sábado, 28 de janeiro de 2017

Os Mais de Dois Lados de uma Moeda



Percebo que nos últimos anos, os jargões utilizados no sistema educacional como: desenvolver um aluno crítico, formar um verdadeiro cidadão, promover a autonomia do aluno, vem se perdendo gradativamente, pois recebo cada vez mais em sala de aula, alunos com “uma opinião formada”. Opinião essa que foi adquirida por diversos meios, televisão, internet (canais de youtube, noticiários, redes sociais), gerando no aluno apenas as idéias do sim/não, certo/errado, exatamente como uma moeda, ou é cara, ou é coroa.

A partir do momento que aluno opta por um lado (cara ou coroa) o outro lado se torna altamente desprezível, errado, nefasto, fazendo com que ele tenha apenas UMA opinião, e isso é de uma negatividade sem fim.

Venho então dizer que tenho como objetivo, não apenas mostrar ao aluno o outro lado da moeda, mas também que essa moeda pode estar em pé, ela pode estar girando, e que dentro de algum tema específico (política, religião, questões sociais, etc), podemos e devemos ter uma visão ampla, sem que ele perca a sua identidade.

E ai me pergunto, como devo proceder? E não vejo outra resposta, a não ser a plena humanização do aluno, que chega em sala de aula “endurecido”, preso em convicções que não são totalmente suas. E somente a verdadeira EDUCAÇÃO, pode “amolecer” esse aluno, digo verdadeira pois a educação deve ser tratada como um sentimento, como algo natural do ser humano. Não como algo adquirido pelo aluno, mas sim como um espírito renovador através da sua existência.

Finalizo aqui, declarando que abro mão completamente de uma educação imposta, uma educação baseada em números, em metas, uma educação demagoga, onde o objetivo dos responsáveis não demonstra preocupação nenhuma com a VIDA dos alunos.

Por GERALDO JOSÉ DE ALMEIDA JUNIOR



















-Licenciatura plena em História, pela Universidade do Grande ABC;
-Professor na rede pública do Estado de São Paulo;
-Professor de História, Sociologia e Filosofia nas Escolas Técnicas e
-Educador na faculdade F.A.M.A (Faculdade Aberta da Maturidade Ativa)

Nota do Editor:

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sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Juiz Sérgio Moro,Líder de Verdade



Temos uma falsa Democracia visto que na verdadeira democracia o sistema de Governo é 100% escolhido pelo Povo.

O mundo está passando por grande transformação onde o povo está ocupando mais as Redes Sociais e manifestando suas vontades , descontentamentos e essa mudança já começa a surtir efeito nos Poderes Executivos , Legislativo e Judiciário.

O povo não suporta mais essa Corrupção ditada por Poderes Paralelos à verdadeira e unica Constituição vigente no Brasil e aonde o nosso STF foi aparelhado de forma errada por indicação de juízes que acabaram de Corromper o sistema e livrando e soltando bandidos de Colarinho Branco e favorecendo alguns apadrinhados.

A maioria do povo clama nas Redes Sociais e nas Ruas por uma verdadeira Justiça!

Essa Justiça já existe. Ela é a  praticada pelos Juízes Federais da Equipe do Juiz Sérgio Moro da República de Curitiba. Por esse motivo é que Somos Todos a favor da Lava Jato pois ela tem o sistema correto de julgar Corruptos e Corruptores e retornar Milhões aos cofres Públicos.E está sendo reconhecida e  homenageada internacionalmente .

Nossos Parabéns a Lava Jato.

POR JOSÉ WILSON BRANDÃO











- Microempresário no ramo de móveis para escritório e
- Ativista com a seguinte Meta: Brasil Livre do PT

Nota do Editor:


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quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Neurociência da Felicidade


A Neurociência comprova que exercícios mentais regulares modificam nossas células nervosas e sendo assim, modifica também nossa forma de pensar e sentir. Richard Davidson da Universidade de Wisconsin, em Madison; neuropsicológico renomado realizou uma pesquisa ao longo de anos, com Monges Budistas. Sua intenção era, através de exames de Ressonância Magnética Funcional, avaliar os efeitos da meditação na mudança das ondas cerebrais destes Monges. No ano 2000 Davidson esteve com o Dalai Lama, chefe espiritual do budismo tibetano em Dharmsala, local de seu exilio na Índia. Naquela ocasião, discutiram as descobertas neurocientíficas mais recentes, daquela época, acerca de como surgem as emoções negativas no cérebro. As emoções como raiva, irritação, ódio, inveja, ciúme, para muitos budistas praticantes, estas são palavras desconhecidas. Eles buscam enfrentar com serenidade e centramento até mesmo o lado mais sombrio da existencia. A meta suprema da meditação consiste em cultivar as qualidades humanas positivas. E a meta de Davidson foi investigar, com auxilio de ferramentas modernas da Ciência, esta meta da meditação milenar. Os resultados desta pesquisa high-tec, no entanto, não surpreendeu o Dalai Lama, uma vez que estas só comprovam o que os budistas praticantes vêm dizendo e praticando há 2.500 anos. Ou seja, a meditação e a disciplina mental conduzem a modificações fundamentais na sede de nosso espirito, o cérebro.

Pesquisador das emoções Davidson queria saber se atividades essencialmente mentais, como a meditação, também poderiam modificar o cérebro e, em caso afirmativo, de que forma este processo afetaria o estado de espirito e a vida emocional de uma pessoa. Os budistas vêem sua doutrina como uma “ciência da mente”, e a meditação, como meio ou método de treinar a mente. O resultado da pesquisa de Richard Davidson foi o seguinte: no córtex pré-frontal, região localizada atrás da testa tem o lado direito e o esquerdo. O lado pré-frontal esquerdo é muitas vezes mais ativo em praticantes de meditação. Isso indica um bom estado de espirito e sensação de felicidade – “um estilo emocional positivo”. A partir deste resultado é possível constatar que o lobo frontal esquerdo é a sede da felicidade e o lobo frontal direito a sede da tristeza e depressão.

Nas pessoas mais infelizes e pessimistas ou ansiosas, o predomínio de atividade é do lado direito do pré-frontal (sede da tristeza). As pessoas mais otimistas, compassivas, empáticas têm o córtex pré-frontal esquerdo mais ativo (sede da felicidade). Fica evidente que essa região cerebral mantem sob seu controle, os sentimentos “ruins” e também o equilíbrio e paz de espirito que caracteriza tantos budistas.

A nossa mente tende à negatividade, ou seja, o cérebro busca, registra,armazena,recorda e reage preferencialmente às experiências desagradáveis .É como se fosse velcro para as experiências negativas e teflon para as positivas .Consequentemente ,mesmo quando as experiências boas superam as ruins em quantidade, as experiências desagradáveis, se desenvolvem naturalmente mais rápido. Aqui fica claro que o cérebro tem uma tendência natural de concentrar suas atividades na sede da tristeza e depressão (lobo pré-frontal direito).Entretanto, felicidade é um comportamento que se aprende. De que forma? Aumentando a atividade da sede do bem estar e felicidade (lobo pré-frontal direito). Uma das formas é a meditação, a outra é cultivando bons sentimentos e imagens passadas e presentes de acontecimentos bons.

A boa solução não é suprimir as experiências negativas; quando elas acontecem, acontecem. Em vez disso pode-se cultivar as experiências positivas, e acima de tudo assimila-las e absorve-las de modo que tornem-se parte permanente do nosso ser.E então como interiorizar o que nos acontece de bom? Além de cultivar o habito da meditação diária, mesmo que por quinze minutos apenas; temos mais três comportamentos que devem ser habituais:

1) Transformar fatos positivos em experiências positivas. Coisas boas nos acontecem frequentemente, só que não damos atenção a elas e, quando damos atenção, raramente as sentimos. Por exemplo: alguém nos faz uma gentileza, percebemos uma qualidade admirável em nós mesmos, uma flor brota no jardim, conclui-se um projeto complexo – e tudo acaba se esvanecendo, porque não estamos presentes. Por isso devemos ir atrás do que é agradável para nós particularmente daquelas pequenas coisas do dia a dia: o vento tocando o rosto em um dia de calor, o cheiro de uma fruta que gostamos, a lembrança de uma viagem prazerosa, uma decisão de sucesso entre outras coisas. Praticando a gratidão por coisas pequenas e trazendo à consciência plena para cada uma delas;

2) Usufruindo da experiência podemos fazer com que dure cinco, dez, vinte segundos, mantendo a atenção e não desviando para outras coisas. Ficando e praticando a presença. Quanto mais tempo algo fica retido na consciência e quanto mais estimulante emocionalmente for, mais neurônios disparam e se conectam e maior será o rastro neurológico deixado no cérebro ou no lobo frontal esquerdo. Isso marca positivamente a mente e

3) Criando a imagem na mente de que a experiência agradável está penetrando de modo profundo em nossa mente através dos pensamentos, e corpo através das sensações. Imaginando que esta boa experiência é como o sol em uma camiseta no varal ou água em uma esponja. Relaxando e absorvendo as emoções agradáveis , as sensações boas e pensamentos proporcionados por esta boa experiência.

Desta forma as pesquisas de Davidson trazem a prova de que por meio da meditação, ou seja do trabalho puramente mental, é possível modificar aspectos específicos da consciência e ,portanto, da personalidade como um todo. As conexões no cérebro, não são fixas; isso significa que ninguém precisa ser para sempre o que é hoje. Meditação não significa sentar-se em baixo de uma arvore e curtir o momento. Esse processo envolve profundas modificações no ser. A longo prazo nos tornamos outra pessoa. Ou seja, felicidade é um comportamento que se aprende porque hoje já sabemos que o cérebro possui plasticidade; ou seja, se renova.

Mas afinal, o que nos faz realmente felizes segundo as pesquisas? Mais dinheiro? Não! Quando as necessidades básicas são atendidas, uma renda adicional pouco contribui para a sensação de satisfação com a vida. Uma boa educação? Não! Nem educação e nem alto nível de inteligência favorecem a felicidade. Juventude? Não ainda! Na verdade pesquisas indicam que idosos valorizam muito as experiências do presente, tendendo assim a ser mais felizes do que os jovens. Assistir TV? Não de novo! As pessoas que passam mais de três horas diárias em frente a televisão – especialmente novelas- costumam ser mais infelizes do que aquelas que usam este tempo para estar com amigos ou dedicar-se a um hobby ou leitura. Beleza? Não propicia um efeito significativo; os mais atraentes tendem a conseguir pequenas vantagens como elogios ou atenção – numa relação mais a longo prazo porem, isso não se sustenta. Saúde? Este aspecto é muito importante para a qualidade de vida, porém, está pouco relacionado com a sensação de bem estar subjetivo.

Em estudos múltiplos realizados pelo mundo, dois fatores têm sido repetidamente apontados como aqueles que proporcionam felicidade sustentável:

1) Fortes laços afetivos com amigos e familiares; o amor que damos e recebemos. Pessoas casadas ou com um relacionamento estável, por exemplo, costumam ser mais felizes do que as solteiras. Alguns especialistas chegam a afirmar que o casamento acrescenta em longevidade, sete anos ao masculino e quatro anos ao feminino;e

2) A sensação de significado na vida: a crença em algo superior a nos mesmos; originada em uma religião, espiritualidade ou filosofia pessoal de vida. Ou seja, ter uma visão de propósito, missão e legado. Criar a sensação de que estamos contribuindo para algo importante maior do que nós mesmos.

A meditação vem no sentido de ampliarmos a atividade do lobo pré-frontal esquerdo (sede da felicidade). Imagine um copo com agua e açúcar; na medida em que mexemos este copo com uma colher, o açúcar turva a agua. Na medida em que o deixamos em repouso, o açúcar desce e descansa no fundo e a água clareia. Em nossa mente também funciona assim: os pensamentos turvam a nossa mente deixando-nos agitados e depressivos. Na medida em que paramos para meditar os pensamentos se alinham e temos clareza de raciocínio e de sentimentos novamente.

POR RENATA REGINATO








-Psicóloga Clinica e Organizacional formada pela UFPR ( Universidade Federal do Paraná);
-Pós Graduada em Psicologia Corporal Reichiana e Psicoterapia Cognitivo Comportamental no Paraná;
-Master Coach Senior pelo ICF - International Coach Federation (USA) ;
- Professional & Self Coach pelo:
  -  ECA – European Coaching Association (Alemanha/Suiça);
 - GCC - Global Coaching Community ( Alemanha);e 
- Behavioral Coaching Instituite - ( Europa),  -IAC –International Association of Coaching ;
- Certificada em:
 -  Executive,Team & Leadership Coaching pelo CCE - Continuing Coaching Education (USA) ; e
 - Professional and Self and Life and Executive Coaching pelo IBC ( Instituto Brasileiro de Coaching) e pelo Instituto Holos de Qualidade- São Paulo ;
- Especialista em Hipnose Ericksoniana pelo Instituite Milton Erickson (Phoenix – Arizona;
- Apresenta uma experiência de nove mil horas de atendimento clinico e em Coaching. Somadas em 20 anos de experiência É fundadora e diretora Executiva da Pulsar Coaching – Desenvolvimento de Pessoas , fundada em 1999;
-Palestrante e convidada frequente para entrevistas em TV e Rádio sobre Resiliencia , Gerenciamento do Stress, Ansiedade e Depressão;
-Trainer de Lideres Coaches e Executivos de empresas como : JFPR (Justiça Federal do Paraná), Accenture, FAP ( Faculdade de Artes do Paraná), O Boticário, Santander, Lojas Marisa, Grupo Pão de Açúcar entre outras. 

Nota do Editor:
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quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Prazos para reclamar de produtos com defeito


O presente artigo tem por finalidade auxiliar o consumidor a ser reparado caso adquira um produto com defeito, pois o que deveria ser um direito para cada consumidor, na maioria das vezes, acaba sendo uma “grande dor de cabeça”. Quem nunca ouviu do vendedor, após finalizada a compra, que o consumidor só teria sete dias para reclamar caso o produto apresentasse algum defeito? Assim, para auxiliar o consumidor, o presente artigo tratará dos prazos para reclamar dos defeitos do produto.

O CDC trata da responsabilidade por vício (defeito) do produto a partir do art. 18, o qual, dispõe que, o produto com defeito é aquele que apresenta vício referente a sua quantidade, qualidade que o tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, nesses casos o consumidor deve procurar o fornecedor para reclamar do vício (defeito); após a reclamação do defeito, o fornecedor tem o prazo de 30 dias para sanar o defeito reclamado, caso isso não ocorra no prazo de 30 dias, o consumidor tem 3 alternativas a sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

O art. 3º. do art. 18 do CDC, garante ainda ao consumidor a troca imediata do produto com defeito caso a extensão do vício ou a substituição das partes viciadas puderem comprometer a qualidade ou características do produto, diminuir-lhe o valor ou se tratar de produto essencial, nesse caso o consumidor não precisar esperar pelos 30 dias para o fornecedor solucionar o defeito, pois este é tão grave que possibilita ao consumidor imediatamente exigir a sua substituição.

Com isso o consumidor é protegido pelas normas consumeristas quando adquire um produto com defeito, nesse contexto é importante frisar que não cabe ao fornecedor o direito às escolhas acima disciplinadas, mas sim ao consumidor.

Face a todo o exposto, também é importante destacar que o consumir tem prazos para reclamar do defeito do produto – os quais, quando não respeitados retiram do consumidor o direito de ser indenizado pelo defeito – tais prazos são legais e contratuais, senão vejamos.

Em relação aos prazos contratuais, conceituados como, aqueles que o fornecedor dispõe como garantia no caso do produto apresentar defeito, geralmente o fornecedor concede o prazo de um ano para o consumidor reclamar do defeito em relação ao produto, a partir da fruição da garantia contratual começa a garantia legal, que será de 90 dias para produtos duráveis e 30 dias para produtos não duráveis, exemplificativamente, o consumidor terá um ano da garantia contratual que frui em primeiro lugar e 90 dias tratando-se de produtos duráveis em segundo lugar ou 30 dias para produtos não duráveis, totalizando 1 ano e 90 dias se for produto durável ou 1 ano e 30 dias se não duráveis. 

Nesse ponto geralmente o consumidor fica com dúvida, em relação ao que corre antes se a garantia contratual ou a garantia legal; contudo, não há motivo para qualquer dúvida, pois o raciocínio é simples, primeiro corre a garantia contratual dada pelo fornecedor, após começa a correr a garantia legal. Possivelmente a dúvida seja criada por parte do próprio fornecedor que tenta impor todas as barreiras para não ressarcir o consumidor do defeito do produto.

Não obstante tais prazos de garantia, é oportuno analisar o “benefício” da garantia estendida disponibilizada ao consumidor. O benefício, colocado entre aspas, significa que, o consumidor está pagando por algo a mais, que lhe garantiria maior proteção, contudo o CDC garante ao consumidor a possibilidade de reclamar de vícios ocultos do produto, caracterizado por um defeito que geralmente aparece após extintos os prazos da garantia contratual e legal, pois o consumidor não teria condições de saber de sua existência até que ele se manifeste e comprometa a utilidade do produto.

Nesse caso, o consumidor deve seguir o prescrito no art. 26 § 3º do CDC, tratando-se de vício oculto, os prazos decadenciais começam a correr do momento em que o vício aparecer, assim, mesmo que já tenham passados os prazos da garantia contratual e legal o consumidor pode reclamar, desde que, o faça dentro do prazo prescrito em lei, o qual começa a correr a partir do seu aparecimento. Assim fica evidenciado que a garantia estendida oferecida pelo fornecedor não é um “benefício”, pois o consumidor pode reclamar do defeito, ainda que ocorra após a fruição dos prazos acima tratados.

Quem deve responder pelo defeito do produto? 

O CDC responsabiliza solidariamente tanto fornecedor quanto fabricante pelo defeito, com a seguinte observação, com vistas a tornar a proteção ao consumidor mais efetiva: não cabe intervenção de terceiros nas relações de consumo, norma protetiva ao consumidor, já que, o CDC busca tornar mais efetiva a proteção ao consumidor o que tornaria demorada e ineficiente a proteção ao consumidor caso fosse possibilitado esse instituto.

Assim, face a possíveis defeitos que os produtos adquiridos no mercado de consumo possam apresentar o CDC não se quedou inerte, pois disciplinou de forma adequado a proteção a parte hipossuficiente na relação de consumo, ademais, o que prejudica o consumidor nessa seara, é a desinformação, estimulada pelo próprio fornecedor, pois não basta ser obrigatório ter um CDC em cada estabelecimento comercial é necessário antes de mais nada, informar o consumidor sobre seus direitos.

POR PAULO EDUARDO MEDEIROS











- Pós Graduado em Direito Civil e empresarial UEPG;e
-Pós Graduando em Direito Público – Faculdade Damásio 
-Atualmente funcionário Público Estadual 

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terça-feira, 24 de janeiro de 2017

O Tribunal do Júri e a Justiça Social



Muitos teóricos, no transcorrer das idades moderna e contemporânea, limitaram seus conceitos de justiça nesta frase vaga e ao mesmo tempo completa, como afirma Roberto Aguiar. Em sua celebra frase "Dar a cada um o que é seu". Devemos Travar a batalha para a busca da real explicação de justiça, tentando mostrar as concepções, sobre o assunto, de vários teóricos, como Thomas Hobbes, John Locke, Kant, Kelsen, Marx, entre outros.

Hans Kelsen, um dos maiores jurista da história do direito, em seu livro "O que é Justiça", refere-se inicialmente a Cristo que sustentou ser a verdade um valor, ou seja, um significado, um sentido, surgindo então a questão do que é Justiça? Por essa abordagem, o comportamento humano é justo quando nessa ordem encontra-se a felicidade. Nesse sentido nos ensina Platão, Justiça é felicidade, sendo o injusto infeliz.

No Conceito Social em que alude a Felicidade da Justiça uma Sociedade é justa quando garante a liberdade individual. Apesar do conceito ser subjetivo, logo variável de pessoa para pessoa, torna-se impossível à satisfação de felicidades individuais. Desta forma Kelsen entende que o dever do legislador é observar algumas necessidades básicas, possibilitando a realização da felicidade social. Segundo Kelsen, a justiça não corresponde apenas a felicidade citada anteriormente, mas também a liberdade individual. Tal liberdade corresponde ao “governo pela maioria”.

A Busca de um conceito sobre o que é justiça, que ao logo da contemporaneidade e modernidade, apresenta-se comprometida com algo, é difícil. Os teóricos desse período estabeleceram, ao seu modo, critérios para essa elaboração, porém cada um divergindo dos demais deixados para a sociedade.

Nota-se ainda, os instrumentos de controle social, que detém a competência de impregnar no seio social o valor de justiça, seja sociológico ou positivista, tentado por todos os teóricos citados nesta explanação.

Dessa maneira, entende-se que a Justiça, ou melhor, Justiça Social trata do governo de vontade traçada pelo povo, e para o povo. É claro a definição quando trata de ser justiça do povo aquilo que ele deseja como regra social, ditando o direito e exigindo sua vontade como soberana.

As criticas, prós e contras ao Tribunal do Júri, não só na sociedade comum, mas também entre os doutrinadores é de grande rixa. Os conceitos de válido ou não, tornam o instituto do Júri Popular uma das matérias mais discutidas dentre a doutrina, apontando seus prós e contras.

Entre as correntes, as razões contra o Tribunal do júri, basicamente baseiam em:

-A falta de preparo dos jurados, que por serem leigos atuam estritamente com juízes de fato, sem poder analisar em muitas vezes entender o direito;
-A ausência de motivação do julgamento, uma vez que os jurados votam com sua intima e exclusiva motivação pessoal;
-A morosidade dos julgamentos pelo rito, quando cada um deles pode pela lei acontecer em cerca de um ano;e
-Os fatores da morosidade e da motivação incentivam tanto na impunidade que pode favorecer tanto criminosos, quanto na falhada distribuição da justiça social.

Por outro lado, existem as opiniões favoráveis ao instituto baseados em:

-Os jurados representam a composição do povo fazendo justiça para o povo, impondo sua vontade perante a sociedade;
-No princípio de os jurados serem juízes “limpos” quando julgar o fato isoladamente sem correr o risco de se prender a legalidade extrema que pode ocorrer com juízes togados com o tempo de serviço;
- A análise dos fatos puramente garante uma dimensão maior ao direito, que sabemos não é estáticos, podendo a sociedade adequar os fatos à realidade, e posteriormente ditando o direito e
-O julgamento pelo Júri responde como a aceitação social do fato, sempre fazendo justiça, quer seja condenando, quer seja absolvendo o réu.

Apesar disso tudo, sabemos que o instituo existe, e continuará existindo pois trata-se de clausula pétrea da Constituição Federal. Desta maneira os doutrinadores em sua maioria defendem algumas mudanças dentro do rito processual do Júri, e como já corre no Congresso Nacional proposta para tal, a doutrina requer julgamento mais célere, eficiente e principalmente mais justo.

A sociedade em si tem uma concepção um tanto conturbada com relação ao Tribunal do Júri. Talvez muitas vezes por designar-se sem preparo para julgar ou ser humano, ou então por não achar tão competente quanto um juiz togado, sua visão sobre o instituto é um tanto desacreditado.

Os jurados são prestigiados em nosso ordenamento pelo fato de julgarem com um "sentimento de justiça", e isso torna importante que somente os fatos atinentes à causa sejam trazidos à sua apreciação, nunca as versões de determinados segmentos da imprensa, revestidos de aparente legitimidade em função da aquiescência que a opinião pública lhes outorga.

É comum nos depararmos com a negativa com relação ao procedimento do Júri pela população em geral pelos fatos citados anteriormente, e isso mais ainda quando temos a influencia da mídia não contra mão pelos fatos ocorridos. Por esta razão devemos analisar primeiramente como a mídia repercute no caso, e também como essa “dita” sua opinião pelos meios de comunicação a fim de pré-julgar o caso.

A opinião pública, como já percebemos é uma forte arma tanto para absolvição, quanto p[ara a condenação do suspeito. É comum portanto vermos antecipadamente a formulação das opiniões em massa quando no julgamento pelo Tribunal do Júri. Isso ocorre pelo fato de que os crimes dolosos contra a vida são o de maior repercussão social quando ocorrem. Criam grande revolta popular.

Com relação a formação do sentimento de preconceituoso, o indivíduo tem acesso a temáticas através dos formadores de opinião e da mídia e, por intermédio de um processo de maturação das informações obtidas sobre a temática nas instâncias de conversação, forma uma opinião, um juízo de valor sobre determinado tema. Sob esse aspecto, a opinião, na verdade, não se fundamenta apenas no juízo de valor do indivíduo, mas em fatores variados como influência das instâncias de conversação, do enquadramento dado à temática pela mídia e de todo um conjunto de valores que integram sua identidade cultural e o contexto social em que vive.

POR LEANDRO AFFONSO TOMAZI











- Graduado em Direito no ano de 2006 pela Universidade São Francisco;
- Atua como advogado nos campos cível, criminal e trabalhista ;
- Atualmente cursa graduação em Sociologia; -Pós-graduado em 
   -Administração Hospitalar; 
   -Direito Tributário e Direito do Trabalho; 
-Especialização em várias áreas, como Direito de Saúde e Hospitalar, com título obtidos em congressos nacionais e internacionais;
-Atua  desde 2007 como Procurador Jurídico do Hospital Santa Rosa de Lima; 
-Tem especialidade em defesas e sustentações orais perante os tribunais judiciais e
- Na Ordem dos Advogados de Brasil, Seção de São Paulo 
  -Atua como Palestrante do Departamento de Cultura e Eventos;
, - Membro da Comissão Estadual da Diversidade Sexual e Combate à Homofobia;
  - Atuou como Presidente da Comissão de Ética e Disciplina da 147ª Subseção da OAB/SP de Serra Negra na gestão 2013/2015 e
  -Atualmente é Presidente da 147ª Subseção da OAB/SP de Serra Negra para a gestão 2016/2018.

Nota do Editor:
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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

O menino que vendia lixas

Era uma segunda-feira qualquer. Tinha saído do serviço e estava a caminho da universidade. Em minha cabeça, muitos pensamentos rolavam. Eu teria prova de economia naquele dia e não havia estudado praticamente nada do conteúdo apreendido. Na ansiedade dos meus 19 anos, eu havia passado o final de semana em baladas, dispondo com amigos o tempo que tinha para me preparar. E agora, naquele momento, restavam-me como consolo para recuperar o tempo perdido, apenas aqueles minutos em que aguardava sentado, num dos frios bancos de concreto da estação Santana do metrô de São Paulo, a chegada do ônibus que me levaria ao destino desejado.

Foquei meus pensamentos e pouco a pouco esmiuçava os conteúdos da prova. Estava alheio a qualquer coisa que acontecia ao meu redor. Era uma das primeiras provas que eu teria no semestre e o medo de uma possível reprovação tomava minha mente, mas essa era uma perspectiva da qual eu não podia me dispor. Eu trabalhava para pagar meus estudos e, ainda assim, meus ganhos não eram suficientes para arcar com os custos da mensalidade, cuja prestação era completada com a ajuda que meus pais ainda me davam.

Sobre meus pais, bem... naquela época, a situação financeira do país estava meio complicada. Meu pai, desempregado, sofria com fortes dores nas pernas por causa de um reumatismo que o afetava. Minha mãe recebia um salário mínimo como pensão do INSS e passava boa parte do seu tempo cortando cabelos, costurando e fazendo blusas de tricô para aumentar nossa renda familiar e ainda me ajudar, no que podia, com os gastos de meus estudos. Tempos incrivelmente difíceis! Estávamos iniciando o plano real e não sabíamos o que poderia acontecer. A sociedade estava muito apreensiva na ocasião.

 Envolvido com os conceitos relacionados à demanda, à lei da oferta e da procura, eu procurava me concentrar nas anotações esboçadas em meu caderno e nos conceitos trazidos no livro. Puxava setas, circulava informações, fazia observações, valia-me do que era possível a fim de guardar o mínimo necessário para a realização da prova, e, de fato, não estava nem aí para os acontecimentos ao meu redor. Queria mesmo, e desesperadamente, me apropriar do mínimo que fosse a fim de garantir o necessário à minha aprovação, até que, de repente, uma voz interrompeu minha concentração:

- Tio, compra uma lixa!

Naquela hora, nem olhei para a cara de quem me chamava. Não queria esboçar qualquer tipo de conversa. Fingi que não era comigo e continuei meus estudos. Mas ele insistiu. E, dessa vez, se não bastasse simplesmente utilizar-se da fala, ensaiou um cutucão na minha perna:

- Tio, por favor, compra uma lixa!

Indignado e meio estressado, parei o que estava fazendo. Em meu pensamento tinha uma única vontade, afastar de perto de mim aquele que me incomodava. Então, rispidamente, respondi:

- Não tenho dinheiro!

O garoto sentou-se ao meu lado. Nesse momento, com o olhar aos cantos, eu o observei com mais atenção. Devia ter, no máximo, cinco anos de idade. Era maltrapilho, estava sujo, nariz escorrendo, mas, certamente, um rapazinho muito bonitinho e ávido em conversar.

- Tio, o que está fazendo?

Ainda sem muita paciência, e com a mente lançada à prova que dali a pouco iria fazer, eu respondi com muita má vontade:

 - Estou estudando.

Olhos para cima, como se estivesse pensando o que acontecia, ele interpôs:

- Desse tamanhão e ainda estuda?

Achei graça. E naquele momento estendi a conversa:

- Pois é! Desse tamanhão e ainda estudo – respondi. E, na tentativa de confrontá-lo, logo perguntei:

- E você, desse tamanhinho todo, o que faz?

- Eu vendo lixas, oras!

A resposta que ele me deu naquele momento soou de duas maneiras para mim. A primeira, tamanha naturalidade de sua fala, era como se fosse extremamente comum uma criança daquele tamanho vender lixa por aí. E a segunda que, pela carinha que ele fez, de certa forma, foi a que mais me incomodou, afinal, ele já havia me dito que estava vendendo lixas e eu, obviamente, ainda esboçava desnecessária incapacidade intelectual ao questioná-lo sobre o que ele fazia por ali.

- E sua mãe sabe que você está aqui? - Indaguei.

- A minha mãe sabe. Ela está doente. Aí a gente tem que levar dinheiro para comprar pão, leite...

- Mas quem cuida de você aqui? – Insisti.

- É aquela mulher! – Ele apontou com o dedo para uma senhora. Ela ficava sentada em um gramado e tinha em torno de si muitas crianças. Ali, pelo que eu pude perceber, ela recolhia de cada um os centavos obtidos com a venda das lixas.

Fiquei estarrecido por um instante.

Dias atrás eu havia assistido a uma reportagem que falava sobre as “mães da rua” e muitas situações, como a que eu estava presenciando naquele instante, haviam sido relatadas pelo repórter durante a sua apresentação.

As “mães da rua” eram mulheres que aproveitavam de crianças, tirando-lhes a infância, para explorar sua capacidade de trabalho. Mulheres que abusavam do trabalho infantil e que davam, às crianças que aliciavam, algumas quinquilharias em troca do que faziam.

Tentando melhor compreender a situação, perguntei ao garoto:

- E quanto você ganha por cada maço de lixa que vende?

Cada maço era composto por cinco lixas e custava vinte e cinco centavos. Ele, então, me respondeu que ganhava por cada maço vendido, uma moedinha de cinco centavos.

 Economicamente, confesso, pois estava com os conteúdos de minha prova na cabeça, até achei o negócio interessante. Afinal de contas, ele tinha uma comissão de vinte por cento sobre cada produto vendido, mas é claro, pensamentos insanos à parte, fiquei completamente consternado ao me dar conta de quem era aquele garoto e do que ele fazia ali. Tive vontade de sair e denunciar aquela mulher, mas faltou-me a coragem. Fiquei no âmbito da indignação e, por medo, não fiz nada. Pelo contrário! Em minha presente imaturidade, decidi pelo pior: Eu ia comprar uma lixa!

Olhei para os lados e notei que meu ônibus se aproximava do ponto e eu precisaria colocar um fim na situação.

Coloquei a mão no bolso para pegar as moedinhas com as quais compraria as lixas e lembrei-me que nada tinha de valor, a não ser o cheque com o qual pagaria a mensalidade de minha faculdade.

Naquele instante, meu coração bateu mais forte.

Olhei para o garoto, enquanto guardava meu material na mochila, e, recuando, comentei:

- Olha! Eu até compraria uma de suas lixas, mas infelizmente eu me dei conta de que estou sem dinheiro. Tenho que pagar a mensalidade da faculdade, tenho que pagar o ônibus da ida para lá e depois o da volta para casa. Estou com fome e não tenho se quer dinheiro para comer um lanche. Além de tudo isso, meus pais ainda estão me ajudando porque não estou dando conta de tudo sozinho – e, completamente envergonhado, ainda exclamei - dessa vez, não poderei lhe ajudar!

O garoto me fitou.

Era como se estivesse fazendo uma leitura sobre mim.

Por um instante nada comentou.

Ficamos apenas nos olhando, até que, em um gesto que me desconcertaria para o resto de minha vida, ele enfiou a mão no bolso, retirando todas as moedas que tinha dentro dele, dizendo-me:

- Tio, toma para você! É para te ajudar, então! 

POR FÁBIO ROBERTO CHAGAS DE                      SOUZA










Advogado, Administrador de Empresas e Filósofo; e
Especialista  
  -no Ensino de Filosofia, em Gestão Escolar e 
  -em Liderança, Motivação, Gestão de Pessoas e de Equipes. 
Atualmente, trabalha no Senac São Paulo como técnico de Desenvolvimento Profissional.
Mora em Taubaté, Estado de São Paulo

Nota do Editor:

Todos os artigos publicados no O Blog do Werneck são de inteira responsabilidade de seus autores.

domingo, 22 de janeiro de 2017

Espelho, espelho meu



Te olho, me vejo
Me olho, te vejo


Quantas vezes ao longo da vida resistimos olhar de frente pra nós mesmos e aceitarmos quem somos? Quantas vezes fugir de si mesmo é mais fácil que nos amarmos devido a dor de não correspondermos tantas expectativas colocadas sobre nós? Quando será que foi a primeira vez que tivemos que nos abandonar por medo se sermos abandonados?

Se lembrarmos, lá atrás em nossa infância tivemos que aprender a lidar com diversas situações que podem ter sido sentidas como abandono, como por exemplo chorar por fome, frio, incômodo das fraldas sujas e outras inúmeras razões e tivemos de esperar segundos, minutos e as vezes horas para receber o que necessitamos, nesses momentos tivemos de aprender a lidar com faltas, ausências, aprovações e desaprovações externas diante de nossas reações. Já um pouco maior, o atraso na hora de sermos buscados na escola, a ausência das figuras parentais por trabalho, a rigidez reproduzida na educação que nos faz engolir o choro, o potencial criativo, a insatisfação e tanta coisa mais e nos conduzindo a moldarmos um personagem mais aceitável, mas passível de ser aceito e amado, e assim fomos aprendendo nos abandonar, a criarmos falsas crenças sobre nós mesmo, criamos defesas pra não reviver essas dores e escondemos as feridas, mas tudo isso gera raiva e ainda mais dor, sendo assim, mais e mais defesas, medos e culpa.

A grosso modo, o ego é um regulador de tensão entre os desejos indiscriminados do id e as regras sociais introjetadas pelo superego, sendo então aquele que mede e ajusta obedecendo o principio da realidade e buscando objeto apropriado para realização dos desejos e descarga das tensões, logo, para lidar com a soma real de todas as crenças, experiências e sentimentos negativos que tivemos sobre nós, a culpa se torna qualquer forma de rejeição e ódio de si mesmo, sentimentos de impotência, fracasso, vazio ou a sensação de que algo esta incompleto, em falta ou perdido. Para lidarmos com tudo isso o ego para se preservar e se defender utilizada da negação e projeção que leva a transferência da responsabilidade.

Convido aqui os leitores a pensarem no ego regulador de tensão como uma defesa contra nosso verdadeiro eu que não necessariamente precisa de defesa, mas que diante de tal ilusão, confunde-se com o ego e nega a si mesmo na crença de auto preservação que nos leva a empurrarmos tais angústias para baixo do tapete formando relevos em que eventualmente tropeçamos e nos deparamos com nós mesmo, como dizia os escritor argentino Julio Cortázar “Andávamos sem nos procurar já sabendo que andávamos para nos encontrar”, mas ao tropeçar podemos também nos esbarrar com o outro e transformá-lo em depositário das projeções que vazam pela teia da negação quando se passa a crer que as questões estão do lado de fora, fora de si e sim no outro.

Pegamos as angustias existentes em nós e colocamos no outro, empurramos no outro a responsabilidade de não olharmos pra nós mesmos, de não abraçarmos nossas sombras e aprendermos a lidar com elas. Caímos na cilada de negarmos a nós mesmos e nos esquivamos da beleza de sermos responsáveis e um pouco mais conscientes de nossas escolhas nos mantendo presentes e atentos as defesas que criamos e suas funções.

Na tentativa de fuga de si mesmo criamos ciclos de culpa e negação se dão quando nos sentimos angustiados e tamanha é a dor que negamos a mesma e projetamos no outro, ou seja, atacamos o outro com nossos próprios conteúdos internos seja em pensamento ou com algum tipo de ação e depois nos sentimos culpados com a projeção que reforça a culpa e criamos então para o ciclo de ataque e defesa e quanto mais nos sentimos culpados, mais atacamos(projetamos), e quanto mais atacamos mais sentimos a necessidade de nos defendermos da punição esperada ou do contra-ataque.




Quanto mais criamos defesas mais reforçamos a ideia de culpa e medo e isso nos priva de olharmos pro fundo, profundo, pra dentro de nos mesmos, nos aceitarmos, nos amarmos e irmos aos poucos resignificando e rompendo com medo e a falsa necessidade de nos defendermos de quem realmente somos. E outro, nosso espelho, reflexo que reflete e legitima nossa existência através do contato poderá então ser aceito em sua complexidade diante do que nos reflete, assim como a nós mesmos.

                   Pintura de Roberto Ferri

POR HELOISE FACCHINI












-Graduada em psicologia pela FMU; 
-Extensão em Psicanálise dos Vínculos Sociais pelo Institut de Recherhe en Psychothérapie – IRP e pela Universidade de São Paulo – LAPSO USP ;
-Capacitação para Conselheiros e Lideranças Comunitárias – Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC ;e
-Terapia Cognitivo e Comportamental – HC-FMUSP
Atua em consultório, grupos de desenvolvimento pessoal e faz consultoria.
Psicoterapia, Workshops, Paletras, 
Orienteção Vocacional e Grupos

WhatsApp:11 96365.8200

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