@ Caroline Bezerra Morais
Você já se sentiu travado na sua carreira, como se estivesse andando em círculos sem conseguir avançar? Talvez você até saiba o que precisa fazer para crescer profissionalmente, mas algo invisível parece puxar você para trás. Sentimentos como insegurança, medo de errar ou aquela voz interna dizendo que você "não é bom o suficiente" podem ter origem em crenças que você desenvolveu ao longo da vida — muitas vezes, sem nem perceber.
Na Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), essas crenças são vistas como ideias enraizadas sobre nós mesmos, os outros e o mundo. Elas moldam a forma como interpretamos situações e tomamos decisões. O problema é que, mesmo sem serem verdadeiras, essas crenças acabam se reforçando com o tempo. Por exemplo: se alguém acredita que é incapaz, pode evitar se candidatar a uma vaga melhor ou propor um novo projeto. A cada oportunidade não aproveitada, essa pessoa acaba reforçando, sem querer, a ideia de que realmente não é capaz.
Essas crenças podem surgir em várias áreas da vida, mas têm um peso especial quando se trata da carreira. Veja alguns exemplos comuns:
● "Eu sou incapaz";
● "Eu sou um fracasso";
● "Nunca vou ser um bom profissional";
● "Não sou bom o suficiente";
● "Eu não tenho valor";
● "As pessoas vão me julgar";
● "Os outros esperam que eu seja perfeito"; e
● "Ninguém é confiável".
Momentos importantes da vida profissional — como uma mudança de carreira, o início de um novo projeto ou até uma promoção — podem acionar essas crenças e causar paralisia, indecisão e procrastinação. Já percebeu como às vezes você adia decisões ou evita se expor, mesmo sabendo que aquilo seria bom para você? Isso pode ser reflexo direto das suas crenças.
Para lidar com o desconforto que essas crenças trazem, é comum desenvolvermos estratégias de enfrentamento disfuncionais, que são tentativas de evitar o sofrimento que, no fim das contas, só reforçam os problemas. As três mais comuns são:
●Evitação: Aqui, a pessoa tenta se proteger evitando situações que possam ativar suas crenças dolorosas. Exemplo: alguém que acredita que será julgado evita fazer apresentações ou participar de reuniões importantes. A curto prazo, isso alivia a ansiedade, mas a longo prazo impede o crescimento;
●Resignação: Nesse caso, a pessoa acredita totalmente na crença negativa e age como se ela fosse verdade absoluta. Por exemplo, alguém que acredita ser um fracasso pode nem tentar mudar de emprego ou buscar uma promoção, por achar que “não adianta tentar”. Essa postura reforça a sensação de impotência; e
●Hipercompensação: Ao contrário da resignação, aqui a pessoa tenta provar (para si mesma e para os outros) que sua crença é falsa — mas de forma exagerada. Um exemplo seria alguém que acredita que não tem valor e, por isso, trabalha exaustivamente, assume todas as responsabilidades, busca perfeição o tempo todo e se cobra além do limite. Isso pode até gerar bons resultados, mas costuma vir acompanhado de exaustão e ansiedade intensa.
A boa notícia é que crenças podem ser modificadas. O primeiro passo é aprender a observar os próprios pensamentos — e não aceitá-los automaticamente como verdades. Perguntar-se "será que isso é realmente verdade?", "qual é a evidência que sustenta esse pensamento?" ou "o que eu diria a um amigo se ele estivesse pensando assim?" pode ser um ótimo começo.
Mas é importante entender que lidar com crenças profundas nem sempre é simples. Muitas vezes, elas estão tão enraizadas que exigem um trabalho mais estruturado para serem transformadas. É aí que entra a psicoterapia.
Na TCC, o processo terapêutico é baseado em técnicas cientificamente comprovadas que ajudam você a identificar suas crenças, compreender como elas se formaram e desenvolver estratégias mais funcionais para lidar com elas. A cada sessão, são definidos objetivos e construídos planos de ação que promovem mudanças reais e sustentáveis no seu dia a dia.
Você não precisa enfrentar isso sozinho. Procurar ajuda profissional é um ato de coragem e um investimento na sua saúde mental e na sua realização profissional.
CAROLINE BEZERRA MORAIS-CRP 11/12158
-Graduação em Psicologia pela Universidade Federal do Ceará (2017);
- Atuação como Psicóloga Clínica ;
-Formação em Terapia Cognitivo Comportamental para obesidade e emagrecimento pela Uniamérica ( 2022);
- Pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental pela Uniamérica (2024);
- Pós-graduada em Neuropsicologia pela Uniamérica (2024);
- Formação em Terapia Comportamental Dialética pela Faculdade Faciência (2024);
- Pós-graduanda em Psicopatologia pela Faculdade Faciência e
-Pós-graduanda em Psicoterapia Baseada em Evidências pela Faculdade Faciência
Psicoterapia online: TCC e DBT
www.carolinemorais.com.br
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Nota do Editor:
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