adultas, mas não precisamos sacrificar suas infâncias e nem sofrer com ansiedade para que eles aprendam o quanto antes aquilo que eles terão a vida inteira para desenvolver. As crianças precisam de menos atividades extracurriculares e mais tempo com seus pais e amigos, tempo de brincar, imaginar, criar e ser feliz! Tempo de registrar lembranças inesquecíveis em seus corações que possam ajudá-las a se tornarem adultos coerentes, gentis, felizes, e com convicção para defender sem medo aquilo em que acreditam. A primeira infância é o período mais importante na vida de um ser humano temos por obrigação valorizá-la.

Referencias Bibliográficas


A educação emotivo-afetiva na escola de educação infantil – São Paulo: Paulinas, 2013;

As crianças aprendem o que vivenciam / Dorothy Law Nolte, Rachel Harris Tradução de Maria Luiza Newlands da Silveira – Rio de Janeiro: Sextante, 2009; e 

A Resiliência em ambientes educativos: sentido, propostas e experiências/ Anna Forés Miravalles, Jordi Grané Ortega Tradução de Nanci Adela Kirinus – São Paulo: Paulinas, 2015.

*SAMIRA DALECK













 -Graduada em:
  -Educação Física pela Universidade Cidade de São Paulo -Unicid (2006); 
 -Pedagogia pela Universidade Brasil - Unicastelo(2008;
-Pós graduação em:
 -Arte Educação pela Faculdade Campos Elísios (2013)e 
 -História da Arte pela Faculdade Campos Elísios(2013);
- Instrutora de Yoga certificada para adultos e crianças;
- Estudiosa da Primeira infância, busca incansavelmente conhecimento sobre criação com apego, disciplina positiva e todo tipo de educação não violenta.

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

sexta-feira, 15 de março de 2019

Bolsonaro é o Luan Santana da Política Brasileira

Autor: Eduardo Praxedes Costa(*)

Bolsonaro está na moda, é trending topic do Twitter há meses, está na capa de revistas políticas de todo o mundo, mas não é cool, não consegue ser chique ou refinado aos olhos da mídia que, pelo contrário, o considera rude e grosseiro.

Grande parte desta impressão de ser um sujeito arrogante e que não aceita crítica provém de atitudes solitárias do próprio, ou seja, sem estímulo, sendo ele mesmo na tribuna da Câmara ou que, ao declarar votos em plenário, pregou em si a pecha de insensível e mal-educado. 

Até o dia do atentado pouco mais se sabia da personalidade deste político que falava a uma franja de adeptos composta por policiais, bombeiros (cabo Daciolo, incluído), militares da reserva. Sua linha de ação baseava-se na defesa dos militares, na recuperação dos salários da caserna e de defender o moralismo através do combate ao que foi denominado kit-gay e a escola com orientação pedagógica socialista.

Quase tendo sido passageiro de Caronte por obra de um bispo Adélio, emergiu do leito hospitalar uma nova face de Bolsonaro: que revelava medo, insegurança, carência e que era cuidado e amado por mulher, irmão, filhos e filha. 

Uma mistura do homem turrão com este ser que respirava afeto, fez um blended único que se tornou imbatível eleitoralmente.

Toda dinâmica eleitoral durou até primeiro de janeiro, data da posse, dia festivo de culminância do pré-governo.

No dia seguinte, tínhamos um governo instalado e atuante, mas já criticado pelo que não fizera e pelo que prometia fazer.

Patacoadas de ministros, de filhos e de parlamentares com gostos orientais deram mais munição aos famintos opositores do governo.

Um ministro foi afastado, outro está sendo avaliado e um filho, o zero um, jura ser inocente.

No entanto, a mídia não para de bater no presidente, Sempre há algo a ser feito que ele não pensou ou alguma coisa que ele fez ou falou que não deveria ter dito. O presidente está out por não participar de grupos sociais que protegem os desassistidos. É cafona por não ter pedigree de um diploma universitário na área social ou de humanas, e por não conseguir entabular conversas onde o fio condutor seja o Mal-Estar na Civilização.

Bolsonaro é alvo daquilo que sempre o acusaram: preconceito. É um sertanejo universitário, faz sucesso, mas não estudou o suficiente para fazer música melhor, ou falta-lhe talento para ser um Caetano ou um Chico. 

Esquecem os sociólogos puristas, mentores da prevalência deste preconceito, que a música brasileira de hoje é muito mais representativa do nosso povo do que, por exemplo, a franja que a bossa nova tinha de ouvintes e adeptos. Esta franja, tal qual a dos antigos eleitores de Bolsonaro representava minúscula parte da população brasileira e não conseguia ouvir os seus anseios, suas dores e necessidades. 

O Brasil é um país composto de poucas metrópoles e muitas e prósperas cidades do interior onde as pessoas têm um erre bem pronunciado que é motivo de galhofa de quem mora nos grandes centros de sul e sudeste. 

Também é constituído por pessoas que, mesmo sem terem frequentado curso superior ou pós-graduação em Princeton ou Havard, tocam suas atividades de forma a gerar muitas divisas para o país. E onde o presidente pode ter um guru outsider como Olavo de Carvalho.

Enfim, somos tudo isto junto e misturado e hoje temos um presidente que suavizou seu discurso colocando nele alguns versos de MPB: mas, por favor, não vamos fugir às raízes verde-amarelas, pois sou mais Luan, Teló e Lucas Lucco, como divulgadores dos afetos brasileiros apolíticos, do que as grandes poesias de Chico e Caetano que expõem, temas bem mais restritos do alcance de um povão de vida simples e com erres bem pronunciados. 

*Eduardo Praxedes Costa


- Médico psiquiatra e neurologista;
- Mestrado em Psiquiatria e Saúde Mental (UFRJ, 1995); 
- Advogado desde 2007, aprovado na Prova da Ordem em dezembro/2007;
-Atua como psiquiatra em seu consultório no bairro da Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro;
-Autor do conto policial A Investigação, publicado pela KDP Amazon em e-book (agosto,2017);
-Está finalizando seu primeiro romance. 

Nota do Editor:


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quinta-feira, 14 de março de 2019

O Futuro da Lava – Jato nas Mãos do STF

Autora: Sarita Goulart(*)

                                  

O Supremo Tribunal Federal ( STF ) começou a julgar se as investigações da operação Lava - Jato sobre práticas de caixa dois ligadas ao crime de corrupção devem ser submetidas à Justiça Eleitoral ou à Justiça Federal ou Estadual.O tema nos últimos meses tornou-se candente e polêmico dada a forte campanha nas redes sociais dos Procuradores , principalmente, os atuantes diretos na operação que revelou à sociedade graves casos de corrupção e de maus tratos com às coisas públicas.

É difícil afirmar categoricamente o que os membros da corte decidirão sobre o tema mas certo que a tendência é a de que casos de corrupção, mesmo, com elementos de caixa dois , fiquem com a Justiça Comum, e seriam enviados à Justiça Eleitoral apenas os casos de caixa dois sem ligação com outros crimes. Os casos apreciados pela Suprema Corte , é um recurso apresentado pelo ex- prefeito do Rio, Eduardo Paes e pelo deputado federal , Pedro Paulo do DEM ( RJ ) os dois são investigados por corrupção e recebimento de recursos de Caixa dois da Odebrecht . 

Procuradores que atuam na Lava- Jato alegam que a decisão do Supremo no sentido de determinar que os crimes de caixa dois e corrupção devem ser julgados em conjunto pela Justiça Eleitoral poderá afetar diretamente aos envolvidos nesses crimes que poderão pedir o envio dos seus procedimentos á Justiça Eleitoral , tirando assim as investigações do crivo da Justiça Federal .Dando um exemplo, o ex- governador , Sergio Cabral, poderia, requerer a transferência dos seus processos ao âmbito da Justiça Eleitoral, aliás, não só ele, nessa esteira, viriam todos os outros réus em crimes conexos.

Caberá ao STF decidir se o que julgar terá impacto sobre os processos que já tiveram foro definido ou se valerá apenas para os que oportunamente virão.

Para os amantes do direito a matéria das competências é instigante pois parece tranquilo nos munirmos da Constituição Federal e procurarmos no seu bojo os capítulos concernentes à Justiça e suas competências, isto é: O que elas podem ou não podem fazer, a grosso modo.

Porém, não é nada fácil, pois, poderá haver num mesmo processo competências de foros distintos ou seja competência da Justiça Comum e a especializada, no caso aqui abordado , a matéria de cunho eleitoral o que ensejaria a análise da Justiça Eleitoral, que é a justiça especializada e competente para isso. 

Para onde então deveria o processo então ser remetido? Deveria ser o processo fatiado e remetido cada qual para o juízo competente? Essas são as interrogações que tem dividido as opiniões, pois, como já dito competências são delimitadas e as da Justiça Eleitoral já são conhecidas, penas mais brandas, processos de menos complexidade e que levam mais tempo para serem julgados a estrutura e logística menor que a Justiça Comum, enfim, em todos os cidadãos de bem e creio que não só aos membros do Ministério Público Federal há a preocupação de que todo o esforço da operação Lava – Jato acabe tudo numa grande pizza.



SARITA DE LOURDES FERREIRA GOULART













- Formada em Direito pela UNISINOS-São Leopoldo-RS - Turma de Janeiro/1988;

- Pós graduada no Curso de Especialização em Direito Político pela UNISINOS em 1990; e
- Natural de Canoas - RS  aonde advoga.
-Email: saritagoulart@gmail.com
-Twittter: @saritagoulart
- Celular: 51 9 9490-0440

Nota do Editor:

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quarta-feira, 13 de março de 2019

Meu Nome está Negativado, e Agora?




Autora: Luciane Maria Marcos Roma(*)



Caro consumidor, se seu nome está negativado no SPC e SERASA, devemos observar as seguintes situações, visto que na prática, o nome só será excluído nos seguintes casos: 

A) DÍVIDA DISCUTIDA NA JUSTIÇA – essa situação refere-se mais precisamente aos casos em que a dívida já foi quitada, ou não foi realizada pelo consumidor ou ainda nos casos de discussão de cláusulas abusivas. Nesses último caso, o consumidor deverá depositar judicialmente os valores que entende devido, para litigar sobre a divergência de valores.
B) DÍVIDA PAGA – seja em sua integralidade ou mediante acordo parcelado, inclusive neste último caso, a legislação prevê prazo de 5 (cinco) dias para o credor realizar a retirada do nome junto aos órgãos de proteção ao crédito a partir do pagamento da 1ª parcela. 

Caso isso não ocorra, o consumidor poderá recorrer à justiça pleiteando uma liminar para a exclusão imediata dos cadastros restritivos de crédito, bem como requerer o pagamento de indenização por danos morais, pela manutenção indevida de cadastro restritivo.
Importante mencionar que em caso de parcelamento renegociação de dívida, o acordo gera nova dívida, e por isso o consumidor tem o direito de retirada de seu nome dos órgãos de proteção ao credito, de acordo com o prazo acima, nos termos do artigo 43, § 3º do CDC. Insta ressaltar que caso ocorra atraso no pagamento das parcelas referente ao acordo, o credor poderá incluir o nome no SPC/SERASA, por mais 5 (cinco) anos a contar da data em que deixou de realizar o pagamento da parcela referente ao acordo.

Nesse passo, o consumidor permanecendo com o nome negativado por mais de 5 (cinco) dias úteis após o pagamento integral da dívida, ou em caso de acordo, efetuando o pagamento da primeira parcela, o credor é obrigado a retirar a negativação dos órgãos de proteção ao credito, sob pena de ser acionado judicialmente para indenizar o prejuízo ao consumidor.
O entendimento quanto ao tempo e quem deve retirar o nome do SPC/SERASA, restou pacificado pelo STJ, através da Sumula 548, que prevê:

"Súmula 548-STJ: Incumbe ao credor a exclusão do registro da dívida em nome do devedor no cadastro de inadimplentes no prazo de cinco dias úteis, a partir do integral e efetivo pagamento do débito.STJ. 2ª Seção. Aprovada em 14/10/2015, DJe 19/10/2015."

C) DÍVIDA EXISTENTE HÁ MAIS DE 5 ANOS – nesse último caso, cumpre destacar que exploraremos várias situações hipotéticas.
Vamos exemplificar: se a dívida tinha vencimento para o dia 20/01/2010, o prazo máximo para manutenção da NEGATIVAÇÃO seria até 20/01/2015, independente se houve protesto ou não.
Ou seja, conta-se se o prazo prescricional de 5 (cinco) anos da data em que a dívida deveria ter sido paga, mas não foi, e não do dia em que foi feito o cadastro no SPC/SERASA.
Porém, muitas vezes este prazo é contado da data de inscrição, o que está errado. 
Caso o consumidor possua uma dívida vencida a mais de 5 (cinco) anos, SÓ poderá ocorrer a cobrança por telefone ou carta, ou seja, após 5 (cinco) anos, o nome do consumidor não poderá constar nos cadastros de restrição ao crédito, nem sequer ser cobrada JUDICIALMENTE.
Se a dívida for reincluída em órgão de restrição ao crédito, após 5 (cinco) anos da data do vencimento, o consumidor pode ajuizar um processo e exigir a exclusão imediata dos cadastro, bem como indenização por danos morais.
No caso de dívidas em geral, o Novo Código Civil é claro quando afirma, no artigo 206, § 5º, que o direito de cobrança prescreve em 5 anos
"Art. 206. Prescreve: §  Em cinco anos:
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular;" 
Insta mencionar que devemos observar os casos em que a EMPRESA DE COBRANÇA TERCEIRIZADA compra a dívida do consumidor. Nesse caso, as regras valem conforme acima mencionado, ou seja, o fato de uma empresa de cobrança terceirizada ter comprada a dívida NÃO renova o cadastro e o prazo para a cobrança, permanece o prazo inicial de vencimento original da dívida.

Outra situação pode ocorrer da seguinte forma: o Consumidor não sabia do prazo prescricional de 5 (cinco) para o credor exigir o pagamento da dívida, após os 5 (cinco) anos, paga a dívida. Diante disso, o consumidor NÃO poderá solicitar o reembolso do valor pago, isso porque somente o direito de cobrança judicial estava vencido, mas a dívida em si, não estava.

Fato é que o consumidor por saber da existência da dívida, mesmo que antiga, acaba se sujeitando as cobranças, muitas das vezes realizadas por empresas de cobranças terceirizadas – que são persistentes e acabam incomodando o consumidor – que por fim se entrega a forma de cobrança exaustiva e renegocia a dívida que poderia, inclusive estar prescrita, ou seja estar vencida há mais de 5 anos, contados da data do vencimento.

No mais, muitos consumidores continuam com seus nomes negativados por não saberem de seus direitos quanto ao pedido de exclusão dos órgãos de proteção ao crédito, seja por ter ultrapassado o prazo de 5 (cinco) anos da data de vencimento, e aqui cabe frisar que não conta da data inclusão junto ao SPC/SERASA, o que diferencia e muito o tempo para contagem do prazo prescricional, bem como nos casos do consumidor ter pago a dívida e o credor "mantem indevidamente" o nome negativado, porque ultrapassa o prazo de 5 (cinco) dias uteis, o que gera o dever de indenizar moralmente o consumidor.

É certo que, existem diversas outras questões em que o consumidor sentirá necessidade da orientação de um advogado, por isso, caso tenha dúvidas quanto a negativação de seu nome, procure um profissional de sua confiança, que terá maior capacidade de analisar caso a caso, para o tão sonhado retorno do "nome limpo" e ainda, nos casos cabíveis, pleitear indenização por danos morais.

*LUCIANE MARIA MARCOS ROMA













- Formada em Direito pela ULBRA (2005);

- Pós Graduada “Lato Sensu” em Ciências Criminais pela UNAMA (2008);
- Associada a ADFAS – Associação de Direito de Família e Sucessões
- Área de atuação: Direito de Família e Consumidor na cidade de Cascavel/PR
Facebook: Luciane Roma

Nota do Editor:


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terça-feira, 12 de março de 2019

O Direito de Exclusão do ICMS da Base do IRPJ e CSLL




Autor: Leonardo Andrade(*)

O Contribuinte optante do Regime de Apuração denominado Lucro Presumido, possui a obrigação de recolher o Imposto de Renda Pessoas Jurídica (IRPJ) e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), nos termos da Lei n. 12.973/2014, que alterou a legislação tributária do IRPJ e da CSLL. 

A Lei n. 12.973, em linhas gerais, alargou o conceito de Receita Bruta, entendendo-se como tal (I) - o produto da venda de bens nas operações de conta própria; (II) - o preço da prestação de serviços em geral; (III) - o resultado auferido nas operações de conta alheia; e (IV) - as receitas da atividade ou objeto principal da pessoa jurídica não compreendidas nos incisos I a III. 

Contudo poderá está sujeito ao recolhimento do Imposto sobre a Comercialização de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os produtos que beneficia e comercializa. 

Desse modo, ao apurar os valores devidos ao IRPJ e a CSLL, está obrigado a considerar o ICMS em suas bases de cálculos. Entretanto, não há como aceitar testa exigência, já que o ICMS não se enquadra no conceito de Receita Bruta, como pacificado pelo STF. 

Nesse rumo, a fim de possibilitar a declaração e o cálculo corretos do IRPJ e da CSLL - tanto nos casos pretéritos, para viabilizar a posterior compensação; quanto nos futuros, para evitar tributação excessiva, cabe ao contribuinte senão a de socorrer-se da tutela jurisdicional. 

Como dito, a base de cálculo do IRPFJ e da CSLL a ser considerada é o Lucro Presumido, o qual é obtido através da aplicação de uma determinada alíquota sobre a Receita Bruta auferida mensalmente pela empresa, conforme destacam os artigos 15 e 20 da Lei n. 9.249/95. 

Entretanto, o ICMS não faz parte do conceito de receita bruta, de modo que não deve integrar a base de cálculo do IRPFJ e da CSLL. 

Aliás, o Supremo Tribunal Federal, ao definir que o ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da COFINS (Tema n. 69), sedimentou, de forma indireta, que o conceito de receita bruta não inclui, em sua composição, tributos indiretos (ICMS, ISS, PIS e COFINS). 

Assim, como a receita bruta é a base de cálculo tanto das contribuições PIS e COFINS quanto do IRPJ e da CSLL no regime do lucro presumido, percebe-se que a tributação destes últimos também deve ser calculada sem os valores de ICMS. 

Portanto conclui-se que, o ICMS recebido na venda de mercadorias ou prestação de serviços não é receita do contribuinte, e sim de terceiro, no caso o Estado. 

Sendo assim, o montante destes tributos destacados nas Notas Fiscais, por se tratarem de simples ingresso transitório em caixa, não pode ser enquadrado no conceito de receita bruta, que é a base de cálculo para presunção do lucro tributável no regime do Lucro Presumido. 

Em suma, ao realizar as suas operações, o contribuinte possui apenas a custódia transitória dos valores atinentes ao ICMS, até que ele seja recolhido ao seu verdadeiro "proprietário" - o Estado. Por este motivo, não pode ser considerado como receita, já que não se trata de "riquezas próprias", mas sim do ente tributante. 

* LEONARDO ANDRADE




















-Advogado, civilista e tributarista especializado na administração de passivo, direito bancário e direito tributário;
-Graduado em Direito – Universidade Paulista – Unip;
-Pós Graduando pela Universidade Mackenzie Processo Civil;
- Responsável pelo:
  -Contencioso tributário do escritório Hélio Brasil Consultores Tributários;
  -Departamento jurídico do escritório JCF Contabilidade e Assessoria Empresarial Ltda.;
   -Departamento tributário do escritório Arcuri & Cimini; e 
-Consultor tributário do escritório Rocha Calderon Advogados Associados.
- Foi consultor da :
IOB THOMSON, 
Fiscosoft Sistemas 
SYSTAX Sistemas.

Nota do Editor:
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segunda-feira, 11 de março de 2019

A Melhor Idade é Quando Deixamos de Contar Anos e Cumprimos Sonhos




Autor: Luís Lago(*)


Dizem que os anos se vão como a fumaça que escapa por uma janela aberta, desenhando formas no ar até que, pouco a pouco, desaparecem. Não obstante, as pessoas não são como a fumaça, nem sequer como o vento; somos respiração, somos suspiros, somos vida vivida e sonhos para alcançar cada dia.

Qual você acredita ser a melhor idade do ser humano? Na realidade, não existe um ano exato que simbolize o equilíbrio perfeito, porque o que a juventude não sabe, o amadurecimento adverte, e o que o amadurecimento anseia em ocasiões é possuir essa imaturidade da juventude.

A melhor idade é aquela quando nos sentimos bem com o que somos, com o que temos e com o quanto falta para chegarmos lá. Pois quem não tem sonhos é um morto vivo, quem não tem ilusões não oferece magia para o seu coração e nem luz para os seus pensamentos.

Em algumas ocasiões nos armamos com mil desculpas, com as pedras em nossos sapatos que nos impedem de poder avançar pelo caminho que sonhamos.

Em outras ocasiões nos tornamos  hábeis artesãos na hora de cortar nossas próprias asas. Os pensamentos limitantes, os preconceitos e as inseguranças são, em alguns casos, os autênticos “radicais livres” capazes de nos envelhecer por dentro, de nos dar mais idade do que realmente temos.

No entanto, não devemos nos esquecer jamais que acumular  juventude é uma arte que todos deveríamos começar a pôr em prática, desde que tenhamos o uso da razão. Porque a autêntica finalidade dessa vida é saber vivê-la com a máxima intensidade, e paixão, tentando alcançar cada um dos nossos objetivos.

Não devemos nos esquecer, jamais que  a pior das tragédias não é completar anos de idade, nem ver uma ruga a mais no rosto ou um quilo a mais nos nossos quadris. A verdadeira tristeza é uma vida não vivida.

Por último, um pequenino lembrete:

 ―  Não tenha medo de cumprir anos de idade, o que deve nos causar inquietude de verdade é não ter alcançado algum dos nossos sonhos, pois no final de tudo, estamos cheios desse material tão mágico, tão delicado.  E, acima de tudo, tão profundamente vital.

* LUÍS LAGO




















-Psicólogo graduado pela Universidade Santo Amaro(1981);
- Especialização  em Terapia Comportamental; e 
- Atuação clínica por 15 anos. 
-Atualmente é Jornalista e  Fotógrafo (Não necessariamente nessa ordem); e
-Autor dos livros "O Beco" (poesias) Editora e Livraria Teixeira e "São tênues as névoas da vida" Âmbito Editores (ficção desenvolvida no estilo literário denominado "Realismo mágico")

Nota do Editor:

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domingo, 10 de março de 2019

Autoestima e a Verdade de Você para Você





Autoestima é um termo bastante usado nos dias atuais. Talvez o emprego deste termo se deva às descobertas acerca da sua relevância nos processos psicoemocionais, ou como fruto do movimento mentalista do século XX, que enfocava a relevância e o estudo dos processos mentais como causa e efeito dos comportamentos. 

Todos os seres humanos deveriam ter uma autoestima saudável, independentemente do gênero, cultura, idade, trabalho e objetivos de vida. Seria formidável. Somos seres sociais e, pensar em uma população com tal autoestima, implica pensar numa sociedade saudável, quase ideal. Sabemos e conceituamos, mesmo dentro do senso comum, os impactos que as possíveis fragilidades podem ocasionar nos indivíduos, nas relações destes, e, consequentemente, na sociedade. 

Desde os primórdios da filosofia é evidente a preocupação em relação aos problemas psicoemocionais do ser humano, e se postula que estes problemas impediam o desenvolvimento normal dos seres humanos e têm origem no que agora é chamado de “cognição” (Hernández, Sánchez, 2007). Abaixo estão alguns apontamentos filosóficos que corroboraram para a noção atual sobre a relevância dos aspectos cognitivos sobre o funcionamento psicoemocional : 
  • Lao-Tse (século VI A.C.) fundou o Taoísmo, corrente filosófica segundo a qual o homem vive em harmonia com tudo o que o rodeia;
  • Confucio (551 a.C.) apresentou um método fundamentado nos processos moral e familiar para a vida; 
  • Sidharta Gautama (Buda) no ano de 566 a.C., postulou que o sofrimento de uma pessoa e suas enfermidades tanto físicas como emocionais se devem ao mau manejo das paixões humanas, o que pode levar o indivíduo a um estado de insensibilidade; 
  • Sócrates (470-399 a. C., no séculos V e IV a.C.), firmou não ter sentido conhecer o mundo sem primeiro conhecer a si mesmo como um ser humano pensante; 
  • Platão (427-347 a.C.) discípulo de Sócrates, postula que a alma consta de três partes que se encontram no cérebro, e que cada parte possui sua própria força dominante (sabedoria, autonomia e autocontrole); e, assim, propunha igualar o bem com o conhecimento, propondo que as paixões podem ser controladas mediante o manejo das cognições ou pensamentos; e
  • Epiteto (50-125 d.C.), um dos romanos mais sobressalentes do Estoicismo, foi o primeiro a afirmar que as pessoas não se perturbam pelas coisas que acontecem, e sim pela maneira que as interpretam (Escobar, 2014).
No enfoque cognitivo tem-se que os processos mentais, e assim o pensamento, são o fundamento para explicar o comportamento. A partir da estrutura cognitiva, o indivíduo tem condições de elencar os comportamentos mais adequados a empregar nas mais variadas situações.

A orientação da abordagem Cognitivo Comportamental determina que grande parte do comportamento das pessoas, em virtude de mudanças nos aspectos cognitivos desadaptativos, produzirão modificações comportamentais desejadas; dependendo da personalidade de cada pessoa. No decorrer do desenvolvimento das teorias cognitivo comportamentais, Aron Beck y Albert Ellis desenvolveram seus modelos de intervenção terapêutica; a Terapia Cognitiva e Terapia Racional Emotiva; que enfatizam as influências que o pensamento exerce sobre as emoções (Minici, Rivadeneira & Dahab, 2001). 

Logo, em síntese, o conhecimento que a pessoa possui do mundo e de si mesma, embasada em determinadas estruturas de significados subjetivos que se formam através das experiências prévias, contribui e desencadeia os estados emocionais, as condutas e ideias. 

O conceito de crenças irracionais é central na TREC (Terapia Racional-EmotivoComportamental) (Rangé & Fenster, 2004; Lega, 2002), que apresenta, entre seus pressupostos, estar a origem das crenças irracionais no próprio ser humano, que nasce tanto crédulo quanto educável e aceita toda a sorte de ideias, sentimentos e ações que seus pais e cuidadores mostram, sejam eles funcionais ou não. Mesmo quando se aceitam crenças irracionais alheias, há uma tendência a se reconstruir tal crença e mantê-la ativa, mesmo que ela se manifeste apenas anos depois de aprendida. Tais crenças referem-se as interpretações e as crenças que o indivíduo desenvolveu sobre si mesmo, sobre as outras pessoas e sobre o mundo em geral. 

Faz-se aqui um recorte interessante, pois pensar sobre si próprio, ao contrário do que pode parecer, é uma atividade bastante parcial, nem um pouco desapegada de tendencionismos. Pensar autoestima é pensar, antes de qualquer coisa, em cognição, comportamento e sentimento. Autoestima implica na ideia que se tem sobre si; sobre si em relação aos outros e ao meio em que se está inserido. Segundo Branden (1969), "A autoestima é a experiência de ser competente para administrar os desafios básicos da vida e ser digno de felicidade" (p. 13). 

É possível inferir que aquele que se encontra com a autoestima em desequilíbrio, não só limita seu desenvolvimento pessoal, mas afeta "às suas potencialidades que antes se encontrariam estáveis; por esta razão que a terapia racional emotiva busca trabalhar as ideias distorcidas do ser humano para que encontre um equilíbrio satisfatório, e assim interferir em seu cotidiano".

Assim, quando uma pessoa apresenta autoimagem adequada experimenta cada aspecto de sua vida de uma maneira positiva e construtiva; capaz de enfrentar os desafios de forma produtiva, utilizando os próprios recursos para o enfrentamento de crises. Com isto, estará habilitada para desfrutar com saúde suas potencialidades, habilidades e defeitos sem menosprezar seu autoconceito.

Dryden (2002) certa vez ressaltou que, ao definir autoestima como o ato de qualificar o próprio "SER" em função de uma coisa, uma conduta, um pensamento, uma emoção, uma parte do corpo, a algo ou alguém, etc., tem –se o início do problema: não é possível avaliar a si mesmo de maneira justa em função de uma coisa, sabendo que o "SER" é extremadamente complexo e em constante mudança.

O desequilíbrio na autoestima é comum, mas ao contrário do que muitas vezes ouvimos, tanto a supervalorização como a depreciação da autoestima geram sofrimento e inadequação. Quando da baixa autoestima, se outorga sistematicamente a si próprio através de uma qualificação global negativa. 

Da mesma forma, a alta autoestima é como uma arma de dois calibres, porque quando se minimiza um erro, se deprecia pelas mesmas razões que se valoriza. Por exemplo, se digo que sou boa porque faço algo bem, direi que sou inútil quando não conseguir fazê-lo e, automaticamente, entrarei no quadro de baixa autoestima.

A Autoestima é composta por 3 componentes: cognitivo, afetivo e comportamental. 

- Cognitivo: refere-se a opinião que se possui de si próprio e de seu comportamento. Baseado nos conjuntos de esquemas cognitivos; 

- Afetivo: implica no sentimento favorável ou desfavorável de si, bem como o valor auto – atribuído. Uma lei fundamental regente da autoestima é que "a maior carga afetiva, maior potência da autoestima" (Serrate & Barado, 2011, pág. 10); e

-Comportamental: o autoconceito condiciona a conduta, uma vez que agimos de acordo com as capacidades, qualidades, competências, valores, habilidades ou deficiências que possuímos de nós mesmos.

O equilíbrio da autoestima pode ser alcançado pelo processo de autoaceitação. Este é um conceito fundamental na abordagem Racional Emotiva. Através do treino focado da autoaceitação incondicional, Ellis propôs uma proposta de trabalho árduo que visa fortalecer as potencialidades, reconhecer as habilidades e cuidar das dificuldades individuais, considerando o meio em que o indivíduo está inserido.

A autoaceitação, por sua vez, é uma avaliação cognitiva sobre os próprios sentimentos, comportamentos, crenças, motivações e história de vida. Sendo assim, implica na autoaceitação dos aspectos positivos e negativos; o enfrentamento dos desafios e dificuldades que sustentam o equilíbrio e a saúde da autoestima, possibilitando desta maneira, uma projeção mais adequada. Para alcançar a autoaceitação, é necessário possuir um conceito positivo de si mesmo, considerando facilidades e dificuldades, o que potenciará a capacidade para desenvolver habilidades, autoconfiança, autonomia, além de adquirir autocontrole e bem estar frente até mesmo a enfermidade e a autoimagem. 

O desenvolvimento da autoaceitação é um trabalho terapêutico que implica na reestruturação cognitiva focada nos princípios fundamentais da autoaceitação. Podemos considerar que esses princípios são espécies de crenças de ajustamento que refutam pensamentos e crenças disfuncionais acerca de si próprio. Abaixo encontram-se listados os 11 princípios que contemplam a autoaceitação incondicional:

1. Como ser humano, você não possui uma única avaliação, mas pode avaliar-se nos seus diferentes aspectos, conforme aquilo que vivencia;

2. Como ser humano, sua essência está em equivocar - se e em ser único;

3. Você é igual aos outros seres humanos em termos do conceito de humanidade, mas é diferente em muitos aspectos concretos e específicos; 

4. Quando se aceita incondicionalmente, se raciocina melhor, evita a generalização;

5. Aceitar - se incondicionalmente está intimamente ligado a um pensamento flexível acerca de si;

6. Quando se aceita incondicionalmente, suas emoções são adaptativas e seu comportamento é construtivo;

7. Se ainda deseja se classificar, faça – o a partir das circunstâncias que não alteram ao longo da vida, pense em você como alguém que VALE a pena porque é humano, está vivo, é único, e está em constante desenvolvimento;

8. A aceitação incondicional de si próprio fomenta uma ação construtiva, Não a resignação;

9. É possível aprender a aceitar- se incondicionalmente, mas nunca de maneira constante e nem perfeita;

10. Assimilar a aceitação incondicional de si próprio é difícil e implica trabalhar duramente e

11. Assimilar a aceitação incondicional requer força e energia.

A partir da aceitação incondicional, outras estratégias são parte do trabalho para equilibrar e desenvolver a autoestima. Abaixo, a pirâmide exemplifica a importância e relevância de cada estratégia. 




Fonte: Estrada (1998, p. 2).

A pirâmide de autoestima apresentada por Estrada (1998) representa o crescimento e desenvolvimento pessoal do indivíduo, onde a comunicação e aceitação de si mesmo são fundamentais. O cume da pirâmide representa a autoestima, enquanto ponto máximo da aceitação e dignidade do ser humano (Estrada, Rodríguez, 1998, p.3).

A pirâmide propõe que a base inicial de processo de desenvolvimento é o autoconhecimento e o autoconceito. O autoconhecimento refere-se a consciência do indivíduo acerca do porquê e de como ele se comporta. Se este funcionamento acontecer, este indivíduo se encontrará forte e unificado mentalmente. No entanto, se uma dessas partes não funcionar eficientemente, implicará em insegurança e tensão. Quanto ao autoconceito ou autoimagem, são as crenças e valores acerca de si mesmo, que se manifestam nos comportamentos. 

A fase intermediária do processo de desenvolvimento que a pirâmide expõe são a autoavaliação e a autoaceitação. Autoavaliação reflete a capacidade interna de qualificar e classificar as situações, a si próprio e as características que possui. Já a autoaceitação denota reconhecer a própria realidade, a forma de ser e sentir. 

O ápice da pirâmide, ou seja, do processo de desenvolvimento é composto pelo autorrespeito e autoestima. Este seria o ponto ideal da saúde mental no que tange o equilíbrio na relação do ser humano consigo, com o outro e com o meio que o cerca. Autorrespeito refere-se a atender e satisfazer as próprias necessidades e valores. Expressar e manejar de forma conveniente sentimentos e emoções, sem culpar – se, considerando a si, ao outro e ao meio. Já autoestima, uma vez estabelecidos adequadamente os passos anteriores; compreende conhecer a si próprio, consciente de suas mudanças, adequando sua própria escala de valores, desenvolvendo suas capacidades; se aceitando e se respeitando. Mediante ao qual, estabelecerá relações humanas adequadas e uma comunicação produtiva.

Entende- se que a autoestima saudável é fundamental para o equilíbrio psicológico do ser humano. Como anteriormente mencionado, é um ideal. No entanto, quando o senso comum propõe noções de felicidade a partir da autoestima, há de se fazer uma leitura, um contraponto. A autoestima é mutável, pois o ser humano assim o é, e, ainda, ela é resultado de um processo infindável de autoconhecimento, autoconceito, autoavaliação, autoaceitação e autorrespeito. 

Neste processo, é crucial considerar o funcionamento cognitivo, conforme exposto anteriormente neste texto. De acordo com Ellis, os seres humanos são animais criadores de signos, símbolos e linguagens que possuem quatro processos fundamentais: percepção, movimento, pensamento e emoção. Todas eles se inter-relacionam de acordo com a necessidade. Assim, um pensamento irracional não só implica disfunções no âmbito emocional e comportamental, mas interfere na realidade em que o indivíduo se encontra; e pode alterar a qualidade e propósitos de vida. Por isso Razón, Gerrig & Zimbardo (2005) ressaltam que "a terapia racional – emotiva busca incrementar o sentido de autovalia do indivíduo e seu potencial para se realizar e livrar-se dos sistemas de crenças falsas que bloqueiam seu crescimento pessoal" (p.526). 

Logo, entre as chaves para se conquistar autoestima saudável, está a autovalorização enquanto percepção do próprio valor acerca das capacidades de raciocínio, fundamental para a aplicação do que seria a idoneidade consigo mesmo. 

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ANA CAROLINA CABRAL













- Psicóloga formada pela UNIMEP; 
- Mestre em psicologia pela PUCCAMP leciona tanto na graduação como na pós graduação desde 2007 ; 
- Estudiosa da terapia racional emotiva (REBT); 
- Foco de trabalho junto aos alunos e pacientes: funcionamento psíquico do ser humano; 
- Foco de estudo: 
  - A relação mãe e filho e os seus desdobramentos psíquicos, especialmente no que tange ao stress e ao sentimento de raiva; 
- Trajetória profissional : 
 - Por 6 anos na psicologia das organizações, e mais especificamente, na área de recursos humanos aonde trabalhou nas adaptações do homem no que tange as relações laborais; 
  - Após esses anos migrou para a área clínica e mantém –se nesta até hoje; 
 - Professora e supervisora de Terapia Comportamental Cognitiva; 
  - Atuou por 5 anos como psicóloga hospitalar em uma unidade básica de saúde no município de Campinas e nesta atuação, acolhia as demandas daquela específica população junto ao grupo de profissionais ali também atuantes, realizando, além da psicoterapia individual, muitos projetos e atividades de terapia grupal: grupos de gestantes, para controle do tabagismo, para adolescentes em situação de risco, de crianças e de aconselhamento familiar, além de atuar na contenção de crises; e 
  - Atualmente atua no atendimento individual e em grupo de seus pacientes há mais de 13 anos, independente das mais variadas demandas, seguindo como base teórica a Teoria Racional Emotiva de Albert Ellis.


Nota do Editor:

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