segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

A Conjuntura Nacional diante da Incerteza Institucional



Vive-se um momento de excepcional turbulência na conjuntura sócio/política/econômica nacional. As “expectativas racionais” dos agentes, internos e externos, capturam os sinais e os constrangem a não promover qualquer ação que implique em resultados de médio e longo prazo.

A raiz deste imbróglio encontra-se no quadro institucional do país, representado por instituições apodrecidas, principalmente nos seus órgãos superiores amplamente desacreditados pelos cidadãos, que não mais têm condições de gerar a segurança necessária ao desenvolvimento harmonioso da sociedade e ao ambiente econômico. Resulta disso a pior “conselheira” para o desenvolvimento de uma nação: a incerteza!

Quando a incerteza se plasma no inconsciente coletivo de uma nação, não existe projeto social, político ou econômico que, por mais bem urdido que seja, venha colocar o país em rota virtuosa. A incerteza gera a insegurança e solapa todos os esforços porventura existentes no sentido de superar os problemas que eventualmente assolam a sociedade. Generaliza-se, desta forma, a paralisia dos agentes e os resultados são amplamente negativos, repercutindo, principalmente, nas camadas mais humildes e necessitadas do estamento social aqui utilizado na concepção desenvolvida por Max Weber.

Especificamente no ambiente econômico, sabe-se que o capital produtivo não aceita conviver com a incerteza que, no entendimento de Keynes, não pode ser mensurada e só analisada por estimativa subjetiva. Desta forma, os tão necessários investimentos que poderiam oxigenar a economia fogem do setor e refugiam-se em ativos de pronta liquidez considerando riscos (estes, no dizer do autor antes mencionado, passiveis de mensuração pela probabilidade estatística) os mais próximos possíveis de zero. Já o capital financeiro estéril, que não gera nenhuma riqueza, trata de buscar rentabilidade pressionando o setor político a retirar os recursos da sociedade e direcionando-os ao pagamento de juros que, no Brasil, são simplesmente pornográficos. Verifica-se, dessa forma, uma dramática transferência de recursos da sociedade para o setor financeiro estéril que desagua num aprofundamento do fosso entre os mais aquinhoados e os menos favorecidos.

A postura dos agentes políticos no Brasil é dada por uma armadilha definida pelo Banco Mundial como “inequality trap”, que significa uma “aliança” entre os detentores do capital financeiro estéril (insisto que não se confunda com o capital produtivo) e a “elite” política do país. O objetivo central da perversa aliança é “drenar” a riqueza do país para o setor rentista e distribuir benesses entre uma elite burocrática bem remunerada, em detrimento da sociedade. 

No presente momento (governo Temer), sob a ótica da economia enquanto disciplina que estuda a forma como a sociedade se organiza para produzir bens e serviços, o presente quadro é sustentado teoricamente pela ortodoxia econômica. Os economistas ditos “de mercado” (ortodoxos e patrocinados pelo capital financeiro estéril) pregam, à exaustão, como um verdadeiro mantra o Ajuste Fiscal como a única forma de “colocar a economia nos trilhos” para a retomada do crescimento. Para tanto, projetam o dito “ajuste” com cortes profundos em todos os setores menos nos rendimentos dos rentistas.

Sem qualquer sombra de dúvida, esta “receita” estabiliza a economia no curto prazo e deverá equilibrar as contas do governo às custas da redução da atividade econômica e do empobrecimento geral da nação.

Evidentemente, o “ancien régime” (período petista) deixou a economia brasileira em frangalhos sem o uso da ortodoxia econômica e sim com um “projeto” tresloucado de solapar os fundamentos do capitalismo (nova matriz econômica), com o objetivo de implantar um regime “de esquerda”, com base no que de mais incompetente existia e que já fracassara no leste europeu. A grande diferença é que os arautos da esquerda também selaram uma aliança com o capital financeiro estéril.

Ipso Facto, verifica-se que o capital financeiro estéril não possui nenhuma ideologia e alia-se com quem quer que seja, desde que lhe garantam os seus rendimentos seja a que custo for. Ora estão com os “aloprados” da esquerda, ora com os “ortodoxos” de mercado.

Nos últimos dias, os atuais detentores do poder conseguiram a aprovação do “congelamento dos gastos públicos” por 20 anos e acenam com medidas microeconômicas para impulsionar a economia. Todo este esforço representa aquilo que os romanos já expressaram na língua mãe: “actus limitatus limitatum effectum producit” ou seja, atos limitados provocam efeitos limitados.

Não se está aqui a dizer que o governo central não necessita de uma organização nas contas públicas destroçadas e saqueadas pelo governo anterior. O equilíbrio do setor público é condição necessária à retomada do crescimento como um dos pilares do desenvolvimento da nação, mas não é condição suficiente. Discute-se, à saciedade, os vários “rombos” existentes no orçamento federal, mas nunca se toca no tema do “serviço da dívida” (juros) que representam 10 vezes o dito déficit da previdência ou qualquer coisa ao redor de R$ 500 Bilhões anuais!

A presente discussão, porém, se torna irrelevante diante da incerteza política que é a “mãe” dos problemas que o país atravessa. Um executivo que ninguém sabe quanto tempo conseguirá se sustentar, um legislativo que opera como um fim em si mesmo com grande parcela dos seus membros acusados formalmente de toda a sorte de crimes e outros tantos na condição de investigados e um judiciário desmoralizado tanto por seus julgados quanto por seu aparelhamento que nem mais consegue esconder.

Com este quadro caótico não existe nenhum futuro para a economia do país, limitando-se os seus agentes a administrar o curto prazo como condição de sobrevivência.

POR FLÁVIO JOSÉ CARPES SANTOS




-   Economista e Professor Universitário;
- Graduação em Economia, Mestrado em Desenvolvimento Econômico e Doutorado em Economia Social;

- Economista Chefe da Carrion, Carpes dos Santos Assessoria.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Casamento:Uma Grande Oportunidade de Progredir



Eu amo ser casada com meu marido. Amo enfrentar desafios juntos, compartilhar conquistas e derrotas, trocar coisas, ideias e experiências. Mas nem sempre é fácil. Já passei e passo (menos) por crises, problemas difíceis de serem resolvidos sem uma boa dose de autoconhecimento. 

Vou dividir com vocês então, algumas coisas que aprendi com a experiência e com o investimento no relacionamento. Destaco: O casamento é uma das principais oportunidades para o nosso desenvolvimento pessoal. 

Vamos lá:

1. Conhecer seus valores e os valores do seu parceiro.

Valores são atitudes que servem de guia para nossas decisões e formas de viver. Os nossos valores nos guiam independentemente de os-conhecermos ou não. Não conhecê-los, nos deixa confusos, dificulta fazer escolhas, dificulta acordos, diálogos. 

Por exemplo, se um dos mais importantes valores meus é a honestidade, ficarei incomodada ou furiosa quando não ver honestidade no meu parceiro, mas posso até não saber porque estou me sentindo assim. Se um valor dele é comprometimento e este não é um valor meu, altas brigas podem sair dali, sem que saibamos exatamente porque estamos brigando. 

Quando um sabe o valor do outro, o respeito aumenta, o diálogo honesto e maduro. Mas como fazer isso? Pergunte ao parceiro, quais atitudes, qualidades, virtudes são importantes para ele e faça as mesmas perguntas para si mesmo. 

2. Saber que estilo de vida quer ter. Não aquilo que é possível dentro das suas crenças limitantes, mas aquilo que realmente você acredita que fará com que a sua vida seja boa, prazerosa, alegre e saudável. Conhecer seus sonhos mais importantes. 

Feito isso, nunca abandoná-los sem uma boa reflexão. Levar a sua vida a sério e incluir a outra pessoa na vida que quer ter. Saber também como é a vida que o outro deseja ter, conhecer os seus sonhos. 

Depois disso encontrar uma área comum, e focar nesta área, juntar suas forças com as dele para que vocês se direcionem para lá. 

3. Cada um é um, cada um tem a sua própria vida que deve ser preservada. A singularidade de cada um é importante na vida a dois. Ao mesmo tempo existe a vida a dois em si. Eu diria que é como uma intersecção das duas vidas, ou a área comum da qual falei acima. Saber disso apenas: Existe a minha vida, a vida do outro e a nossa vida. Não colocar tudo num saco só, não misturar as coisas. Saber o que é importante para seu parceiro e INCENTIVÁ-LO a se encontrar, se desenvolver, concretizar os seus sonhos. Nada mais brochante do que ver um obstáculo no parceiro, ou ser este obstáculo, colocando empecilhos e matando os sonhos de quem você ama.

4. Ser transparente. Conversar muito, falar o que pensa e o que sente. Admitir seus erros pedir desculpas, expressar o que é importante, dar a sua verdade para a outra pessoa para que vocês possam crescer juntos. 

5. Querer crescer, ser uma pessoa melhor, aprender com o relacionamento, aprender com a vida. Querer dar passos para frente, agradecendo todas as coisas boas de hoje e se direcionando ao que pode ser ainda melhor.

6. Assumir a sua parcela de responsabilidade. Não existem vítimas em relacionamentos entre adultos. Cada um tem 50% de responsabilidade na vida a dois e cada um deve cuidar 100% deste 50%. Saber o que você pode melhorar em você e o que é um problema do outro - o qual você não tem o poder de mudar diretamente - ajuda a deixar o relacionamento leve e maduro.

Essas são algumas das principais atitudes que aprendi com o tempo. Tenho 15 anos de casada, vivemos períodos de calmaria e turbulência, mas estamos juntos e felizes. Desejo a todos muita alegria, paz, saúde e crescimento contínuo.

POR GRAZIELA BERGAMINI(CRP 63276-7)








- Graduada pela Puc-Campinas;
- Cursos de extensão em Harvard "Human Emotions" e em Lesley University "Family Counselling" nos Estados Unidos;
- Formação em Coordenação de Grupos pela SBDG;
- Facilitadora de grupos de Pathwork (Eva Pierrakos);
- Formada em Professional Coaching pela SLAC com certificado internacional;
- Autora do livro "Viagens de uma Psicóloga em Crise" e
- Atende em consultório, dá consultoria sobre comportamento humano e ministra cursos e treinamentos sobre desenvolvimento pessoal em parceria com a Pulse Rh.


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