sábado, 6 de julho de 2019

Desafio da Formação Docente


Autora Maria Cristina Bento(*)

Refletindo sobre a ação docente temos que assumir, entre outros fatores, a marca de cada gesto ou ação docente deixada nos alunos. Freire, em sua obra Pedagogia da Autonomia, anotou um momento de entrega de redação onde o olhar do professor foi mais importante do que a nota 10 atribuída à redação. A apreciação do docente naquele momento fez do aluno um escritor. 

A formação docente para a atuação na educação básica é um exercício desafiador, os professores formadores têm a incumbência de alertar os futuros docentes sobre as marcas que deixarão em seus alunos. Entre as disciplinas lecionadas em cursos de formação docente ao longo de minha jornada, descobri alunos, por exemplo, com temor a matemática por conta de gritos ou expressões negativas por parte de professores. Um fato não tão distantes de diversos estudantes que muitas vezes carregam consigo dificuldades de aprendizagem advindos de experiências traumáticas. 

Considerando que a formação docente deve proporcionar conhecimentos ao profissional da educação básica para saber muito bem o ensinar, o saber cuidar da forma como ensina, para quem ensina e por que ensina, o desafio dos docentes formadores do profissional da educação básica é ampliado. Estes indicativos são primordiais para a construção da sociedade que queremos, uma vez que indica o perfil de profissional que atuará no mundo, consequentemente, o perfil dos seres humanos formados por eles. Isso torna a tarefa de educar imersa em valores éticos, morais e pautados nos movimentos sociais de cada época. 

O ato de formar o docente para saber bem o que vai ensinar, proporcionar momentos de reflexão sobre o para quem ensina e seus reflexos na sociedade não se altera nas diferentes modalidades em que este profissional busca se formar. Qualquer que seja a modalidade de ensino de formação docente - presencial, online/EAD ou no modo híbrido[1], requer o exercício da reflexão sobre o que, por que e para quem se ensina. As modalidades de ensino citadas existem como forma de auxiliar o aluno em suas possibilidades para a aprendizagem e formação em qualquer profissão. 

Considera-se que o candidato a docente, mesmo que ao iniciar o curso não compreenda o reflexo do seu exercício na vida dos alunos, possa compreendê-lo ao longo dos estudos e ao iniciar as atividades de estágio como previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais aos cursos de licenciatura, no Brasil. 

Recentemente, ouvi um colega recém-formado contando que fez a primeira graduação presencial em Filosofia. A segunda em História na modalidade EAD. Ele narrou também que na segunda formação teve muito material para estudar sozinho e passou a fazer apenas as atividades, mediante a falta de tempo para estudar. O espantoso em sua narrativa foi quando disse ter obtido nota 10 em todas as atividades. Ao término da escuta, indaguei ao colega quais objetivos ele tinha mediante ao apresentado. Se ele pretendeu verificar e contar que era muito bom, um ser humano de altas habilidades; se cursou a segunda licenciatura simplesmente para poder ampliar a jornada docente; e se as licenciaturas cursadas o ajudaram a entender o ofício da docência; a ser professor, ou seja, auxiliar na formação de formar seres humanos capazes de solucionarem problemas do quotidiano em busca de paz e transformação, ou simplesmente auxiliar seus alunos a compreenderem o quotidiano pelo viés conceitual da Filosofia e da História. 

A narrativa apresentada suscitam-nos muitas reflexões, entre elas destaco algumas: o que leva uma pessoa a buscar por um curso de licenciatura? Por que fazer uma segunda licenciatura? Por que as pessoas insistem em falar da formação em EAD/online ou híbrida como algo displicente? Para quem e como oferecemos o curso de licenciatura, seja em EAD ou presencial? Será a oferta de cursos em EAD a mercantilização da educação? Há muitas respostas a estas indagações, estas talvez ferem mais indagações. Isso é bom, precisamos rever constantemente o perfil do professor da educação básica e o perfil do aluno deste segmento de ensino, pois esta relação/interação professor aluno forma o cidadão. 

Creio ser mais um desafio do docente da formação inicial, criar uma visão consciente sobre o ser docente e o dedicar-se para tal. Assim como na formação presencial é um desafio lidar com alunos que muitas vezes não detêm “dom” e motivação para docência, mas sonham ou veem como oportunidade serem professores, na educação a distância é um desafio lidar pessoas que enveredam para a EAD por se adequar a rotina ou mesmo por ser mais barato. Não sei, mas talvez seja um desafio fazer o aluno deixar de se enxergar como aluno e se ver como professor, ainda durante a sua formação, tenho a impressão que a ideia de ser aluno, por si só, cria estereótipos que sem perceber seguimos quando somos nós que estamos estudando. ou seja, que determine o perfil do sujeito que poderá realizar o curso de licenciatura, nem sei se isto resolve. Mas, compreendo a necessidade de que cada aluno de curso de licenciatura possa inferir sobre o que é ser/estar professor. 

REFERÊNCIA

[1] No momento muito se discute se a EAD deverá ser nomeada educação online ou EAD ou presencial em modo híbrido. Neste texto não temos a intenção em abordar esta temática, cito todas como marco das reflexões da época.

*MARIA CRISTINA MARCELINO BENTO

- Graduada em Pedagogia; 
- Mestre em Educação pela UMESP-SBC; 
-Doutora em Tecnologias da Inteligência e Designer Digital;
- Atuou na Educação Básica por 22 anos;
Atualmente é Professora titular da FATEA nos cursos de graduação e pós-graduação e
-Professora Coordenadora do Curso de Pedagogia da Fatea

Nota do Editor:


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sexta-feira, 5 de julho de 2019

A invasão Islâmica na Europa

A invasão de refugiados muçulmanos na Europa vem causando uma série de problemas políticos, econômicos, sociais e religiosos. Não existe um país em que o povo manteve sua tranquilidade socioeconômica depois de serem invadidos.

Primeiro eles invadiram a Alemanha, por ser um país de forte economia. Os imigrantes chegaram e foram se espalhando pelo país e por onde passavam causavam um rastro de roubos, furtos, estupros, destruição de patrimônios e um rombo na economia atingida por eles.

Depois foi a vez da França, por ser um país muito liberal e eles não aceitarem as diferenças entre as pessoas; e em seguida foi a vez da Itália e os imigrantes permanecem causando os mesmos problemas…

Obviamente que, junto de refugiados entram nos países europeus, os líderes de grupos terroristas que, depois de serem abrigados no país invadido, passam a comandar os grupos invasores que estão se tornando violentos para a população nativa, além do desrespeito total com a cultura e religião ja instalados nos países europeus.

O desrespeito com a religião é o principal foco dos grupos invasores. Na Itália, além disso eles ainda fazem sexo, estupram e fazem coco nas ruas em plena luz do dia.

Enquanto isso os líderes islâmicos orientam os muçulmanos a terem muitos filhos nos países que invadiram, para que dentro de 10 anos eles possam ter representantes nos governos e começarem a implantar a Sharia como Leis Locais, desrespeitando assim as leis e o país que invadiram.

Algumas cidades europeias estão com sérios problemas de segurança, porque os muçulmanos que se instalaram nelas, implantaram a Sharia sem autorização dos governos locais e não permitem que mulheres sem o hijab entrem em seus bairros, com pena de serem espancadas, estupradas e mortas.

Praças e locais públicos que eles não usam para seus cultos ao ar livre, estão sendo destruídos porque guardam a história do mundo, antes dos muçulmanos existirem.

Agora os invasores ameaçam publicamente, todos os cristãos (católicos, protestantes, kardecistas, espíritas…) seguindo a ‘ordem’ do Profeta Mohammed que diz que o muçulmano entrará no Céu se matar um católico. Enquanto isso, o Papa Francisco, que deveria estar defendendo o povo cristão, está falando em suas missas que Jesus era um invasor (não, era um viajante) e por isso todos os italianos e europeus devem respeitar e receber bem os muçulmanos invasores que hoje destroem a Europa.

E não pensem que essa invasão esta ocorrendo apenas na Europa, porque em todos os países escutamos declarações de nativos reclamando da quantidade de refugiados que não respeitam o local que estão e que estão tendo filhos como os nossos avós, de 5 para cima… 

Alguns dizem que essa organização é organizada pela maçonaria internacional, outros que pela dinastia Rothschild, outros que apenas de Soros… 

Mas a verdade é que existem muitos líderes que não se importam com o que acontece ao seu povo e não tomam providencias drásticas quanto as atitudes e comportamentos dos refugiados.

Não se esqueçam que no Brasil também existem refugiados morando e procriando rapidamente. 

Isso seria uma guerra religiosa que levará muitos à morte?

*MÔNICA FORMIGONI


-Radialista e Jornalista; 
-Brasileira, apaixonada pela pátria e lutando por um País livre e grande, como o povo merece.






Nota do Editor:

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quinta-feira, 4 de julho de 2019

O Rigor da Cobrança de Dívida de Pensão Alimentícia



Autora: Vanessa Canella(*) 

Queridos leitores, com grande satisfação, vimos trazer esse assunto, que apesar de muito debatido, ainda geram dúvidas, e esperamos que resumidamente possamos esclarecer alguns pontos.

Há três anos as regras sobre o atraso de pensão alimentícia mudaram, em parte, e estão, desde então, mais rigorosas, como resumiremos a seguir.

As mudanças na lei, que passaram a vigorar, visam mais segurança jurídica aos que possuem crédito alimentar, uma vez que quem não pagar a pensão, poderá ter o nome negativado e inscrito no serviço de proteção ao crédito, o desconto direto no contra cheque da dívida (de alimentos atrasados) poderá ser de até 50% dos ganhos líquidos (incluído o desconto da pensão atual), além disso, consta ainda da lei, prisão em regime fechado até que consiga quitar a dívida.

Conforme a legislação, o pedido judicial de prisão do devedor de alimentos deve ser feita com base nos três últimos meses em débito, mas, não é necessário esperar os três meses de dívida para entrar na Justiça contra o devedor.

Isso porque, novas parcelas vencerão durante o processo. Se o devedor deve 6 meses de pensão alimentícia, ele pode apenas pagar apenas as três mais recentes e estará livre da prisão.

Ele continuará devendo as outras três, mas a cobrança será por meio de execução patrimonial, ou seja, o credor terá de buscar bens do devedor, mas não a prisão civil.

De fato a prisão serve como coerção ao pagamento, pois mesmo que o devedor seja preso, continuará devendo os alimentos até que seja pago.

O STJ (Superior Tribunal de Justiça) entende que a prisão sucessiva por dívida superveniente, neste caso, é cabível, pois se trata de uma prisão civil com fim de pressão psicológica. Mas cabe ao juiz analisar se a prisão vai funcionar como medida.

Se pelo histórico o juiz já sabe que não vai ter efeito, é possível adotar outras medidas que consigam o que se espera, como a suspensão da carteira nacional de habilitação (CNH) e até mesmo a retenção do passaporte.

Ciente que essa questão é delicada e atinge muitos, e em sua maioria, menores, cujos pais ou até mesmo avós ficam em dívida com a pensão, é importante salientar que é necessário um advogado para mover a ação de cobrança a da pensão atrasada, e quem não tem condições de contratar um advogado para entrar na Justiça pode pedir a ajuda da Defensoria Pública da cidade, que irá prestar a assistência gratuita.

(*)VANESSA ROCHA DE OLIVEIRA CANELLA
OAB RJ 119306


-Graduada pela Faculdade Brasileira de Ciências Juridicas -RJ 2002;
- Especialização em Direito e Processo Civil; 
- Apaixonada pelo Direito e Empreendorismo. 
Instagram: @rochaoliveiraadv @vanessa.canella





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quarta-feira, 3 de julho de 2019

Obsolescência Programada e a Redução da Vida Útil dos Produtos

Autora: Ludmila Cavalcanti

Provavelmente poucas pessoas sabem o significado dessa expressão que tanto afeta a vida de todos que vivem em sociedade de consumo em massa.

O advento da produção em larga escala exigiu o desenvolvimento de meio de escoamento dos produtos (obtenção de lucro) em ritmo avançado, que acompanhasse a dinâmica da indústria. A limitação da vida útil dos produtos é uma forma eficaz de manter esse processo sempre ativo, fomentando o consumo constante e exacerbado.

A obsolescência programada nada mais é do que produção de produtos, com destaque para os de natureza tecnológica, com vida útil reduzida, com o propósito de substituição freqüente e o conseqüente aumento das vendas. A publicidade é um forte aliado, induzindo constantemente o consumidor a adquirir sempre o mais novo modelo de um produto, depreciando o anterior, mesmo que este ainda esteja dentro de seu prazo real de validade. A ideia de consumir e descartar de forma rápida e sucessiva é vendida como meio de alcance de bem-estar e inclusão nos grupos sociais.
Mas não é apenas através da alienação social que a indústria atinge o seu objetivo. As investidas são bem menos sutis.

O fornecedor, possuindo o controle total da produção, detém o poder de estabelecer a durabilidade dos produtos, podendo reduzir, artificialmente, a vida útil dos bens produzidos. Como resultado, o consumidor se vê obrigado a se desfazer do produto adquirido em prazo menor do que originalmente se espera, e comprar um novo, que provavelmente em curto período de tempo será também substituído.

Em algumas situações, o bem adquirido apresenta vício ou defeito logo após o vencimento do prazo da garantia. É o caso de computadores, smartphones, TVs digitais, aparelhos de som, que funcionam normalmente até o término do período de garantia. Geralmente os consumidores enfrentam problemas com bateria, diminuição da sensibilidade da tela (aparelhos com touch screen), dificuldades em atualizar sistema operacional, superaquecimento, lentidão, travamento, até o extremo do completo não funcionamento do produto.

Aliado a essa situação, os serviços de reparação e conserto tornaram-se excessivamente caros, sendo mais interessante ao consumidor adquirir outro bem para substituir aquele que não está em pleno funcionamento.

É evidente que tal prática se coaduna às vedações elencadas pelo CDC no art. 39, se caracterizando como conduta abusiva, a ser rechaçada na relação de consumo. O Código de Defesa do Consumidor prevê, ainda, que o fornecedor tem o dever de colocar no mercado produtos que tenham o mínimo de qualidade, que sirvam para aquilo que se dispões, dentro de uma vida útil média, em atenção à boa-fé que deve nortear as relações consumeristas.

Segundo a jurisprudência do STJ, “a venda de um bem tido por durável com vida útil inferior àquela que legitimamente se esperava, além de configurar um defeito de adequação (artigo 18 do CDC), evidencia uma quebra da boa-fé objetiva, que deve nortear as relações contratuais, sejam de consumo, sejam de direito comum.” (Resp 984.106-SC).

Diante desse cenário, em que há um claro desequilíbrio na relação de consumo, provocado pela abusividade da prática de obsolescência programada, faz-se necessária a intervenção estatal para proteção da parte hipossuficiente, impondo penalidades aos fornecedores e também reparação aos consumidores lesados.

Referências bibliográficas:

-Advogada especialista em Direito Processual;
-Sócia Fundadora do Escritório Primo Cavalcanti Advocacia e Consultoria Jurídica;
-Experiência nas questões afetas ao Direito do Consumidor, em especial Contratos Bancários

-Instagram: @ludmilaprimoadv








Nota do Editor:

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terça-feira, 2 de julho de 2019

Um Júri Folclórico


Autor: José Luiz Taliberti(*)

Na década de 50 do século passado, aconteceu em Natal, RN, um júri que julgava um crime bárbaro ocorrido naquela cidade.

Um cidadão de bem do local, ao descobrir a traição de sua mulher com uma pessoa local, simplesmente, munido de uma arma de fogo descarregou todas as suas balas em sua mulher e, ainda em fúria, tomou o seu veículo e atropelou-a por duas ou três vezes, sem qualquer cerimônia.

Ato contínuo dirigiu-se à delegacia e se entregou dizendo-se terrificado com o crime cometido. Por relevante observar que referido cidadão tinha um passado exemplar.

Tinha uma vida simples, pacata e nunca havia sido processado, cível ou criminalmente, dono de um pequeno comércio, com filhos exemplarmente educados.

O inquérito policial transcorreu normalmente, com toda a diligência possível, com o cidadão e testemunhas depondo de forma a deixar qualquer dúvida sobre o crime cometido de forma tão cruel e horripilante.

O indiciado transformou-se em réu e foi a júri.

O advogado por ele indicado para a sua defesa era um causídico que residia na cidade há muito tempo mas não era nascido nela.

Ele era natural de uma cidade do interior de Pernambuco mas que havia mudado para Natal ainda nos tempos de sua juventude.

Em Natal veio a estudar e lá mesmo havia se formado em direito, advogado por muitos anos de forma simples mas puramente escorreita, tendo criado seu nome em v torno de um cidadão respeitável, além de um causídico honesto e confiável por sua retidão.

Iniciado o júri e tendo transcorridos os trabalhos com a oitiva de várias testemunhas e depoimento pessoal do acusado, não restava qualquer dúvida sobre sua condenação, ainda que seu passado o revelasse a boa pessoa e cidadão que sempre havia sido.

Na sequência, lá pelas tantas da noite, em sua tréplica final o advogado tomou da palavra e passou a fazer a sua última peroração, acrescentando:

-------Os senhores do júri haverão de compreender a razão pela qual este réu deve ser inocentado;

------- Todos os senhores do júri sabem que eu não nasci nesta magnífica cidade de Natal;

------- Ao senhores sabem que nasci nos grotões de Pernambuco e, ainda em tenra idade para cá me mudei;

-------- Aqui fiz meu curso ginasial, colegial e cursei a portentosa faculdade de Direito daqui, me formando com louvor;

-------- Fiz desta cidade a minha cidade natal, na qual me casei, tive meus filhos e meus netos;

-------- Entretanto, caso este réu seja condenado, amanhã cedinho eu tomo da minha charrete e, com minha mulher, meus filhos e meus netos, sumo daqui e parto para qualquer outro lugar, uma vez que

EM TERRA DE CORNO EU NÃO VIVO NÃO !!!!

Resultado da votação do júri depois de 10 minutos de seus componentes terem se retirado para a decisão, por total unanimidade:

INOCENTE !!!!!!!

Observem, senhores, que este fato verídico ocorreu na década de 50 do século passado, quando a traição de uma mulher era raríssima e altamente condenável.

O homem tinha o direito de ter várias amantes e nada lhe era cobrado ou imputado.

Por vezes, o sinal de falta de amantes era visto de forma oblíqua pela sociedade machista e até mesmo pela mulheres da cidade.

Amante era sinal de fortaleza, firmeza e capacidade masculina que, por muitas vezes sustentavam dois ou mais lares.

Filhos bastardos eram comuns. Investigações de paternidade abundavam, mas tão somente depois da morte do indigitado e suposto pai.

Quem diria, nos tempos atuais, narrar esta história em um centro feminista. Linchamento do narrador.

JOSÉ LUIZ TALIBERTI

- Bacharel pela Faculdade de Direito da USP(1974);

-Foi membro ativo perante a Ordem dos Advogados de São Paulo, atuando por diversos anos nas comissões de estágio e exame de ordem e na de prerrogativas; 
-Foi Diretor jurídico e de Recursos Humanos do Jockey Clube de São Paulo e
-Atua principalmente nas áreas de direito de família, cível, empresarial e imobiliário.

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domingo, 30 de junho de 2019

Regulação Emocional: O que é e por que isso importa?


Autor: Alexandro Guides(*)

Ao contrário das crianças pequenas, que precisam aprender a regular suas emoções, espera-se que os adultos administrem as suas, especialmente as emoções negativas, como  ansiedade , raiva e frustração, e para impedir que pensamentos e sentimentos negativos influenciem nosso comportamento. Ainda assim, todos nós experimentamos momentos em que nos sentimos emocionalmente sobrecarregados e permitimos que nossos sentimentos controlem nossas ações. Quando isso acontece, muitas vezes nos arrependemos das coisas que dizemos ou fazemos e desejamos ter sido capazes de manter essas emoções sob controle. Além de, ou como parte da terapia de regulação emocional e auto regulação, existem técnicas, como  meditaçãoatenção plena e controle do estresse. Isso pode nos ajudar a controlar nossas emoções negativas e melhorar nossa resposta a situações emocionais. Essas técnicas também podem fornecer outros benefícios, como melhor humor, aumento do sentimento de autovalor e aumento da empatia.

Embora existam muitas maneiras de influenciar o estado emocional de uma pessoa para melhor, a regulação emocional envolve muitas vezes o que os especialistas chamam de "regulação descendente", ou intencionalmente reduzindo a intensidade das emoções. Uma pessoa enlutada pode diminuir a tristeza, lembrando propositadamente algo divertido sobre a pessoa que sente falta, por exemplo. Uma pessoa ansiosa pode lidar distraindo-se do pensamento ou situação que está causando sua ansiedade. O outro lado dessa prática é a "regulação para cima", ou aumentar as emoções, o que pode ser útil quando um perigo iminente ou um desafio iminente exigir uma dose saudável de ansiedade ou excitação. 

Emoções funcionam como uma bússola, sinalizando recompensas e ameaças no ambiente. No entanto, esta bússola está longe de ser infalível. De fato, é relativamente fácil nos apontar na direção errada. Quando isso acontece, acabamos nos aproximando e evitando as situações e / ou pessoas, o que pode, por sua vez, ser bastante problemático para nossos objetivos de longo prazo. Por exemplo, se nos sentimos ansiosos em dizer ao nosso chefe que cometemos um erro, podemos sentir uma motivação para evitá-lo. Mas, ele ainda pode ouvir sobre esse erro de outras pessoas, o que pode colocar em risco suas chances de obter a promoção que está buscando há meses. Nesse caso, seguir nossa ansiedade pode nos causar problemas.

Assim, torna-se realmente importante que aprendamos como e quando confiar em nossa bússola emocional. Em termos mais técnicos, às vezes precisamos regular nossas emoções para que nosso comportamento não acabe à sua mercê. Agora, isso não significa que as emoções são "ruins" ou que devemos tentar não as ter. Pelo contrário. Isso sugere que as emoções têm um grande potencial para nos ajudar a navegar pelo meio ambiente. Nós apenas temos que experimentá-los em um nível que seja o mais ideal em cada contexto.

Vamos imaginar que vamos a um bar e vemos nossa paixão. Ficamos tão empolgados com a possibilidade de conversar com ela que acabamos consumindo muito mais bebidas do que inicialmente queríamos. Como resultado, podemos acabar com uma ressaca na manhã seguinte. Podemos pular o trabalho e nos meter em problemas por perder uma reunião importante. Assim, neste caso, nossa excitação descontrolada levou a consequências negativas. Teria sido mais adaptativo para nós regula-la. Por exemplo, poderíamos ter nos lembrado das consequências potencialmente negativas de beber muito álcool nas noites de trabalho.

Outras vezes, podemos não sentir entusiasmo suficiente em fazer certas coisas. Por exemplo, podemos não ficar particularmente entusiasmados com a execução de tarefas. Quando nossa excitação é baixa, podemos nos encontrar sem motivação suficiente para realizar certas ações. É quando estamos mais vulneráveis ​​à procrastinação. Nesses casos, pode ser útil regular positivamente nossa excitação. Por exemplo, podemos nos lembrar do sentimento de realização que sentimos sempre que completamos uma tarefa.

Vamos nos voltar para alguns exemplos de ansiedade. Se estamos nos sentindo muito ansiosos em ir a um primeiro encontro, podemos experimentar uma forte motivação para cancelá-lo. Nesse caso, pode ser necessário regular negativamente nossa ansiedade, lembrando-nos de que a outra pessoa deve estar interessada em nós se nos convidar para sair. Em outras situações, no entanto, podemos não sentir ansiedade suficiente e isso pode nos colocar na linha de perigo. Por exemplo, se não tivermos medo de nos ferirmos em um acidente de carro, poderemos estar menos propensos a ceder. Em tais casos, regular a nossa ansiedade, lembrando-nos dos perigos de andar sem cinto de segurança, pode nos impedir de nos magoar.

Por enquanto, vamos tentar um experimento em casa. Ao passar o dia, pense se está ativamente tentando mudar a maneira como está se sentindo. Você está se distraindo de lembranças dolorosas? Você está evitando certas pessoas que fazem você se sentir irritado? Você está tentando encontrar explicações alternativas para algo que está perturbando você? Você está comendo um bolinho para se sentir menos nervoso?

Como você pode ver, existem muitas maneiras pelas quais você pode regular suas emoções. Veja se você consegue notar algum padrão. Você gosta de usar um tipo específico de estratégia? Você gostaria de usar estratégias diferentes? Sinta-se livre para comentar abaixo!

*ALEXANDRO GUIDES

-Psicólogo Clínico e Coach;
-Formado em Psicologia pela Faculdade Anhanguera Educacional;
-Formação em Professional Coaching Practitioner pela Abracoaching com certificação internacional;
-Curso de Especialização em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Instituto WP;
-Curso MBA em Gestão Estratégica de Pessoas com Ênfase em Coaching pela Faculdade Unopar;
-Atende em consultório, faz consultorias sobre comportamento humano, ministra treinamentos e palestras sobre desenvolvimento pessoal e inteligência emocional


Nota do Editor:

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