@ Lucio Panza
Atualmente estou professor articulador Colaboratório, assim entendido o professor que articula ações pedagógicas em um laboratório de inovação e tecnologia. Tenho percebido uma euforia muito grande com relação a essa nova política implementada pela rede municipal do Rio de Janeiro da qual sou servidor de carreira e algumas coisas têm me preocupado bastante nesse novo cenário da educação carioca.
A cada ano, mais escolas apostam em recursos digitais. Tablets, lousas interativas, plataformas gamificadas, realidade virtual… tudo isso pode parecer sinônimo de inovação. Mas aqui vai um alerta importante: Tecnologia sem intencionalidade é só decoração pedagógica. Ela não transforma por si só. Sem objetivos claros, ela apenas ocupa espaço (e tempo), sem gerar aprendizagens significativas.
Usar tecnologia com intencionalidade significa escolher ferramentas com propósito pedagógico: não porque são "modernas", mas porque ampliam o aprendizado de forma real e significativa.
É quando a tecnologia: Fortalece o protagonismo do aluno, permite personalização da aprendizagem, gera engajamento com sentido e estimula habilidades do século XXI.
O professor é o verdadeiro designer da experiência digital e nós continuamos a sermos o centro da inovação. Decidimos quando usar a tecnologia, por que ela será usada e como ela se conecta ao conteúdo e à vida do aluno.
Tecnologia sem mediação vira entretenimento. Com mediação, vira aprendizagem. Esse protagonismo do educador exige formação contínua, tempo para planejamento e espaço para experimentar — sem medo de errar. Nem tudo que é digital é útil. A escolha precisa ser estratégica. Menos ferramentas, mais coerência.
Transformar não é digitalizar. É reinventar. A escola do futuro não é uma escola cheia de telas. É uma escola com sentido, empatia, criatividade e crítica — com ou sem tecnologia.
Aqui vai uma bússola prática: Antes de adotar uma ferramenta nova, pergunte:
"Ela resolve um problema pedagógico real?"
"Ela melhora a experiência do aluno?"
"Ela fortalece a intencionalidade da minha aula?"
Se a resposta for "sim", vá em frente. Se for "não sei", reavalie. Precisamos aprofundar esse debate, não?
LUCIO PANZA
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-Graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro -UFRJ (2006);
-Pós-graduação em:
- Biociências e Saúde pela Fiocruz (2013) e
- Ensino de Ciências e Biologia pela UFRJ (2015);
-Elaborador do material Rioeduca da Secretaria Municipal do Rio de Janeiro;
-Produtor de recursos pedagógicos lúdicos/interativos;
-Criador de material pedagógico inédito e exclusivo de baixo custo para professores;
-Atua como professor regente no magistério público estadual e municipal da cidade do Rio de Janeiro;
-Possui experiência em mediação de exposições científicas em espaços formais e não-formais;
- Desenvolve projetos didáticos com foco no aspecto lúdico como instrumento de aprendizagem;
-Consultor pedagógico do grupo Somos Educação;
-Professor Inovador IV 2022 (Coletânea de práticas pedagógicas de professores que inspiram);
- Educador Transformador 2023 (Projeto selecionado para concorrer ao prêmio).
Nota do Editor:
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