sábado, 28 de novembro de 2015

Vi veri veniversum vivus vici


A glória conotativa da verve, que outrora suplementava o trívio e substancializava o poder, acha-se, hodiernamente, com a valia deslustrada por homens flébeis que, ao cuspirem invectivas, renunciam à emulação e apegam-se ao dialeto erístico (isto é, à linguagem metassistêmica alicerçada, sobretudo, com os mantras da sofismação e do despudor).

Se condiz com a verdade a proposição de que o homem é artífice de sua própria sorte, conforme preceitua um vetusto apotegma, a palavra proferida por aquele é, a seu turno, o condão que potencializa a sua própria representação anímica, a qual no mundo naturalístico se invalesce e obtém intrinsecamente uma ordem praxiológica. A gênese do organismo magisterial não é outra, senão a vagarosa agregação de seres humanos que, não obstante a efemeridade de suas respectivas vidas, imortalizaram os pendores da razão, dando convincente e, na mesma medida, franca) nem à falibilidade do conteúdo exposto a estes características filantrópicas ou misantrópicas que não negligenciam a devoção à verossimilitude (no sentido de que a consistência preceptiva seja (ou seja, o reconhecimento de que, embora os esforços empreendidos sejam insólitos, todos os juízos humanos contêm extratos ilidíveis).

A transcendentalidade da dimensão intelectiva proporcionada pelo diletantismo que anima o magistério reclama daqueles que o anelam a transparência.

Bem como a natural disposição do indivíduo de escoimar seu próprio orgulho de ilibada: o brio. vícios de toda sorte até que a autoestima se revele em sua forma mais cordial e ilibada: o brio.

... Mas, quantos professores do Brasil, que herdam com um imperativo vernáculo e atestatório de idoneidade, expedido pela Academia, as insígnias do mais nobre ofício da história – o de prelecionar –, têm transparência e brio?

Por JOSÉ GOMES VASCONCELOS DE OLIVEIRA




-Graduado em Língua Inglesa na Universidade de Cambridge (2010),
-Graduando em Direito na Universidade Católica de Pernambuco.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

A prisão dos intocáveis




Por mais que a corrupção na vida pública ofenda os valores fundamentais de uma sociedade democrática, como tudo que se torna banal e corriqueiro ela acaba de alguma forma contaminando e se sobrepondo a esses valores. Na política nacional, a corrupção – o toma lá dá cá ou o é dando que se recebe – assumiu ares de mal necessário sem o qual não existe governabilidade nem os partidos podem exercer suas funções. O enraizamento dessa concepção deturpada de “política” é o princípio do fim da democracia, porque consagra o poder hegemônico do dinheiro sobre todos os valores humanos. É preciso, portanto, ter muito clara a exata extensão desse contágio que, na chamada era petista, tornou endêmica a corrupção na vida pública, para que a sociedade possa reagir a essa devastadora ameaça. Este é o grande serviço que os meios de comunicação têm prestado ao País, ao divulgar extensivamente as apurações da Operação Lava Jato e de outras que expõem as fétidas entranhas da má política. Nos últimos dias, esse dever cívico foi cumprido à risca, culminando com as notícias da prisão preventiva do primeiro-amigo do ex-presidente Lula, o pecuarista José Carlos Bumlai, do senador Delcídio do Amaral, petista que é líder do governo no Senado, e do banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, todos envolvidos no megaescândalo do petrolão.


Hoje em dia a corrupção no governo só não é encontrada onde não é procurada. Isso não é obra do acaso nem o resultado de uma conspiração dos meios de comunicação “de direita” contra o “governo popular” do PT. O Ministério Público Federal (MPF), a Polícia Federal (PF) e o Poder Judiciário investigam e processam, exibindo ao público indignado de que forma a corrupção abastece os cofres de partidos políticos, maximiza os lucros de empreiteiras de obras públicas e de outras empresas e recheia as contas bancárias, aqui e no exterior, de políticos, altos funcionários de estatais e operadores dos esquemas escusos.

Com sua inesgotável capacidade de arranjar desculpas e atenuantes para seus pecados, os petistas alegam que investigações como a da Operação Lava Jato só têm sido possíveis porque os governos de Lula e de Dilma têm garantido ao MPF e à PF os recursos e a autonomia necessários. Mas isso não é mérito, apenas obrigação. E isso não elide o fato de que os mesmos petistas, inclusive o chefão Lula, vivem reclamando da “falta de controle” do Palácio do Planalto sobre as investigações em curso.

Lula e seus correligionários têm todos os motivos para estarem preocupados com o andar da carruagem, pois as prisões de José Carlos Bumlai, de Delcídio do Amaral e de André Esteves mostram que, havendo indícios sólidos do cometimento de crimes, nem mesmo os grandes figurões da política e das finanças escapam da prisão. Já não são protegidos pela “boa vontade” de autoridades míopes nem se podem esconder atrás do biombo de amizades poderosas, de imunidades parlamentares ou de riquezas assombrosas havidas com espantosa rapidez. José Carlos Bumlai, por exemplo, há mais de 10 anos desfila pelos altos escalões da República e dos negócios desfrutando o título de amigo do peito do dono do PT. Delcídio do Amaral, contra quem pesa sólida acusação de ter tentado coagir o notório Nestor Cerveró a calar o bico sobre o escândalo da Petrobrás, é nada menos do que o líder do governo no Senado. E de André Esteves dizia-se que tinha o dom de Midas.

O caso de Delcídio do Amaral é o mais exemplar. Senador, com foro privilegiado, a investigação em que está envolvido corre em Brasília sob a coordenação do STF, razão pela qual sua prisão preventiva teve de ser autorizada pelo ministro Teori Zavascki. O petista é o primeiro parlamentar em exercício de mandato a ser preso em decorrência das investigações sobre o escândalo da Petrobrás e conexos. Inaugura, assim, a lista de prisões na fase mais delicada do trabalho dos procuradores e policiais federais, aquela que, por questão jurisdicional, está fora do âmbito de competência do titular da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, o juiz Sergio Moro. As dezenas de senadores e de deputados envolvidos no escândalo do petrolão serão julgadas pelo STF, como já aconteceu no caso do mensalão. Lula não tem esse privilégio.

Certamente por essa razão, ao justificar o mandado de prisão de Bumlai, o juiz Sergio Moro fez questão de deixar claro que não existe nenhuma evidência de envolvimento do ex-presidente nos delitos investigados. Mas a investigação ainda está em curso.

Postada no dia 26.11.2015 EM

http://www.estadao.com.br/noticias/geral,a-prisao-dos-intocaveis,10000003004

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Metástase




Chama-se de metástase a evolução expansionista de um tumor maligno produzindo o surgimento de focos secundários no corpo. Este processo conduzido politicamente com intenção totalitária ocorre também nas organizações de Estado e de governo, nos movimentos sociais e trabalhistas.

Com o projeto executado, constrói-se um imã para atrair os fracos e os tímidos, cooptando-os, comprando-os e submetendo-os a uma lavagem cerebral que os torna fanáticos.

Assistimos essa seqüência na implantação do sistema que vigora no Brasil a partir da dita redemocratização e as promessas de um partido de “novo tipo” – o Partido dos Trabalhadores – criado pelo general Golbery do Couto e Silva para barrar a influência do PCB e do PTB que, de certa maneira, atraiam as massas.

Assim surgiu Lula da Silva – pelego da Volkswagen ligado à ditadura através de Romeu Tuma –, orador treinado nas disputas sindicais que, com discursos agressivos e mentirosos atraiu professores obreiristas da USP e a juventude empolgada pelo socialismo.

Eleito presidente da República por um estelionato eleitoral, incentivou a mitologização da própria existência através da propaganda massiva que financiou um filme biográfico ficcional. E assim nasceu o culto à personalidade.

Nos primeiros anos de governo colheu os frutos do Plano Real, a estabilidade das economias mundiais e os exemplos europeus dos governos “de bem estar social”.

Logo vieram as contribuições das empreiteiras, convenientemente relacionadas com as obras públicas. Para consolidar o poder, introduziu-se um sistema de recolhimento de propinas que abarrotaram os cofres do PT e o bolso dos hierarcas do partido.

Então começou a metástase política. Altamente financiados, os lulo-petistas aparelharam o governo, os bancos públicos, as estatais (principalmente a Petrobras, controlada por sindicados influenciados pelo PCdoB) e os fundos de pensão.

O serviço público dominado tornou-se progressivamente ineficiente, os gestores indicados eram despreparados e corruptos, como se viu no “Mensalão”.

Aí, Lula apelou para o arsenal de mentiras dos pelegos. Anunciou uma política externa que elevaria o País à potência mundial com assento no Conselho de Segurança da ONU, inventou a quitação da dívida externa e a independência do FMI, fantasiou um MERCOSUL isolacionista e, aliado aos bandidos que assaltavam a Petrobras, quimerizou a existência do “pré-sal” que nos igualaria aos sheiks árabes…

O mais terrivelmente demagógico foi quando Lula – que havia se afastado da memória de Getúlio Vargas e do Trabalhismo para agradar os intelectuais udeno-trotskistas que lhe cercam – apropriou-se da personalidade e do comportamento nacional-populista de Vargas.

Para deleite dos movimentos sociais e populares cooptados, Lula se submeteu à orientação de Fidel Castro e aliou-se a Chávez, pondo o Itamaraty a serviço do narco-populismo e anulando a ação militar nas fronteiras, atenuando sua obediência à doutrina da soberania nacional.

Confiante na fidelidade ao seu projeto de poder dos 300 picaretas do Congresso comprados e a infiltração de juízes nas altas cortes de Justiça, o lulo-petismo aderiu à “Pátria Grande Bolivariana” arrastando consigo os grupamentos metastáticos fanatizados para a traição ao Brasil.

Este governo fictício e o Estado fantasma mesmo enrolados em papel celofane e laços de fitinhas vermelhas, mostram uma desorganização geral pela incompetência e a corrupção. A degenerescência moral se alastrou.

O melhor exemplo está na depravação da “juventude petista” exaltando assaltantes do patrimônio nacional Cunha, Delúbio, Dirceu, Genuíno e Vaccari, ladrões condenados pela justiça, como “heróis”. Esta reprodução de focos cancerígenos exibe painéis com a efígie deles e saúda histericamente a cleptocracia maligna instalada no PT-governo.

Sem ocorrer metástase, a medicina consegue estabilizar e até regredir a doença em seres humanos. No caso deste câncer político, porém, as drogas ideológicas e a pajelança sindicalista nada resolvem; está condenado à morte.
Miranda Sá

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Dilma e Macri





Lula e Néstor Kirchner chegaram ao poder no mesmo ano, 2003, criaram uma nova organização internacional, a Unasul, e lideraram a guinada à esquerda do continente na última década.

A aliança sobreviveu à eleição de Dilma e Cristina, mas não chegará à terceira geração de presidentes. Foi implodida pela eleição de Mauricio Macri, o liberal que governará a Argentina a partir do próximo dia 10.

A vitória de Macri não estava nos planos do Planalto. Dilma abriu o palácio para o candidato governista, Daniel Scioli. Lula chegou a reforçar um ato de sua campanha, no qual pediu votos para o "projeto que mudou a história da Argentina".

Por outro lado, a oposição brasileira não escondeu a torcida por Macri, que foi comparado ao tucano Aécio Neves. Nesta segunda, Fernando Henrique Cardoso festejou seu triunfo como a derrota da "irresponsabilidade" e do "populismo".

As emoções eleitorais ainda estão à flor da pele, mas vão passar em breve. Macri e Dilma sabem disso e já começaram a ensaiar uma aproximação, mesmo que a contragosto.

O novo presidente da Argentina prometeu inaugurar um relacionamento mais "dinâmico" com o Brasil. Dilma o convidou a visitar Brasília antes de receber a faixa.

O fim da aliança do PT com o kirchnerismo não significa que as relações entre Brasil e Argentina vão piorar. Diplomatas lembram que Lula se deu melhor com Bush do que com o sucessor Obama, com quem teria mais afinidade ideológica. Na área comercial, a saída de Cristina, que voltou sua atenção para os chineses, abre caminho a uma nova tentativa de ressuscitar o Mercosul.

Para o petismo, o pior que pode acontecer é o sucesso de Macri inspirar uma nova onda de governos de centro-direita no continente. Nesse caso, o ocaso do kirchnerismo seria um aperitivo para uma derrota do PT em 2018. Mas isso não é um problema para Dilma, e sim para Lula, o cabo eleitoral do derrotado Scioli.
POSTADO NO DIA 24.11.2005 EM 

http://www1.folha.uol.com.br/colunas/bernardomellofranco/2015/11/1710129-dilma-e-macri.shtml

Por BERNARDO MELLO FRANCO



- Jornalista da Folha de São Paulo

COMENTÁRIO

A Argentina vai começar seus anos de "vacas gordas" pois conseguiu derrubar o populismo da Cristina! 
Desejamos sorte ao novo presidente da Argentina  que com seu liberalismo governará a Argentina e esperamos que isso inspire a nossa oposição a lutar pelo impeachment de Dilma para que possamos iniciar  a recuperação econômica e política de nosso Brasil!!

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Síndrome do esgotamento profissional (burn out) e seus reflexos no direito do trabalho e previdenciário







A Síndrome do Esgotamento Profissional é uma patologia contemporânea que danifica aspectos físicos e mentais da pessoa, podendo até mesmo, ser confundida com a depressão. É um distúrbio psíquico que tem como principal característica o estado de tensão emocional e estresse crônico provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.

Assim, o assédio moral, a imposição desmedida de metas de produção, a cumulação excessiva de cargos e atribuições, as jornadas de trabalho extenuantes, bem como a supressão de férias e folgas são seus principais causadores.

Tal moléstia por ser considerada uma doença ocupacional, integrando o rol de doenças ocupacionais do Ministério do Trabalho e Emprego, produz efeitos tanto no Direito do Trabalho como no Direito Previdenciário, contudo, é necessária a comprovação cabal da patologia por meio de laudos médicos e a perícia do INSS e o nexo causal ou concausal, que se evidencia pelo fato de o malefício ter ocorrido em face das condições laborativas. 

A culpa empresarial, por sua vez, tratando-se de doença profissional, ocupacional ou até mesmo de acidente de trabalho é presumida, portanto, nestes casos, bastando à comprovação pelo obreiro do diagnóstico e a sua relação com o trabalho exercido.

No âmbito do direito do trabalho, o diagnóstico de Síndrome do Esgotamento Profissional pode dá ensejo à reparação por dano moral bem como por dano material, uma vez que a higidez física e mental está insculpida no direito fundamental a vida privada, honra e dignidade humana. Nesse sentido é como o Tribunal Superior do Trabalho vem firmando seu entendimento, como se demonstra com a decisão abaixo:

"AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. 1.DOENÇA OCUPACIONAL.-SÍNDROME DE BURNOUT-OU-SÍNDROME DE ESGOTAMENTO PROFISSIONAL-. GESTÃO POR ESTRESSE. RESPONSABILIDADE CIVIL DO EMPREGADOR. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS.(grifos nossos)2. DO QUANTUM INDENIZATÓRIO. DECISÃO DENEGATÓRIA. MANUTENÇÃO. O pleito de indenização por dano moral, estético e material resultante de acidente do trabalho e/ou doença profissional ou ocupacional supõe a presença de três requisitos: a) ocorrência do fato deflagrador do dano ou do próprio dano, que se constata pelo fato da doença ou do acidente, os quais, por si sós, agridem o patrimônio moral e emocional da pessoa trabalhadora (nesse sentido, o dano moral, em tais casos, verifica-se pela própria circunstância da ocorrência do malefício físico ou psíquico); b) nexo causal ou concausal, que se evidencia pelo fato de o malefício ter ocorrido em face das condições laborativas; c) culpa empresarial, excetuadas as circunstâncias ensejadoras de responsabilidade objetiva. Embora não se possa presumir a culpa em diversos casos de dano moral - em que a culpa tem de ser provada pelo autor da ação -, tratando-se de doença ocupacional, profissional ou de acidente do trabalho, essa culpa é presumida, em virtude de o empregador ter o controle e a direção sobre a estrutura, a dinâmica, a gestão e a operação do estabelecimento em que ocorreu o malefício. (grifos nossos)Registre-se que tanto a higidez física como a mental, inclusive emocional, do ser humano são bens fundamentais de sua vida, privada e pública, de sua intimidade, de sua autoestima e afirmação social e, nesta medida, também de sua honra. São bens, portanto, inquestionavelmente tutelados, regra geral, pela Constituição (art. 5º, V e X). Agredidos em face de circunstâncias laborativas, passam a merecer tutela ainda mais forte e específica da Constituição da República, que se agrega à genérica anterior (art. 7º, XXVIII, CF/88). É do empregador, evidentemente, a responsabilidade pelas indenizações por dano moral, material ou estético decorrentes de lesões vinculadas à infortunística do trabalho, sem prejuízo do pagamento pelo INSS do seguro social. No caso em tela , o acórdão recorrido consignou que o perito do juízo constatou que os sintomas apresentados pelo Autor são característicos da -Síndrome de Burnout- ou -Síndrome de Esgotamento Profissional-, bem como registrou que, para o aparecimento de tal patologia, não concorrem outros fatores além de estressores de natureza laboral, estando citada síndrome catalogada entre as doenças mentais relacionadas ao trabalho, segundo o Decreto 3.048 de 06.05.1999, do Ministério da Previdência Social. Consta, ainda, do laudo pericial que o Reclamante foi afastado do trabalho, estando, até os dias atuais, em gozo de benefício previdenciário e que fatores de ordem organizacional da Reclamada contribuíram para o aparecimento da sua doença. Ressaltou a Corte de origem que ficou demonstrada a efetiva ocorrência de tratamento humilhante ao Reclamante pela forma como eram feitas as cobranças excessivas da empregadora em relação às metas estipuladas. Destacou o Órgão a quo que a Reclamada não comprovou, em nenhum momento da instrução processual, que sua cobrança por metas era adequada, escorreita e que buscava motivar seu empregado. Desse modo, diante do quadro fático relatado pelo Tribunal Regional, desponta o dever de indenizar o Reclamante pela patologia adquirida. Outrossim, para que se pudesse chegar, se fosse o caso, a conclusão fática diversa, seria necessário o revolvimento do conteúdo fático-probatório, o que fica inviabilizado nesta instância recursal (Súmula 126/TST). Assim sendo, não há como assegurar o processamento do recurso de revista quando o agravo de instrumento interposto não desconstitui os termos da decisão denegatória, que subsiste por seus próprios fundamentos. Agravo de instrumento desprovido. (TST - AIRR: 13161120125030037 , Relator: Mauricio Godinho Delgado, Data de Julgamento: 01/10/2014, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT 03/10/2014)."

Por outro lado, no âmbito do direito previdenciário o diagnóstico de Síndrome do Esgotamento Profissional dá direito ao afastamento do trabalho com percepção de auxílio doença, como também a estabilidade no emprego pelo período de 12 meses após a cessação do auxílio doença, quando comprovado o nexo causal da doença suportada pelo trabalhador e a atividade laboral exercida, consoante ao disposto no artigo 118 da Lei federal nº 8213/91 e Súmula n.º 378, inciso II, do Tribunal Superior do Trabalho.

Registra-se por fim que, compete ao Poder Judiciário reprimir os atos patronais excessivos que impliquem em lesão a direitos fundamentais dos trabalhadores, desde que efetivamente comprovados, não sendo qualquer mal estar a qual estamos comumente sujeitos no dia a dia passível de proteção, devendo-se respeitar cada indivíduo em sua singularidade, impedindo, desse modo, a sua instrumentalização.

Por MIRIAM BRAGA VARGAS



- Advogada inscrita na OAB/ES SOB O Nº 17601;
- Atuante nas áreas Cível e Trabalhista;
 -Pós graduada em :
    -Direito e Processo do Trabalho pela
Universidade Anhanguera;
    -Direito Processual pela Pontifícia Universidade Católica de M.G. PUC.
Email: mbvargas.adv@gmail.com

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Pinturas em aquarela


Hoje em homenagem ao "Dia Mundial da Aquarela" posto algumas obras em aquarela.
A instituição desse dia  foi obra do maestro e artista Alfredo Guati Rojo fundador e diretor do Museo Nacional de La Acuarela e é comemorado desde o ano de 2000.

As comemorações do Dia Mundial da Aquarela no Brasil foram iniciadas em 2001 por iniciativa de Iole Di Natale que é uma  da maiores batalhadoras pela difusão da aquarela no País. 

Para quem mora na cidade de São Paulo informo que em comemoração ao Dia Mundial da Aquarela (23 de novembro) foi oficializada desde 2013 no calendário de eventos do município de São Paulo a Semana da Aquarela, Projeto de Lei 01-00476/2013 do Vereador Aurélio Nomura. 

O evento é para os artistas, mas é compartilhado com o público que poderá assistir e participar das demonstrações e oficinas.

Neste ano as comemorações dessa semana já tiveram  inicio no sábado e domingo  Parque Burle Marx e hoje terá o seu encerramento na Associação Comercial de São Paulo, Rua Galvão Bueno, 83, Centro no horário  das 9,30 às 12 horas.

Segundo o convite postado no site da ACSP no dia 23, cada artista poderá participar com uma ou mais aquarelas que serão expostas na prensa onde foi impresso o 1º Diário Oficial de São Paulo. (Prensa tombada pelo Patrimônio).

Confirme sua presença pelo telefone: (11) 99602-4152 ou pelo e-mail: reginayk@universodaaquarela.com.br

Para aqueles que não puderem ir  posto para apreciação algumas obras em aquarela!!


Resultado de imagem para Obras em aquarela

ALQUÍMIA DA NATUREZA
SIMA WOLILER



UM OLHAR PARA O INFINITO
MARIA INÊS LUKACS



MATERNIDADE
SANDRA DA PENHA

TELAS DO SITE DA  ABA - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AQUARELA E ARTE SOBRE PAPEL 
 http://www.aba-nucleo.art.br/

domingo, 22 de novembro de 2015

Entre o familiar e o desconhecido - A angústia da existência – A angústia da Existência





Habitamos um mundo inóspito, em tempos de crise. Difícil começar um texto dessa forma… para alguns críticos do pensamento existencial, essa afirmação só reforçaria uma fala muito constante: “os existencialistas possuem uma visão de mundo muito pessimista!”. Mas não é assim tão simples!

Quando dizemos que o mundo é um lugar inóspito estamos nos referindo à falta de controle do homem, a despeito de todas as tentativas nesse sentido. O homem tenta controlar o tempo, as outras pessoas, os próprios sentimentos… constrói regras, mecanismos de regulação, pensa que pode dominar a natureza, sente-se poderoso ocupando altos cargos no mundo corporativo, tomando decisões importantes.

Apesar de tudo isso, a vida acontece. Simplesmente acontece, independente do homem existir ou não. E falar de existência é falar de falta de controle. Essa é a condição que nos é dada. A vida é mudança, movimento, flexibilidade. E justamente porque somos capazes de pensar, entramos em contato com essa realidade e nos angustiamos. E mesmo sem ser um dos sentimentos mais agradáveis, a angústia marca um momento importante na tomada de consciência da necessidade de mudança.

Essa necessidade surge quando a pessoa percebe que o sentido de uma vida – muitas vezes controlada, rotineira, previsível – começa a esvaziar-se. Aquilo tudo em que se acreditava, começa a não ser suficiente para dar conta de suas certezas. E nesse contexto, não cabe mais ficar no lugar conhecido, mas ao mesmo tempo vem o medo de encarar o desconhecido, pois a sensação aqui é de “dar um passo no escuro”.

Nietzsche nos apresenta essa condição a partir de uma metáfora brilhante. Ele diz que a Existência é como atravessar um abismo andando por uma corda, a qual surge apenas no momento em que se dá o próximo passo. Portanto, não podemos saber exatamente qual o resultado de cada passo. Não sabemos sequer se a corda vai aparecer ou se o que nos aguarda é o abismo. E o abismo é apenas uma das possibilidades. E continuamos andando, passo a passo a vida acontecendo.

Aos poucos, o que causava desconforto e angústia, ao ser enfrentado, passa a assumir feições familiares, e devolve à pessoa o sentido perdido. Vira rotina conhecida, previsível e, em algumas vezes, até controlada. E assim é, até a próxima crise, até o fio que se solta começar a comprometer a trama da existência. Resultado: angústia seguida de possibilidade de mudanças importantes!

Pensar a vida dessa maneira, como um movimento entre o familiar e o desconhecido, nos permite um estado de presença muito maior, na medida em que somos convocados a fazer escolhas a cada momento, mesmo sem total garantia, assumindo a responsabilidade pelo nosso crescimento pessoal. Precisamos fazer aquilo que nos cabe e deixar que o acontecer da vida faça sua parte. Não podemos ter a ilusão de controlarmos tudo, mas não podemos abrir mão do nosso poder de escolha, que nos aproxima de nossos sonhos, de nossos planos e da pessoa que queremos nos tornar. Uma das famosas frases da Mafalda, personagem das tirinhas de Quino, encaixa-se muito bem nesse contexto: “Justo a mim coube ser eu”.

Portanto, mesmo sem controle, mesmo em um mundo inóspito, podemos realizar a nossa Existência, fazendo escolhas cuidadosas da melhor forma possível, respeitando nossos limites, enfrentando os diversos “saltos no escuro” que a vida nos apresenta, construindo, assim, uma história que é a nossa, que nos confere uma identidade e nos convida a viver de forma mais plena e autêntica.

Postado em http://www.espacocuidar.com.br/psicologia/artigos/entre-o-familiar-e-o-desconhecido-a-angustia-da-existencia

Por ANNA PAULA RODRIGUES MARIANO 




-Psicoterapeuta existencial;
-Formação em Psicoterapia Fenomenológico Existencial pelo Centro de Psicoterapia Existencial;

-Aprimoramento e Aperfeiçoamento em Psicologia Hospitalar (INCOR-FMUSP E HSPM);e
-Atuação Clínica em Equipe Interdisciplinar e Desenvolvimento de Programas de Orientação Vocacional segundo Abordagem Fenomenológico Existencial.