terça-feira, 2 de julho de 2024

Como se preparar para a perícia médica do INSS


 

A perícia médica do INSS é um momento decisivo para quem busca benefícios por incapacidade ou redução da capacidade.

 

Uma preparação adequada pode fazer toda a diferença na obtenção do auxílio ou aposentadoria. Veja a seguir dicas importantes sobre como se preparar para a perícia, focando no atestado médico e no comportamento durante a avaliação.

 

1. Atestado médico: o que deve conter.

 

- dados do médico: nome completo, assinatura, número de registro no Conselho Regional de Medicina (CRM), e, se possível, contato e endereço do consultório

- dados do paciente: nome completo e número do CPF ou RG

- data de emissão: o atestado deve mostrar claramente quando foi emitido

- período de afastamento: quantos dias o médico recomenda que você fique afastado das atividades laborais

- diagnóstico: embora o Código Internacional de Doenças (CID) possa ser omitido, a descrição do problema de saúde é útil. o CID pode ser incluído com a autorização do paciente

- justificativa: deve ser clara a razão do afastamento ou da necessidade do benefício

 

2. Dicas de comportamento na perícia:

 

- seja pontual: chegue com antecedência ao local da perícia.

- postura: seja honesto e direto nas suas respostas.

- comunicação: explique claramente como sua condição afeta sua capacidade de trabalho.

- consistência: mantenha a consistência entre seus relatos e a documentação médica apresentada.

 

3. Respondendo ao médico perito:

 

- respostas claras: forneça informações precisas e diretas sobre sua condição.

- histórico médico: esteja preparado para discutir seu histórico médico e como sua condição atual afeta sua vida diária e de trabalho.

- solicitação de reavaliação: se necessário, peça por uma avaliação mais detalhada e formalize uma reclamação no INSS se sentir que a perícia não foi adequada.

 

4. Documentação necessária:

 

- documento de identificação oficial com foto (RG, CNH);

- CPF;

- carteira de trabalho, se aplicável;

- todos os atestados médicos e exames, novos e antigos;

- relatórios médicos detalhados;

- comprovante de agendamento, se houver.

 

5. Tempo de resposta e recurso:

 

O prazo para obter a resposta da perícia médica varia, mas geralmente o resultado é divulgado dentro de 30 dias após a avaliação. Caso o benefício seja negado, é possível recorrer.

 

Você pode apresentar um recurso administrativo no próprio INSS ou ingressar com uma ação judicial. É importante lembrar que o recurso administrativo nem sempre é eficaz, pois muitas vezes é analisado pelo mesmo perito que indeferiu o pedido inicial.

 

6. Atitudes que devem ser evitadas:

 

- negligenciar a higiene pessoal: ir à perícia sem tomar banho não ajuda.

- falsificar condições: não use cadeira de rodas ou muletas se não precisar.

- exagerar sintomas: seja sincero sobre sua condição.

- apresentar documentos irrelevantes: concentre-se em provas que demonstram sua incapacidade ou redução da capacidade para o trabalho.

- comunicação excessiva ou insuficiente: seja objetivo e claro.

 

A sinceridade e a preparação são fundamentais para garantir seus direitos. Caso o benefício seja negado, busque a justiça com o auxílio de um advogado especialista.

 

Aluguel por Airbnb e os limites do judiciário


 Autora: Beatriz Antunes Mastrange Bastos (*)

Viajar faz bem para a saúde. E não sou eu quem estou afirmando a você, mas sim é o que diz um estudo realizado por uma universidade do Reino Unido, publicado na revista Transport e Health.

Viajar está presente na história da humidade desde os anos antes de Cristo e isso também foi importante para criação de novos povos e culturas.

No século XIX as viagens eram caracterizadas por levar longos meses e exigiam bastante planejamento, já que realizadas em embarcações. Atualmente, o planejamento de uma viagem está apenas a um clique.
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O Airbnb é uma plataforma que permite proprietários de imóveis residenciais oferecerem a qualquer pessoa acomodações ao redor do globo.

Essa plataforma se popularizou por oferecer comodidade aos viajantes e até economia, já que eles podem cozinhar sua própria comida e se sentir em casa.

Acontece que em todas as relações entre pessoas os conflitos surgem e o judiciário tem demanda. Com isso, é necessário algumas alterações legislativas e posicionamento dos magistrados.

O Airbnb não se encaixa em uma locação residencial ou por temporada, consoante a Lei de Locações, mas também não se encaixa nas regras de hotelaria. E como definir a natureza desse tipo de acomodação?

Assim, em 2021, o STJ apresentou seu entendimento sobre esse tema e definiu que a locação por Airbnb se trata de uma locação atípica e se assemelha mais a uma atividade hoteleira do que uma locação residencial.

É evidente que esse entendimento caracteriza uma limitação de uma inovação das relações sociais para que sirva de embasamento a decisões importantes sobre o tema.

Nesse sentido, recentemente, houve diversas notícias espalhadas pelo país sobre saques a imóveis alugados pelo aplicativo de acomodação, o que trouxe uma insegurança não só ao investimento do proprietário, como também ameaçou a paz dos condôminos.

É verdade que na plataforma não há como conhecer o rosto de quem aluga ou a índole do inquilino temporário. E isso permitiu um novo alvoroço entre condôminos sobre a possibilidade de locação através do Airbnb em condomínios residenciais.

Diante disso, em equilíbrio ao Princípio da Supremacia do Coletivo e Princípio da Liberdade Contratual, o STJ definiu que o condomínio pode definir em convenção a proibição ou permissão da locação através da plataforma Airbnb.

Considerando o assunto em voga, é possível que novos condomínios ao serem instituídos incluam cláusulas acerca do tema em convenção, porém os antigos condomínios devem observar as regras e, através de assembleia, deliberar sobre o tema com aprovação de, pelo menos, 2/3 dos proprietários.

Por conseguinte, há que se considerar que para os proprietários é uma ótima forma de obter renda extra, assim como, em contrapartida, ameaça a segurança dos condôminos, haja vista se depararem com um rosto diferente em curto espaço de tempo.

Desse modo, há poucos julgados sobre o tema por ora, o que não significa dizer que é um tema de baixa importância, mas sim que há facilidade de debates entre condôminos para deliberação da questão, como, por exemplo, considerar utilização de sistemas eletrônicos de segurança para identificação dos viajantes.


* BEATRIZ ANTUNES MASTRANGE BASTOS
















-Advogada inscrita na OAB/RJ 226.047, 
-Graduada em Direito pela Universidade Cândido Mendes - UCAM (2018)
-Pós- graduação em
  -Direito do Consumidor pela UNESA(2020); 
   -Direito de Família e Sucessões pela UNISC,
(2021) e 
   -Direito Imobiliário, Registral e Notarial pela UNISC(2020) 

Site: www.beatrizmastrange.com

Instagram: @beatriz_mastrange

Nota do Editor:

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

Entendendo o Impacto das Taxas de Juros na sua Vida


 Autora:Tamara Mármore (*)


Quando ouvimos falar em Economia, é comum pensarmos em um campo complexo e distante do nosso dia a dia. No entanto, há conceitos fundamentais que podem ser compreendidos por qualquer pessoa interessada em entender melhor como as decisões econômicas afetam nossas vidas. Um desses conceitos essenciais é o das taxas de juros.

As taxas de juros são um instrumento crucial nas políticas econômicas de um país. Elas influenciam desde o custo do crédito até a inflação e o crescimento econômico. Mas o que isso significa para você, no seu cotidiano?

Taxas de Juros e Seu Bolso

Quando o Banco Central decide aumentar ou diminuir as taxas de juros, isso tem um impacto direto na economia doméstica. Por exemplo, se as taxas de juros estão altas, os empréstimos tendem a ser mais caros, o que pode desencorajar o consumo e frear a inflação. Por outro lado, taxas de juros baixas estimulam o consumo e o investimento, aquecendo a economia.

 Endividamento e Poupança

Se você possui empréstimos ou financiamentos, as mudanças nas taxas de juros podem afetar diretamente o quanto você paga mensalmente. Taxas mais altas significam prestações mais caras, enquanto taxas mais baixas podem reduzir seus custos financeiros. Por isso, é importante estar atento às tendências econômicas ao planejar suas finanças pessoais.

Por outro lado, para quem poupa ou investe, as taxas de juros são igualmente relevantes. Investimentos em renda fixa, como CDBs e títulos públicos, rendem mais em períodos de taxas altas. Já em momentos de juros baixos, pode ser necessário buscar alternativas de investimento que ofereçam maior retorno.

 Inflação e Crescimento Econômico

Além do impacto direto nas finanças pessoais, as taxas de juros também têm um papel crucial na gestão da inflação e no crescimento econômico. Taxas de juros muito baixas por um longo período podem gerar inflação descontrolada, afetando o poder de compra da população. Por outro lado, taxas muito altas podem desestimular o investimento e prejudicar o crescimento econômico.

 Em resumo

As taxas de juros são um elemento central na economia de qualquer país. Entender como elas funcionam e como podem afetar suas finanças pessoais é essencial para tomar decisões mais informadas. Acompanhar as políticas econômicas e as tendências de mercado pode ajudá-lo a aproveitar oportunidades e se proteger de possíveis riscos. Por que não começar agora?

A Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira, estabelecida pelo Comitê de Política Monetária (Copom), que se reúne periodicamente para definir os rumos da política monetária. Veja a série história da meta para a Taxa SELIC, utilizada para fins de política monetária e faça sua análise.

 

* TAMARA MÁRMORE



-Bacharel em Estatística pela UNESP/SP (2018) e
-Analista de Economia e Estatística 
WhatsApp
 (11)9 1616-0250






Nota do Editor:

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A medição da inflação pelo IPCA e seus efeitos na economia brasileira


 Autora: Gerusa Coutinho Ramos (*)

A inflação faz parte da economia brasileira desde tempos remotos, historicamente, a partir da década de 50. Torna-se um problema grave na década de 80, chegando ao patamar de hiperinflação, caracterizada por uma variação positiva de preços a partir de 1.000% ao ano, chegando a 1.782% em 1989, levando a uma redução do poder de compra dos consumidores, devido aos aumentos consecutivos de preços de bens e serviços na economia, além do aumento do desemprego e da redução da renda.

O Plano Real executado em 01 de julho de 1994 tinha como principal objetivo controlar a inflação na tentativa de estimular o crescimento econômico. Nos anos posteriores houve a diminuição da inflação e a retomada do aumento do Produto Interno Bruto (PIB), a produção de bens e serviços da economia brasileira no território nacional em determinado período. Porém, não aconteceu a estabilidade econômica, porque o capitalismo é um modo de produção cíclico e a conjuntura econômica muda diariamente, semanalmente, mensalmente e anualmente. Em média, na década de 90, a inflação brasileira diminuiu de 1.782% (1989) para 22,41% (IPCA -1995), e 4,62% (IPCA - 2023).

A inflação é medida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) calculado pelo Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor (SNIPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), desde 1995. A finalidade do IPCA é mensurar a inflação de bens e serviços do varejo (comércio), consumidos pelas famílias, com 90% de famílias residentes em áreas urbanas das seguintes regiões metropolitanas do país: Belém; Fortaleza; Recife; Salvador; Belo Horizonte; Vitória; Rio de Janeiro; São Paulo; Curitiba; Porto Alegre, Distrito Federal e nas cidades de Goiânia - GO, Campo Grande – MS; Rio Branco – AC; São Luís - MA e Aracaju - SE (IBGE, 2024).

Os dados do IPCA são coletados de 01 a 30 de cada mês nos comércios varejistas das respectivas localidades citadas acima, em produtos (bens e serviços), comprados por famílias que recebem de 01 a 40 salários-mínimos. A pesquisa é realizada pelo IBGE por amostragem não probabilística, composta pelos cadastros de bens e serviços, a coleta de dados dos preços e a metodologia de cálculo do índice. O IPCA é composto pelos seguintes bens e serviços: alimentação e bebidas, habitação, artigos de residência, vestuário, transportes, saúde e cuidados pessoais, despesas pessoais, educação e comunicação.

Em 1999, o Brasil implantou um sistema de metas de inflação, no qual o IPCA, deveria ter como meta o patamar de 4,5% ao ano, mais dois pontos para cima ou para baixo, seja poderia variar de 2,5% até 6,5% ao ano. A finalidade era controlar a inflação e oferecer credibilidade da política monetária ao processo de crescimento econômico.

Em 2024, o governo Lula aprovou um decreto para alteração do regime de meta de inflação para um sistema contínuo de 12 meses, em vez do índice calculado no ano, com o objetivo de manter a inflação no nível de 3,0% ao ano, com implementação a partir do ano de 2025.

Apresenta-se a variação percentual do IPCA de 2019 a 2024, o acumulado no ano, de janeiro a dezembro na tabela 1 abaixo, com o objetivo de demonstrar quais os maiores impactos da inflação no consumo das famílias e na economia brasileira.

Tabela 1 - Variação do Índice de Inflação pelo IPCA (2019 a 2024) - acumulado no ano (%)

                Ano                        2019     2020    2021     2022    2023    2024 (Até Mai)

           Índice Geral                 2,27      4,52     10,06     5,79    4,62      2,27

                IPCA

 1- Alimentação e Bebidas        4,23    14,09     7,94    11,64    1,03      4,23

 2- Habitação                             1,37      5,25    13,05     0,07    5,06      1,37

 3- Artigos de Residência         -0,68      6,00    12,07     7,89    0,27    - 0,68

 4- Vestuário                              0,78    -1,13    10,31    18,02    2,92      0,78

 5- Transportes                          0,32      1,03    21,03    -1,29    7,14       0,32

 6- Saúde e cuidados pessoais   3,81      1,50      3,70    11,43    6,58      3,81

 7- Despesas Pessoais               1,54       1,03      4,73     7,77    5,42       1,54

 8- Educação                             5,62       1,13      2,81     7,48    8,24       5,62

 9- Comunicação                      1,98       3,42       1,38   -1,02    2,89       1,98

Fonte: IPCA (2019 a 2024), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Segundo IBGE, em 2019, o IPCA apresentou um índice de 2,27%, uma inflação considerada baixa. Os itens, com maiores impactos no IPCA foram educação 5,62%, alimentos e bebidas 4,23%, seguidos de saúde e cuidados pessoais 3,81%, três componentes essenciais para o consumo, portanto impactam a renda das famílias mais pobres. Os itens com menor efeito na inflação foram artigos de residência, uma queda de 0,68%, transportes, um crescimento de 0,32% e vestuário, uma alta de 0,78%.

Em 2020, o IPCA foi de 4,52%, representada por alimentos e bebidas, com a elevação de 14,09%. Os artigos de residência aumentaram 6,0% e habitação 5,25%, num cenário permeado pela pandemia da Covid-19, além de instabilidade política e econômica no governo Bolsonaro, foram itens que influenciaram na alta do IPCA. Enquanto vestuário contribuiu para queda do IPCA, com resultado de -1,13%, transportes e despesas pessoais, cada um, teve um crescimento de 1,03%, e educação de 1,13%.

De 2020 para 2021, o IPCA subiu de 4,52% (2020) para 10,06% (2021), uma elevação significativa para um ano. Os fatores de instabilidade política, impactos da pandemia da Covid-19, aumento nos gastos públicos, falta de direcionamento da política econômica, além de questões de oferta e alta do dólar, de 4,013 (2019) para 5,136 (2020), influenciaram no resultado do IPCA que trouxe efeitos negativos para as famílias de menor renda, pois corrói o poder de compra da moeda e desvaloriza o real.

Os itens que mais pesaram na alta do IPCA foram o transporte com alta expressiva de 21,03%, seguidos de habitação 13,05% e artigos de residência 12,07%. Os elementos com menor impacto no IPCA em 2021 foram: comunicação, com alta de 1,38%; educação, de 2,81%; saúde e cuidados pessoais, de 3,70%. Mesmo assim, apresentaram resultados elevados, se comparados com anos anteriores, fato que indicava uma tendência ao aumento da inflação no Brasil e inibição do consumo das famílias.

Em 2022, o IPCA caiu para 5,79%, devido a alta da taxa de juros Selic de 9,25% ao ano (2021) para 13,75% (2022), sendo que havia subido anteriormente de 2,00% (2020) para 9,25% (2021), com um diagnóstico equivocado de combate à inflação de demanda. A economia brasileira apresentava uma oferta superior a demanda, a inflação era de custo e não de demanda. A alta da taxa de juros Selic reduziu o nível de investimento na economia, a produção caiu, o desemprego aumentou e provocou queda na renda das famílias, como também no consumo. A economia brasileira caminhava para a desaceleração econômica, com tendência para a recessão.

Em 2023, o IPCA foi de 4,62%, a educação apresentou a maior alta, de 8,24%, transportes subiram 7,14%, além de saúde e cuidados pessoais 6,58%, enquanto alimentos e bebidas tiveram uma queda de 11,64% (2022) para 1,03% (2023), na mudança dos governos, com a saída do Bolsonaro e o resultado da política econômica do primeiro ano do governo Lula. Os itens com menores impactos no IPCA foram artigos de residência, com apenas 0,27% de alta e comunicação com elevação de 2,89%.

Em 2024, o IPCA acumulado até maio é de 2,27%, com destaques para a alta de educação 5,62%, alimentos e bebidas de 4,23%, além de saúde e cuidados pessoais de 3,81%. No entanto, artigos de residência tiveram queda de 0,68%, transporte, com alta de 0,32% e vestuário de 0,78%. A alta nos preços de alimentos e bebidas estão relacionados a uma menor safra no ano de 2024, problemas climáticos de secas e de enchentes que afetam a produção agrícola, a elevação de custo total na indústria e taxa de juros ainda alta para aumentar a oferta de crédito na economia e impulsionar o nível de investimento.

Verifica-se uma melhora no quadro da economia brasileira de 2023 para 2024, o PIB cresceu 2,9% em 2023, com 10,9 trilhões de reais no ano. Em 2024, o resultado foi de 2,5% (1º trimestre 2024/1º trimestre 2023) no acumulado do ano, com relação ao mesmo período do ano anterior. A taxa de juros Selic caiu de 11,75% (2023) para 10,50% (junho de 2024) ao ano, embora na última reunião do Conselho de Política Monetária do Banco Central do Brasil, a opção foi por manter a Selic e interromper uma tendência de queda.

A queda da taxa de juros Selic é relevante na recuperação do nível de investimento, na Formação Bruta de Capital Fixo (indústria de capitais, de máquinas e equipamentos, petróleo, aço, dentre outras), na recuperação da base da produção industrial, aumento do nível de emprego e da renda, para o crescimento do consumo e da poupança.

Dessa forma, para a economia brasileira retomar o círculo virtuoso, tendo em vista que a taxa de desemprego caiu e houve uma melhoria nos rendimentos dos trabalhadores, é essencial a continuação da queda da taxa de juros Selic. Se não houver a recuperação no nível de investimento e do crescimento da indústria no PIB, o crescimento econômico não se sustentará no longo prazo. A inflação medida pelo IPCA no patamar atual, não é uma ameaça para a redução da taxa de juros Selic. A queda da taxa de juros Selic reduz a especulação financeira, ao mesmo tempo, contribui para um crescimento mais elevado e sustentável do Produto Interno Bruto (PIB).

REFERÊNCIAS

BACEN. Taxa de Juros SELIC - 2019, 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024. Séries Temporais. Disponível em <www.bcb.gov.br/Sériestemporais>. Acesso em: 11 de junho de 2024;

IBGE. Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) - 2019, 2020, 2021, 2022, 2023 e 2024 (até maio). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/IPCA/Sériehistórica.>. Acesso em: 10 de junho de 2024;

REGO, José Márcio; MARQUES, Rosa Maria (Orgs). Economia Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2018; e

VASCONCELLOS, Marco Antônio S.; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de Economia. São Paulo: Saraiva, 2002.


*GERUSA COUTINHO RAMOS













Mestre e  Bacharelado em Ciências Econômicas, nas áreas de economia, terceiro setor, políticas públicas e meio ambiente pela Universidade Federal da Paraíba ;

-Pós  graduação latu sensu ;
-Consultora  em gestão de negócios, estudo de viabilidade econômica e projetos.e 
-Professora em universidades públicas e privadas e pesquisadora do GerarConhecimento & Ação e do NEPECCAS.

Nota do Editor:

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domingo, 30 de junho de 2024

O vazio e a completude



Autora : Claudia Alaíde Silva(*)

A busca por relacionamentos perfeitos é algo recorrente em nossa sociedade. Talvez não "perfeito", mas o mais próximo do ideal. O fato é que, vivemos em tempos líquidos e, tanto quanto os eletroeletrônicos, também os relacionamentos passam a ser construídos para acabar.

Algumas dezenas de anos atrás, vivia-se exatamente a outra ponta desse novelo, os relacionamentos uma vez iniciados não podiam ser encerrados, senão pela imponente evidência da morte. Vivia-se ao pé da letra o famigerado "até que a morte nos separe", hoje adotamos como possibilidade, desde o início, o fim das relações.

Aparentemente o extremismo impera, quando a questão são os relacionamentos românticos.

O que o sociólogo polonês Zygmunt Bauman propõe em sua teoria é que os relacionamentos líquidos têm por pano de fundo uma insegurança dos indivíduos, pois sendo solida a relação seus desafios se apresentam em igual dimensão. No entanto, nos encontramos em um oceano de desafios; pois embora se evite o peso das relações sólidas, as frustrações líquidas se apresentam bem concretas, apontando inúmeras vezes para um vazio.

Não estou, porém, entrando em defesa das relações tradicionalmente sólidas, pois é evidente que, também essas, se configuram a partir de uma busca por segurança e oferecem o risco da frustração e exploração dos mesmos vazios.

Quando olhamos os dois exemplos, liquidas e sólidas, as relações apresentam elementos muito similares: a busca por segurança que, pode ou não, desembocar num vazio a partir da frustração de uma expectativa. Quando falamos em emoções, nos adaptamos a uma espécie de compensação que, temporariamente, parece funcionar. Comemos para não chorar, compramos para esquecer... é uma fórmula bem difundida em nossa sociedade, mas, como dito, é temporária. Os relacionamentos têm também servido a esse propósito?

É normal nos depararmos com a sensação de completude na relação com um outro que, parece carregar nele o que nos falta, mas talvez seja o momento de considerar que não é no outro que nos completamos, pois, assim como nós o outro também possui suas faltas.

Um dos princípios da comunicação não violenta é o autoconhecimento; o reconhecimento de emoções e necessidades, não para transferi-las ao outro, mas justamente para a autorresponsabilidade.

Uma ferida recorrente em casamentos, namoros, amizades, relações familiares e profissionais, é ocasionada porque não sabemos como nos sentimos, o que precisamos, nem mesmo o que buscamos, mas colocamos no outro a responsabilidades de satisfação dessas necessidades.

Quando conhecemos nossas faltas, assumimos a responsabilidade e a liberdade para compreender que o outro pode fazer parte, não apenas do que completa, mas também do que falta. Afinal nem todas as faltas são preenchíveis. Isso nos diz que os relacionamentos, sólidos, líquidos e gasosos, podem ser completude se suportarem as incompletudes.

Mais sobre...

Alguns livros podem te auxiliar nesse percurso rumo ao autoconhecimento e construção de relações. Vou deixar 3 indicações:

Amor líquido: a fragilidade dos laços humanos – Zygmunt Bauman (2003);

A parte que falta – Shel Silverstein (2018); e

Comunicação não-violenta: técnicas para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais – Marshall B. Rosemberg (2006)

*CLAUDIA  ALAÍDE SILVA















-Graduada em Psicologia pela FMU (2020);

-Especialista em psicologia fenomenológico hermenêutica pelo Instituto Daisen (2022) com foco nos fenômenos relacionais;

-Atua como biblioterapeuta e mediadora de grupos, além de ser intervisora de práticas clínicas. 

-É também psicóloga clínica, oferecendo atendimento a adultos em sessões individuais, de casal e em grupos.

Nota do Editor:

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O nosso tempo


 Autora: Cláudia Pontes Vieira (*)

Você já parou para pensar em quantas preocupações temos diariamente? 

Trabalhar, cuidar do interno e do externo, suprir todas as necessidades da vida: comer, beber, vestir, curtir, passear, amar... 

Pode até não parecer, mas para conseguirmos cada um desses itens, investimos muita energia e preocupação. 

Algumas situações são mais fáceis, outras são bem difíceis e assim vai... e, para não nos perdermos, é indispensável a busca pelo equilíbrio. 

Na vida, nada em excesso é bom; para tudo e em tudo, é preciso encontrar o meio termo, o ponto que equilibra a razão e a emoção. 

Árdua tarefa! Mas quando a aprendemos, melhoramos muito a nossa qualidade de vida. 

A ansiedade diária nos apressa e alimenta o sofrimento por antecedência, podendo gerar dor, insegurança e até mesmo crises com diversos sintomas emocionais e físicos. 

Portanto, preste a atenção! Desacelere! 

Pense antes de falar e de agir. 

Viva cada situação no momento em que ela acontecer, só assim você saberá como deverá proceder. 

Tudo o que temos é o aprendizado do ontem e a possibilidade do hoje. 

Amanhã? Talvez exista, mas teremos que viver o agora, daí a importância de viver o hoje da melhor maneira possível!

Enfrente o seu leão diário e goze de cada alegria. 

Seja sábio e viva um dia de cada vez! 

*CLÁUDIA PONTES VIEIRA



















-Psicóloga graduada pela Universidade Capital (2000);

-Atuante com Atendimentos especializados às Crianças e Adolescentes e à Adultos, com Abordagens Analítica Freudiana e Comportamental;

-Especializada em Atendimento à Casal e Família, com Abordagem Psicodinâmica.CRP 06/61789-8

Atendimento on-line: 11 9 9281-0801

Nota do Editor:

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