segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Mudanças no cenário brasileiro: a volta dos investimentos externos

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Autora: Ana Stucchi(*)





A Economia funciona com expectativa (como já explicamos em artigos anteriores), e quando há uma previsão de um cenário favorável e relativamente estável, quem tem o capital investe onde vê oportunidade de retorno.

Em 2017 mesmo com índices meio maquiados, a China investiu fortemente em infraestrutura no Brasil e Africa. Estradas, ferrovias, saneamento básico, o que para o Brasil é sinônimo de alívio, pois sem grande margem para investimentos o Governo Federal fica sem ter o que fazer. Em 2017 investiram por volta de 9 bilhões, mas com a incerteza política diminuíram em 2/3 (um patamar de 3 bilhões) e agora a expectativa é de 7 bilhões em 2020. Mesmo com cautela comemora-se a volta do capital chinês ao Brasil.

Vamos ver se o Nordeste será contemplado, pois um dos principais alvos dos chineses é a Sabesp - Companhia de Saneamento do Governo do Estado de São Paulo, no caso uma empresa que já é lucrativa.

2019 foi um ano conturbado por transição de governo, incertezas, redes sociais e mídia golpista em polvorosa mas colheu-se boa expectativa para 2020, e o apetite dos chineses por investimentos no Brasil demonstra que há grandes chances de retorno de investimentos que se façam no nosso país. Na onda da China vêm investidores atrás de bons rendimentos em hedge e fundos de investimento em várias áreas. Com a B3 em 2019 operando acima dos 100mil pontos e com a mesma tendência para 2020, há grandes chances de crescimento, ainda mais depois de aprovada a Reforma da Previdência, que tirou boa parte da incerteza do Mercado.

Com a taxa básica de juros da Economia, a Selic no menor patamar dos últimos tempos (4,5%) faz com que seja atrativo aos investidores, pois a dívida pública fica mais "pagável" com juros menores, com isso a estabilidade econômica é mais robusta. Agências de classificação de risco, como J.P. Morgan, Standard & Poors, tendem ainda nesse primeiro semestre melhorar a classificação de risco, assim dando um aval para mais investidores inserir capitais na economia brasileira.

E na contramão das expectativas dos economistas, o fato de 2020 ser um ano complicado no cenário internacional facilita nosso mercado interno, que tem chances de crescimento. O governo está fazendo esforços para o brasileiro sair da inadimplência/SPC-SERASA. Já há um caminhão na Praça Patriarca, no Centro de São Paulo - capital, há uma semana e as filas enormes todos os dias (40% da população está endividada/inadimplente). Isso a médio prazo, para o segundo semestre de 2020 gera um consumo maior, ajudado pelo reajuste do salário mínimo acima da inflação (que foi um tapa na cara da oposição), o fato da desaceleração externa será relativamente compensada. Estamos iniciando ciclo benéfico, difícil recomeço mas olhando para o longo prazo, o que no Brasil há décadas não se fazia.

Então que venham os capitais externos. Mas que saibamos segurá-los com um desenvolvimento econômico baseado em produção e consumo.

#vamosemfrente


*ANA PAULA STUCCHI















-Economista de formação;
-MBA em Gestão de Finanças Públicas pela FDC - Fundação Dom Cabral;
-Atualmente na área pública
Twitter:@stucchiana

Nota do Editor:

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